Capítulo 41 – Shopping

O Segredo de Fernanda

Capítulo 41 – Shopping

0
(0)

Saímos durante semanas, Fabio era um rapaz muito interessante, foram doze vezes e em todas eu passei a evitar os amassos mais quentes por motivos óbvios. Eu estava visivelmente apaixonada por ele, estava até negligenciando sexo com meu mestre,e eu sabia que isso não iria acabar bem.
Uma noite Fernando, meu mestre, nos convocou para uma noite do harém, então fui em estilo casual, como pedido.
Fabio havia pedido para sair comigo nessa mesma noite, mas desmarquei com ele por causa de meu compromisso, mas confusa eu sabia que era um compromisso mais antigo e eu tinha que honra-lo e ao menos conversar com o Fê.
Cheguei um pouquinho atrasada, não foi de proposito eu estava viajando na maionese, quando cheguei todos já estavam sem roupas transando loucamente, assim que entrei no ambiente me deu uma dorzinha, eu queria que o Fabio estivesse comigo, que estivéssemos transando juntos, mas a simples menção dele saber o que eu sou estava me deixando angustiada.
Esperando não ser notada eu fui para um cantinho e tirei minha roupa, me aproximei nua, usando apenas a coleira,  Fernando chupava os seios de Marjorie, ele me empurrou e disse:
— Você espera ali no canto quietinha, já vou falar com você — Sua voz era severa e ríspida, Marjorie riu maldosa.
Fui, cabisbaixa e me sentei no canto esperando, não demorou muito e Fernando se aproximou, estava suando e seu pau molhado, balançando, olhei pra ele e meu pau ficou duro também, senti meu cuzinho piscar, mesmo apaixonada por Fabio eu queria fazer amor com o Fernando, era sempre tão gostoso.
Ele sentou ao meu lado
— O que está acontecendo?
— Me atrasei, desculpe, não vai mais acontecer
— Eu não sou idiota Gabriela, não é sobre o atraso que eu estou falando, você está diferente comigo
— Diferente como? — Perguntei sem entender
— Antes você mal podia esperar pra fazer amor comigo, hoje você me evita
— Não estou te evitando não! — Menti
Ele colocou a mão na minha boca
— Me fala o que está acontecendo, regra de ouro.
Devagar ele tirou a mão
Coloquei minhas mãos nos joelhos e respirei fundo, eu realmente não sabia o que dizer, mas a primeira coisa que veio na minha mente eu deixei sair
— Acho que, acho que estou apaixonada
— Pelo Fabio?
— Sim, por ele.
Falei isso e fiquei olhando o chão, ele ficou em silêncio e eu ouvi apenas gemidos e movimentos ao fundo, resolvi levantar a cabeça e olhar para ele. Sua cara não tinha expressão, parecia que ele esperava que eu dissesse algo.
— Não pode né? — Perguntei preocupada
— Não pode o que? — Ele respondeu cruzando os braços
— Me apaixonar, quebrei as regras.
— E onde está escrito que você não pode se apaixonar?
Fiquei confusa com a resposta dele, tentei falar algo mas não sabia o que dizer, ele bateu na coxa dele e disse
— Vem aqui
Me levantei e sentei no colo dele.
— Gabi, você é minha menina não é? — Ele perguntou amoroso
— Sou sim amor… — respondi imediatamente e ele me deu um selinho
— Você vai continuar sendo a minha menina mesmo apaixonada por esse cara?
— Vou sim, prometo, eu juro — Quando estava falando fui interrompida
— Não precisa jurar e prometer, você já fez isso antes
Ele se referia ao nosso ritual de iniciação onde eu jurei fidelidade à ele como escrava, mas realmente não tinha fidelidade amorosa em lugar nenhum
— Então, você não se importa se eu me apaixono por outra pessoa? — Perguntei aquilo já me sentindo rejeitada
— Não foi isso que eu disso, o que acontece é que você não está fazendo nada errado nem infringindo regra alguma.
Continuei olhando para ele sem entender
— Gabi, eu não posso controlar o sentimento de vocês por outras pessoas, o que eu faço é tratar vocês com amor e carinho para que no nosso ambiente, mesmo que por vezes seja fora daqui, nos sentirmos bem, para que tenhamos nossos prazeres e nossas brincadeiras saudáveis para todos. Isso não tem nada haver com paixão e aquele amor avassalador que te faz querer largar tudo.
— Você não me ama? — Eu fiquei magoada e não pude conter a pergunta
— Eu te amo, você sabe, mas meu sentimento é maduro e diferente, eu sei que você vai ser minha mesmo apaixonada por outra pessoa, sei que você não vai me trocar por outra pessoa se conversarmos sobre isso, me preocupo com você e me dói o coração saber que você está sendo possuída por outro homem, mas é assim que tem que ser.
Minha cabeça estava girando, eu não sabia o que fazer ou o que dizer
— Deixa eu adivinhar, você desmarcou um lance com ele hoje pra vir pra cá e queria ter saído com ele
Respirei fundo pelo alívio dele praticamente ler a minha mente e eu não precisar explicar
— Foi — A minha voz saiu entristecida
Senti a mão dele agarrando a minha cintura e me puxando para perto dele, colou meu corpo no dele.
— Gatinha, vocês estão juntos a quanto tempo?
— Estamos saindo a quase dois meses já — Respondi colocando a cabeça no Ombro dele
Marcia vinha passando por nós, seu cabelo estava curto mas já começava a crescer, ela usava um brinco prateado e a coleira com o \”F\”
— Japinha, pega uma água pra mim, por favor
Ela sorriu
— Quer uma também Gabi?
— Não, obrigada — Respondi
— Então — Ele passou a mão na minha coxa — Ele já sabe que você é uma transexual?
Gostava como o Fê não tinha rodeios pra falar, não dava voltas comigo
— Não, acho que ele não sabe.
— Acha? Como assim acha? — Ele puxou meu corpo e me fez olhar para ele, olhei por uns segundos — Gabi, isso é sério, já passou tempo demais, e como pelo visto você quer levar isso para um outro nível, eu aconselho você falar pra ele isso.
— Mas como eu falo? Eu tenho medo de magoar ele, de me magoar, sei lá. — Falei fechando os punhos de nervoso.
Fernando pegou minhas mãos e abriu meus punhos, uma das mãos ele entrelaçou os dedos na minha mão
— Vamos lá, quais os cenários? O que pode acontecer de bom e de ruim?
Falei sem pensar
— De bom ele aceitar e gostar de mim como sou
— E de ruim? — Fernando perguntou
— De ruim, ele pode ir embora e não querer me ver nunca mais
— Você acha que existe o risco dele ser violento com você?
— Como assim? Dele me bater por algo que fiz?
— Não, não bater por algo que fiz, alguns homens sentem-se enganados nessa situação, muitos ignorantes julgam que você é um homem e que você estava enganando ele, e como tem a masculinidade frágil podem querer agredir para mostrar que isso foi contra a vontade dele.
— Eu não sei, pelo que sei dele não há histórico de violência, uma namorada até bateu na cara dele quando pegou uma traição e ele não reagiu, apenas saiu do local.
— Você quer que eu vá junto com você para você contar o que você é?
Pensei por um segundo e começou a me dar pânico da situação, e se eu falasse e levasse um soco na cara, e se ele saísse correndo, e se ele voltasse depois pra me matar, minha cabeça simplesmente parou de funcionar
Fiquei com o olhar perdido olhando pra frente
— Toma Gabi — Marcia chegou com o copo d’água
Peguei o copo e bebi todo de uma vez sem nem agradecê-la
— Obrigado Japinha gostosa — Fernando agradeceu e Marcia saiu, vi uns roxos na suas costas e pernas mas tudo sumindo.
— Gabi, quer ou não que eu vá? — Ele perguntou severo
Olhei pra ele e senti uma lágrima escorrer do meu olho
— Não sei!
Ele me abraçou
— Ta bom, calminha, não precisa resolver isso hoje, se você quiser a gente fica aqui no harém e você não precisa fazer nada que não queira ta bom?
Me agarrei nele e tentei me controlar mas chorei um pouco mais
— Ta tudo bem aí? — Era a voz da Fernanda — Precisam de algo?
— Não Fefe, ta tudo certo — Fernando respondeu amoroso
Fiquei uns minutos assim até que Fernando me afastou
— E ae, vamos ficar aqui curtindo?
— Não Fê — Limpei as lágrimas — Quero resolver isso agora.
— Vai querer que eu te leve? Fico do seu lado se quiser ou fico de longe olhando, sugiro que você procure um lugar publico, pois lá você pode se proteger
— Ta, vou num lugar publico sim, mas não quero que você vá, não quero tirar você daqui hoje
— Relaxa, estou bem, posso ir contigo
— Não, não quero que elas fiquem sem você, não tenho o direito de privar ninguém da sua companhia
Ele riu amoroso
— Faz assim, quero que me avise quando ele chegar e quando terminar de falar com ele, ok?
— Ta bom — Concordei
— Me ligue imediatamente que a conversa acabar, dando certo ou dando errado ta?
— Ta bom — Pensei um momento — O que eu falo pra ele?
Conversei com o Fê por mais uma hora e ele me disse direitinho o que fazer
Peguei o telefone e liguei para o Fabio, tocou umas quatro vezes e ele atendeu
— Alô Gabi?
— Oi Fabio — Normalmente eu chamava ele de Fá ou de Fabinho
— Oi, o que foi? — Acho que pelo jeito que eu o chamei algum alerta já ligou na cabeça dele.
— Você está ocupado?
— Mais ou menos, estou jogando videogame com uns amigos, quero te apresentar pra eles — Falou animado
— Preciso falar com você
— Pode falar! — Ele falou apreensivo
— Não, preciso falar com você pessoalmente
Ele ficou em silêncio por uns segundos
— Ta…. ta bom, agora?
— Sim, agora, estou indo para o Shopping aqui perto de casa, sabe onde é?
— Sei sim — Ele respondeu entristecido
— Ta, vou procurar uma mesa na praça de alimentação, me procura lá tá
— Ta bom
— Beijo até mais
— Beijo
Eu desliguei o telefone sem nem esperar pra saber se ele tinha algo a dizer
Retoquei a maquiagem de leve, coloquei uma coleira sem o \”F\” estampado. Fê me desejou boa sorte quando meu Uber chegou e eu fui.
No caminho minha cabeça girava, e eu me arrependi de não ter o Fernando junto comigo \”Burra\”, falei pra mim mesma enquanto ia para o Shopping
Cheguei rápido, mais rápido do que eu esperava.
Fui até a praça de alimentação e não vi ele, estava razoavelmente vazia.
Sentei-me e fiquei na mesa de cabeça baixa, demorou cerca de vinte minutos e ele chegou, tocou meu ombro
— Gabi?
— Oi — Eu me levantei para cumprimentá-lo, ele me deu um abraço apertado beijando meu pescoço, segurou o abraço por uns instantes, parecia antever que algo ruim vinha vindo — Senta aí — Mostrei a cadeira pra ele na minha frente.
Ele se sentou e sua cara não estava boa.
Ele ficou me olhando, parecia assustado mas não falou nada, antes que ficasse mais constrangedor eu quebrei o silêncio
— Você está muito bonita — Ele me falou assim que se sentou
— O que você sente por mim? — Perguntei seca
— O que eu sinto? Em que sentido? — Eu não esperava nenhuma pergunta
— Sei lá, como você classifica o que temos?
— Bem, a gente está ficando, experimentando
— E o que isso quer dizer?
— Não sei bem, mas normalmente é o que se faz antes de um namoro né? — Ele parecia confuso — É isso?
— Estou apaixonada por você — Falei repentinamente, ele riu e se afastou na cadeira cruzando os dedos — Ta rindo por que? — Eu já estava à beira de um colapso e o riso dele me pareceu um deboche
— To rindo por que eu também estou apaixonado por você e achei que você tinha me chamado aqui para terminarmos — Ele falou e sorriu
Eu continuei com a expressão carrancuda olhando para ele, fixei o olhar nos olhos dele.
— E se eu fosse algo totalmente diferente do que você imagina que eu sou? — E perguntei e meu coração ia a mil, estava quase saindo pela boca.
Ele tocou minha mão na mesa e eu tirei a mão
— Presta atenção, isso é sério. — Falei pedindo que ele se concentrasse
— O que você é? — Sua expressão passou para séria, ele se inclinou na mesa, seus olhos estavam vermelhos e seus lábios tremiam
— No nosso primeiro dia, você fez uma suposição, uma pergunta sobre outra pessoa, um Daniel você lembra?
— Lembro, eles falavam que esse cara tinha virado traveco, e que era um funcionário da academia, mas o que tem ele com isso?
Continuei olhando para ele, sua expressão estava severa mas relaxada, me olhou tentando extrair algo de mim.
Fiquei em silêncio deixando que ele processasse, não movi um músculo, não voluntariamente
Então seus olhos se arregalaram, e ele colocou a mão na cabeça
— Por isso você não deixava eu pegar em você!
Não pude evitar o canto da minha boca se contorcer e minhas sobrancelhas se arquearem em desespero.

O que você achou dessa capítulo?

Clique nas estrelas

Razoável 0 / 5. Número de votos: 0

Dê a sua opinião, o que achou?

Rafaela Khalil é Brasileira, maior de idade, Casada. Escritora de romances eróticos ferventes, é autora de mais de vinte obras e mais de cem mil leitores ao longo do tempo. São dez livros publicados na Amazon e grupos de apoio. Nesse blog você tem acesso a maioria do conteúdo exclusivo.

Publicar comentário