Capítulo 60 – Acordada

O Segredo de Fernanda

Capítulo 60 – Acordada

0
(0)

Após a ligação que Márcia recebeu saímos correndo do cinema, a sessão já havia acabado e estávamos aguardando os pós créditos.
Entramos no carro e voamos para o Hospital, fiquei pensando em diversas coisas, que eu bater na Carla daquele jeito pudesse ter ativado algum gatilho dentro dela e feito ela ter cometido suicídio, mas achava improvável, já havíamos conversado e ela considerava suicidas pessoas menores, coitadas e ela não era coitada.
Tentei analisar mentalmente se eu havia machucado ela muito, mas eu não achei nada de pesado, nada que possa ter machucado ela internamente. Ela mesmo veio depois andando com a Gabi, minha intenção era deixar ela com a pele ardendo e moralmente machucada.
Entrei no hospital e subi o elevador, ele demorou muito pra chegar no andar, localizei de longe o quarto, vi Fernanda, Marjorie, Paula, Cris e o tal do Jair no corredor, andei rápido até o quarto
— Fernando ela está dormindo — Ouvi Cris falar mas ignorei, passei por ela
Notei que Gabi estava encostada na perde conversando com Marjorie de costas para Cris.
Entrei no quarto e uma enfermeira anotava algo, Carla estava deitada na cama, dormindo com um soro no braço, não vi curativos ou machucados aparentes
— O que foi, o que aconteceu com ela? — Perguntei para a enfermeira
A Enfermeira me olhou e disse, ela está bem, mas ela precisa ficar em repouso. Em seguida ela saiu da sala.
Me aproximei de Carla e passei a mão no rosto dela, estava quente, mas dormia, olhei seus pulsos, braços, pernas, peito, nenhum machucado grave, tudo estava ok.
Quando reparei o quarto estava cheio de gente.
— Alguém pode me falar o que diabos aconteceu com ela?
Cris se aproximou, dando um passo para frente, vestia um vestido preto e estava maquiada para parecer mais branca que o normal, era uma gótica, parecia uma vampira.
Ela está grávida, de três meses, e é uma gravidez de risco.
— Grávida? — Falei sem pensar.
A Partir daí não ouvi mais nada, vi Cris falando, Fernanda, Marjorie e até do tal do Jair… mas não entendia o que eles disseram, não conseguia prestar atenção.
Me encostei ao lado da cama de Carla e segurei sua mão.
\”Eu vou ser pai, vou ter um filho\” aquilo me abalou, eu não sabia se era bom ou se era ruim, mas meu pensamento estava muito à frente naquele momento, eu já estava pensando em escola e em faculdade quando fui interrompido por Márcia\”
— Fernando, você ta bem? — Ela falou enquanto afagava meu braço
— Estou sim, vou ficar com ela aqui, vocês podem ir.
— Você já ficou muito tempo em hospital, junto comigo, o ambiente aqui não te faz tão bem, não quer eu uma de nós fiquemos? — Márcia me perguntou
— Não, vocês todas podem ir, eu vou ficar aqui
Todos eles saíram, não antes sem Cristina me explicar o que havia acontecido, o por que dela estar ali, como havia chegado ali, então ela se foi.
Mais de uma hora depois Cristina voltou, não vestia mais o vestido negro e esvoaçante, não tinha mais cara de Vampira. Vestia uma blusa preta e uma calça jeans apertada com rasgos nas coxas. Ela se sentou ao meu lado
— Seus pais já sabem? — Perguntei olhando para o celular enquanto navegava na internet
— Não, devido ao estado de saúde do meu pai resolvi deixar para um momento mais animado. — Ela respondeu
Olhei para ela debaixo em cima e voltei os olhos para o celular.
— Estou melhor ou pior que agora pouco? — Ela perguntou com uma voz alegre se aproximando
— Você estava parecendo uma vampira, estava bonita, desculpe não ter dado atenção, mas é que foi um choque muito grande.
— Você gosta muito dela né? — Cristina perguntou pesarosa
— Gosto, gosto de todas as minhas meninas. Mas Carla é especial, é a minha primeira, a minha principal.
Ela abaixou a cabeça e fez que \”Sim\” bem devagar, puxou uma cadeira que estava no canto e se sentou ao meu lado.
— Por que suas meninas? Essas todas que estavam aqui são suas meninas? — Ela perguntou curiosa dando ênfase no \”suas\”
— Sim, são minhas meninas. — Respondi também dando ênfase na palavra \”minhas\”, mas de maneira séria
— Até a Marjorie? — Ela perguntou intrigada
-Sim, até a Marjorie — Pensei por um segundo — Você conhece ela?
— Já conheço, tivemos o que seria o inicio de uma história mas ela sumiu.
— Devia ser algo bonito de se ver — Falei olhando pra Carla, ainda sério, pensei unicamente na parte sexual, nada mais
— Bonito, como assim? — Ela perguntou sem entender
— Duas gatas igual vocês duas, deve ser algo bonito de ser ver.
— Ah…ta bom — Ela parecia envergonhada, pensou um minuto e disse — Por que eu não faço parte do seu harém? sou tão irrelevante assim pra você?
Olhei pra ela, estava cansado, com a cabeça cheia.
— Você era irrelevante até outro dia, então contou a sua história e passou a ser relevante para mim, meu próximo passo é pensar em você como uma mulher, não mais como uma menina, o que vem depois disso pensaremos só depois disso.
— Sério? E se eu não aceita-se? — Ela falou com um tom de deboche
— Eu só te convidaria se tivesse absoluta certeza do seu comprometimento e do seu merecimento.
— Merecimento é? — Ela repetiu mas percebi que foi uma pergunta pra ela mesma, ficou quieta por uns minutos, parecia pensar, mordia os lábios internamente, eu os via se contorcer, parecia nervosa — E como funciona isso? Se é que u posso saber, me parece um tipo de sociedade secreta— Ela parecia curiosa
— O que exatamente você quer saber? — Perguntei seco
— Como funcionaria o Harém, o que eu tenho que fazer lá dentro?
— Você não faz parte do Harém — Falei ainda mais seco
— Tá, eu sei, mas vamos supor que eu fizesse, o que eu teria que fazer, quais seriam as minhas funções?
Olhei para ela
— Funções? O que você espera? Limpar a casa, lavar a roupa, dar banho no cachorro? Coisas assim? — Falei sendo sarcástico
— Não sei, eu não sei direito, o que elas são suas? Umas espécie de escravas? — Ela perguntou curiosa
— Sim, são escravas, fazem tudo o que eu mandar — Falei em um tom duro de voz
Ela ficou em silêncio por alguns segundos, abaixou a cabeça e voltou a morder a parte interna do lábio, fez que sim com a cabeça, mas não pra mim, voltou a pensar sozinha, eu apenas a observava, até ela quebrar o silêncio
— Você tá falando de sexo né? — Ela falou apreensiva, sua perna mexia freneticamente
— Também, mas não só. O Harém é um lugar para vivermos todos juntos, confiando um no outro. Tanto eu como as meninas são irmãs, amantes, cúmplices e amigas. É claro que eu tenho uma figura central mas todas elas colaboram e eu não sou um ditador.
— Entendi — Novamente ela ficou em silêncio, pensava em tudo, então me perguntou — E como eu faço pra entrar?
— Você não faz nada para entrar, eu decido quem entra, e há um ritual, mas eu não quero falar disso, não agora.
— Depois que conversamos, ontem, você fez alguma coisa com ela? — Com o queixo ela apontou para Carla
— Sim, eu dei uma surra nela, bati nela. — Respondi apático
— Por que? — Cris parecia horrorizada, mas sua voz saiu num sussurro
— Ela levou você a beira do suicídio, acabou com a sua vida em diversos aspectos, ela não tinha esse direito — Falei triunfante, mas sem perceber minha posição de triunfo
Ela se levantou, franziu a testa, juntou as perna e colocou as mãos na cintura, parecia nervosa
— Quem você pensa que é pra bater em uma pessoa por mim, ela é minha irmã e você não é nada meu!  — Ele falou irritada — Você não precisa me defender, eu aprendi a me defender sózinha eu já sou grande, sou adulta!
— Eu sei que não sou nada seu, e não tenho controle sobre você, isso não vem ao caso — Falei com um tom de voz também agressivo olhando-a nos olhos
— Claro que vem ao caso, eu não preciso de ninguém pra me defender — Ela falou se afastando de mim
— Não precisa é? — Perguntei levantando toda uma sobrancelha
— Não, você não tinha que ter punido ela, se isso tudo aconteceu foi por que eu fui fraca — Ela falou elevando o tom de voz
Fiz um gesto com a mão para ela falar mais baixo e me levantei me aproximando dela
— Concordo que você é fraca, e até burra, mas o que eu faço com as minhas meninas só diz respeito a mim e a elas, sua irmã é a principal do meu harém, ela está comigo desde o começo e de uns tempos pra cá ela vem agindo muito errado, então tenho todo o direito de agir como eu quiser, ela é a Rainha do Harém e ela tem que agir como tal. — Fiz uma pausa, nos encaramos — Você, faça o que quiser da sua vida.
Virei e fui até o lado de Carla novamente segurar a sua mão
Ela se levantou e se preparou para sair do quarto mas na porta esbarrou com um homem, o médico.
— Boa noite, ela já acordou, correto? — Ele olhou no relógio e depois no prontuário, cutucou então o pé de Carla que tomou um susto e abriu os olhos — O efeito do sedativo já passou a mais de uma hora.
Carla virou o rosto e olhou pra mim, sorriu e apertou minha mão
— To acordada amor — Carla sussurrou

O que você achou dessa capítulo?

Clique nas estrelas

Razoável 0 / 5. Número de votos: 0

Dê a sua opinião, o que achou?

Rafaela Khalil é Brasileira, maior de idade, Casada. Escritora de romances eróticos ferventes, é autora de mais de vinte obras e mais de cem mil leitores ao longo do tempo. São dez livros publicados na Amazon e grupos de apoio. Nesse blog você tem acesso a maioria do conteúdo exclusivo.

Publicar comentário