Capítulo 123 — Checkmate

O Segredo de Fernanda

Capítulo 123 — Checkmate

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— Bem gente, o negócio do apartamento está quase certo, o inquilino sai no fim desse mês, então temos duas semanas aqui pra segurar as pontas — Fernanda falou orgulhosa de si mesmo — Tudo bem Fê?
— Agradeço o que está fazendo por mim — Fernando agradeceu — Assim que isso se estabilizar, você volta a ter suas coisas, eu vou pagar seu aluguel pelo tempo que ficarmos
— Esquece isso tá, não vou receber nada, é nossa família, você é meu marido, pai da minha filha. — Fernanda falou abraçando Fernando no sofá.
A campainha tocou, todas as meninas estavam sentadas na sala com Fernando
— Vai lá Mari! — Fernanda ordenou
— Vai lá por que? Vai você! — Mari respondeu ríspida — Não sou sua empregada!
— Eu tô recém parida oh, me respeita! — Fernanda riu
— Vai a Márcia então! — Mari falou brava
— Vai lá meu, você é jovem, para de reclamar — Fernanda empurrou Mari com a sola do pé descalço.
Ela se levantou a contra gosto
A Campainha tocou novamente
— Já vai! — Mari gritou

Ficaram conversando na sala enquanto Mari abria a porta, ela voltou segundos depois, entrou na sala de olhos arregalados, parecia com medo
— O que foi Mari? — Flávia perguntou ao ver a expressão assustada dela.
Mas Mari não respondeu, não foi necessário, atrás dela apareceu uma mulher, branca com cabelos cumpridos, castanhos e cacheados, a pele era bem branca e usava um batom vermelho escuro marcante.
— Você é quem? — Flávia perguntou e se levantou, não a conhecia.
Flávia sentiu a mão de Fernando no ombro
— Essa é a Marjorie, ela faz parte daqui — Fernando pensou um pouco — Ao menos fazia
Fernanda se levantou e deu dois passos, ficando em frente à Marjorie e elas se encararam por alguns segundos, pareciam se estudar, se analisar, com os olhares profundos diziam tantas coisas, coisas que só elas conseguiam entender, Marjorie se aproximou mais e elas deram um abraço.
Um abraço apertado que mesmo em silêncio também dizia muita coisa, Fernando viu as mãos de Marjorie entrelaçadas na cintura de Fernanda, como se apertasse algo preciso e tivesse medo de perder
— Desculpa Fê, me perdoa! — Marjorie falou abafado no pescoço de Fernanda
— Não Má, desculpa você, eu tinha tantas saudades, eu fui uma boba, eu fui te procurar e não achei, você não me deve desculpas
Marjorie afastou Fernanda e segurou as mãos dela
-Eu não consegui impedir ele! — Marjorie falou — Quando percebi eu estava refém, e era tarde demais, eu não consegui.
— Conseguiu o que? — Fernanda Perguntou em compreender as palavras de Marjorie — Do que você está falando?
— Eu sempre fui refém, percebi só agora, você também, todas nós! — Os olhos de Marjorie brilhavam e se fixaram em Fernanda — Do \”M\” — Marjorie parecia assustada, as lágrimas brotavam de seu rosto pálido.
-Que \”M\” Marjorie? nós somos a \”M\”, lembra? — Fernanda se aproximou da amada — O que você tem? — Fernanda tocou o rosto de Marjorie — Está abatida
Marjorie fechou os olhos com força e as lágrimas caíram rápido
— Por favor, me perdoa, não foi por mal — Marjorie ainda se desculpava
Ninguém entendia, as meninas se olhavam confusas, por um segundo Fernanda achou que Marjorie estava com problemas psicológicos pois sempre a julgou psicologicamente frágil.
Marjorie puxou a gola da blusa e revelou um colar preto, de couro um \”M\” prateado, como usava antigamente
— Voltou a usar isso? — Fernanda perguntou confusa.
Então, da cozinha surgiu um homem, vestido em um terno azul marinho de linho, impecável e perfeitamente alinhado e ajustado ao corpo.
— Bom dia meninas — Marcelo falou com um sorriso no rosto, olhou atentamente para todas e parou seus olhos em Fernando — Bom dia Usurpador
Fernando se levantou rápido
— Quem é você? — Fernando olhou em volta e viu a cara de desespero de Carla e Márcia, olhou para Fernanda e ela estava estática, olhando por cima do ombro de Marjorie, todas tinham os olhares vidrados e assustados
Marcelo tinha um pacote de algo nas mãos, olhou para o pacote e leu o que estava escrito
— Biscoito integral — Fez uma careta — Integral? quem come essa merda? — Continuou lendo — Zero Glúten! — Riu debochado — Isso é coisa sua né Márcia, tô vendo que continua gorda, precisa dessas coisas de gordo mesmo.
Fernando se aproximou e empurrou-o com a palma da mão
— Quem é você? O que está fazendo na minha casa? — Fernando perguntou irritado
Marcelo olhou vagarosamente para a mão de Fernando e depois o encarou, era mais magro e mais alto que ele.
— Sua casa? — Marcelo inclinou levemente a cabeça para a esquerda — Está em seu nome Sr. Fernando Albuquerque?
Fernando franziu a testa, aquele homem sabia quem ele era.
— Até onde eu sei, não tem nada seu aqui — Marcelo falou abrindo os braços em deboche
Fernando ficou observando, pensando, processando aquilo que estava acontecendo, obviamente as meninas sabiam de quem se tratava
Marcelo comeu um biscoito do pacote e depois cuspiu
— Isso é uma merda, come isso balofa! — Jogou para Márcia com força fazendo-a se encolher e proteger o rosto do impacto
Sem ao menos mover o olhar Fernando segurou o pacote no ar, interceptando-o deixando Márcia encolhida ao lado de Carla.
— É a última vez que eu vou perguntar — Fernando colocou o pacote de biscoito no peito de Marcelo, e Marcelo o segurou — Quem caralho é você?
Marcelo sorriu, parecia maldoso
— Alguém quer me apresentar ao cavalheiro? — Marcelo perguntou às meninas? — Carla, Márcia? — Olhou para a duas e elas desviaram o olhar — Fernanda, Marjorie? — Marcelo continuou pergunto e não teve resposta — Eu chamaria pela Paula também, mas essa aí já morreu, e eu não costumo mexer com os mortos.
Fernando sentiu seu celular vibrar na calça, puxou-o rapidamente e era Cris, ela estava longe, provavelmente estava ligando para conversar como vinha fazendo desde que foi destacada para trabalhar longe, Fernando desligou na cara dela, aquela não era a hora apropriada.
— Esse é o Marcelo, o \”M\”, ele é o \”M\” original — Fernanda falou ainda imóvel, seu peito dobrava de tamanho com a respiração pesada e vagarosa — O que você está fazendo aqui? — Fernanda empurrou Marjorie delicadamente e tentou se aproximar de Marcelo, mas Marjorie a segurou agarrando seu braço com as duas mãos
— Não Fê, não! — Marjorie parecia com medo — Não se aproxime, ele está pior!
— Ele te fez mal? — Fernanda perguntou para Marjorie examinando a amada com o olhar, Marjorie apenas desviou o olhar
— Marcelo né? — Fernando interrompeu e chamou a atenção para si — Já comentaram sobre você, você foi o namorado da Fernanda, o irmão da Marjorie, aquele que abandonou as duas e fugiu, certo?
Marcelo tentou esconder sua irritação com as palavras de Fernando, mas não conseguiu
— Eu mesmo, um prazer — Marcelo respondeu sarcástico — E você é o famoso Fernando — Esticou a mão em cumprimento
Fernando agarrou a mão de Marcelo
— Sim, eu mesmo — Ambos apertaram com força — Em que posso lhe ajudar?
Marcelo sorriu
— Acho que a mim você não pode ajudar, muito, mas pode ajudar a você mesmo.
Carla se levantou e soltou um berro
— Você não é bem vindo aqui Marcelo, vai embora! — Carla parecia zangada, Márcia se levantou e a abraçou
— Calma amor — Márcia falou agarrando Carla
Fernanda se aproximou e com dois dedos cutucou o ombro de Marcelo fazendo-o dar um passo para trás, Marcelo olhou para a mão dela e fez uma cara de irritado
— Não me toque se eu não autorizar, você já sabe disso! — Marcelo falou em um tom autoritário
— Não me importa o que você quer — Fernanda deu outro cutucão — Você foi embora, não me interessa o que você quer ou gosta, só quero que você vá embora da minha casa!
— Sua casa? — Marcelo franziu a testa — Você sequer compreende por que eu fui embora, eu não fugi, eu fui resolver um problema, resolver o problema que você não podia resolver e quando eu retorno percebo que fui traído, o primeiro idiota que passa aqui vocês vão correndo atrás como cadelas no cio
Marcelo mostrou a palma da mão para Fernando
— Sem ofensa! — Sorriu maldoso novamente
— A casa é do Fernando, mas eu moro aqui! — Fernanda empurrou Marjorie que a impedia de se aproximar — Todas nós moramos aqui!
Marcelo riu sarcástico
— Ele não contou pra vocês? — Marcelo perguntou — Conta pra elas Fernandinho
Marcelo fez um sinal de negativo com a cabeça
— Deixa eu adivinhar, você não falou pra elas que você está falido e que você não é mais dono de nada? — Marcelo riu debochado — Que péssimo mestre é você! — Marcelo riu novamente
— Ele falou pra gente — Carla respondeu — Ele não é igual a você, ele é melhor, todas nós sabemos o que está acontecendo e estamos ajudando
Marcelo riu e cruzou os braços
— Colocando as vadias pra trabalhar pra você Fernando? — Marcelo riu debochado — Olha, se você colocar elas pra fazer programa dá um bom dinheiro hein, a Carla mesmo idosa ainda dá um caldo, a gorda ali é japonesa e isso tem seu valor…
O telefone de Fernando tocou novamente interrompendo Marcelo, ele olhou rápido, era Cris, cinco chamadas não atendidas, ela podia esperar.
— Pode atender — Marcelo respondeu sorridente
— Fora daqui Marcelo! — Carla gritou novamente!
— Você não tem o poder de me expulsar daqui Carlinha — Marcelo falou sarcástico andando em direção a ela
Fernando o segurou pelo braço
— Você! — Fernando deu um tranco no braço de Marcelo — Você só vai até aqui.
Marcelo deu um tapa na mão de Fernando
— Não me toque, usurpador — Em seguida limpou com a mão o local onde Fernando havia segurado e ajustou o terno ao corpo.
— Eu não usurpei nada de você, eu nem te conheço!
— Olhe em volta, tudo isso é meu, você tentou roubar meu Harém de mim, mas não conseguiu, eu estou aqui de volta para recuperar tudo — Marcelo falou de forma seca — Eu até agradeço por você segurar as pontas para mim, mas você não é mais necessário aqui
— Vai ter que fundar o Harém de novo Marcelo, duvido que alguém te siga de bom grado — Fernanda respondeu ríspida
Marcelo revirou os olhos, tomou o ar, fez um gesto com as mãos e falou:
— Mapinópticus!
Carla, Márcia, Fernanda e Marjorie fizeram posição de sentido, como se fosse uma ordem de um general
Fernando olhou para elas
— O que houve? — Se aproximou de Carla e a tocou — Carla?
Elas não respondiam
Marcelo olhou para Flávia
— Ah, você, eu te vejo online, você é muito divertida, desperta o tesão em milhões de adolescentes e nunca mostra nada pra eles deixa eu me lembrar — Marcelo colocou a mão no queixo e em seguida olhou para ela — deixa eu ver, se me lembro bem, pra você é — Fez com triangulo com as mãos e ordenou — Olivia!
Flávia sentiu uma tontura e por uns segundos perdeu os sentidos, abaixou a cabeça e colocou as mãos no Rosto, Mari a agarrou tentando segurar a amiga, mas se ela fosse cair Mari não teria força para suportá-la, era pequena demais, frágil demais e Flávia era bem grande.
Mari olhava tudo em silêncio, apenas pasma com tudo
Flávia levantou o olhar, sacudiu a cabeça bagunçando o próprio cabelo e olhou Marcelo nos olhos com cara de ódio
— Que Olivia o que, vai se fuder! — Ainda com a mão na cabeça, sentia dor
Marcelo inclinou a cabeça, parecendo não entender bem o que estava acontecendo
— Entendo, acho que só o Usurpador pode fazer isso — Apontou para Fernando.
— O que você fez com elas? — Fernando perguntou vendo o estado das meninas
Marcelo sorriu e se aproximou de Marjorie, meteu a mão dentro da bolsa dela e pegou um livro surrado, com forças de tamanhos diferentes, clipes, marcadores de página, barbantes e post-its entre as páginas fazendo-o ficar mais grosso que o normal
— Você nunca leu isso né? — Mostrou para Fernando
Devagar Fernando esticou a mão para pegar o livrinho, mas Marcelo tirou da frente dele
— Não, não, apenas olhe! — Marcelo respondeu sério
— É o livro do meu pai, o caderno de anotações dele — Fernando falou reconhecendo o objeto— Eu procurei na casa dele por todo os lugares, achei que houvesse sido destruído, como você conseguiu
— Com meu pai, oras — Marcelo respondeu
— Quem é seu pai? — Fernando perguntou sem entender
— Meu pai, é o irmão do seu pai, seu pai é meu Tio Fernando e você é meu priminho querido — Marcelo riu de forma falsa
— Entendo, a Fernanda viu uma foto dele e achou que se parecia com seu pai — Fernando falou pensativo
— Gêmeos costumam se parecer, na maioria dos casos, você sequer sabia que seu pai tinha um irmão gêmeo? Que desleixo — Marcelo respondeu revirando os olhos
— Eu sabia, mas nunca tive contato com quase ninguém da família, todos moram fora de São Paulo.
— Tanto faz — Marcelo respondeu guardando o livro.
— E o que tem nesse livro? — Fernando perguntou
— Que bom que perguntou — Marcelo cruzou os braços novamente — É muito interessante, ele detalha as experiencias que seu pai fez com hipnose, isso claro, antes de ele enviar o livro para o meu pai por segurança.
Fernando estava pasmo, observou Marcelo de baixo em cima
— O que você quer? — Perguntou e sem perceber entrou em posição de defesa, protegendo as meninas
Marcelo abriu os braços e rodou devagar
— Tuuuudo isso! — Ele riu — Na verdade já é tudo meu!
— O que? — Fernando perguntou
— Suas propriedades, suas empresas, seu dinheiro, seus carros — Marcelo sorriu e apontou para si próprio — É tudo meu
Em seguida apontou para as meninas
— Até essas vagabundas e os filhos delas, tudo é meu — Marcelo parecia satisfeito
— Você — Fernando pensou o que iria dizer — Você fez tudo isso né? Toda essa zona
— Sinceramente, achei que você seria mais rápido com tudo isso, mas pelo visto é só um idiota, você merece a Carla
Marcelo instigou Fernando, mas Fernando apenas sorriu percebendo que era proposital.
— Você começou esse Harém, correto? — Fernando perguntou
— Correto gênio! — Marcelo debochou — Ele é meu por direito! — Reafirmou
— Você hipnotizou essas meninas? — Flávia perguntou ainda olhando para a expressão enigmática das garotas.
— Sim, todas elas ao meu comando! — Marcelo respondeu satisfeito
— Olhando para a sua cara, vejo que você é um doente, logo vejo que você transou com elas — Flávia perguntou se aproximando
— Claro que eu transei com elas — Marcelo respondeu debochado — Comi a sua cunhada bem gostoso Flavinha Blue — Marcelo riu — Aliás, se seu cabelo é Rosa, por que seu nome é Blue não Pink? — Marcelo colocou a mão no queixo, pensativo
Fernando segurou o ar, estava a ponto de explodir
— Liberte-as! — Fernando ordenou
— Você não manda em nada aqui, elas serão libertadas quando eu quiser! — Marcelo respondeu
— Você transou com elas enquanto estavam hipnotizadas? — Flávia perguntou
Marcelo a olhou debaixo em cima, a estudando
— E se transei, isso faz diferença? — Marcelo perguntou analítico
— Faz, se você transou com elas hipnotizadas você é um estuprador! — Flávia respondeu
— Eu estou farto de você! — Marcelo falou raivoso — Sua puta de internet!
Marcelo fez o triangulo novamente para Flávia
Ela riu debochada
— Não vai funcionar, seu estuprador de merda! — Flávia esbravejou indo para cima de Marcelo, Fernando a conteve segurando sua barriga com a mão.
Marcelo sorriu
— AIVALF — Pronunciou o nome de Flávia ao contrário e ela teve a mesma reação das meninas, fez posição de sentido e seu olhar ficou perdido
— Flávia! — Fernando a chamou, pegando-a pelo braço
Mari a abraçou
— Flá, Flá? — Mari beijou seu rosto e o acariciou — Acorda amor, acorda!
Em seguida virou em direção ao Marcelo com fúria pegando-o pelo colarinho, com força o ergueu e colocou-o na parede, mesmo sendo mais baixo conseguiu tirar os pés de Marcelo do chão
— Liberte-as! — Fernando ordenou em um berro
Ao fundo ouviu um choro, uma das crianças havia acordado com o grito
— Não quer ouvir os meus termos? — Marcelo perguntou debochado
— Fodam-se seus termos, liberte-as agora! — Fernando Gritou
— Calma primo! — Marcelo falou segurando os pulsos de Fernando, se puder se acalmar
Pelo canto de olho Fernando percebeu alguém se aproximando e soltou Marcelo, num rápido movimento entrou na frente de Flávia e abriu os braços protegendo todas
Olhou para a porta, da cozinha uma figura pequena vinha se aproximando, um garoto, pequeno segurando uma criança no colo
Fernando olhou confuso, sem saber o que fazer
— Quem são esses? — Fernando perguntou surpreso
— Ah, são meus filhos! — Marcelo falou sorridente
— Seus filhos? — Fernando perguntou tentando entender
Fernando viu que o garoto segurava a criança com dificuldade
— Mari! — Fernando ordenou e ela se aproximou, segurou a criança no colo e puxou o garoto
— Tire-os daqui — Fernando ordenou
— Não, não tire — Marcelo respondeu ajustando o colarinho — Ele é importante par ao que vem aqui.
O telefone de Fernando tocou novamente, ele enfiou a mão no bolso e sem olhar na tela apertou o botão de volume para o telefone ficar mudo, qualquer coisa podia esperar.
Mari se deteve
— Eu vou te explicar o que está acontecendo aqui — Marcelo falou num tom sério — Eu tirei tudo de você, tudo o que você tem agora é meu
— Seus métodos são falhos, eu vou recuperar tudo — Fernando retrucou — É uma questão de tempo
— Sim, eu sei, mas a questão é se você vai ter tempo para fazer isso ou vai perder tudo — Apontou para as meninas — Antes de conseguir
— Eu preciso só de mais alguns meses — Fernando respondeu confiante
Marcelo riu debochado
— Primo, você não tem meses, tem no máximo umas duas horas! — Marcelo cruzou os braços petulante
Fernando entortou a cabeça sem compreender
— Duas horas? — Fernando não havia entendido o que aquilo significava
— Além de falido, com uma dívida enorme, diversos processos de execução judicial e sem nenhum bem você fez algumas coisinhas a mais — Marcelo disse sorridente
— Que coisinhas a mais? — Fernando estava preocupado
— Não declarou a empresa de ônibus, nem as casas no Nordeste e nem o jatinho — Marcelo parecia satisfeito — isso é sonegação de imposto de renda, seu malandrinho
— Eu não tenho nenhuma dessas coisas!
Marcelo estalou os dedos
— Ponto para mim!
Pegou da bolsa de Marjorie uma pasta e deu para Fernando
— Está tudo aí — Marcelo olhou no relógio — Ah, você também teve um probleminha com drogas e digamos que não tem muitos lugares que você pode ir sem ter um cartaz seu de procurado
Marcelo sorriu mostrando os dentes, estalou os dedos e completou, como se tivesse esquecido
— Ah sim, você tem denúncia delas — apontou para as meninas -sobre trabalho escravo, prostituição forçada e tráfico internacional de mulheres
Fernando estava ofegante
— O que você quer? Por que isso tudo?
— O que eu quero? — Marcelo perguntou nervoso — O que eu quero seu filho da puta? — Marcelo gritou fazendo a criança de colo chorar
Fernando apenas o observou, não sabia como reagir
Marcelo apontou para Carla
— Você roubou a Carla de mim, ela era minha! — A saliva voava da boca de Marcelo
— Eu sou casado com ela! — Fernando respondeu dando ênfase na palavra \”EU\”
— Ela me amou primeiro! — Marcelo respondeu nervoso, a saliva voava de sua boca — Ela é minha, sempre foi minha!
— Você a hipnotizou, ela nunca foi sua
— Não foi na base do hipnotismo que eu a tive pela primeira vez. — Marcelo sorriu sarcástico
Fernando não disse nada, estava preocupado com as duas horas, tentava entender o que aquilo significava exatamente
— Depois, você conquistou a Fernanda — Marcelo se aproximou dela — Minha doce Fernanda, cheia de segredos e encantos, capaz de dobrar qualquer homem, ela tem uma mente forte, foi difícil quebrar ela sabe, esse negócio de estudar medicina foi cansativo para fazê-la esquecer, e você desfez isso.
Marcelo se aproximou de Márcia
— Minha oriental, peguei ela por capricho, sempre achei orientais bonitas, essa foi a que tinha a mente mais fácil, foi fácil dominar ela — Marcelo pensou um pouco — Ela e a neguinha que morreu, as duas eram as minha cotas, eu queria diversificar — Marcelo riu e mostrou as mãos — Ninguém pode me chamar de racista — Sorriu mostrando os dentes amarelados
Mari estava sentada no sofá segurando a criança de colo e agarrada ao garoto desconhecido que também observava tudo atentamente
Marcelo se aproximou da Marjorie
— Minha doce irmã, não estava nos meus planos ela se apaixonar pela Fernanda, isso tudo foi algo que deu errado, por mais que eu as dominasse sugerisse para elas que elas se odiavam, de um jeito ou de outro elas acabavam se amando, e isso era frustrante pra caralho! — Marcelo falou pensativo — Até adicionei uma nota no livrinho do seu pai, dizendo que sentimentos profundos não podem ser suplantados por hipnose, só os superficiais.
Se aproximou de Flavia
— Essa é minha prima — Marcelo sorriu — Só conheço de vídeos pela internet, mas é bem gostosa, ela ganharia muito dinheiro vendendo fotos nua e de sexo, uma coisa a se pensar.
— Você tem uma palavra mágica dessa pra mim também? — Fernando perguntou
— Tenho — Marcelo se virou para Fernando e fez um triangulo com as mãos — Odnanref! — Ordenou rápido como quem quer fazer uma surpresa
Fernando franziu os olhos e aguardou algum efeito, Marcelo piscou forte e riu
— Aquele velho do caralho não deixou as instruções de como te dominar, se é isso que você quer saber!
— O que quer dizer duas horas, por que só tenho duas horas? O que você fez? — Fernando perguntou
— Eu disse, você tem um probleminha com drogas e com tráfico internacional de mulheres, a Interpol está na sua cola, e por acaso eu fiz uma denúncia dizendo que você mora aqui, nessa minha casa!
— Você falsificou todos os documentos? Até essas denúncias? — Fernando perguntou pasmo
— É incrível o que se pode fazer quando se introduz o caos nas coisas que estão funcionando perfeitamente, eu introduzi o caos na sua vida e fiquei de longe observando tudo desmoronar aos poucos. — Marcelo sorriu — O seu castelo desmorona e eu pego meus tijolos de volta para reconstruir o meu próprio Castelo — Marcelo sorriu novamente, os sorrisos faziam Fernando ter vontade de arrancar-lhe os dentes aos murros.
— E agora? — Fernando perguntou se contendo, tremendo
— Tá bom — Marcelo falou sério — Acho que tá na hora já
Falou as palavras e fez os gestos, as meninas acordaram, pareciam atordoadas, se olharam e não compreendiam o que havia acontecido.
Márcia pegou o celular e olhou, elas pareciam alheias à presença de Fernando e Marcelo, Mari olhava tudo atentamente.
Marcelo bateu palmas, chamando a atenção de todas.
— Pronto, pronto, Putas atenção aqui todas! — Marcelo falou fazendo todas olharem para ele — O Senhor Fernando vai ter que sair de cena, eu vou ficar no lugar dele
— Sair de cena? — Carla perguntou — Como assim?
— Sim, Carlinha — Marcelo se aproximou dela e segurou a mão de Carla — Vocês vão voltar a serem minhas, não é lindo?
Carla soltou a mão de Marcelo com violência
— Sai pra lá coisa ruim, não encosta em mim! — Carla ordenou fazendo cara de Nojo
Isso deu uma certa satisfação pessoal em Fernando
— Não importa, depois a gente resolve isso — Marcelo piscou para Fernando de forma exagerada — Ele vai sair agora!
— Gente, alguém falou com a Cris? — Márcia perguntou assustada
Ninguém respondeu, as meninas pegaram o celular, imitaram o gesto de Márcia, Marcelo apenas observou
— Fê, ela tá te procurando, disse que é vida ou morte! — Mari falou ao olhar também o celular
Fernando pegou o celular do Bolso e ele tocou, era Cris
— Alô — Ele atendeu
Marcelo colocou a mão no queixo e ficou observando
— Fê, onde você está, pelo amor de deus? — Cris parecia ofegante
— Estou em casa — Fernando respondeu sincero
— Sai daí agora! — Cris ordenou
— O que houve? — Fernando perguntou surpreso com o tom dela
— Achei o cara que fez essa merda com você, ele te denunciou para a Interpol, Policia Federal e Policia Civil, ele colocou um monte de coisas nas suas costas, estão chegando aí, fuja!
— Eu não sou culpado! — Fernando falou ofegante
— Eu sei que você não é, fuja agora, estou conseguindo ajuda pra você, meus informantes disseram que ele se chama Marcelo e está indo até você
Fernando olhou para Marcelo e percebeu a gravidade da situação, ele não era um louco, um lunático, mas sim um psicopata
— Ele está aqui, na minha frente — Fernando falou olhando Marcelo nos olhos
Marcelo apenas sorriu e sussurrou \”Fala que eu mandei um oi!\”
— Meu deus, sai daí AGORA! — Cris gritou
— Desliga — Marcelo ordenou para Fernando — Desliga agora ou eu acabo com a vida de todos aqui
Fernando desligou o telefone
— Preciso ir — Fernando olhou para a s meninas
— Eu vou com você — Carla falou se aproximando
Marcelo deu um tapa leve na mão dela
— Nem pensar, não vai não — Marcelo parecia satisfeito
— Você não pode me impedir — Carla respondeu brava
— Posso sim, ele é procurado, drogado, para eu dizer que você é drogada também é rápido Carla, tá tudo preparado, o que aconteceria com filhos de pais traficantes e drogados? Orfanato talvez? — Marcelo sorriu
— As meninas iriam testemunhas para mim! — Carla gritou!
— Elas falam o que eu quero que elas falem, você sabe bem disso — Marcelo falou e mudou o olhar para severo — Ou não sabe?
Quando ele fazia aquela cara Carla se sentia intimidada, não entendia bem o porquê, mas sentia que devia ficar quieta.
— Eu vou, você não pode me ameaçar — Márcia falou — Você não vai sozinho Fê
— Se você for seu filho perde todo o suporte, e eu proíbo qualquer uma delas aqui de te ajudar, caso contrário eu faço o mesmo, sua filha lindinha vai pro orfanato, sabe que crianças orientais tem mais valor no mercado do sexo infantil
Márcia deu um tapa na cara de Marcelo
— Cretino, como ousa? — Ela berrou aos prantos
— Mãos macias de gordinha! — Marcelo riu — Só vou te fazer bem — O Sorriso era maligno
Fernando segurou o ombro dela
— Fiquem aqui — Fernando ordenou — Todas vocês
— Isso, bonzinho! — Marcelo se divertiu
— Se elas todas ficarem aqui, você vai tratá-las bem, deixar que cuidem de meus filhos? — Fernando perguntou a Marcelo
— Se elas ficaram, se todas ficarem sem resistência, até a peitudinha novinha que eu tô doido pra comer — Apontou para Mari — Eu garanto a integridade de todas elas e das crianças, seus filhos serão como meus filhos, mas se uma delas romper isso eu não me responsabilizo
Todas se olharam assustadas, Fernando estava assustado assim como todos ali, o mundo havia caído em sua cabeça, tudo estava desmoronando, ouviu sirenes ao longe.
— Você delicia da internet — Falou olhando pra Flávia — Está falida, e você faz parte do acordo, vai ter que ficar aqui e seus filhos vão ter do bom e do melhor, afinal você é minha priminha querida! — Marcelo debochou
— Menos você — Marcelo apontou para Fernanda — Você pode ir se quiser! — Marcelo parecia satisfeito com aquilo
— Eu posso levar minha filha? — Fernanda perguntou ofegante
— Sim, claro, eu jamais tiraria isso de você — O sorriso dele era debochado, em seguida colocou a mão na boca como se dissesse algo que não deveria — Ooops — Riu sozinho em meio a tensão coletiva
As lágrimas de Marjorie rolaram pelas bochechas, Fernanda viu pelo canto de olho.
— Eu vou então! — Fernanda falou resoluta se aproximando de Fernando
— Só uma coisa! — Marcelo disse, e se virou de costas, chamou a criança que estava junto à Mari — Quero que você conheça uma pessoa
— Má, não, por favor! — Marjorie implorou aos prantos
— Calada! — Marcelo levantou a mão em sinal de silêncio sem nem olhar para a irmã
Marcelo empurrou o menino tímido que se aproximou das meninas
Fernanda o olhou sem entender, torceu o Nariz
— Se for mais um joguinho doentio seu, você vai se arrepender, o que tem essa criança?
Marcelo se abaixou e abraçou-o por trás como um pai carinhoso, pegou o braço do garoto delicadamente e deu-lhe um beijo na bochecha fazendo-o sorrir, mostrou as costas da mão do garoto para Fernanda
— Olha esse tom de pele, naturalmente moreno, uniforme! — Marcelo falou olhando-a nos olhos
Fernanda ainda não entendia o que Marcelo planejava
— Não te lembra nada? — Marcelo perguntou aguardando uma resposta dela
As sirenes podiam ser ouvidas ao longe, cada vez mais perto
🕑🕒🕔ANOS ANTES🕕🕓🕐
Fernanda estava próxima de ter seu esperado filho, Marcelo havia planejado uma viagem à Europa e ela estava chateada por ter que ficar
— Eu já disse, você não pode ir comigo, além do mais, é rápido, são só negócios — Marcelo falou amarrando os sapatos
— Eu sei, mas só queria sair daqui, estou entediada — Fernanda respondeu sentando-se ao lado dele
Marcelo passou a mão na barriga de Fernanda, estava enorme, e assim que encostou a sentiu um chute, ambos ficaram maravilhados.
— Já se decidiu, qual será o nome? — Marcelo perguntou curioso — Da última vez tinha dez na lista
— Mikael, vai ser esse! — Fernanda respondeu decidida
— Mikael? — Por que? — Marcelo respondeu se levantando e fechando a mala
— É um nome divino! — Fernanda respondeu como se fosse obvio
— Ah, um anjo? — Marcelo respondeu revirando os olhos — Tá bom
— Anjo, não, um Arcanjo, Mikael é Miguel, em Hebraico é \”aquele que é similar a Deus\”
— Que bonito!
Marcelo deu um beijo nos lábios de Fernanda
— Você vai me deixar sozinha mesmo? — Fernanda perguntou fazendo beicinho
Marcelo tomou ar e gritou
— Marjorie! — Esperou a resposta, mas não houve, apenas ouviu ela vindo
Marjorie entrou, usava uma calça jeans justa e um top branco, por baixo dava para ver seu sutiã também branco
— Oi que foi? — Ela perguntou enquanto comia um pão de queijo
— Eu vou viajar e a Fernanda está chateada, durma com ela, chupe-a, faça-a gozar
Marjorie riu encabulada
🕑🕒🕔DE VOLTA AO HAREM🕕🕓🕐
— Não estou entendendo — Fernanda respondeu
— Eu sei que não está, você é muito inteligente, mas não é esperta, os seus segredos estão sempre diante de você — Marcelo afagou a cabeça do garoto — Fala pra ela filho, conta pra ela o que o papai ensaiou.
O garoto esticou a mão para Fernanda em sinal de cumprimento
— Prazer meu nome é Mikael, eu tenho sete anos — O Português dele não era muito bom, tinha um sotaque arrastado
Marcelo chamou Fernanda com o dedo e fez um sinal para ela se abaixar também, ela se ajoelhou e ficou de frente com Mikael, pegou na mão dele.
— Meu nome é Fernanda — Ela tinha pressa, mas algo a incomodou, um estalo na cabeça — Você tem quantos mesmo?
— Sete! — Mikael respondeu animado e Fernanda percebeu, seus olhos encheram de lágrimas
As mãos dela começaram a tremer, o peito parecia que ia explodir, a garganta queimava, as palavras saíram com dificuldade
— Seu, seu…. seu nome é Mikael? — Fernanda perguntou com a voz trêmula
— Sim! com \”K\” — Ele falou animado — Quer dizer:
\”aquele que é similar a Deus\” Fernanda e Mikael falaram juntos
Fernanda olhou para Marcelo
— Não, não é possível! — Fernanda falou incrédula — Você não fez isso — Ela estava perdida, só conseguia pensar em respirar fundo para não desmaia — Como?
— Cabelo preto, olhos escuros, pele escura, olha esse Nariz! — Marcelo falou sorridente
— Não pode ser! — Fernanda falou entrando em pânico elevando o tom de voz, sentindo as lágrimas embaçarem sua visão
Eu falei que você pode ir se quiser, mas Mikael fica comigo, eu sou o pai dele, nos documentos apenas eu sou o pai, ele não tem mãe
— Esse é o meu Mikael? — Fernanda falou ainda segurando a mão de Mikael e apertando com força sem perceber.
Marjorie se aproximou e tocou o ombro dela
— Sim Fê, ela é o seu, o nosso Mikael
Fernanda colocou as duas mãos no rosto e soluçou forte, seu corpo sofreu um choque, queria destruir Marcelo, esmagá-lo por tudo o que ele a havia feito passar, havia se afastado dele pois ele a fazia sofrer, mas mesmo distante e continuava a fazendo sofrer
— Você o roubou de mim — Fernanda gritou — Seu monstro!
Fernanda agarrou Mikael e o apertou com força em seus braços
— Meu filho, meu Deus, eu não acredito, meu filho! — Ela não conseguia mais falar e fazer nada, apenas abraçava Mikael e chorava repetindo \”Meu filho\” \”Meu Mikael\”
Fora da casa um barulho de Pneu derrapando, parecia um carro em alta velocidade, todas se assustaram e o telefone tocou, era Cris, Fernando atendeu rápido
— Fala! — Fernando estava em choque
— Rodrigo está chegando no Harém, você ainda está aí? — Cris falou na linha — Ele vai chegar antes que as viaturas
Fernando ouviu buzinas fora da casa
Olhou para as meninas e depois para Marcelo que sorria satisfeito e fazia um sinal de tchau
— Bye bye, prometo que seus filhos vão te visitar na cadeira quando eles fizerem dezoito anos! — Marcelo respondeu debochado — Isso se você estiver vivo não é mesmo priminho!?
Fernando olhou brevemente para as meninas, olhos nos olhos, uma eternidade em uma fração de segundo, Fernando se aproximou da porta
— Fê! — Flávia chamou fazendo-o se deter por um segundo — Eu te amo!
Fernando não olhou para trás, prosseguiu
Todas as meninas choravam
— Fernando! — Marcelo chamou
E ele parou novamente
— Isso tudo aconteceu por que você pegou o que não é seu, eu sou a porra do M original — Marcelo elevou o tom de voz e estava gritando -O dono dessa porra toda, eu sou o rei desse lugar, isso é uma porra de um CHECK MATE seu filho da puta!
Fernando correu após ouvir Marcelo e viu um carro velho, um opala parado na frente de casa, dentro Rodrigo, o antigo affair de Cristina o chamava. Ele entrou no carro pela janela, Rodrigo acelerou e o carro fez barulho saindo dançando pelas ruas bem cuidadas e pavimentadas daquele local, diversas motos e carros vinham na direção oposta, mas Rodrigo desviou pela calçada e prosseguiu até ganhar a liberdade do condomínio, o carro era forte e parecia voar.
Dentro da casa Marjorie se aproximou de Marcelo
— Por que você o deixou ir, por que não deixou a polícia vir prendê-lo seria tudo mais fácil
Marcelo riu
— Se ele vai preso, tudo seria fácil e aliás, que graça tem construir o labirinto e não soltar o rato para brincar nele
— Escroto! — Marjorie respondeu
Marcelo deu-lhe um soco forte na bochecha fazendo-a cair.
🕐🕓🕕CINCO DIAS DEPOIS🕕🕓🕐
Fernando abriu os olhos, sentia seu corpo doer, a muito não tomava um banho, seu cabelo coçava, o calor era forte, o suor de dias e dias se acumulava em seu corpo, a fome apertava o rádio chiado começou a tocar.
🎵🎶 
\”Don’t worry about a thing, 
(Não se preocupe com qualquer coisa)\”
🎵🎶 
Fernando se sentou na cama, era dura, rasgada e mal cheirosa, o sol invadia o barraco e ele viu uma silhueta na cortina que separava a porta
🎵🎶
\”‘Cause every little thing is gonna be alright.
(Porque cada pequena coisa vai ficar bem)\”
🎵🎶
— Quem é? — Fernando esfregou os olhos, eles ardiam, não conseguia dormir, a cabeça doia de preocupação, aqueles dias estavam acabando com ele.
🎵🎶
\”Singin’: \”Don’t worry about a thing,
(Não se preocupe com isso)\”
🎵🎶
Era uma mulher, ela se aproximou, Fernando a viu, a pele negra, fosca, cabelos grandes e encaracolados esvoaçantes, parecia perfeita demais para aquele lugar pútrido, parecia perfeita demais para existir, mas ele a reconheceu, mas era impossível ela não deveria estar viva, não daquele jeito, e aqueles olhos estavam diferentes
— Paula? — Ele perguntou com a voz rouca
A mulher olhou em volta e sorriu
— Te achei! — Falou satisfeita!
🎵🎶
\”‘Cause every little thing gonna be alright!\” 
(Porque tudo vai ficar bem)\”
🎵🎶
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Rafaela Khalil é Brasileira, maior de idade, Casada. Escritora de romances eróticos ferventes, é autora de mais de vinte obras e mais de cem mil leitores ao longo do tempo. São dez livros publicados na Amazon e grupos de apoio. Nesse blog você tem acesso a maioria do conteúdo exclusivo.