Ametista 1 – Capítulo 08 – Ginkrente
Ficaram alguns segundos se olhando, as mãos de Vinicius tocaram a cintura de Ametista, ele mal podia vê-la pela iluminação, apenas os contornos sinuosos
Ambos ofegantes
— Te sujou — Ele disse com a voz baixa
— Não tem problema — Ela disse sorridente
As mãos dele subiram acariciando o corpo dela devagar, abdome, subiu mais e encontrou os seios, estavam melados de semem, lisos como óleo, ele a tocou devagar
Ela olhou assustada, não queria aquele tipo de intimidade antes do casamento, mas a situação deveria permitir aquilo, ele apertou os seios dela devagar, ela fechou os olhos, sentiu prazer, ele acariciou os bicos dos seios ao mesmo tempo, ela segurou as mãos dele.
— Amor, a gente precisa ir, não podemos fazer isso — Ela disse preocupada
— Só quero sentir vocẽ — Vinicius disse
— Vai ter muito tempo para me sentir se é isso que você quer — Ela sorriu ao falar — Eu quero que você me sinta
— E eu quero também — Ele falou satisfeito
— Vamos embora tá — Ela disse apoiando-se nos cotovelos, ele saiu de cima dela
Ainda no escuro ame vestiu suas roupas, não achou o sutiã, abotoou seu colete rápido para que Vinicius não pudesse vê-la.
Não havia ninguém na casa, saíram e fecharam a porta, ela pegou na mão dele e andaram rápido.
— Onde vamos? — Ele perguntou ao ser arrastado
Ela parou e olhou para ele, o botão soltou mostrando parte do seio brilhante pelo semem
— Não pegou o sutiã? — Ele perguntou preocupado
— Não, não achei, depois eu pego — Ela disse tentando não dar importância aquilo — Olha amor, eu quero falar com você uma coisa, rapidinho.
— Pode falar — Ele respondeu focado
— Aquilo que aconteceu lá dentro, não era para você ter visto, eu não queria que tivesse sido assim, era algo só para eu ter experiência, não era — Ela falou parecendo entristecida — Eu não sei
— Tá tudo bem, eu sei o que aconteceu, não precisa se preocupar comigo — Ele disse tranquilo
— Não, eu me preocupo sempre com você, eu sempre vou me preocupar com você, não consigo não me preocupar — Ela disse e passou a mão no rosto dele, ele sentiu o cheiro de sexo — Por que eu te amo
Ele pegou a mão dela
— Eu to bem — Respirou fundo — Eu vi você, eu queria muito ter contato com você
Ela fez uma cara de decepcionada
— Aquilo era só para a nossa noite de casamento, não podemos avançar mais que isso amor, vamos guardar para o nosso dia, prometo que vai ser incrível só nós dois — Ela beijou ele nos lábios, ele sentiu o gosto salgado de semem que ela ainda possuía — Me ajuda nisso
— Te ajudar no que? — Ele perguntou sem entender
— Me ajuda não fazer amor com você — Ela disse quase em súplica
— Mas você fez amor com eles — Vinicius apontou a casa
— Não, eu transei, eu meti e eu fodi com eles, mas eu não fiz amor, amor eu vou fazer só com você — Ela disse e colocou a mão no proprio ventre — E você vai encher aqui de porra, essa que você desperdiçou no meu corpo, era para ser toda aqui dentro pra gente fazer uma familia — Ela disse — Entende o que eu quero dier? nosso amor é sagrado
— Entendo — Ele disse pensativo — Eu posso praticar com as suas primas ou com outras garotas
Ela segurou a cabeça dele com as duas mãos
— Nem fodendo — Falou séria e repetiu — Só por cima do meu cadáver — As palavras pareciam sérias, deu outro beijo nos lábios e segurou pela mão puxando em direção ao alojamento — Vamos, preciso tomar um banho.
Na porta do alojamento ela avisou que ia se trocar e o deixou lá, poucos minutos depois apareceu, estava bonita, vestia uma camiseta bem justa, azul marinho, o sutiã marcava por baixo, usava um shortinho jeans bem comportado que ia até os joelhos e um tênis.
Se aproximou dele, Vinícius sentiu o perfume doce que ele tanto amava
—Tô bem? — Ela perguntou se referindo ao visual, ela cheirava à limpeza, frescor
— Está linda — Ele respondeu sorridente
Caminharam de mãos dadas, haviam vários eventos
Haviam vários eventos acontecendo, era o penúltimo dia deles ali no acampamento, os ônibus partiram à noite do dia seguinte logo após a missa final onde o Padre daria a bênção a todos, mas ainda era cedo, Ametista parecia procurar por alguém.
— Tá procurando quem? — Vinicius disse ao observar a namorada
— As meninas — Ela disse quase distraída
— Pra que? — Ele disse num tom quase autoritário
— Ai amor, nao fica com ciúmes, quero falar com elas, perguntar umas coisas — Ametista disse
— Que coisas? — Vinicius perguntou curioso
— Coisa de mulher Vini, não seja curioso — Ametista disse — Senão pode saber demais
— Não me importo em saber demais, quero saber tudo de você — Ele disse parando e olhando diretamente pra ela
— Não quer não — Ela respondeu andando, mas parou quando percebeu que ele não a acompanhou, olhou pra ele — Sério?
— Sim, eu quero saber tudo, você é minha noiva, será minha esposa, eu tenho direito de saber tudo de você, problemas e pensamentos, experiências e dúvidas, tudo assim posso ajudar
Ela desviou o olhar
— Amor — Ela falou pensando no que ia falar — Eu sei que a gente vai ficar unido para sempre, você já viu umas coisas que eu não queria que tivesse visto — Ela desviava o olhar dele — Mas é que eu estou começando nesse negócio e eu quero pedir umas orientações para elas, com umas duvidas de mulher mesmo — Ametista disse desviando do assunto
— Não precisa esconder de mim — Vinicius insistiu
Ela fechou os olhos e juntou as mãos como se fosse fazer uma oração
— Amor — Ela falou olhando para ele — Quero aquela pílula do dia seguinte por que eu estou com medo de estar grávida
Ele arregalou os olhos, balbuciou algo, mas não conseguiu formular uma frase
— Tá vendo — Ela disse — Por isso eu não queria falar nada, olha como você ficou — Deu as costas
— Não — Ele tocou no ombro dela — Eu te ajudo
— Como? — Ela perguntou, não tem farmacia perto daqui — Ela falou pensativa — Por isso ia ver com as meninas se elas tem algo, elas devem ter
— Vamos ver com elas então — Vinicius disse olhando em volta
— Vamos — Ametista respondeu ressabiada quando sentiu Vinicius pegando em sua mão e olhando em volta procurando as meninas
Andaram no meio das pessoas
— Seria ruim se eu engravidasse? — Ametista perguntou — Você ia me amar?
— É isso que a gente quer amor, um filho, não é? Pra nossa familia — Vinicius respondeu ainda procurando as primas dela
— Não, eu digo, esse filho, um filho do Otávio, não seu, você me amaria? — Ela perguntou curiosa
Ele olhou para ela assustado
— Eu, eu — Ele pensou — Você quer ter um filho com ele? Achei que quisesse comigo! — Ele perguntou confuso
— Eu quero! — Ela disse, mas depois completou — Com você, eu só estou pensando, não quero ter filhos agora, a gente precisa estar melhor na vida antes
— Oi — Ouviu a voz de Carla perto delas
— Carlinha! — Ametista largou a mão de Vinicius, dando graças à Deus pela interrupção, deu um abraço na prima
— Oi Amezinha — Carla falou no ouvido dela — Tudo bem?
— Tudo! — Ametista falou ao largá-la, Vinícius se aproximou, Ame olhou para o noivo e tomou fôlego — Eu transei bastante com o Otávio e ele fez em mim — Ametista disse — Vocês tem aquelas pílulas pra não dar errado?
— Como é? — Carla disse sem entender
— Chegou quem faltava — Fernanda se aproximou — Qual a fofoca?
As tres primas estavam vestidas praticamente igual, mas os shortinhos de Carla e de Fernanda eram bem menores que os de Ametista
— Não sei — Carla disse — Fala de novo Ame, por favor
— Ai meu deus — Ela disse incomodada por Vini estar ali — Eu e o Otávio fizemos, eu queria saber se vocês tem aquelas pílulas para não dar errado daqui a nove meses
— Aaahhhh — Carla disse entendendo o que ela havia dito
Fernanda olhou para Vinicius
— Tá tudo bem com isso? — Fernanda falou parecendo curiosa sobre a presença dele ali
Ele não respondeu, fez apenas um pequeno gesto positivo com a cabeça
Ela fez um sinal negativo e sorriu, olhou para Ametista
— Deixa eu ver se entendi, você deu a buceta pro Otávio e ele leitou você, ontem e pelo visto hoje também porque encontrei ele e o Rafael e ambos disseram que comeram você ao mesmo tempo — Fernanda disse — Foi isso?
Ametista corou
— Foi — Respondeu envergonhada
— E você quer saber se as leitadas no útero podem te engravidar? — Fernanda perguntou
— Não, eu sei como funciona eu sei que leitada pode engravidar, eu quero saber se vocês tem remédio pra isso — Ametista perguntou
— Ah filha, não é assim não, remédio tem, mas você tem que tomar um mês ante e ficar tomando, é o anticoncepcional ou isso ou o capote mesmo — Fernanda disse simplória
— Eu sei — Ametista disse nervosa — Mas tem uma pílula que você toma depois, eu li sobre isso, vocês não tem?
— É o Pilem — Carla disse — Não temos aqui, tem que comprar, não é pra tomar sempre é só na emergência, pq fode todo o esquema
— Então eu tomo quando voltarmos — Ametista disse
— Olha — Fernanda disse — Sem querer fazer inferninho, quanto mais tempo demora pra tomar, menor é o efeito, eu tomaria imediatamente por que a leitada do Otávio é farta pra caramba e grossa, a do Rafa também é da hora, as duas juntas é certeza de neném — Fernanda riu sozinha
Ametista olhou para Vinícius, estava envergonhada e preocupada
Fernanda continuou
— E pelo tempo que você foi leitada Ame, acho que já deu hein, tem no máximo umas horinhas aí no máximo — Fernanda disse
— Dá tempo ainda — Carla disse
— Mas tem que correr — Fernanda disse
Ametista olhou para Vinicius novamente, preocupada
— Eu, eu — Ela disse — Tenho que tomar — Parecia um pouco desesperada
— Vamos dar um jeito — Ele pegou Ametista e puxou pela mão
Carla e Fernanda ficaram olhando, Fernanda achou estranho, Carla achou fofo e ficou secretamente apaixonada pelo carinho de Vinicius com Ame, desejou ter alguém assim por ela.
Foram até a administração, Vinicius perguntou sobre alguém que tinha carro ou que podiam ir para a cidade próxima, mas ninguém tinha e não havia viagem programada antes do fim da noite e sem parada, não havia alternativa
Pararam num canto e Ametista ficou séria, estava tensa, cerrou os punhos e apertou os olhos, as lágrimas brotaram
— Ei amor, calma — Vinicius disse abraçando-a
Ela começou a chorar desesperada
— A gente vai dar um jeito — Vinicius disse
— Você não vai gostar de mim por que o meu bebe vai ser preto — Ametista disse
— Não amor, eu não disse isso, se não tiver jeito a gente cuida, não se preocupe — Vinicius disse
— Sério? Você me ama assim? — Ela perguntou preocupada
— Eu gostaria que fosse meu, mas se foi um acidente, não tem jeito — Ele disse — Não chora, vamos resolver isso
Ela agarrou ele
— Vamos fazer uma oração — Ametista disse com a voz chorosa
— Vamos — Vinicius disse e segurou na mão dela
Alguém se aproximou deles
— Vocês que queriam ir pra cidade? A gente vai lá agora, tem uma vaga, é pa pum — O Homem falou, parecia ser um dos motoristas do Ônibus
— Sim! — Ametista disse animada — A gente quer!
— Mas só um de vocês — O Homem olhou para Ametista e ela viu desejo no olhar dele — Vai você mocinha?
— Não, eu vou — Vinicius disse em parte para a namorada não se locomover, em parte para ela não ficar sozinha com os homens desconhecidos, sabia que eles não iriam fazer nada a força, mas atualmente sabia também que a possibilidade dela transar com eles era alta, não queria arriscar
— Mas amor… — Ela disse pensativa
— Tudo bem, eu vou lá, compro e a gente volta rapidinho, você fica esperando com as meninas — Vinicius disse
Ela olhou pra ele, admirou a bondade que ele fazia por ela, agradeceu a Deus por ter um noivo que a amava tanto, abraçou-o
— Te amo tá? — Falou beijando-o
Despediram-se, Ametista ofereceu dinheiro, mas Vinicius disse que tinha e depois eles veriam o valor, ele foi e ela ficou observando o carro sair lotado.
Deu meia volta e andou até o festival que agora tocava música e as pessoas bebiam sucos e refrigerantes, comiam e conversavam despretensiosamente
Viu as primas conversando com os namorados e se aproximou
— E aí cadê o boi? — Fernanda disse sorridente
— Não faz isso Fernandinha — Ametista disse triste
Fernanda mudou a expressão
— Desculpa — Falou se desculpando ao Ame se referir a ela no diminutivo
— Ele foi comprar o meu remédio — Ametista disse — Os motoristas vai pra cidade próxima e lá tem farmacia
— Mas ele foi agora? Por que não esperou amanhã, tem uma parada na cidade assim que a gente sai daqui — Fernanda disse
— Por que você disse que era urgente — Ametista disse
Carla deu um soco no braço de Fernanda
— Aí caralho! — Carla falou — To falando Fê, você é idiota!
— O que foi? — Ametista perguntou ao ver as primas
Fernanda se afastou de Carla
— Puta! — Falou dando as costas e indo embora
Carla pegou Ametista pelo braço e deixou os meninos sozinhos
— A Fernanda tava exagerando, não era urgente o remedio, não tanto, dava pra tomar amanhã, são 72 horas — Carla disse explicativa — De prazo
— Não acredito — Ametista disse nervosa — Porra, o Vini foi lá com aqueles caras desconhecidos e ele é introspectivo
— Eu sei, ela disse que você sabia, achou que você sabia e entendeu a brincadeira — Carla disse
— Que maldita — Ametista disse — Me fodeu!
— Ah, ele demora pra voltar? — Carla disse
— Umas 4 horas pelo que entendi, por que os caras tem coisas pra fazer na cidade — Ametista disse
— Ah, não tem o que fazer né, os celulares nem pegam aqui, deixa ele voltar, você toma e ta tudo certo — Carla disse
Ametista saiu pisando duro
— Onde você vai? — Carla perguntou preocupada
— Vou quebrar a cara daquela ruiva aguada! — Ametista disse irritada
— Não, não — Falou preocupada — Perae, eu vou chamar ela
Ametista ficou parada, estava irritada, viu Carla voltando com Fernanda, cruzou os braços, iria confrontá-la, Fernanda se aproximou e abraçou
— Desculpa Amezinha, eu achei que você sabia que eu tava brincando, não fica brava comigo por favor — Apertou Ametista
O Abraço durou alguns segundos, Ametista soltou o ar nervosa, Fernanda a soltou, elas se olharam, Fernanda estava com um olhar submisso, Ametista falou
— Eu não sei nada de sexo, nada dessas coisas, nunca me preparei pra isso, eu confio em vocês, não faz assim comigo — Falou com os olhos cheios de lágrimas
As primas a abraçaram, se desculparam, se acertaram rápido e ficaram andando e conversando, comendo e bebendo.
— Primas, tava pensando — Fernanda disse — Os meninos falaram que vai rolar um esconde esconde ali no bosque — Vocês querem participar?
— Esconde esconde? — Carla perguntou — Tipo de criança?
— Mais ou menos — Fernanda disse
— Tipo, esconder e encontrar? — Ametista perguntou curiosa — Normal?
— É, mas é pra adulto — Fernanda disse — De putaria vai, se eu não falar vocês não entendem caramba, vai ter varios caras e vários lugares pra gente se esconder e brincar com eles
— Aaahhhh — Ametista e Carla falaram ao mesmo tempo
— Ah, vamos — Carla disse — Bora Ame?
— Não, sei, fiquei tensa com esse negócio de filho e tal — Ametista disse — Não sei se tô na vibe
— Ah, seu boi vai trazer o remédio, aí você pode tomar mais e mais leitada até ele voltar, não dá nada — Fernanda disse
— Não chama ele de boi por favor — Ametista disse
— Só entre a gente eu chamo tá? — Fernanda disse — Prometo
— Ele não é boi — Ametista disse
— Claro que é — Carla disse — Tem chifre, é seu gado, não faz nada, é totalmente boi
Ametista se surpreendeu com Carla, ela não era agressiva assim
— Ele é corno, é gatinho e inteligente — Fernanda disse — Confesso que to com inveja de você ter um cara bacana que deixa você meter, se eu arrumasse um assim eu casava na hora — Falou pensativa
— Eu também — Carla falou também pensativa
Ficou um silêncio estranho entre as três, Ametista quebrou
— Como é essa brincadeira? — Ametista perguntou curiosa
— Não sei, vamos lá ver — Fernanda disse
Chegaram próximo aos meninos, conversaram com eles, foram até o lugar, haviam mais homens e mulheres que Ametista não conhecia, deviam ser de outras igrejas, amigos, ficaram conversando um tempo até que um deles disse
— Pessoal, eu sou o monitor Juju, vai começar nossa brincadeira de esconde esconde de todos os anos — Ele disse num tom de voz baixo, mas chamativo— Apontou para um lado e disse — Meninas aqui e meninos do outro lado— Quando se organizaram ele continuou apontando para o alojamento ao longe— A galera ali não pode saber, mas é o seguinte — Tá liberado todos os lugares aqui perto, árvore, ônibus, só não dentro dos alojamentos
Uma garota que estava come le, morena, alta completou
— Oi gente eu sou a monitora Gisele, a regra é a seguinte — As meninas se escondem e os meninos procuram, quem encontrar fode — Ela disse — Simples assim, se for virgem dá o cu, se não dá a buceta, se não quiser fuder tem que pelo menos mamar — Olhou em volta — Todas de acordo?
Eram mais ou menos trinta homens e dez ou doze garotas, nenhuma se manifestou e a garota continuou
— Então tá combinado — A monitora Gisele falou se dirigindo aos meninos — Vocẽs vão pro acampamento, lembrem que não é não, se a menina não quiser, não é pra forçar nada certo? — Esperou eles falarem e em seguida concluiu — Alguém de vocês quer se esconder também? A regra fica sendo a das meninas, olhou para um deles, visivelmente afeminado — Bruno?
Alguns homens riram, olharam para o Rapaz, era branco, alto, forte desviou o olhar
— Vai Bruno, vai lá, dá nada não, eu te acho — Outro homem disse sorridente
— Vai cara, vai — Outros incentivaram aos risos
Bruno ficou acanhado e sem levantar a cabeça caminhou até o lado das mulheres
— Então lembrando que se em duas horas uma de vocês não for encontrada vai ganhar o prêmio de cinco mil reais — O monitor Juju disse — Mas se for encontrada é quinhentos por cabeça.
Todo mundo concordou, Ametista não entendeu direito, estava pensando no prêmio de cinco mil reais
— Então tá valendo — Gisele continuou — Meninos vão pro alojamento e a gente vai se esconder, voltem em dez minutos! — Gisele falou e alertou — Lembrando que essa brincadeira não é autorizada pela igreja — Colocou o dedo nos lábio e depois fez um sinal de zíper na boca — Então, silêncio se não isso acaba
Os meninos saíram andando rápido
— É assim? — Ametista perguntou pras meninas
— Eu nunca participei — Fernanda disse — Só tinha ouvido falar
— Vamos meninas, se escondem, pelo menos finjam né! — Gisele disse arrancando risada das meninas — Vamos vamos!
As meninas se movimentavam rápido, Fernanda se afastou delas dizendo para se virarem
Carla também saiu de perto, Ametista se viu sozinha, andou pelo terreno, tinha uma pedra grande, uma piscina velha abandonada e resolveu ir até ela.
Não sabia exatamente se queria participar da brincadeira, parecia divertido, mas algo assim muito baseado em sexo era por demais assutador.
A pedra era alta e curva, um chão de grama aparada, a altura da pedra fazia uma sombra contra o sol, ela entrou atrás da pedra e algo se mexeu assustando-a
— Ai meu Deus! — Gritou assustada, tinha um homem quando olhou
— Eu já to aqui — A voz masculina disse, era o rapaz chamado Bruno que ficou do lado das meninas
— Eu não te vi desculpa — Ametista disse envergonhada
— Pode ficar aqui se quiser, vai ser difícil de acharem a gente — Ele disse
Ela sorriu e se aproximou
— Eu sou a Ametista — Ela falou amigável
— Sou o Bruno, acho que você já me conhece né? — Ele disse envergonhado
— É, eu vi — Ametista disse — Você é gay, né?
— Um pouco — Ele disse sem se importar — Ametista, que nome bonito
— Obrigada, minha família tem uma coisa com pedras, sei lá — Ametista disse
— É? tem outra irmã com pedra? — Bruno perguntou curioso
— Tenho uma prima Cristal, uma Rubi, um Onix, uma Ágata e outros parentes por aí — Ametista diss simplória
— Que legal — Ele disse pensativo
— Primeira vez que participa aqui? — Ametista disse — Tô meio receosa
— Não, a terceira já — Ele disse pensativo — Receosa com o que?
— Sei lá, nunca fiz essas coisas — Ametista disse preocupada
— Ah, você sabe né, os caras vem aqui pra comer a gente — Bruno disse — Se esse é seu medo, tenha medo — Ele disse e riu
— Eu sei, mas eu fico com receio de dar, sei lá, vem muitos? — Ametista pareceu preocupada
— Ah, você escolhe ué, se vier muitos você escolhe só um, ou deixa todos, escolhe a ordem, os monitores ficam olhando, isso acontece há uns vinte anos já, nunca deu nada errado pelo que eu sei
— Tanto tempo assim? — Ametista perguntou pensativa, os pais dela vinham para esse evento, muitos conhecidos, tias será que haviam participado?
Ficaram escondidos algum tempo em silêncio, sabia com os homens haviam saído para procurar, ouviram risadas e gritos ao longe, sabiam o que estava acontecendo
— Você não se importa dos seus amigos te verem? — Ametista perguntou
— Me importar com o que? — Bruno perguntou — Todo mundo sabe que eu sou viado
— Mas aqui na igreja não pode homossexual — Ametista disse — Ao menos eu achei que não pudesse
— Você não gosta? — Bruno perguntou assustado
— Eu não tô nem aí, mas achei que não pudesse — Ametista disse
— A Bíblia é um livro complicado, você arruma explicação para o que você quiser lá, quem é frustrado diz que não pode nada, quem é feliz diz que pode tudo desde que você louve o senhor
— E você louva? — Ametista perguntou
Bruno tirou uma correntinha prateada do pescoço que estava dentro da camiseta e mostrou pra ela, uma cruz em seguida beijou
— Sexo é coisa do meu Deus, ele fez isso pra nós, os homens que colocam regra e proibem por frustrações, medos e inseguranças, Deus quer que a gente aproveite a vida e seja bom com o nosso próximo, se formos boas pessoas e não fizermos mal pra ninguém está tudo bem
Ametista ficou pensativa
— E esse prêmio? — Ela pensou — Como funciona?
— Ganha quem ficar por último escondido, a gente fica junto aqui, ninguém vai achar a gente, aí conforme for ouvindo os apitos a gense separa por que só pode ficar um de nós dois
— Ta bom — Ela disse — E se for pega ganha algo?
— Ganha quinhentos reais por cabeça, mas tá fora do jogo — Bruno disse — Ela disse, você não ouviu?
— Que cabeça? — Ela perguntou, mas foi interrompida
— Achei! — Uma voz masculina gritou ao lado dela assustando os dois — Caralho é a Ametistaaaa!!! — O homem gritou comemorando — Cola aí Diego!
Ela não entendeu, ouvi um movimento, mais gente se aproximando, outro homem apareceu
— Não acredito — Ele olhou pra Ametista — Caralho, a delicinha mesmo, filho da puta sortudo!
O homem sorria animado, esticou a mão para Ametista, o outro homem esticou a mão para Bruno
Bruno sorriu envergonhado
— Fui pego — Ele disse
Ametista segurou a mão do homem
— To de olho em você faz anos! — Falou para ela
Ametista não o conhecia, nem ele nem o outro homem
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