Capítulo 100 — A Estrada até aqui

O Segredo de Fernanda

Capítulo 100 — A Estrada até aqui

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\”Carry on my wayward son
For there’ll be peace when you are done
Lay your weary head to rest
Don’t you cry no more…\”
Fernando ouvia essa musica no carro enquanto dirigia distraído, ele gostava da Banda Norte Americana Kansas.
\”Oi, tudo bem com você gatinho?\”
A mensagem recebida por Fernando atormentou-o por sete meses, nesse tempo ele pagou detetives e tudo o que podia para sanar sua curiosidade. Tentou entrar em contato com Fernanda mas sem sucesso, apesar de ela continuar usando o cartão de crédito o telefone ja não respondia mais, e os emails eram respondido com muito tempo de espaçamento e eram sempre evasivos.
Fernando também entrou em contato com o pai de Paula e o encontrou-o pessoalmente, ficou surpreso coma quantidade de seguranças armados que andavam em torno do embaixador, achou-o um homem simpático e forte, e ele não ficou sabendo mais do que sabia, Paula continuava nos laboratórios de Emilio Maresh para tentar resolver seu problema.
— Eu não sei como essa loucura foi acontecer, mas fui muito bem indicado, mesmo coisas inacreditáveis acontecem nos laboratórios do Sr. Maresh, vamos ter fé nele. — Falou o pai de Paula antes de Fernando ir embora.
Apesar de Jessica Simons ter vindo ao Brasil ela sequer falou com Fernando ou alguém do Harém, Gabi que estava distante de Fernando e de todas as meninas respondeu mensagens de Carla de forma esparsa e evasiva e afirmou que não mandou mensagem alguma para Fernando, ela parecia querer manter distância.
Fernando havia recebido uma proposta de sociedade em um novo projeto, iria abrir alguns restaurantes Japoneses e precisava viajar para o Nordeste, e assim foi, Carla queria muito ir com ele e é claro que Mari também, mas ele não deixou, foi sozinho.
Então, ficaram na cada Carla e Márcia como um casal, Mari e Cris que procurava um apartamento para se mudar mesmo que a contra-gosto de Fernando e Carla
— Você não precisa sair daqui Cris, pode ficar com a gente o quanto quiser.
Cris sorriu simpática para a irmã, não guardava nenhuma mágoa
— Eu sei que posso, mas não sei se devo — Respondeu Cris pensativa.
O Tempo depois da saída de Fernanda começou a passar mais devagar mas as atividades do Harém continuaram a existir, então a três meses Carla fez o Anuncio:
— Estou Gravida! 
Foi uma alegria, as meninas a abraçaram e Fernando declarou novamente seu amor por ela.
A Barriga de Carla, com quatro meses começava a aparecer, estava bonita e quando dormia ao lado de Márcia, a Japonesa beijava sua barriga e a abraçava sussurrando cantigas para acalmar o bebe.
Então em dia cinza e chuvoso e gelado a campainha da casa tocou, era um condomínio fechado, se a pessoa havia chegado até a porta deveria ser um guarda ou alguém conhecido
Era um feriado, as meninas estavam sentadas na sala assistindo um filme com cobertores e Carla estava sendo paparicada por todas por estar grávida
— Deve ser o fê — Carla falou deduzindo
— Mas ele tem a chave, será que perdeu? — Mari respondeu
Cris se levantou, jogava seu Nintendo de pernas Cruzadas, colocou-o no braço do sofá
— Bem, deixa eu ver.
Mesmo morando em um condomínio de alto padrão, cercado por muros enormes, câmeras e segurança Cris não perdia a mania, ai se levantar pegou a arma que ficava em cima da geladeira e meteu na calça.
Aproximou-se da porta e olhou no olho mágico, não conseguiu ver a pessoa, estava longe era uma mulher de cabelo castanho.
Abriu a porta com uma mão nas costas, segurando a arma
— Pois não? — Falou num tom mais alto para chamar a atenção
Na Europa (Interior da Alemanha)
Fabio chegou na casa da tia, vestido como Amanda, queria ser amanda e se tornar uma mulher bonita, sua tia morava no interior da Alemanha e ele não fazia ideia do tipo de relacionamento que teria com ela.
Quando ela o viu pela primeira vez não compreendeu o que havia acontecido e o questionou fazendo com que Amanda usasse seu enferrujado alemão que aprendera com os avós e com a Escola Alemã onde havia estudado.
Surpreendentemente, quando explicou por cima o que havia acontecido e de sua vontade de ser mulher a tia sorriu e o abraçou, afirmou que ele não era o primeiro caso que ela havia visto
— As mulheres são fenomenais mesmo, não te culpo de gostar tanto de nós ao ponto de querer ser uma
Na Europa (Noruega)
Olhar o mar era um dos passatempos de Marjorie, ela sentava no fim da tarde na pedra mais alta da colina e apreciava o Sol se por comendo arenque e bebendo uma bebida de alto teor alcoólico devido ao frio.
Gostava do mar azul escuro, da fúria das águas batendo no penhasco e da cor que o horizonte tinha que era diferente do Brasil.
Sentiu uma mão no seu Ombro
— Venha, está frio, não vai te fazer bem
Uma criança passou correndo por Marjorie e pegou uma Pedra atirando no Penhasco em seguida
— Oi Má, vou ver o por do Sol e já vou! — Marjorie respondeu segurando a mão do irmão e esfregando o rosto suavemente nela
— Mikael, não chegue tão perto do penhasco, você pode cair! — Marjorie advertiu o garoto
— Tia, eu não caio, eu faço isso sempre! — Mikael respondeu sorrindo
Era um garoto magro mas de força maior que a da sua idade, ele ia pescar sempre com Marcio e carregava peixes grandes e pesados, adorava a vida que tinha. Sua pele era branca, mas levemente mais escura que de Marjorie e Marcio, seu cabelo era negro assim como seus olhos e seu sorriso fazia Marjorie suspirar de saudades.
— Não demore — Ela apontou para a barriga dela — Mikael vai ficar para cuidar de você.
— Vou tomar! — Marjorie respondeu olhando Mikael sentando-se ao seu lado e ficando em silêncio.
Marcio era o irmão de Marjorie, ele foi namorado de Fernanda a muitos anos atrás quando desentendimentos o fizeram abandonar tudo e se mudar para um lugar que somente Marjorie sabia onde ficava, a casa dos Padrinhos de Marcio na Noruega.
Marjorie esperou o sol se por e chamou Mikael
— Vamos querido, está tarde
O menino se levantou num pulo e ajudou-a a se levantar, não era fácil com uma barriga daquele tamanho, grávidas não tinham muita mobilidade
No Harém
A primeira coisa que viu foi a barriga grande, era uma mulher grávida, tinha uma mala de rodinhas junto dela. Quando a mulher olhou seus olhares se cruzaram, era Fernanda
— Fê? — Cris se aproximou esquecendo a arma e deu-lhe um abraço que foi retribuído
— Sim, eu
— O que houve? Você está bem?
Fernanda a abraçou mais forte
— Estou sim
Cris se afastou e colocou a mão na barriga de Fernanda, estava confusa, ela se olharam novamente nos olhos e Fernanda acariciou a mão de Cris que tocava-lhe a barriga
— Quanto tempo? — Cris perguntou segurando a mão de Fernanda
— Umas trinta semanas, uns sete meses — A voz de Fernanda era baixa e sua expressão era cansada
— Entra, você está fria! — Cris falou puxando-a para dentro
Quando entrou as meninas a cumprimentaram e ficaram felizes com a gravidez dela. Fernanda explicou que o filho era de Fernando, que eles fizeram amor antes de ela ir embora e foi ali que ela engravidou.
Explicou também que procurou por Marjorie o máximo que pode mas achou apenas indícios dela e não chegou a encontrá-la de verdade, só voltou por que estava começando a se sentir cansada com a gravidez.
— Eu também estou grávida! — Carla avisou
Fernanda Sorriu e lhe deu um abraço
— Que maravilha, eles serão amigos!
Fernanda voltou ao seu quarto que estava preservado, tomou um banho e as meninas passaram a tarde toda dentro de casa no frio, comeram, beberam e conversaram.
Durante o fim da tarde e o inicio da noite a chuva se intensificou, por volta das oito horas da noite a energia acabou e o gerador foi ligado automaticamente, a tempestade era forte e fazia um barulho absurdo, a água batia nas janelas e os trovões pareciam querer invadir a casa a qualquer custo.
Fernanda já estava a vontade novamente, Fernando só voltaria em alguns dias e ela pediu para as meninas não o avisarem do retorno para não o preocupar.
Muito tarde da noite o filme passava e apenas Cris assistia, Mari dormia no colo de Márcia e Fernanda dormia no colo de Carla.
O Interfone tocou alto e assustou a todas, Cris pausou o programa e se levantou para atender.
— Pois não? — As meninas olharam para ela aguardando a conversa — Sim, agora já voltou, o gerador desligou — Cris parecia responder questões do segurança — Flávia? Não conheço — Cris ficou ouvindo um pouco e e chamou Carla
Carla veio e assumiu o telefone, falou por alguns segundos e completou
— Ta bom, pode mandar ela entrar — Carla falou com uma voz estranha, parecia contra a própria vontade, ouviu mais algo e em seguida continuou — Pode trazer ela aqui na porta, por favor? — Aguardou falarem algo e desligou agradecendo.
A Expressão de Carla parecia surpresa, ela largou o telefone e foi até a porta, todas as meninas ficaram olhando para ela ela, esperando ela falar algo então, depois de alguns minutos de silêncio Cris falou
— O que foi Carla,quem ta aí, é o Fê ou um fantasma? — Cris sorriu no fim da pergunta
Mas Carla não entendeu a piada, olhou confusa para a irmã e massageou a própria nuca, piscou forte e respirou fundo
— Um fantasma — Ela respondeu
Cris se arrependeu de ter dado o telefone para a irmã grávida, uma notícia ruim podia ser prejudicial para aquela gravidez.
Bliiim Blóóóóómmmm
A Campainha tocou e Carla se virou para a porta novamente, puxou os dois trincos e abriu a maçaneta.
As meninas puderam ver o guarda todo molhado na porta conversando com ela, assim que ele saiu da frente elas puderam avistar.
Nos Estados Unidos da América
Distante dali, cerda de oito mil quilômetros Gabi estava sentada na sala com um famoso cantor de RAP conversando, ele estava completamente apaixonado por ela mas ela não queria relação nenhuma pois ele havia namorado com Jessica Simons, sua irmã durante seis meses e essa relação seria no mínimo esquisita, mesmo com Jéssica dizendo que estava tudo bem.
A vida de Gabi não foi tão fácil na América do Norte como todas pensam que poderia, apesar da riqueza da irmã e do glamour de ser famosa ela passou por perrengues, o principal foi o idioma, apesar de seus estudos intensivos ela descobriu que não sabia nada, uma simples criança falando com ela na rua fazia com que ela se sentisse uma idiota por não entender nada.
Mas o que mais a chateou foi uma noite especifica, no inicio da sua estada nos EUA, quando ainda conhecia a irmã, onde Jéssica chamou alguns amigos para apresentar a irmã, entre eles vários famosos de Hollywood que deixaram Gabi maravilhada. Todos apaixonados pela beleza das irmãs. Eles então brincaram de um jogo de tabuleiro e varias brincadeiras até que Jéssica fez algo que deixou Gabi em choque. 
Em um determinado momento da noite Jessica se abaixou e abraçou as pernas da irmã, Gabi usava um shortinho Jeans comportado, no meio das coxas. Jéssica então abriu um frasquinho, colocou um pó branco nas pernas de Gabi e cheirou, bateu palmas e se levantou animada.
Gabi olhou com os olhos arregalados
— Vamos Gabi — Jessica deu um frasquinho para ela — Experimenta!
Gabi se levantou e falou:
— Posso falar com você em particular? — E saiu da sala — Com licença
Esperou no outro cômodo e Jessica chegou correndo
— O que foi minha irmã linda!? — Jessica estava animada, o olhar vidrado e o sorriso travado no rosto
— Que porra é essa, você é drogada?
— Ah, você é careta, sério? — Jessica perguntou debochada
— Olha só! — Gabi falou em português — Eu não vou aceitar esse tipo de coisa, se for para viver com uma drogada eu vou voltar pra casa
— Eu não estou entendendo o que você está falando! — Jessica respondeu irritada — Não sou tão boa nesse idioma e você sabe
— Presta atenção — Gabi repetiu em português — Ou você para com essa porra ou pode esquecer que eu existo
Jessica abaixou no rosto
— Eu não consigo — Respondeu em um português ruim — Eu já tentei, mas sempre tem sobrando e é tão gostoso — Ela respondeu se aproximando de Gabi
— Você quer ajuda? Se você quiser a minha ajuda eu fico com você do seu lado, se não quiser eu pego um voo para casa agora mesmo
— Quero, não vá, por favor, eu te amo, você é a pessoa mais importante do mundo pra mim, não me deixe! — Jessica suplicava numa mistura de Português com inglês.
— Ta bom, não use mais hoje, vamos cuidar disso!
Jessica sorriu com os olhos cheios de Lágrimas
Em algum lugar desconhecido
\”O que está acontecendo\”
Abriu os olhos olhos e percebeu que não conseguia falar, esticou as mãos e elas bateram em um vidro grosso, estava dentro de um tubo grande com um aparelho na sua boca, colocou as mãos no aparelho e sentiu que ele descia pela garganta até muito fundo no seu estômago.
Passou a mão em torno do seu corpo, e percebeu que algo entrava em seu anus e em sua vagina, algo que estava bem preso.
Uma ponta de desespero tomou conta dela uma pessoa de Jaleco branco apareceu no video, ela não conseguiu distinguir quem era mas tinha a pele negra contrastando com a vestimenta. A pessoa correu e saiu do seu campo de visão, ela se olhou no reflexo, não estava esquelética e nem careca, seu cabelo estava crescendo, sua pele antes pálida tomava o tom fosco escuro de sempre, seus olhos antes negros estavam de uma cor estranha, violeta.
Sentiu uma sonolência e seus olhos se fecharam, voltou a sonhar com sua moto, com o lugar que ela tanto amava e que levou se mestre que foi o único que conheceu o \”Meu lugar\”
De volta ao Harém
Era uma mulher, devia ter uns trinta anos, usava uma calça jeans surrada, uma camiseta branca encardida e uma jaqueta, carregava uma mochila grande nas costas, carregava uma criança de uns seis anos no colo, na mão esquerda segurava uma menina de uns oito anos de idade e na outra mão puxava uma mala grande, vermelha de rodinhas, todos os três estavam completamente encharcados.
Carla se afastou na porta e fez algo como uma reverência
— Pode entrar Flávia.
E ela obedeceu, olhando para baixo, parecia derrotada, quando a luz da sala de entrada a iluminou as meninas puderam ver o cabelo cor de rosa molhado, com a raiz escura e parecendo não ter sido cuidado a muito tempo.
Ela se abaixou e colocou a criança de colo no chão, levantou-se e  virou-se para Carla abraçando-a com força.
O Abraço demorou alguns segundos então todas puderam ouvir, a mulher estava chorando, Carla a abraçava de olhos fechados, parecia sentir a dor dela.
Durante esse processo Márcia buscou toalhas e se abaixou, se aproximou das crianças, elas se afeiçoaram rápido a ela, eram simpáticas e nada desconfiadas, aceitaram bem serem secas com toalhas limpas, pareciam famintas e mal cuidadas.
— Vocês estão bem? — Márcia falou passando a mão no cabelo úmido e maltratado da menina, pegou nos braços dela — Você é bem magrinha, está com fome?
A menina fez que sim com a cabeça e puxou o irmão pelo braço
— A Tia vai te dar algo pra você comer, quer? — Márcia perguntou dando um beijo na mão dela
— Quero — Ela respondeu com a voz fina
A Resposta fez o abraço de Carla e Flavia se desfazer.
Ela olhou para as Crianças e se abaixou também, Mari deu uma toalha a ela, abraçou os dois filhos e os puxou para ela
— Tudo bem crianças! — Agarrou os filhos com força e ainda chorava.
Carla passou a mão na Cabeça de Flávia e com a toalha tirou o excesso de água da mulher.
— Vem, você precisa tomar um banho, pode deixar seus bebes aqui, a gente vai  dar comida pra eles e depois um banho quente.
Mari agasalhou as crianças no cobertor do sofá
Flavia olhou constrangida para Carla e em seguida fitou cada uma das meninas demoradamente, Mari reparou que seus olhos grandes e seu nariz empinado eram conhecidos, mas algo estava diferente, ela não sabia dizer o que era e nem se lembrar de quem era.
Carla puxou Flávia pela mão e levou-a para o quarto, ela foi meio relutante viu quando Márcia Pegou a criança menor e Mari pegou a menina maior levando-as para a cozinha.
— Flavia, aqui tem toalhas, roupas minhas aqui — Carla mostrou a gaveta — E aqui tem roupas da Márcia — Mostrou outra gaveta — Você pode escolher e usar as que ficarem melhor
Flavia franziu a testa, estranhou as roupas dela e de outra mulher estarem na mesma cômoda mas não estava em posição de questionar nada.
— Obrigada Carla, eu, eu não quero atrapalhar, é só um Pit Stop, prometo! — Ela falou com a voz desanimada
— Não se preocupe com isso, tome um banho e venha jantar conosco. — Carla deixou o quarto
Na cozinha as meninas preparavam uma comida rápida para as Crianças
— Qual seu nome? — Mari perguntou quando colocou a menina de cabelos castanhos cumpridos sentada no balcão
— Carla — a voz dela parecia tímida e ela olhou em volta procurando a mãe 
— Carlinha, que nome bonito! Sua mãe está tomando um banho, já já ela estará aqui ta bom? — Mari respondeu sorrindo e o sorriso dela fez a menina sorrir e balançar a cabeça
— E seu nome como é? — Márcia perguntou enquanto sentava e colocava o menino no colo, ele não respondeu, parecia assustado
— Fernando — A menina mais velha respondeu — Fernandinho
As meninas se entreolharam achando graça dos nomes
— Que nome mais lindo! — Márcia falou e deu um beijinho na testa dele fazendo-o sorrir.
— Aqui! — Cris pegou pão e já havia terminado de preparar uns sanduíches que sempre fazia para as crianças! — Vocês vão adorar isso, é minha receita secreta
Ambas as crianças pegaram e começaram a comer sem rodeio. Mari pegou leite e perguntou se eles gostavam, ambos disseram que sim e ela colocou chocolate dando para eles.
Carla apareceu na cozinha
— Ta tudo bem aí? — Se aproximou da menina sentada no balcão, comento e balançando as pernas divertida e passou a mão no rosto dela — Você ta enorme xarazinha
A menina olhou para Carla mas não parou de comer.
— O que está acontecendo aqui? — Márcia perguntou puxando Carla levemente pelo braço
Carla se virou e passou a mão na cabeça do menino, Fernandinho
Olhou para Márcia e disparou
— Não deu certo, isso acontece eu acho, as pessoas tentam as coisas, saem para a vida e tentam crescer, mas nem sempre da certo, as vezes elas tem que voltar e fazer tudo de novo. Na escada da evolução para você saltar um buraco as vezes é melhor andar para trás e pegar distância.
— Que papo louco é esse amor? — Márcia retrucou — Quem é essa mulher
— Essa é a Flávia, não a via a pelo menos dez anos
— Flavinha Blue! — Mari gritou do outro lado da cozinha com um celular na mão
— Mamãe! — Menino falou de boca cheia
— Gente, essa é a Flavinha Blue— Mari se aproximou de Cris, Carla e Márcia com o celular na mão e mostrou a tela dando play em um vídeo
Na imagem, uma garota com o cabelo rosa brilhante e lindo, estava bem maquiada e animada com um fone de ouvido grande no pescoço e um decote valorizando muito os seios
\”E ae galerinha do mal, hoje nós vamos jogar um terror, vai ser a primeira vez que eu jogo esse tipo de jogo então vou pedir que não riam de mim ta bom? Então vamos lá!\”
— Nossa, nem parece ela — Cris falou assistindo o vídeo
— Ela está mega animada aí — Márcia falou enquanto assitia, e super fofa
— Eram dias melhores provavelmente — Mari retrucou
— Ou ela é uma boa atriz — Carla respondeu — Esse vídeo aí — Apontou para o celular — Foi publicado a um mês
— É — Mari respondeu — foi ó ultimo do canal dela. — Mari alternou entre a tela de video e o Twitter — Estão comentando na internet que ela desapareceu e parou de receber ligações, responder e-mails e tudo mais a pelo menos um ano, e só tem postado videos repetidos, antigos ou reeditados
— Isso explica o cabelo dela estar desbotado aqui e no vídeo estar vivo — Cris falou encostando no braço de Carla e pegando o celular — Qual o nome dela Carla?
— Flavia, Já disse — Carla parecia impaciente
Cris falava no telefone com alguém e pediu que esperasse
— O Nome completo dela, vou conseguir mais informações — Cris completou
– Flavia Zabolski — Carla falou decidida
Cris repetiu o nome no telefone e depois desligou
— Eles vão conseguir informações e vão me ligar aqui. — Cris avisou
Flávia então apareceu com os cabelos molhados e usando uma camiseta e um moletom das meninas.
Próximo do Harém
Rosa reunia a família e contava tudo o que havia acontecido, as duas filhas e o marido, já havia conversado com o Marido previamente, havia combinado com ele que deveriam se separar mesmo com ele insistindo que não queria e que a desculpava
— O problema Roberto é que eu gosto de mulheres, não é você, você é ótimo e sempre foi o mais maravilhoso do mundo, mas eu sou lésbica e demorei para assumir.
Rosa explicou para as filhas o que havia acontecido com Fernanda, quem era Fernanda e tudo mais, claro que essa parte ela explicou apenas para as duas filhas sem detalhes.
Ambas as filhas ouviram tudo com calma, quando Rosa terminou tinha os olhos cheios de lágrimas. Kelly se levantou e abraçou a mãe
— Desculpa mãe, eu não sabia que você a amava, eu não sabia que vocês se conheciam
Rosa apertou a filha com vontade, precisava de um ombro amigo, depois de longos minutos soltou-a
Karen, a filha mais velha se aproximou, parecia fria, o rosto sério e decepcionado.
— Filha — Rosa esboçou uma frase amigável
Mas antes que conseguisse formular ou terminar a frase levou um bofetão muito forte no rosto, e isso a assustou, ela levou a mão na bochecha para se proteger
— O que é isso Karen! — Kelly interveio para a mãe
Karen fez sinal negativo com a cabeça e falou uma unica palavra antes de sair
— Vagabunda!
Enquanto isso no Harém
— Tudo bem aqui? — Flávia falou enquanto passava a mão no braço da Filha e depois dava um beijo na cabeça do Filho.
— Estão comendo, estavam com fome — Mari falou
— Obrigada! — Flavia falou olhando para Mari — Eles não comem desde ontem de tarde
— Por que demorou para vir? — Carla perguntou
— Eu, eu…. — Ela abaixou a cabeça — Eu não queria admitir, eu não queria voltar com o rabo entre as pernas
— Você estava com duas crianças Flávia, isso não vale mais que o seu Ego? — Carla parecia irritada — Eles passaram fome!
— Eu sei — Flavia levantou a voz — Não foi fácil achar vocês, principalmente nessa porra dessa fortaleza de luxo que vocês moram
Em seguida abraçou Carla e chorou
— Desculpa, não queria gritar com você, desculpa
— Ta bom, não precisa se desculpar, sente-se e coma algo — Carla falou
Ela acenou com a cabeça e se sentou, Cris estava fazendo mais sanduíches e ela pegou um
Mari sentou-se na frente dela
— Quem é você? 
Ela mordeu o sanduíche e apontou para o celular de Mari
— Procura no Youtube, Flavinha Blue — Flavia falou de boca cheia
— Isso eu sei, eu já vi vários videos seu, o que eu quero saber é quem você é de verdade
Flavia falou algo mas não conseguiu ser ouvida pois estava com a boca muito cheia, tinha muita fome,
Carla então se aproximou e levantou o tom de voz
— Gente, ela é Irmã do Fernando.
Flavia apontou para Carla e fez sinal de positivo com a cabeça, engoliu a comida e apontou para o sanduíche.
— Não sei se é minha fome ou isso aqui é o melhor sanduíche de atum que já comi na vida!

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Rafaela Khalil é Brasileira, maior de idade, Casada. Escritora de romances eróticos ferventes, é autora de mais de vinte obras e mais de cem mil leitores ao longo do tempo. São dez livros publicados na Amazon e grupos de apoio. Nesse blog você tem acesso a maioria do conteúdo exclusivo.

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