Capítulo 118 — Nosso menino

O Segredo de Fernanda

Capítulo 118 — Nosso menino

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Paula abriu os olhos, tudo estava turvo, tentou olhar em volta e viu pessoas deformadas que a olhavam e apontavam, parecia estar dentro de um pote, imaginou que fosse uma conversa
gigante, ouviu alguns barulhos e sentiu como se a gravidade a puxasse para baixo.
A uma porta se abriu no tanque de vidro que ela estava e ela despencou, foi direto ao chão, sentia-se pesada, frágil, desprotegida.
Notou que o chão era como uma tela, o liquido todo havia caído e alguém colocou uma toalha sobre ela
— Mantenha a calma, não tente se mexer por enquanto — Uma voz feminina falou, mas Paula não podia vê-la.
Tentou se mexer e se ajoelhou, em seguida apoiou-se nas palmas das mãos
— On…onde… — Não conseguia falar e foi acometida de uma tosse terrível
A cada tossida liquido e mais líquido saia de seu pulmão fazendo seu peito arder e as lágrimas escorrerem, era como se fosse um vômito em que tudo o que havia dentro do corpo estava saindo.
Mas depois de umas dez tossidas a dor se foi, ela apoiou as palmas das mãos na tela em que estava e puxou o ar fundo, o ar era gelado e a fez tremer, mas deu forças, firmou as pernas e tentou levantar.
— Não, fique quieta, não se levante — A Voz feminina tocou-lhe o ombro fazendo pressão para que ela ficasse quieta
Paula ignorou e tentou se levantar, seus joelhos tremeram e sua visão se apagou, caiu de cara no estrado já sem consciência.
🕐🕓🕕Dias atuais🕔🕒🕑
Fernando teve a conversa com as meninas no Harém e as dispensou, elas imploraram para que ele as deixasse ajudar e assim foi feito. Elas não explicaram detalhadamente o que estava acontecendo para as outras meninas, mas cuidaram de tudo. Iriam cortar gastos de todos os lados e todas elas teriam que ajudar em tudo.
Dois dias depois Márcia começou a trabalhar em um escritório de direito de um primo advogado. Fernanda e Carla não podiam ajudar imediatamente pois estavam para ter seus filhos, Flávia passou a fazer mais lives, vídeos e ligar para patrocinadores para fazer pacotes promocionais, além disso começou a cobrar para falar em vídeo com os fãs e se surpreendeu como isso havia dado certo, todas ajudaram sem pestanejar.
Mari, sentia-se uma inútil pois fazia aulas de dança e por muitas vezes dava aula também, de graça, os alunos a adoravam e ela não sentia a necessidade de cobrar, na verdade ela ia aquela escola apenas para torturar Cássio, o dono da escola.
— Cássio, preciso falar com você — Mari bateu na porta do escritório e chamou a atenção do amigo.
Estava frágil, se sentindo diminuída e impotente.
— Pode entrar — Cássio sorriu, era apaixonado por ela. — Em que posso ajudar?
Mari entrou e Cássio pôde vê-la, usava uma calça jeans extremamente apertada e uma camiseta, azul com um unicórnio nos grandes seios curta mostrando a barriga sarada, os bicos dos seios de Mari estavam entumecidos, deixando claro que estava sem sutiã.
— Estou com alguns problemas, preciso de ajuda
— Ajuda? — Cássio franziu o cenho — Que tipo de ajudar?
— Eu preciso dar aulas — Mari foi direto ao ponto
— Você já dá aulas aqui de vez em quando — Cássio respondeu
— Não, eu pago pra estudar aqui e ajudo, mas eu não posso mais pagar e preciso arrumar um emprego, preciso que você me pague para dar aulas.
Cássio se afastou
— Isso é inusitado, nosso quadro de professores está cheio, não sei — Ele parecia indeciso
Mari respirou fundo, estava chateada, esperava uma ajuda dele, era o mais próximo de um amigo que ela tinha fora do Harém.
— Eu preciso Cássio, por favor — Mari pediu
— O que aconteceu? Pensei que você era rica — Cássio falou sarcástico
— Eu nunca fui rica, meu namorado que é — Ela respondeu sem pensar
— Terminou o namoro? — Cássio parecia animado
— Não, mas isso não vem ao caso, só preciso do emprego, pode me ajudar? — Mari não queria entrar em detalhes
— Ajudar eu posso, mas o que eu ganho com isso? — Cássio parecia querer ser engraçado.
— Ganha uma professora experiente e alunos contentes, você sabe que ninguém gosta dessa sua namorada gorda, eles preferem a mim, ela nem sabe dançar direito, pelo amor de Deus.
— Claro que gostam dela! — Cássio respondeu defendendo a namorada
— Nem você gosta dela Cássio — Mari falou petulante
— Que boquinha essa hein, benza deus — Cássio se levantou e arrumou os papeis numa prateleira
— Eu preciso mesmo, é sério — Mari reafirmou a necessidade
— Eu não tenho vaga Mari, é sério
— Manda a vaca gorda embora — Mari falou ainda séria
— Ah claro, e eu perco a namorada! — Cássio riu irônico
— E o que você quer? Que eu seja sua namorada? — Mari perguntou já sabendo dos desejos dele
Cássio a olhou sério e sentou-se na mesa
— Isso seria legal, mas não pela pressão, namorar assim seria uma merda — Ele retrucou
— Seria sim, seria um namoro falso — Mari falou — E coisas falsas não duram
Ele pensou por uns minutos e coçou a cabeça
— Não sei como te ajudar Mari, sinceramente — Ele respondeu tristonho
Ela revirou os olhos
— Posso te dar motivos pra me ter aqui, você quer que eu tente? — Mari perguntou ainda séria
Ele apenas observou, muitos pensamentos passavam pela cabeça dele, seu íntimo desejava muito o corpo de Mari.
Ela então levantou a camiseta mostrando os seios e jogou-a para ele. Cássio ficou ofegante instantaneamente, já havia visto Mari nua, já havia tocado nela e chupado sua buceta, sentiu seu pau pulsar na hora.
— Faz tempo que a gente não brinca né — Mari falou com um sorriso enigmático no rosto — Se eu for professora aqui, trabalhar pra você, vou ficar mais por aqui
Cássio parecia não acreditar
Mari se levantou e se aproximou, deixou os seios encostarem no braço de Cássio e pegou sua camiseta de novo, deslizou a mão e tocou no pau dele por cima da bermuda
— Ao menos você está contente em me ver — Ela falou debochada
Vestiu-a rapidamente e se afastou
— Gostou de ver eles? — Mari perguntou sorrindo e apontando para os seios
— Gostei — Cássio respondeu novamente, estava entorpecido pelo tesão — Gostei muito
— Pode me levar pra jantar hoje à noite, aí vamos conversar mais sobre isso, pode ser?
— Hoje à noite não dá, vou sair com a Regina, vamos na casa dos pais dela — Cássio de desculpou
Mari deu as costas e riu maldosa
— Você é hilário Cássio, te espero as 20:00 na porta do meu condomínio, não gosto de atrasos.
Saiu rebolando deixando Cássio totalmente sem ação.
🕐🕓🕕Num passado longínquo🕔🕒🕑
— Marjorie, é sério, não tô me sentindo bem — Fernanda avisou Marjorie, colocou a mão no estômago e correu ao banheiro, sentia muito enjoo
Marjorie ficou olhando encostada na porta, usava um vestido negro, tinha uma aparência gótica
— Isso está muito estranho — Marjorie indagou se aproximando e puxando o Cabelo de Fernanda — Você está bebendo a essa hora?
— Que bebendo Marjorie? Está louca? — Fernanda terminou de falar e se virou para o vaso novamente.
Quando se recuperou ambas voltaram para o quarto
— Bom dia meninas, vou para a piscina, alguma de vocês vem? — Marcelo falou animado
Fernanda estava esgotada, com cara de cansada, ele percebeu e se aproximou
— Tudo bem com você? Que cara é essa? — Marcelo tocou-a na cabeça
— Não tô bem Má — Fernanda sacudiu a cabeça negativamente
— O que você tem? — Marcelo perguntou
Fernanda falou todos os sintomas e Marcelo decidiu que eles iriam ao médico, mesmo Fernanda relutando e dizendo que precisava só descansar.
No hospital Fernanda pareceu piorar, o médico pediu coleta de sangue e pediu que esperassem, os três aguardavam na sala de espera confortável, Fernanda dormiu no ombro esquerdo de Marcelo e Marjorie no ombro direito.
A Enfermeira apareceu e chamou-os, os três se levantaram e foram até o médico, entraram no consultório
— Todos vocês são familiares da Srta. Fernanda? — O Médico perguntou
— Ele é meu namorado — Fernanda apontou para Marcelo — E ela a minha cunhada — Apontou para Marjorie
-O que eu tenho para falar é importante e particular, se eles puderem esperar lá fora seria interessante — O Médico falou
Fernanda foi contra
— Não, Doutor, os dois podem ficar, não tenho segredos para eles — Fernanda segurou a mão de Marcelo
Imaginava que seria alguma doença severa, o tom do médico era alarmista, os três suavam nervosos
— Tudo bem — O médico falou — Sem rodeios, a Senhora está grávida de três meses
Os três arregalaram os olhos assustados
— Mas doutor, ela toma remédios — Marjorie falou — Você parou de tomar os remédios Fê?
Fernanda balançou a cabeça negativamente, sentiu a mão de Marcelo apertando a sua.
O Médico receitou medicamentos, vitaminas e deu o nome de um médico para fazer o acompanhamento, ligou na hora e marcou a consulta para o dia seguinte para ela.
Agradeceram o atendimento e saíram da sala, se dirigiram ao carro, os três em silencio até em casa.
Entraram e Marcelo foi ao seu quarto, fechou a porta e não foi mais visto até o fim da tarde.
Marjorie olhou para Fernanda, parecia desconfiada, magoada, deu as costas e subiu as escadas.
Fernanda ficou só, foi até seu quarto, deitou, agarrou a almofada e chorou sozinha, se sentindo culpada, abandonada e adormeceu.
Acordou tarde da noite com Marcelo acariciando seus cabelos, estava coberta e quente.
— Tudo bem? — Marcelo perguntou aos sussurros
Ela fez que sim com a cabeça e se virou na cama, deu de encontro com algo, percebeu que era Marjorie, estava deitada atrás dela de olhos fechados, dormindo.
— Vocês estão aqui — Fernanda falou fazendo menção de se levantar.
— Sim, claro que estamos — Marcelo parecia calmo e amoroso
— Estou com fome — Fernanda reclamou
Marcelo puxou-a pelas mãos
— Vem, vamos comer algo — Ele falou beijando-a nos lábios.
Ela se sentou à mesa e ele preparou para ela um lanche com presunto, algo rápido e do jeito que ele sabia que ela gostava, sentou-se para comer com ela, Fernanda deu duas mordidas e sentiu enjoo. Fechou os olhos e se controlou. Marcelo observava atento.
— Má, o que você acha disso tudo? Ficou quieto, você não gostou? — Fernanda perguntou apreensiva.
Ele sorriu
— Dentre todas as coisas do mundo, ter um filho seu é algo que realmente eu não desejava agora, mas vou receber de todo bom coração, mas tem uma coisa que eu preciso perguntar, não se ofenda — Marcelo falou
— O que? — Fernanda perguntou com a boca cheia, mesmo enjoada, a fome era grande.
— O filho é meu? — Marcelo parecia sério
— Má, eu só transo com você e com a Marjorie e não posso engravidar dela, eu acho — Fernanda falou não tentando ser engraçada, mas foi.
Marcelo sorriu
— Não, dela não pode — Ele pegou um papel e mostrou pra ela — Providenciei isso
Fernanda pegou o papel e olhou, eram algumas coisas escritas parecia uma nota fiscal e ela leu nos detalhes, Centenas de Fraldas, Pedreiro para reformar o quatro, decorador e o contato da loja para moveis infantis e roupas
— Você pensou nisso? — Ela perguntou surpresa
— Quando chegamos, fui ao quarto, em meu computador e procurar na internet. Amanhã vamos ver tudo isso pessoalmente, pois a internet aqui é lenta demais.
Fernanda sorriu e se levantou, sentou-se no colo de Marcelo
— Obrigada Má, você é o melhor namorado do mundo todo — Abraçou-o.
— O que você acha de trazermos o Harém pra cá — Marcelo perguntou de supetão
— Harém? — Fernanda estranhou o termo
— Sim, Carla, Márcia, Paula, você sabe — Marcelo parecia contente
— Ah Má, podemos falar disso outra hora? — Aquele assunto dava enjoo em Fernanda
Eles falaram para a família dele, e na semana seguinte foram para São Paulo para falar com os pais de Fernanda, acordaram que se casariam nos meses seguintes ao nascimento, durante semanas Marjorie se tornou calada, ajudava em tudo mas parou de interagir com Fernanda
No dia do nascimento eles já sabiam de tudo, era um menino, Fernanda já havia escolhido o nome e Marcelo havia concordado, teria o mesmo nome do pai de Marcelo.
Ao dar os últimos retorques no quarto, Fernanda fazia tudo sorridente, o conjunto todo era azul e branco, estava feliz, teria um filho e um futuro, iria se casar com Marcelo, era Jovem e seu futuro seria brilhante quando pudesse convencer o namorado a voltar a estudar medicina.
Marjorie entrou no quarto e o costumeiro silêncio constrangedor dos últimos meses voltou. Marjorie ajudou a pegar as roupinhas, colocar tudo no lugar. Fernanda foi até a porta e a fechou.
— Pronto, pode falar, por que você está assim? — Fernanda estava nervosa — Não fala comigo, nem olha pra mim
— Por nada — Marjorie tentou sair do quarto, mas Fernanda entrou na frente da porta
— Deixa eu sair — Marjorie falava, mas não olhava
Fernanda a pegou pelos ombros
— Fala comigo Marjorie, o que está acontecendo
Marjorie olhou para ela e a acusou
— Você me traiu, passou a perna em mim! — A Voz de Marjorie era magoada, as lágrimas escorreram
— Eu te traí? Como?
— Você engravidou, colocou um ponto final! — Marjorie estava alterada
— Me explica, como assim? — Fernanda parecia confusa
— Você sabe que eu te amo, você não tinha o direito de engravidar e se casar — Marjorie apontou para a barriga de Fernanda e limpou as lágrimas.
— Má, calma, não muda nada, você vai mudar com a gente, vamos continuar nos amando do mesmo jeito — Fernanda colocou a mão na barriga — Você vai me ajudar a cuidar dele, vai ser o nosso menino
— Não, você fez de propósito! — Marjorie estava visivelmente magoada.
Fernanda a segurou pelo braço e colocou a mão em sua própria barriga.
— Sente, aqui, é meu e seu, é nosso, você tem que ficar comigo, sem você eu não vou aguentar — Elas se olharam por alguns segundos e Fernanda completou — Não, não foi de proposito, eu estava tomando remédio, não perdi nenhum dia.
Marjorie estava assustada e chateada, não quis respondeu, ouviu apenas um barulho molhado e viu quando Fernanda tremeu
— Estourou a bolsa! — Fernanda falou assustada
Marjorie correu e abriu a porta, chamou Marcelo e os pais, correu até o quarto e pegou a enorme bolsa preparada para o dia.
Em pouco tempo estavam no hospital, Fernanda sentia muita dor e ficou com os olhos fechados, quando chegaram ela saiu e achou algo estranho
— Por que viemos pra cá? — Ela olhou em volta não reconhecendo o lugar
— O médico está aqui, é a clínica dele — Marcelo a acalmou
Assim que Fernanda entrou na Clínica colocaram algo no rosto dela e ela apagou. Acordou no meio da noite, na cama, com Marjorie ao lado dela dormindo com a cabeça encostada na cama do hospital
— Má, Má! — Fernanda chamou
Marjorie levantou a cabeça, parecia esgotada
— Cadê meu bebe? — Fernanda perguntou preocupada
A Cara que Marjorie fez não foi boa.
Fernanda se esforçou para sentar, mas sentiu dor no pé da barriga
— O que aconteceu Marjorie, pelo amor de Deus? — Fernanda estava desesperada
Marjorie apertou o botão e uma luz se acendeu
— Sinto muito Fê, não deu certo, ele, ele… — Marjorie chorou e colocou a mão no rosto — Ele não conseguiu
— Ele quem? — Olhou em volta — Cadê o Marcelo? — Fernanda estava entrando em desespero
Um enfermeiro entrou rápido no quarto e Fernanda começou a gritar
— Cadê meu menino? Cadê meu bebe? devolvam meu bebe! — Ela gritava muito alto e tentou se levantar
— Senhora, não saia da cama — O Enfermeiro alto e forte tentou contê-la
— Alguém chama a polícia — Fernanda olhou para Marjorie — Chama a polícia Má, eles roubaram meu menino, por favor me ajuda
Marjorie estava imóvel
— Ele morreu Fê, nosso menino morreu! — Marjorie falou aos prantos
— O que você fez com ele? — Fernanda gritou desesperada — Você tinha que cuidar dele!
Fernanda sentiu uma picada no braço e viu sua visão ficar curvada, perdeu os sentidos.

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Rafaela Khalil é Brasileira, maior de idade, Casada. Escritora de romances eróticos ferventes, é autora de mais de vinte obras e mais de cem mil leitores ao longo do tempo. São dez livros publicados na Amazon e grupos de apoio. Nesse blog você tem acesso a maioria do conteúdo exclusivo.

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