Capítulo 27 – Ultimato
Dois meses se passaram e eu me atolei no trabalho, a aquisição das novas partes do grupo de empresas haviam me custado cerca de 16 horas diárias de trabalho, passei a conversar com as meninas apenas via Whattsapp ou quando cruzava rapidamente com algumas delas, apenas Carla eu via todos os dias.
Fechamos então todos os negócios e documentos, os sócios sairam para almoçar, eu só queria dormir, queria dormir por uns dois dias seguidos.
Passei na academia onde Gabi ou Daniel ficava. Eu iria apenas subir e pegar um documento para guardar em casa, quando passei pela recepção vi Daniel, quando me viu sorriu e se levantou, eu apenas olhei, não sorri e nem falei nada.
Alguns minutos Daniel entrou no escritório, meio curvado com o cabelo cobrindo o rosto.
— Com licença — Falou com sua voz normal de homem
— Pois não — Respondi indiferente
— Você está bem? — Perguntou mostrando preocupação
— Estou sim e você? — Tentei não passar nenhuma emoção
— Também, ta tudo bem mesmo? — Insistiu na preocupação
— Por que não estaria? — Fui seco na resposta
Ele demorou uns segundos para responder
— Queria te mostrar uma coisa
Apenas concordei com a cabeça esperando. Ele foi até a porta do escritório e passou o trinco, fiquei desconfiado do que viria.
Em seguida veio em minha direção, tirou a camisa, embaixo usava uma espécie de regata, apertadinha, quando tirou a regata seu peito ficou nu
— O que achou? — Perguntou-me já com a voz de Gabriela
— O que eu devo achar exatamente? — Me esforcei para ser seco
— Meus seios, olha, estão começando a crescer — Apontou para o bico do seio
Estavam estufadinhos, maiores do que antes, a auréola parecia ter alargado e o bico também
— Hmmm, interessante — Falei e abaixei a cabeça pegando uma caneta e escrevendo algo aleatorio em um papel
Ela ficou quieta por uns minutos
— Eu fiz alguma coisa pra você? Por que ta me tratando assim?
Respirei fundo, larguei a caneta e me levantei
Me aproximei, e passei a mão em sua cintura, deslizei a mão até seu seio, a pele era quente e macia, meu polegar roçou no bico e ela deu um pulinho, notei que estava bem sensível, me deu tesão.
Me aproximei mais e passei a mão em seu rosto, vi que estava depilado, sem nenhum pelo, o cabelo começava a perder a cor e a raiz mais escura começava a aparecer, a sobrancelha ainda feita, o rosto angelical sem o cabelo na frente.
— Quando tempo faz que você começou o tratamento? — Perguntei olhando-a nos olhos
— Dois meses eu acho
— Os remédios, você está tomando?
— Sim, estou — Respondeu animada
— Você está pagando algo?
— Nadinha, esta tudo pago já.
Pensei por um segundo
— Fazem dois meses que eu marquei você como minha
Ela riu envergonhada
— Sim, faz
— Eu me sinto enganado — Soltei seu rosto e dei as costas me afastando
Me virei e encostei num armario, ela estava confusa, me olhava franzindo a testa
— Ma, má, mas como enganado, o que eu fiz? — Ela estava nervosa, cerrou os punhos e gaguejou
— Você me prometeu que seria minha menina a dois meses, cheguei hoje aqui e vi o tal do Daniel, pensei que ele tinha ficado no passado, pensei que você queria mesmo fazer parte do meu harém
Antes que eu terminasse ela me interrompeu num grito
— QUERO!
— Suas atitudes não mostram isso, você ainda é a mesma, só vira Gabriela aqui comigo, acho que essa Gabriela nem existe de verdade, é só um papel que você fez pra me agradar, começo a achar que isso é só por causa desse emprego
Os olhos dela encheram de lágrima
— Claro que não, que absurdo! — Ela esbravejou, já limpando as lágrimas dos olhos.
— Não cumprindo sua palavra você está me traindo, é simples assim, eu não vou namorar macho nenhum, não quero homem no meu Harém, de macho e homem só eu
As mãos dela se encontraram, parecia se contorcer devagar, seu olhar procurava hora meus olhos, hora o chão, hora a parede e hora a janela, ficou em silêncio
— Daniel, faz assim, volta pro seu trabalho e pra sua vida — Peguei as roupas dela que estavam na cadeira, joguei para ela e destravei a porta voltando para minha mesa fingindo escrever novamente
Ela ficou parada imóvel com o rosto vermelho e o peito Nu por mais de um minuto, então ela mesma quebrou o silêncio
— O que você quer que eu faça?
Sem olhar para ela respondi
— Que seja Gabriela, só isso.
— Mas eu sou! Estou aqui não ta me vendo?
Larguei a caneta e olhei pra ela
— Não, você é Daniel, você está se fingindo de Gabriela, você não quer isso, é só uma fantasia, não se preocupe, não vou te mandar embora se isso te preocupa, pode voltar às suas atividades normais
— Eu não posso ser Gabriela o tempo todo, tenho medo
Me encostei atrás da cadeira
— Do que você tem medo? — Perguntei interessado
— Se eu virar mulher meu pai vai me matar, minha mãe vai me por pra fora de casa, não vou ter onde morar, onde viver serei a ovelha negra.
Me levantei novamente, fui até próximo dela, fiz ela sentar na cadeira, voltei à porta e tranquei novamente, peguei outra cadeira e sentei na frente dela
— Eu garanto para você que você pode ser quem você quiser. Assuma ser que você quer, independente de Daniel ou Gabriela, mas você tem que assumir quem você é, eu te ajudo com as possíveis consequências. Sentimentalmente só você pode lidar com isso, mas te garanto que você não ficará sem casa, sem comida ou sem roupas.
Ela me olhou, vi aflição nos seus olhos, e continuei
— Só depende de você
Vi seu maxilar mexer, ela apertava os dentes na boca fechada, seu nariz abria e fechava ofegante, seu joelho balançava ansiosa.
— Gabriela! — Ela disse
— O que tem a Gabriela? — Perguntei inocente
— Eu sou Gabriela, vou ser sempre Gabriela, a sua Gabi, eu assumo, vou assumir sim, eu prometo.
— Ótimo, me levantei, hoje depois do expediente vou pedir para Carla levar você ao shopping
— Ta bom — ela pensou um pouco — pra que?
— Para comprar roupas, vestidos, calcinhas, sutiãs, sapatos, maquiagens, perfumes
Vi seu sorriso se iluminar novamente
— Obrigada
Ficou me olhando por uns segundos
— Obrigada meu Mestre
Eu sorri e ela se aproximou, se ajoelhou e segurou minha mão, beijou-a e esfregou no rosto
— Não vou te decepcionar nunca, prometo
Ela se levantou e se vestiu, me olhava com um sorriso sincero, ao sair vi seu cabelo cobrindo o rosto, ela parou na porta e pensou em algo. Sem que eu dissesse nada, ela arrumou a postura, soltou o cabelo e tirou as mechas de frente do rosto, ao sair me deu uma piscadinha.
Sentei na cadeira do escritório exausto e com muito tesão, minha vontade era de agarrá-la e sentir seu calor e seu cheiro.
Terminei o que tinha que fazer e me preparei para ir para casa, minha agenda me alertou que o Aniversário de Carla seria em dois dias.
Carla estava se comportando, passando na psicóloga três vezes por semana, havia parado completamente com a idéia fixa de transar com muitos homens. Porém a psicologa disse que queria falar comigo, e seria aquela tarde, antes de ir para casa teria mais uma missão.
Cheguei no fim da tarde, no horário e dia combinados, aguardei como se fosse uma consulta normal e entrei na sala.
Quem me recebeu foi uma mulher simpática, deve ter seus 45 anos mas bem em forma, bem cuidada e bem vestida a verdade é que ela era um mulherão
— Senhor Fernando, bem vindo eu sou a Olga, Psicologa da Carla
— Sim, muito prazer, obrigado por tratar da minha esposa.
— Eu é que agradeço a confiança, pode se sentar — Com a mão me mostrou uma poltrona
Sentei-me e ela sentou-se na poltrona à minha frente.
— Vou ser franca com o senhor, senhor Fernando, o caso da Carla é bem delicado. Primeiro eu quero entender, qual é seu entendimento nisso. Quero saber o que vocês conversaram
— Eu sei de tudo Doutora, pode falar tudo.
— É isso que eu quero entender, o que é tudo para você?
— Como assim?
— Entenda, a minha prioridade é defender os interesses e a privacidade da Carla
— Hmmm — respondi interessado
— Tenho que entender então se o que ela me fala existe, acontece ou aconteceu e se o que ela diz é verdade mesmo, por isso preciso que o senhor me fale antes para atestar.
Concordei com a cabeça
— Perfeito, é o seguinte. Carla e eu fazemos parte de um grupo chamado Harém, nele há um grupo de mulheres e eu, onde eu sou o mestre e elas me seguem e juram lealdade. Mandei a Carla para a senhora pois uma Mestra anterior à mim ordenou que ela fizesse programa, como uma prostituta, então ela meio que viciou-se nisso e começou a fazer programas, tudo certo até aqui?
— Sim, continue
— A minha preocupação é que Carla pegue alguma doença, que ela se vicie em algo que fará mal para ela, algo que a fará destruir a nossa vida.
— Interessante — Ela tomou um copo de água — Eu tinha duvidas se o que ela me falava era real ou não, pelo visto é verdade
— É tão inacreditável assim? — Perguntei levantando uma sobrancelha
— Em fim, ela realmente adora fazer programas, transar com desconhecidos e com vários homens causam uma carga de adrenalina e endorfina nela muito grandes, isso faz ela ter a mesma sensação de utilização de uma droga. O Problema é que ela aumentou isso, e se continasse continuaria a aumentar esse limite
— Entendo Dra, o que eu devo fazer?
— Você precisa ser compreensivo com ela, mas não pode proibi-la totalmente de ter sexo com você, essa é uma tortura para ela.
— Compreendo, mas a senhora sabe, que como Mestre de um Harém, uma de minhas funções consiste em torturar minhas meninas?
Ela respirou demoradamente
— Sim, compreendo, mas essa tortura esta sendo pesada demais para ela, o senhor transou com outra mulher, a sobrinha dela, e fez ela olhar, isso está mudando o vicio dela de sexo pago e sexo com vários homens para masturbação excessiva.
Eu respirei fundo
— Tá, acho que peguei pesado
— O que eu sugiro é que o senhor tenha sexo com ela normalmente, como um marido comum, e que de vez em quando, se for de seu agrado, ceda para ela, como se fossem presentes, agrados.
— Como assim? Deixar ela fazer programa? — Perguntei intrigado
— Não digo exatamente os programas, pois acho eles perigosos, o Tesão dela está em transar com desconhecidos e o programa trás justamente isso. Mas se vocês forem a algum lugar que ela possa satisfazer isso mas com segurança seria bom para ela
Apenas concordei com a cabeça, sem falar nada e ela continuou
— Algo que seja sadio para você também, pois qualquer coisa que ela ache que te faz mal passa automaticamente a fazer mal a ela também.
— Vou pensar em algo
— Quero que o Senhor entenda Sr. Fernando, essa mulher tem uma completa admiração e adoração pelo senhor, você é o mundo dela, você entende isso?
— Entendo perfeitamente, eu sou o mundo das minhas meninas do Harém, de alguns mais, outros menos — Falei sem querer menosprezar Carla
— Eu não conversei com as outras meninas, mas gostaria de fazer isso se tivesse a oportunidade, pois identifico aí uma escravidão psicológica.
Olhei para ela desconfiado
— Doutora, vivemos em uma época onde o feminismo é dominante, onde as mulheres bradam por todos os cantos o quão forte elas são e o quão melhores que os homens elas podem ser, particularmente eu não acho isso errado, eu até incentivo, profissionalmente as meninas do Harém são muito além das mulheres normais que conheço.
— Sim Senhor Fernando, porém, há uma diferença entre servidão e escravidão
— Perfeito, para que você possa entender minha colocação preciso que a senhora me responda uma pergunta intima, como isso é um consultório que mantém o sigilio, isso não sairá daqui, lógico.
— O Senhor está tentando me analisar? — Ela perguntou colocando o bloquinho de notas que havia pego na mesa ao lado, sua expressão mudou
— De forma alguma, quero apenas que a Doutora entenda meu raciocínio.
— Pergunte — Ela falou contrariada
— Qual é a sua posição sexual preferida?
Ela corou, respirou fundo e gaguejou para responder, e eu interrompi
— Estou supondo que a senhora goste de homens
— Sim, eu gosto de homens — Ela respondeu rispida
— Aposto que a melhor posição para a senhora é de quatro, apoiada nos joelhos e com as palmas da mão na cama no inicio, depois os cotovelos na cama
Ela ficou em silêncio durante alguns constrangedores segundos
— Pode ser agradável, aonde o senhor quer chegar?
— Essa posição, é uma posição de submissão, é a melhor posição para as mulheres transarem, entende que há algo de primal na submissão sexual? Eu submeter minhas meninas não significa que eu acho elas inferiores nem que eu as torne inferiores, elas precisam da submissão para se sentirem mulheres, femininas, donas das vontades.
— Como elas podem ser donas da própria vontade sendo escravas sexuais
— Elas podem a qualquer momento pedir para que eu pare, pedir para sair, quer quer sair sai
— Elas são escravas psicológicas!
— Não, não são escravas de nada a não ser dos meus carinhos, eu não prometo nada para elas além de ajuda no que elas precisarem, e elas sentem prazer me dando prazer. Eu também sinto prazer vendo elas serem melhores
Ela ficou me encarando por uns segundos, pensando. Me levantei
— Dra, foi um prazer conversando com a senhora — Estiquei a mão
Ela se levantou e pegou na minha mão, ainda em silêncio.
— Talvez, para a senhora entender a situação seja melhor uma olhada no funcionamento, eu lhe convido a participar algum dia, mas sugiro que vá com a mente aberta e pense bem sobre o que é escravidão quando vir o que acontece.
Ela não concordou nem discordou, apenas apertou minha mão mais forte.
— Boa noite — Desejei
— Boa noite — Ela me respondeu
Virei as costas e fui para casa.
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