Capítulo 61 – Adormeci

O Segredo de Fernanda

Capítulo 61 – Adormeci

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Acordei na cama do quarto, abri os olhos devagar, Fernando estava sentado ao meu lado mexendo no celular, o quarto estava escuro.
O que está acontecendo? a ultima coisa que eu me lembro é que estava no apartamento do Jair e senti uma dor muito forte.
Três meses, disseram, o que seriam três meses?
Minha cabeça doeu e eu fechei os olhos ouvi alguém entrando e começando a falar com Fernando, era Cristina, minha irmã, resolvi deixar eles conversarem e ficar quietinha.
Fiquei emocionada com o que o Fê falou de mim, ele me considerava uma rainha e eu estava falhando com ele e eu queria melhorar. Eu não estava entendendo bem mas parece que ele estava falando algo do Harém para ela.
Minhas suspeitas se confirmavam, eles não tinham um caso nem uma relação próxima, então ouvi outra pessoa entrando na sala, um médico, ele falou com Fernando, disse que o sedativo tinha acabado.
Então era por isso que eu estava dormindo, meio grogue, eu havia sido sedada, senti então uma cutucada na palma na sola do meu pé, e por reflexo tirei-o.
Ouvi o médico falar:
-O efeito do sedativo já passou a mais de uma hora.
Abri os olhos e olhei para o Fernando
— To acordada amor  — Olhei para ele sorrindo
Ele me olhou sério, eu não sabia o que esperar, ele se inclinou para mim e eu fechei os olhos com medo, por reflexo, achei que ele iria me bater, mas senti a mão dele afagar meu rosto
— Você está bem? — Fernando perguntou delicado
Abri os olhos devagar e ele estava bem próximo, se aproximou mais dando um beijo nos meus lábios, eu retribuí.
— Como você está? — Fernando perguntou enquanto ainda acariciava meu rosto.
— Estou bem! — Respondi e minha voz falhou, dei um pigarro e repeti — Estou bem.
Tentei me acomodar, subindo mais na cama mas Fernando me segurou
— Não, eu levanto a cama.
Ele mexeu no painel ao lado da cama e a parte da cama onde estava a minha cabeça se levantou devagar, vi então o médico e Cristina.
— Você tava fingindo? -Cristina falou, parecia com raiva, estava de braços cruzados e batendo um pé
— Não, eu acordei quando você chegou — Respondi arrumando o travesseiro
— Mas é uma vaca mesmo  — Cristina falou e saiu pela porta
O médico olhou para mim e levantou as sobrancelhas.
— Bem! — O médico parecia envergonhado — A senhora vai ficar aqui até amanhã de manhã e se continuar assim receberá alta, mas vocês precisarão de alguns cuidados
Eu abri a boca para falar mas Fernando me interrompeu
— Que cuidados? — Fernando parecia ansioso
— Ela precisa de repouso absoluto, e quando eu falo isso eu quero dizer cama, se possível com a cabeça mais baixa que as pernas, ela vai comer alimentos leves, beber muita água e tomar esses remédios — O Médico entregou para Fernando um papel — Aí também tem meu telefone, eu farei o acompanhamento da gestação, se precisarem me liguem.
— Qual é seu nome Dr? — Perguntei ao médico
— Dr. Oliver Sharam — Ele se aproximou e esticou a mão para mim — Acho que falei com todos menos com você
— O que está acontecendo? Gestação? Eu estou grávida? — Perguntei confusa
— Sim, a senhor está grávida, ou melhor — Apontou para Fernando — Vocês estão grávidos
— E por que eu tenho que ficar de repouso, é normal isso? — Perguntei curiosa, senti Fernando apertando minha mão
— Não é normal, é uma gravidez de risco, você precisa manter o repouso total para o bem do Bebe e do seu próprio. Isso ocorre devido a você não saber que estava grávida, estava levando uma vida normal com altos e baixos e alguma coisa nesses dias disparou esse risco. Eu sou obstetra a vinte e cinco anos, já vi dezenas de casos iguais a esse, sigam as minhas recomendações e medicamentos e a chance de dar certo aumenta.
— Obrigado Doutor — Fernando se levantou e agradeceu
— Não há de que, preciso ir, mais alguma pergunta?
Eu estava em choque, como assim, grávida? O Dr e o Fernando me olharam aguardando uma resposta.
— Carla? — Fernando perguntou
Alguns segundos depois foi o Dr. que me chamou
— Senhora?
Na porta eu vi a Cristina, voltou e tinha algo na mão um copo. Então tudo veio à minha cabeça de uma vez, o que eu tinha feito com a Cristina, Meu encontro com o Jair, meu Pai no Hospital, o Harém, as meninas terem parado de falar comigo, a surra que eu havia levado, o Fê ter me expulsado.
A Unica reação que tive foi abrir a boca e chorar alto, num berreiro que eu mesmo não consegui controlar.
Fernando me abraçou, eu ouvi ele falando com o médico alguma coisa e indo pra porta, Cristina se aproximou e me abraçou
— Ei, ei, que isso? Por que esse choro? — Cristina estava próxima de mim, me deu um beijo na bochecha e me apertou mais forte — Você precisa ficar em repouso, meu sobrinho precisa que você descanse.
-Carla, Carla — Ouvi Fernando falando — Calma, respira — Ele trazia um copo na mão — Beba, vai ficar melhor
— Não, não posso tomar sedativo! — Falei preocupada, não sabia bem com o que
— É só água! — Ele falou e me ofereceu o copo.
Peguei e dei uma golada, estava fria mas não gelada, me refrescou pois eu não sabia que estava com sede.
Respirei fundo e consegui me acalmar um pouco, Cristina limpou meu rosto, acho que eram lágrimas.
Eu estava ofegante ainda, olhei para ela e a primeira coisa que veio à minha mente foi
— Desculpa!
— Pelo quê? — Cristina respondeu franzindo a testa
— Por eu se ruma péssima irmã — O choro começou a voltar
Cristina me abraçou de novo.
— Ta bom, depois a gente fala disso tá, agora você precisa descansar 
Fernando estava do outro lado da cama
— Desculpa ta mor, eu não queria ser uma vergonha pra você! — Falei colocando meu desespero para fora
Fernando segurou minha mão e disse
— Carla, amor, deixa isso tudo pra lá, você precisa descansar
Eu continuava respirando rápido, ele olhou para mim, puxou minha cabeça pelo queixo e disse me olhando nos olhos
— É uma ordem!
Eu entendi, ele estava me ordenando e como serva obediente eu devia obedecer, devia me acalmar.
Fiz que sim com a cabeça e deixei meu corpo relaxar na cama, vi quando Cristina olhou para ele com uma cara estranha.
— Relaxa e dorme Carla, vou ficar aqui, amanhã de manhã vamos embora pra casa.
— Ta bom — Falei enquanto afirmava com a cabeça.
Cristina deu a volta na cama e se sentou do lado de Fernando, eu tentei limpar minha mente, tentei me acalmar.
Ouvi eles conversando, sussurrando, não conseguia distinguir direito o assunto, eu estava muito cansada, ouvi ela falando algo sobre \”Góticos e cemitério\”.
Na manhã seguinte acordei melhor, mais tranquila, a ideia de se ter um bebe foi se estabelecendo na minha cabeça, não que eu não quisesse, eu queria muito, um bebe era a prova do meu amor e devoção ao Fê, mas eu não esperava.
No quarto estava apenas o Fernando, tomei café cedido pelo hospital e esperamos o médico e fomos embora, estávamos no carro grande que eu gosto, o segurança do hospital me levou de cadeira de rodas até lá, achei estranho mas acho que era necessário.
Eu não prestei muita atenção no caminho, coloquei uma musica e fui ouvindo, eu sentia um pouco de dor ainda mas não poderia tomar nada, tinha que aguentar, o banco estava bem reclinado.
O Carro parou e entrou no portão, quando o carro parou abri os olhos e me levantei, a porta se abriu, era Fernanda, ela veio me ajudar.
Quando saí do carro ela me deu um abraço
— Carlinha, Carlinha!!! Vamos ter um bebê — Ele me abraçou –  Ele vai ser tão lindo e mimado por mim!
Olhei para ela e sorri, não tinha pensado nisso ainda. Em seguida olhei em volta, não estávamos em casa, estávamos no Harém, mas por que no Harém?
— Fê, vamos ficar aqui mesmo? — Perguntei para Fernando
Fernanda e Fernando Responderam ao mesmo tempo
— Sim!
Eu ri, eles pareciam atrapalhados, eu andei com cuidado, estava levando realmente a sério o papo de ficar em repouso
Assim que entramos no espaço grande vi o lugar escuro, entrei devagar e Fernanda falou no meu ouvido
— Não se assuste tá, vai ter barulho
— Tá — Respondi
A luz se acendeu eu vi as meninas, todas elas estavam vestidas com um vestido, cada um de uma cor e todas elas com uma barriga de grávida, uma faixa em cima estava escrito \”Bem vinda mamãe!\”
As meninas vieram e me abraçaram e beijaram desejando tudo de bom e todas com o mesmo discurso, a criança era Nossa, não só minha, isso me deu segurança por um lado mas me deu também uma pontada de ciúmes.
Vi Cristina num canto, ela se aproximou e me parabenizou também, não usava a barriga de grávida
Abracei-a
— Obrigada por ter vindo tá! — Falei no ouvido dela enquanto a abraçava
Na cama grande haviam almofadas, as meninas me guiaram até lá e eu me dentei, era confortável, haviam movimentado a TV mais pra cima, ficava bem na minha visão, estava perfeito.
Gabi se aproximou e eu ri
— Gabi, você está muito engraçada com essa barriga
Ela olhou e colocou uma mão na cintura e outra na barriga
— É? Ridículo né?
— Não ridículo, só engraçado, é que você é magrinha e está grande demais essa barriga
Ela sorriu, mas não foi um sorriso bom, acho que falei algo errado. Eu não queria mais magoar ninguém mas parecia que só de abrir a boca as pessoas se magoavam, isso era triste.
Paula veio falar comigo 
— Calinha você já pensou num nome?
— Nome? Ainda não
— Que fraudas vai comprar? — Paula parecia animada
— Não sei
— E o berço? Eu vi um lindo outro dia era todo em Mogno! 
— Eu não sei Paula, não tive tempo de pensar nisso ainda
— Ela vai ser tão linda, vou cuidar tão dela, vou ensinar a se maquiar, se vestir e tudo mais igual fiz com a minha irmã!
— Vai ser menina? — Perguntei intrigada
— Não sei, acho que vai, vai? 
— Não sei também
No canto, no fundo eu vi Gabi tirar a barriga e falar com Fernanda e em seguida saírem de mãos dadas, Gabi estava cabisbaixa
— Carla, você está confortável? — Fernando perguntou se aproximando
— Eu vou ficar mimada com isso aqui, ta demais! — Falei tentando ser engraçada
— Tudo o que você precisa é se cuidar, cuidar do nosso bebe — Ele colocou a mão na minha barriga — mantenha o repouso por favor.
— Ta bom, prometo que ficarei quietinha — Respondi
Ele sorriu e me deu um beijo.
Todas falaram comigo, estavam animadas, exceto Marcia, ela falou normal e não elogio muito estava em uma Vibe diferente, eu resolvi não tocar nos assunto.
Depois da bagunça o lugar ficou silêncioso, mas elas continuavam ali, mas em outros cômodos ou lá fora.
Eu estava triste antes por tudo o que acontecia, pelas consequências duras dos meus atos no passado e por ser uma pessoa chata. 
Mas agora eu estava feliz, meu bebe tinha varias mães e um pai maravilhoso, eu precisava só me manter calma e em paz para que tudo desse certo, acariciei minha barriga e senti ela um pouco maior mesmo.
Adormeci

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Rafaela Khalil é Brasileira, maior de idade, Casada. Escritora de romances eróticos ferventes, é autora de mais de vinte obras e mais de cem mil leitores ao longo do tempo. São dez livros publicados na Amazon e grupos de apoio. Nesse blog você tem acesso a maioria do conteúdo exclusivo.

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