Capítulo 84 — Velha nova

O Segredo de Fernanda

Capítulo 84 — Velha nova

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— Você acha que eu sou uma má pessoa Rosa? — Rosa foi minha professora a anos atrás quando era apenas uma residente, todos a conheciam por Dra Schuman.
Havíamos transado depois de uma noite no hospital, o sexo com ela era sempre muito gostoso.
— Má pessoa? Por que? — Ela perguntou enquanto colocava as pernas em cima da minha barriga, dava uma tragada no cigarro de cravo e me oferecia
Estávamos nuas, deitadas na cama do motel próximo ao hospital, ultimamente eu vinha mais pra São Paulo do que ficava em Minas Gerais, e isso estava começando a se tornar um problema pois Marjorie estava me cobrando cada vez mais.
— Sei lá, eu venho aqui, trepo com você, vou embora pra casa — Fiquei pensativa
— Fernandinha — Senti uma mão tocar meu seio — Se você for uma má pessoa eu também sou por que faço parecido, esqueceu que sou casada e tenho uma filha da sua idade.
— Ah, sei lá — Olhei para o espelho no teto.
Nossos corpos eram diferentes, eu bem magrinha e cumprida com seios grandes, ela já mais velha não estava acima do peso, ficava sempre indo e voltando na academia e estava perto dos sessenta anos mas ainda era uma delicia de mulher. Claro que fisicamente a idade mostrava a força mas na cama ela me excitava e me completava.
— Você ainda transa com seu marido? — Perguntei dando uma tragada no cigarro e tossindo em seguida — Quer horrível! — Reclamei
— Raramente — Ela falou pegando o cigarro de volta — No mais, quando ele fica excitado não consegue me comer, eu bato uma punheta pra ele e ta tudo certo.
— Entendi — Fiquei pensativa, eu não queria um futuro assim pra mim, um casamento assim — Você ama ele?
Ela deu um trago no cigarro e soltou o ar esfumaçado branco para cima
— Amar? Acho que não, por que? — Ela perguntou me devolvendo o cigarro
— Não sei, estou só pensando — Falei enquanto divagava e pensava em Marjorie
— Você me ama? — Rosa me perguntou virando-se de lado pra mim
Olhei de volta para ela e resolvi não mentir, não havia um sentimento forte ali, não da minha parte
— Não, não amo — Assim que falei me arrependi, pois o rosto dela fez um movimento, foi rápido, como um flash, mas eu conhecia bem aquilo, era decepção
Assim que falei ela desviou o olhar e olhou em volta se sentando na cama
— Preciso ir — Ela falou com a voz seca
— Rosa — Puxei o braço dela — Você me ama? — Perguntei tentando adivinhar o obvio
Ela se levantou e começou a vestir a roupa
— Tenho que ir pra casa, vista-se — A voz dela era ríspida
Me ajoelhei na cama
— Rosa, para, olha pra mim, por favor.
Ela olhou, os olhos estava marejados
— Ah Rosa, você me ama? — Falei com pesar na voz, e isso deve ter sido pior
Ela piscou os olhos e as lagrimas desceram
— Relaxa, isso não é da sua conta.
— Como não é da minha conta? — Me levantei e fui na frente dela, era mais alta que ela — Fala comigo!
— O que você quer que eu te fale? — Ela falou enquanto cruzava os braços desafiadoramente
— Me fala o que está sentindo — Falei passando a mão no rosto dela
Ela pegou minha mão de maneira delicada e tirou do rosto dela
— Olha, não se preocupe, isso vai passar, eu sou só uma velha.
— Você não é só uma velha — Dei um abraço nela, ela se encolhei no meu abraço brevemente e me empurrou devagar
— Vou ficar bem Fernanda, de verdade — Ela falou magoada
— Eu não sabia, desculpa
Ela riu e as lagrimas desceram mais ainda
Fiquei encabulada, não sabia o que fazer, não queria mais magoar ela.
— Eu achei que a gente vinha aqui só pra transar, sei lá — Falei o que vinha a minha cabeça
— É isso mesmo, só pra transar — Ela falou enquanto vestia sua roupa intima — igual uma puta, só pra trepar
— Que puta Rosa, não tem dinheiro aqui
— Eu sou sua cadelinha Fernanda, só isso, não se preocupe
— Para de ser infantil caralho, fala direito comigo, o mínimo que eu espero de uma pessoa como você é maturidade! — Falei com agressividade
— Uma pessoa igual eu? — Ela vestiu a saia — Velha igual eu, você quer dizer?
— Não, velha não, experiente, eu nunca liguei pra sua idade e você sabe disso! — Falei ainda mais severa
— Quer saber Dra, isso foi um erro — Ela tirou um lenço da bolsa em enxugou o rosto — Um erro de quatro anos
— A quanto tempo isso está acontecendo, a quanto tempo você está apaixonada?
— A quatro anos! — Ela falou e já vestia a camisa social
— E porque não me falou? — Perguntei indignada
— E você ia fazer o que? Se apaixonar também? parar de me ver? Eu não podia correr esse risco
Fiquei pensativa
— Olha só, você é novinha, linda, gostosona e no hospital médicos, médicas, pacientes, faxineiros, seguranças, bombeiros todos sem exceção olham para você com cobiça, até mulheres hétero pagam um pau pra você por que você é uma porra de uma modelo do catalogo da Vitória Secrets.
Eu não soube responder
— Você não tem ideia do esforço que eu faço pra te satisfazer! — Ela já estava sentada, colocando as meias calças.
— Esforço? Do que você ta falando? Você é a coroa mais gostosa que eu conheço, você é linda e você também é alvo de cantadas
— Fernanda, eu vou pra academia, faço dieta, tomo remédio, faço diversos procedimentos estéticos pra ficar apenas OK para você, você é essa delicia sem esforço nenhum.
Sentei na cama
— Eu nunca pedi nada disso pra você
— Eu sei que não pediu, não estou falando que você pediu, só estou te falando que meu esforço pra ficar com você é descomunal e você nem percebe e isso é por que eu te amo, eu te venero e sou apaixonada por você
— Rosa, você nem me conhece, nem sabe o que eu faço na minha vida, você está apaixonada pelo nosso sexo
— É, pode ser isso mesmo, você não me da brechas pra eu saber sobre você, eu sempre procuro saber mais e sempre esbarro em nenhuma informação, você faz questão de ser invisível
— Como assim? — Perguntei tentando entender o ponto dela
— Você não tem redes sociais, você é milionária mas não ganha dinheiro suficiente aqui no hospital
— Você ta me investigando?
— Não investigando, procurando saber mais  — Ela respirou fundo — Olha, isso tudo foi um erro, eu te amo sim, mas você não precisa fazer nada, não precisa ser reciproco
— Rosa — Chamei e ela ficou me olhando tentando se recompor — Você é linda, eu gosto de você, mas eu não te amo e peço mil desculpas por isso, vejo você como uma amiga, uma pessoa que eu almejo ser, eu quero ser tão linda e poderosa e bem sucedida como você quando tiver a sua idade.
Ela limpou as lagrimas
— Se você quiser eu posso compartilhar mais com você, mas você tem que entender que eu tenho medo, por que você sabe que eu sou casada.
— Você transa? — Ela me perguntou enquanto limpava o rosto
— Como assim? Transo com você — Perguntei franzindo a testa
— Não, em casa, você é casada com uma mulher né? Vocês transam? — Ela insistiu
— Transo sim, não com muita frequência mas transamos sim
— E quem é Fernando? — Ela perguntou segurando a bolsa com as duas mãos
— Fernando? é….é… — Gaguejei — Onde você ouviu sobre ele?
— Eu vi no seu celular, no grupo do Harém 
— O que? — Eu gritei e me levantei — Que porra é essa Rosa? Ta olhado no meu celular?
— Olhei algumas vezes enquanto você dormia
— Então já sabe quem caralho é Fernando! — Gritei com ela
As lagrimas voltaram a rolar no rosto dela e ela colocou a mão com violência dentro da bolsa, fiquei assutada e dei um passo pra trás, me deu um breve momento de pânico
O que ela tirou de dentro eu não reconheci no primeiro momento, era um objeto de couro com uma fivela prateada, ela jogou a bolsa no chão e colocou no pescoço.
Era uma coleira de couro com um \”M\” prateado escrito nela.
— De onde você tirou isso? — Perguntei enfurecida
— Eu mandei fazer, fiz pra mim — Ela respondeu aos prantos
— Tira essa porra agora Rosa! — Me aproximei dela — Você não sabe o que isso significa, não faz ideia do que é isso
— Não, não vou tirar
Trinquei os dentes e cerrei os olhos
— Tira essa porra ou eu mesma tiro
Ela se ajoelhou
— Fê, eu sou sua escrava, seja minha mestra, eu te amo e serei sua devota
— Tira isso! — Gritei e meti a mão no pescoço dela arrancando a coleira com força
Ela caiu com a mão no pescoço, havia machucado.
Olhei a coleira em minha mão, arrebentada e me abaixei me ajoelhando, ela estava assustada, me aproximei e olhei o pescoço dela, estava vermelho e arranhado
Respirei fundo mantendo a calma. E Ela falou
— Desculpe olhar no seu celular, eu acho que esse é o único jeito de ficarmos juntas, se eu for sua coisa, seu objeto.
— Meu objeto? — Perguntei sem entender.
— Sim, preciso ter uma ligação com você, preciso de algo além do sexo
— O sexo comigo não está bom o sexo pra você? — Perguntei pesarosa
— Está sim! — Ela respondeu levantando a sobrancelha
— E por que você quer mais? Por que quer estreitar a relação
Ela se aproximou e me deu um beijo nos lábios me abraçando
— Por que eu te amo e te seguiria até o inferno, só o que quero é ficar com você
Abracei ela de volta, ficamos um pouco abraçadas no chão e então empurrei ela devagar
— Vou me vestir — Levantei e comecei a vestir minha roupa
— Como vai ser agora? Você vai me deixar? — Rosa perguntou sentada no chão.
— Levante-se e vá se recompor — Falei com tranquilidade
Ela se levantou
— Eu preciso saber se isso valeu a pena, o que vai ser da gente!
— Vá ao banheiro e se recomponha — Repeti o que havia dito enquanto vestia a minha calça.
Ela se aproximou e cruzou os braços de forma desafiadora, me lembrei de Marjorie me desafiando nos primeiros anos de servidão
Coloquei minha camiseta na cama para não amassar, andei na direção dela e dei um tapa no rosto com toda a força.
Ela colocou a mão na bochecha onde o tapa havia pego e me olhou assustada
— Vá ao banheiro e se recomponha — tomei ar e gritei — AGORAAAA!!!
Ela se assustou e pegou a bolsa no chão, saiu em disparada para o banheiro.
Terminei de me vestir e em alguns minutos ela voltou, maquinada e recomposta.
— Pronto, assim é bem melhor, está linda — Eu havia dominado aquela fêmea experiente
Ela não tocou mais no assunto, descemos as escadas normalmente e chegamos no estacionamento onde estavam nossos carros.
Dei um beijo nos lábios dela e me preparei para ir
— Vamos nos ver de novo? — Ela perguntou preocupada
Eu me virei e a olhei, colocando a mão na cintura
— Eu cuido das minhas coisas — E dei uma piscadinha pra ela, girei novamente e entrei no meu carro indo embora.
Coloquei no GPS o endereço novo do Harém, demorou uma meia hora até chegar. O calor estava forte, eu queria relaxar um pouco na piscina, conhecer o lugar.
Entrei e não vi ninguém no quintal.
Eu já havia vindo na casa, sabia onde eram os quartos no térreo, eram muitos e provavelmente minhas coisas ja estava no meu quarto, fui direto no quarto do Fernando.
Cheguei na porta e dei uma batidinha, ninguém respondeu, abri a porta devagar e ouvi gemidos. Fui abrindo devagar e olhei dentro, Carla e Márcia estava se chupando em um 69 fantástico, senti tesão, horas antes eu estava na mesma posição com rosa, senti vontade de entrar no meio da brincadeira, mas o que eu queria mesmo era um colinho, um macho forte pra me acalentar. 
Fechei a porta devagar e deixei elas fazerem amor, não me viram. Fui até o quarto que eu achava que era meu e abri a porta devagar, estava escuro e haviam muitas caixas e estavam escrito \”FernandA\”, com o \”A\” bem grande. 
Tive que abrir umas caixas até encontrar meus trajes de banho, achei um biquíni vermelho com bolinhas brancas, era comportado, coloquei ele e fui até a piscina, dei um mergulho. Deitei na água e me deixei flutuar, com as orelhas dentro da água, sentia apenas o barulho da água era relaxante, o sol hora queimava minha pele hora uma nuvem fazia sombra em mim, estava muito bom.
Ouvi então através da reverberação da água passos próximo a piscina, a pessoa se aproximou e colocou os pés na água
— Fernanda? Fernanda? — A voz me chamou, consegui ouvir distorcido e não identifiquei quem era
Fiquei de pé dentro da água, flutuando e olhei, era Mariana, estava com um biquíni amarelo e toda brilhante
— Por que você está brilhante? — Perguntei estranhando?
— Por que passei bronzeador, tudo bem com você? — Ela perguntou
— Sim e você?
— Bem também
— Cadê todo mundo? — Perguntei
— Marla está transando, Cris ta no quarto sendo confusa e o Fê ta dormindo lá em cima.
— Marla? — Perguntei sem entender
— É, Carla e Márcia, Marla é o nome de casal delas
— Ah! — Dei uma risada — Ta bom — Pensei um segundo — É mesmo, o Harém é la em cima né? vou dar um pulo lá.
— E eu fico sozinha de novo — Mariana falou se fazendo de Vítima
Saí da piscina e peguei minha toalha
— Vem comigo, vamos lá pra cima! — Convidei
— Não, ele ta dormindo, não quero dormir quero me bronzear
— Então deita no sol fedelha! — Falei sendo grosseira não sei por que, acho que estava chateada ainda.
Dei alguns passos em direção a casa e uma coisa chamou minha atenção, voltei e perguntei
— Mari, você falou \”Cris\”? que Cris? A Cris? — Perguntei
— A irmã da Carla, tem outra?
— O que ela ta fazendo aqui?
— Acho que ela vai morar aqui agora — Mari falou dando de ombros
— Morar aqui? É abrigo essa porra agora?
— Sei lá.
Saí andando e fui atrás do meu celular, Marjorie estava vindo para passar o feriado conosco, eu tinha que impedi-la de algum jeito, não queria ela perto dessa Cris, juntas elas soltavam faísca e eu não confiava. Liguei para Marjorie mas só deu caixa postal, ela devia estar no avião.
— Porra! — Falei baixinho.
Terminei de me secar e subi ao Harém. Cheguei lá em cima e o cheiro era ótimo, fresco e limpinho, havia uma grande cama alta e varias ondulações no chão aquecido, Fernando estava em uma das ondulações deitado confortavelmente, coberto. 
Me aproximei e me deitei do lado dele.

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Rafaela Khalil é Brasileira, maior de idade, Casada. Escritora de romances eróticos ferventes, é autora de mais de vinte obras e mais de cem mil leitores ao longo do tempo. São dez livros publicados na Amazon e grupos de apoio. Nesse blog você tem acesso a maioria do conteúdo exclusivo.

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