Capítulo 87 – Wakanda

O Segredo de Fernanda

Capítulo 87 – Wakanda

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Depois de ficar com Mari no Motel acabamos não dormindo e saímos exaustos de lá pelas 8:00 da manhã. Dava gosto de ver a empolgação e animação de Mari.

Paramos me uma padaria para tomar café da manhã e ela estava toda carinhosa, me abraçando, beijando e sempre que podia sentava em meu colo

— Você gostou da nossa brincadeira? — Perguntei quando estávamos na fila e ela deu um passo para trás fazendo com que eu a encochasse

— Adorei, vai ter mais? — Ela perguntou se virando

— Claro, mas não agora, preciso dormir

Ela fez um beicinho e pediu um beijo, dei o beijo e fomos ao carro.

Ela não havia tirado a coleira, ostentava ela orgulhosa, como se fosse um prêmio secreto.

Chegamos em casa e eu fui ao quarto, Carla e Márcia conversavam sobre algo triste, o tom e a cara delas não era bom.

— O que foi, por que estão com essa cara? — Perguntei apreensivo

— São duas notícias ruins — Carla falou se aproximando de mim e me dando um beijo nos lábios.

Atrás dela veio Márcia e também me abraçou me beijando

— Minha tia Rosana, que mora no japão está morrendo e pediu para eu ir lá pois quer falar comigo — Márcia falou entristecida

— Entendo, compre as passagens e vá, antes que não dê tempo — Ordenei

— Obrigada Fê, terei que ir mesmo, a Carlinha pode ir comigo? — Ela perguntou já de braços dados com Carla

— Sua namorada pode sim, mas quem cuida da crianças? — Perguntei enquanto me sentava na cama e tirava meus sapatos

— Pensamos em levar eles com a gente, uma viagem internacional dessas vai ser legal pra eles — Carla responde rápido

Pensei por uns segundos

— Tudo bem — Respondi sincero — Vai ser bom sim.

— Você não quer vir com a gente anjo? — Márcia me questionou

Olhei para as duas, juntinhas lado a lado, de braços dados

— Olha, dessa vez eu não vou, prefiro ir com tudo certinho pra gente conhecer o lugar e nos divertirmos. Essa viagem não vai ser tão legal fazermos isso

— Ta bom — Ambas responderam, ao mesmo tempo

Franzi a testa

— Vocês são gêmeas é? — Perguntei em tom de brincadeira

Elas riram e se preparam para sair do quarto

— Carla, Márcia — Chamei quando elas estavam na porta — e a outra notícia ruim?

Carla olhou para Márcia e levantou as sobrancelhas, como se lembrasse de algo

— Ah, amor — Carla se aproximou de mim — Falei com a irmã da Paula hoje, aparentemente ela não está muito bem

— A Paula? Minha Paulinha? — Perguntei tentando entender, mas era a unica paula conhecida — O que ela tem? Onde ela está?

Mesmo longe do harém ela ainda era minha menina, eu ainda me preocupava com o bem estar dela, não era por que estávamos distantes que eu não a amava mais.

— Ela estava em Angola, com o Noivo, parece que a doença dela é forte, eles virão pra cá — Marcia completou

— Vamos falar com ela, vamos trazer pra cá, pra cuidar

— Amor — Carla se aproximou — Ela não falou muito, mas disse que é tarde demais pra ela, que não tem mais jeito

— Como não tem mais jeito porra!? — Levantei e me exaltei — Cadê a Fernanda? — Fui até a porta do quarto — Fernandaaaa! — Gritei tentando conter meu desespero

Ouvi passos e Marjorie surgiu correndo na porta

— Ela foi trabalhar, quer que eu ligue pra ela?

Balancei a cabeça negativamente, sentei na cama.

— Não — coloquei a mão no rosto tentando pensar e adormeci, devo ter dormido por uns três segundos, quando acordei as meninas me olhavam assustadas

Não conseguia pensar, eu estava exausto, precisava dormir

— Eu vou descansar agora, vou falar com ela de cabeça fresca e vou buscar ela pra gente tratar disso

As meninas se entre olharam, parecia que Marjorie também já sabia.

— Só eu não sabia dessa porra né? — Perguntei de maneira ignorante

— É, ela pediu pra não te preocupar — Carla falou envergonhada

— Desde quando vocês estão sabendo dessa merda? — Perguntei de forma acusadora

— Ontem a noite, ela contou ontem a noite e deve estar no avião agora — Carla respondeu temerosa — Nós não queríamos te preocupar

— Não me preocupar? — Andei pelo quarto impaciente — Mas é o caralho mesmo, saim todas daqui agora! — Ordenei e elas saíram

Me despi e fui tomar banho, deixei a água quente cair na minha nuca enquanto minha testa encostava na parede.

Como eu iria resolver isso?

Pesquei e quase dormi em pé, iria levar um tombo certo, então saí, me sequei e fui para a cama, deitei e apaguei.

Durante o sono sonhei com o dia que fui com Paula no lugar secreto dela, quando transamos na grama fresca com o dia quente.

Acordei no fim da tarde, olhei meu celular e não havia nenhuma mensagem referente à Paula.

Me levantei e fui andar pela casa. Marjorie e Fernanda estavam sentadas num sofá vendo TV e Mari e Cris conversavam no balcão da sala, pareciam jogar alguma coisa de cartas.

— O que estão jogando? — Perguntei com a voz grossa

— Magic — Mari falou animada

— Magic? — Olhei as cartas coloridas com personagens bem desenhados — Hmmm

— Conhece mestre? — Mari perguntou animada

Olhei em seu pescoço o ela usava a coleira com o F prateado

— Já ouvi falar, mas nunca joguei

— Eu te ensino a jogar se você quiser! — Mari se prontificou — Estou ensinando a Cris

Cris deu um soquinho desanimado no ar enquanto Mari não via.

— Qualquer dia você me ensina — Falei me aproximando e dando um abraço nela — Você está bem?

Ela me agarrou

— Estou sim — Me deu um beijo na boca.

Olhei para Cris e ela estava com uma cara de surpresa, ignorei e me sentei em uma cadeira, na mesa. Peguei o celular e procurei o telefone de Paula, disquei e ouvi a mensagem

\”O Numero chamado está programado para não receber ligações\”

Fernanda se sentou do meu lado

— Você já sabe da Paula né? — Ela falou colocando a mão na minha coxa

— Sei, estou tentando falar com ela

Fernanda pegou o celular e deu pra mim, liga daqui, ela pegou outro chip faz uma meia hora.

O numero já estava discando, coloquei o celular no ouvido e chamou três vezes

— Alô? — A voz feminina do outro lado foi como um soco no meu peito

— Paula? — Perguntei e ouvi segundos de silêncio

— Fê! — Ela falou quase num sussurro — Posso te ver?

— Onde você está? — Perguntei tentando conter meu desespero

— Estou na casa dos meus pais, se você quiser eu vou aí agora

— Não, fique onde está, eu vou aí te ver.

Desliguei o telefone sem dar tempo para ela. Fui apressado ao quarto e me vesti, Fernanda queria vir comigo mas eu não deixei.

Cheguei em menos de meia hora, liguei para ela, dessa vez pelo meu celular.

— Oi Gatinho — A Voz dela era quase um sussurro

— Oi Paulinha, pode autorizar a minha subida?

— Amor, posso descer e saímos para conversar, não quero ficar aqui

— Tudo bem, estou aqui na frente — Respondi

— To descendo, beijo — Ela falou e desceu

Em menos de dez minutos ela chegou, usava uma calça Jeans e um moletom preto grosso, a pele parecia mais branca que o normal, trazia uma bolsa a tira colo. Ela olhou em volta me procurando, toquei a buzina e ela sorriu, seu cabelo estava diferente, liso, ela andou rápido e entrou no carro se ajoelhando no banco e me dando um abraço apertado que durou quase um minuto de beijinhos no pescoço

— Estava morrendo de saudade de você meu gatinho branquinho — Ela falou prestes a me soltar.

Nos encaramos, os olhos dela estavam fundos, suas sobrancelhas pareciam diferentes mas o sorriso era sincero. Segurei o rosto dela e senti que ela estava magra, senti seu maxilar, acariciei e puxei-a para mim dando-lhe um beijo de língua, ela logo parou o beijo e transformou-o num abraço.

— Pra onde quer ir? — Falei também sorrindo — Quer comer, cinema, dançar, correr, teatro?

Ela sorriu

— Motel? — Ela falou e senti que ela estava receosa

Sorri e arranquei com o carro devagar, ela colocou o cinto e se sentou colocando a mão na minha perna enquanto atendia o telefone que não parava de tocar.

Fui ao mesmo motel que estive na noite anterior com Mari, pedi pelo mesmo quarto e ele estava disponível, como era um quarto caro não costumava sair muito.

Saímos do carro e eu peguei ela no colo, ela deu um gritinho e riu se agarrando a mim

— Cuidado Fê! — Falou rindo

Ela estava muito leve, mais leve que o normal e meu coração bateu forte de preocupação. Pensei em jogá-la na cama mas resolvi colocá-la devagar, ela se sentou e cruzou as pernas

— As meninas me falaram que você ficou puto por que eu voltei — Ela falou com um olhar sério

— Não, não foi por que você voltou, foi por que você está com problema.

— E você não queria saber do meu problema? — O Rosto dela era de incredulidade

Eu me sentei na cama e cruzei as pernas em posição de meditação na frente dela, imitando ela.

— Eu não gostei de saber tão tarde, se tivessem me avisado antes talvez eu, talvez… — Tentei falar algo mas não encontrei as palavras, acabei olhando para baixo sem resposta

Ela deu um leve toque no meu queixo

— A pose de lótus é boa pra meditar mas tem que manter a coluna ereta — Ela me corrigiu — E obrigada pela preocupação Fê, mas há muito pouco a se fazer

— Se tivessem falado antes eu poderia ajudar — Falei em desespero

— Como? — Ela perguntou mas não deixou eu responder — Fê, eu sou tão rica quanto você, meu pai é embaixador ele acionou o mundo inteiro pra me ajudar, acredite, o que podia ser feito foi feito.

Abaixei a cabeça novamente, meu deu vontade de chorar, mas em seguida ergui a cabeça novamente, ela sorriu quando endireitei a coluna

— Dói? — Perguntei

— Dói, não agora, mas as vezes dói bastante

— O que eu posso fazer? — Perguntei frustrado

— Ficar comigo! — Ela falou levantando as sobrancelhas e devido a luz percebi, era desenhadas, não era de pelos.

— Eu fico, até quando você me quiser do seu lado

— Eu quero, o tempo todo, mas não vai dar, queria deitar com você aqui e ficar pra sempre com você.

— Vamos ficar, vamos viver aqui! — Falei animado

Ela riu e colocou a mão na boca, mascarou uma tosse, mas continuou rindo.

— Você é lindo Fê, mas eu sou casada agora, tem mais gente me paparicando do que eu gostaria, quis sair da casa dos meus pais por que tem muita gente lá, ta difícil.

— E seu plano é ficar aqui no motel conversando comigo? — Perguntei satisfeito

— Inicialmente sim, mas no fundo eu quero mesmo é fazer amor com você, igual daquela vez no meu lugar — Ela falou e senti um olhar de nostalgia

— Vamos pra lá então, pro seu lugar

— Não, os caseiros não ficam mais lá, não está tão bem cuidado pelo que sei. E eu quero ter uma lembrança saudável de lá, foi tão bom estar com você, quero me lembrar daquele dia do jeito que for. Eu sei que é nojento, mas eu queria ficar com você como antigamente sabe.

— Nojento, por que? — Perguntei intrigado

— Ah, você sabe, eu estou uma caveirinha, feia, doente, mal cheirosa, danificada

— Danificada? — Fiz uma cara de espanto — Pra mim você tá igual

Ela olhou para baixo com cara de derrotada, então foi minha vez de erguê-la, dei um toque no seu queixo

— A pose de lótus é boa pra meditar mas tem que manter a coluna ereta — Falei repetindo as palavras dela

Ela riu

— Ah não, uma fui clonada — Ela desfez a pose de lótus e se jogou para trás na cama

Fui ao lado dela e me deitei

— Fê, acho que nunca falei isso pra você, mas só tive certeza disso quando estava longe

— O que?

— Eu te amo, só agora consegui te dizer— Ela virou de lado pra mim

Fiquei de lado para ela

— E por mais idiota que seja, só agora eu percebi que te amo também

Ela deu um tapa devagar no meu rosto

— Você ta falando isso só pra me animar né

— Não, é verdade — Peguei a mão dela e coloquei no meu peito — Você não sabe como está doendo aqui dentro — Não consegui conter minhas lágrimas, nunca tinha chorado assim — Eu não acredito e não aceito que não é possível fazer nada, não é aceitável algo assim.

Ela me abraçou, me puxou para o peito dela

— Ta bom amor, desculpa não te falar antes, é que eu pretendia resolver isso e vir só pra contar que estava tudo certo, não queria preocupar ninguém, por isso não avisei pras meninas.

Fiquei alguns minutos com ela e me recompus

— Por que não ficou — Perguntei

— Como assim? — Ela pareceu não entender a pergunta

— Por que não ficou comigo ao invés de ir com o seu namorado

— Ele é meu marido agora, e eu estava me sentindo sobrando, mesmo com a saída da Gabi e a Fe e a Marjorie ficando indo e voltando você ainda tinha a Carla e a Márcia e eu nunca me achei aos pés da Carla, muito menos da Márcia.

— Você é uma idiota, eu gosto de vocês por que são todas diferentes, uma não é igual a outra e você é minha neguinha gostosa, meu chocolate. — Me aproximei e dei um beijo no pescoço dela, ela soltou o ar.

Me ajoelhei e a puxei para mim, não era difícil e ela não tinha resistência, dei-lhe outro beijo na boca e ela retribuiu mas saiu rápido

— Por que não quer me beijar?

— Ah Fê, eu…. eu to doente — Ela olhou para o lado desviando o olhar

— E isso passa? — Perguntei de proposito, pois sabia que não passava

— Não, mas meus cheiros não estão tão bons

Coloquei a mão no nariz

— Bem, amanhã é sábado, é dia de tomar banho

Ela riu

— Não é isso — Ela pegou a bolsa que trazia — É que os tratamentos me deixaram com mau hálito — Pegou um Spray e borrifou na boca

— Não mascare nada de mim, por favor, quero sentir você, sentir o que você sente, eu dividiria isso com você, pegaria pra mim se pudesse

Ela me abraçou de novo, senti sua blusa grossa

— Obrigada Fê, eu sei — A voz estava embargada

Passei a mão em seu peito por cima da roupa

— Está com frio? — Perguntei

Ela fez que sim com a cabeça, estiquei a mão e desliguei o ar condicionado, ela me deu um beijinho no rosto

— O que você quer fazer agora? — Perguntei segurando as mãos dela

Ela riu envergonhada

— Quer trepar né safada?

Ela riu como uma adolescente

— Quero, mas quero tomar um banho com você antes, pode ser?

— O que você quiser minha rainha negra!

Me levantei e dei a mão para ela como um cavalheiro, ela levantou e andou na ponta dos pés.

Chegamos ao banheiro e levantei a blusa dela, o moletom saiu e embaixo havia uma blusa de lã, tirei também e embaixo uma roupa grossa

— Nossa, você está com frio né?

Ela fez uma cara ruim e respondeu

— É, tenho sentido muito frio ultimamente

Fechei a porta do banheiro e liguei os jatos quentes e o chuveiro quente para que tudo ficasse quente rápido.​(tudo​)

— Tira você primeiro a roupa, pode ser?

Eu comecei a tirar a roupa imaginando uma musica, ela ficou rindo e me dando tapas na bunda me chamando de safado, estava muito divertido, fiquei de cueca

— Sua vez! — Falei puxando ela pelas mãos e dando um selinho

— Tira tudo, quero ver você, to com saudade, pode ser?

Sem nem pensar tirei e meu pau apareceu, não estava duro, estava relaxado, ela pegou na hora

— Nossa amor, que saudade

Se abaixou devagar e colocou na boca, meu pau pulsou na hora e eu senti a língua dela massageando meu pau enquanto as mãos acariciavam meu saco, deixei ela fazer o quanto queria, fiz um carinho no rosto dela e então passei a mão no cabelo liso, enquanto senti algo estanho, o cabelo inteiro se mexeu, o couro cabeludo inteiro se mexeu.

Assustada ela colocou as duas mãos na cabeça, e engasgou, começou a tossir e a tossir sem parar enquanto segurava a cabeça, tentei me aproximar mas ela esticou a mão mostrando o dedo, como quem pede um minuto.

Ela então se controlou

— Desculpa — Falou ofegante.

-O que há com seu cabelo? está diferente.

Ela fechou os olhos e colocou as mãos na cabeça

— Eu não queria que isso acontecesse, desculpa amor, por favor

— Ei, desculpa o que, o que houve

— Me promete que não vai fazer nenhuma idiotice do tipo raspar a cabeça e tal?

Sem entender o que ela disse fiz uma cara de surpresa

— Promete, por favor — Ela suplicou

— Prometo! — Repeti

Ela puxou o cabelo e tudo saiu, era uma peruca lisa, grande, a cabeça dela estava completamente careca, brilhante parecia que nunca haviam existido cabelos ali.

— Isso explica a sobrancelha — Falei com cuidado

— É, são tatuagens — ela falou derrotada

— Duas coisas boas disso — Tentei puxar o humor dela

— Coisas boas? — Ela falou com a cara confusa

— Sim! — Falei animado

— Quais? — Ela cruzou os braços

— Primeiro, você parece uma guerreira de Wakanda! — Apontei para o espelho embaçado

Ela olhou e riu alto

— Caralho Fê, e a outra coisa?

Me aproximei e enfiei a mão na calça dela e senti sua bucetinha depilada

— Você não precisa se preocupar mais com depilação.

Ela riu e me abraçou

Só você para encontrar algo positivo disso.

Não vou entrar em detalhes do que aconteceu a seguir em respeito a ela, mas o que posso dizer é que transamos, na banheira, ela veio por cima e fizemos devagar, com cuidado. O Corpo dela estava frágil e magro, fiquei com medo de quebrá-la ao toque, mas deu tudo certo.

Saímos de lá e fomos para a casa dela, ela entrou e eu voltei para o Harém.

Cheguei e conversei com as meninas, elas me fizeram um milhão de perguntas e eu respondi todas sem mentira, elas ficaram tristes, riram com minhas piadas e se entristeceram de novo, no fim, no espaço do harém acabamos adormecendo todos juntos, até a Cris nos acompanhou e ficou do meu lado.

Era triste, perder uma pessoa de maneira inesperada dói muito mas perder assim, diante dos seus olhos era pior.

Avisei as meninas que iria ficar mais tempo com ela, até a hora que desse.

Pela manhã recebi uma ligação dela, disse que estava indo para o aeroporto e que queria que eu fosse lá, não quis dar mais explicações.

Todas as meninas foram comigo, chegamos lá e ela estava linda, maquiada com cabelo grande e com uma jaquetinha de couro de motoqueira.

— Veio de moto é? — Falei quando a vi

Ela sorriu

— Não, ela ta com a minha irmã, é dela agora.

Rodrigo se aproximou, nos cumprimentamos, não sabia se ele estava ciente do que tinha com ela, nunca falamos sobre o assunto.

— Pra onde você vai? — Perguntei indo direto ao assunto.

— Vou para Nova York

Ao lado de Rodrigo uma mulher negra, apareceu. Ela baixinha, com a cintura fina, os seios grandes, os traços fortes a pele negra fosca parecia milimetricamente pintada a mão pelo artesão mais caprichoso.

Estranhei a presença dela, parecia uma boneca, não era algo normal, ela mexia no celular, então parou de mexer e me olhou, um sorriso branco se abriu e eu vi seus olhos, eram cor de rosa, não, eram violeta, eu já havia visto isso mas era estranho, ainda mais em uma mulher negra.

Senti o silêncio das meninas, todos olharam para ela intrigada, Paula quebrou o silêncio

— Fê, essa é a minha cunhada, Roberta.

— Prazer — Estiquei a mão

— Tá, eu vou também, acho que não consigo passagem pra lá agora, mas se não conseguir vou no próximo, eu trouxe meu passaporte meu visto está OK.

Paula se aproximou

— Fê, calma — Ela pegou meu rosto com suas mãos frágeis — Essa é a ultima tentativa, é um tratamento

— Um tratamento? Mas você disse que não tinha jeito

— Eu disse, mas esse é diferente, vamos ser tratados no laboratório central das industrias Maresh

— Maresh? Aquele maluco dos remédios?

— Ele não é um maluco — Roberta se aproximou — O Senhor Maresh me ajudou muito, e já ajudou centenas de pessoas antes

— Mas e por que agora, por que demoraram tanto?

— Ele estava pesquisando a cura, demorou mas agora parece que chegou a algo que pode usar em mim — Paula falou animada

— Algo que pode usar — Paula, isso não deve ser real

— É Real Fernando — Rodrigo tomou a frente — Estou vendo minha esposa definhar a meses e essa pode ser a chance final dela, eu vi o que Emílio Maresh fez com a minha irmã, ela pode ajudar a Paula

— Você não pode ir Fê, desculpa, é um local fechado, não sabemos onde é, vamos entrar num voo particular

Eu estava ansioso, acho que estava tento um ataque de ansiedade, Fernanda se aproximou de mim e segurou meu braço

— Respira devagar Fê — Ouvi ela e respirei

Depois de conversar muito e argumentar muito Paula me abraçou e falou no meu ouvido

— Fê, eu te amo, deixa eu tentar uma ultima vez, se eu não voltar o momento que tivemos foi o suficiente pra nos lembrarmos pela eternidade, obrigada. Eu preciso ir

Aquela era a vontade dela, deixei ela ir, fiquei frustrado e apático. Fernanda estava indignada pois nada daquilo fazia sentido

As meninas tentaram me consolar durante muitos dias, ninguém dava notícias, até que duas semanas depois recebemos uma mensagem

\”Minhas irmãs e meu amor, estou bem, acho que o tratamento não está surtindo o efeito esperado, vou ficar sem comunicação por muito tempo, acho que vou ficar dormindo por muito tempo num lugar frio.

O Rodrigo, a irmã dele e meu pais sabem tanto quanto vocês sobre o tratamento, pois aqui é tudo sigiloso e eu não posso falar nada.

Se isso der errado não culpem ninguém, não se vinguem de ninguém, não odeie ninguém e sejam todos felizes

Eu estou em ótimas mãos, obrigada a todos, eu sempre gostei dessa família linda, amo o Fê e todas vocês, espero que nos encontremos novamente em uma situação melhor e eu vou levar todo mundo no meu lugar

PS: Não fiquem tristes, notícia ruim chega rápido

PS2: Fê, olhei pela janela rapidinho, parece que estou em Wakanda

Paulinha S2\”

Acho que todos choramos e dormimos abraçados esperançosos com algo que não fazíamos ideia do que era.

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Rafaela Khalil é Brasileira, maior de idade, Casada. Escritora de romances eróticos ferventes, é autora de mais de vinte obras e mais de cem mil leitores ao longo do tempo. São dez livros publicados na Amazon e grupos de apoio. Nesse blog você tem acesso a maioria do conteúdo exclusivo.

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