Danielle Trans, Evangélica – Capítulo 24 — Sapatinho de Cristal

Danielle Trans, Evangélica – Capítulo 24 — Sapatinho de Cristal

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— Acorda cinderela — Danielle sentiu a voz aguda e uma pressão nas costas

— Não — Danielle gemeu na cama — Sai fora

— Vaaaaiiii é domingo, acordaaaaa preguiçosaaa — Miriam falou com sua voz estridente e subindo nas costas da tia

— Vai tomar no cu Miriam, me deixa dormir! — Danielle falou carrancuda — Demônio!

Miriam se levantou e abriu as janelas, o sol atingiu direto Danielle, ela colocou a mão para proteger o rosto e fez um barulho com a boca de quem se contorce, como se fosse um vampiro queimando ao sol

— Aaaaarrrrgggg — Danielle dramatizou

Miriam revirou os olhos

— Dramática! — Falou — Vamos, vamos dar um rolê

— Que rolê garota, me deixa — Danielle disse desanimada

— Ah tia, chega de fossa, vamos dar um rolê vai, faz tempo que a gente não sai — Miriam falou indo pra cozinha — Vou fazer seu café, tomar um banho!

Danielle se levantou, havia dormido pouco e o avião havia pousado tarde.

— Onde a senhora tava? — Miriam perguntou curiosa — Sumiu o dia todo, tava trabalhando? Seu notebook não tava aqui

— Ah, tá me investigando agora? — Danielle falou já logando o chuveiro

Miriam apareceu na porta

— Não, mas você tem que me falar onde vai, eu fico preocupada, o carro não tava aí, vi ele de manhã só e vim correndo

— Eu fui em um aniversário — Danielle disse lembrando-se de Fausto, sorriu instantaneamente

— O dia todo num aniversário? — Miriam gritou da cozinha

— Era longe, em Ribeirão Preto — Assim que falou se arrependeu

Miriam voltou a aparecer na porta

— Mas isso é tipo uns quinhentos quilômetros daqui! — Miriam falou pensativa

Danielle não queria explicar, a viagem de avião, os presentes, a demora, o relacionamento, não queria compartilhar aquilo com ninguém, era algo só dela, uma vida paralela que ela gostava de pensar que era a nova Danielle, mas se preparou para explicar

— É, de carro deve demorar mesmo, umas quatro horas para ir e quatro pra voltar né? — Miriam deduziu

Danielle engoliu seco

— Isso, de carro demora isso mesmo — Falou cuidadosamente escolhendo as palavras para não mentir, só omitir. — E a gente vai aonde?

— Vamos ver um filme! — Miriam disse animada

— Ah e aquele seu namorado brocha, não vai encher o saco? — Danielle falou enquanto lavava os cabelos

— Ele não é brocha! — Miriam o defendeu

— Como você sabe? Nunca pegou no pau dele — Danielle disse

— Cala a boca tia! — Miriam respondeu irritada

— Você não é inocente Miriam, se tem alguém que sabe sou eu — Danielle falou maldosa maldosa

Miriam fez uma careta entristecida, não era uma santa, pelo contrário, era muito atirada, mas tinha a ideia fixa de querer casar virgem e com alguém da igreja para fazer uma família.

Danielle se sentou na mesa de banho tomada e vestida olhando em volta

— Tá procurando o que? — Miriam perguntou

— Esse sapato — Mostrou para Miriam uma sapatilha na cor creme — Perdi o outro pé, você viu?

— Não vi — Miriam respondeu indo ao quarto brevemente olhar.

— Hmmm, torrada, que delicia — Falou ao ver o café que Miriam preparava

— Aproveita e come bem, você tá magrela — Miriam falou se referindo a tia

— Magrela nada, to no grau, os caras curtem! — Danielle disse animada

— Curte roer osso? — Miriam perguntou sarcástica

Danielle esticou o braço e pegou o seio de miriam com a ponta dos dedos jogando-o para cima

— Ai Tiaaa — Miriam se encolheu pelo Bullying de Danielle

— Tetuda! — Danielle falou ao colocar o café

— Isso dói! — Miriam reclamou

— Mas e aí, já transou? — Danielle perguntou sabendo que ela não havia feito nada

— To igual você tia, no zero a zero — Miriam respondeu pomposa

Danielle riu

— Ontem eu saí do zero a zero — Respondeu pensativa.

— Sério? Quem foi? — Miriam perguntou

— Um amigo do trabalho — Danielle respondeu animada, achou que não queria falar, mas era importante compartilhar

— Deu o cu pra ele? — Miriam perguntou curiosa

— Eu vou dar mais o que Miriam? Só tenho isso pra dar! — Danielle respondeu incrédula — Não tenho buceta igual você não cacete!

— Ah é! — Miriam disse parecendo inocente

— Se eu tivesse buceta eu dava, não ia ficar igual você dando o cu pra não perder a virgindade — Falou severa — Puta!

— Eu não faço isso — Miriam disse — Não faço mais — Falou corando de vergonha

— Acho bom mesmo, por que eu que me fodi por causa de você da ultima vez — Danielle deu uma golada no café — Me fudi literalmente! você só me coloca em confusão hein, puta que pariu!

Miriam não respondeu às provocações da tia, queria esquecer esses momentos constrangedores

Saíram e se divertiram juntas como a tempos não faziam, assistiram o filme, riram, comeram e foi o máximo.

Chegaram em casa

— Posso dormir aqui com você? — Miriam perguntou

— Poder pode, mas não vão te encher? — Danielle perguntou levantando uma das sobrancelhas — Por que eu não quero crente vagabundo transfóbico falando merda pra mim depois

— Não, não se preocupa — Miriam falou pensativa

— Então vai lavar essa bunda! — Enquanto abria o guarda-roupas — Preciso achar esse sapato

Miriam deu um beijinho na tia e foi ao banheiro.

Minutos depois 

— Veem to saindo — Gritou de debaixo do chuveiro.

Danielle tirou a roupa e entrou, miriam estava nua se secando.

— Caraca — Danielle disse ao vê-la

— O que foi? — Miriam perguntou preocupada

— Você é muito gostosa, que inveja — Danielle falou num tom de brincadeira, mas frustrada — Às vezes isso me dá gatilho — Falou pensativa

Miriam olhou pra ela entristecida e deu um abraço

— Te amo tá — Falou no pescoço dela — Fica triste não, você tá ficando gostosa também

— Meu, você tá toda molhada ainda, sai fora! — Danielle a empurrou e deu um tapa na bunda dela

Miriam reclamou e saiu rindo para o quarto

Danielle tomou seu banho rápido, e saiu para o quarto, miriam estava na cama, coberta olhando no celular.

Não tinham segredo do corpo uma da outra, viam-se nuas desde sempre, Danielle caminhou com o penis balançando em direção à miriam

O Celular de Danielle fez um alerta sonoro, ela o pegou, era Fausto

“Adorei o nosso dia ontem, você é incrível, demorei para mandar essa mensagem por que simplesmente perdi meu celular e meu alerta diz que ele está em Guaianazes”

Danielle tomou um susto, pegou sua mala e meteu a mão dentro, pegou o iphone de Fausto, fechou os olhos frustrada e envergonhada, mandou a mensagem de volta

“Oi, amei nosso dia também, eu roubei seu celular sem querer, está aqui comigo, me desculpe”

Segundos depois veio outra mensagem

“Que pena, eu vou ter que ir te ver pessoalmente para você me devolver, droga!”

Ela sorriu ao ler a mensagem

“Vou usar algo especial para você para me desculpar”

Danielle se referiu às lingeries

A resposta chegou rápido

“Perfeita <3!”

Ela sorriu novamente e mandou emoticons e coração

— Tá maior? — Miriam disse observando Danielle

— O que? — Danielle respondeu esquecendo que a sobrinha estava no quarto

— Seu pau tá grande! — Miriam apontou

Danielle olhou para baixo, estava com uma ereção, colocou a mão na frente e se virou de lado

— Olha pra lá! — Falou preocupada voltando ao banheiro — Droga!

Miriam riu

— Tá cheia de tesão hein! — Miriam disse debochada — Ta assim por que me viu pelada é? Vai virar casaca? Lésbica! — Miriam riu divertida

Danielle colocou a mão para fora do banheiro e mostrou o dedo do meio para Miriam, quando ela viu riu mais alto.

Esperou se acalmar e saiu do banheiro, voltou ao quarto

— Não fica reparando nisso, é feio! — Danielle disse sentando-se na cama e se cobrindo

— Que chata, foi só brincadeira — Miriam disse. — Acho mó bonitinho

— O que é bonitinho? — Danielle perguntou

— Seu pau, é bonito, branco e rosa — Miriam disse

Danielle revirou os olhos

— Ai Mano, cala a boca vai! — Danielle respondeu irritada

Danielle sentiu logo o corpo quente de Miriam junto ao seu, Miriam dormia como um bebe, aninhada no peito da tia e chupando o dedo.

Ela achava bonitinho a sobrinha, mesmo adulta ter aqueles trejeitos infantis, Danielle a abraçou

— Também te amo, cabeça oca — Falou beijando Miriam na cabeça enquanto ela dormia

No primeiro horário da Manhã Danielle estava diante de Priscilla, sua psicóloga

— Fico contente Dani que você tenha encontrado esse rapaz, você parece eufórica com ele, o que tem de diferente dos outros — Priscilla perguntou curiosa

— Não sei, eu só… sei lá, eu nem gostava tanto dele, mas o dia foi tão legal, ele foi tão legal comigo que eu to pisando no freio por que isso pode ser empolgação, ele me mima

— Certo, ia te falar isso, cuidado para o tombo não ser grande, de tantos relacionamentos que você já teve, melhor mesmo manter a calma, vocês transaram então?

— Transamos — Danielle respondeu e virou os olhos lembrando — Bastante

— E como foi? — Priscilla perguntou curiosa — Pela sua cara não foi ruim

Danielle sorriu envergonhada

— Não precisa responder — Priscilla disse sorridente entendendo

— Foi fantástico, ele resolveu um dos meus maiores medos — Danielle disse

— Que medo?

— Pica gigante — Danielle disse

— Por que, ele tinha grande? — Priscilla perguntou curiosa ficando vermelha

Danielle fez um gesto com a mão

— Desse tamanho — Mostrando o cumprimento em seguida fechou o punho — A cabeça da largura do meu punho fechado

— Nossa — Priscilla falou assustada— E isso foi bom, digo, foi prazeroso?

— Eu fiquei com medo, mas sim, foi muito prazeroso, adorei — Ela falou nostálgica — Ele foi muito cavalheiro, educado e paciente como nenhum outro.

— Interessante — Priscilla perguntou — E se abriu sobre isso com a Miriam?

— Não nesse detalhe 

— Por que? — Priscilla perguntou curiosa — Você trata ela com tanta proximidade, mas algumas coisas você poupa ela, por que disso?

— Eu não sei, as vezes acho que ela é minha filha, as vezes minha amiga, sei lá — Danielle respondeu pensativa

— Se ela é sua amiga tem coisa que você pode falar para ela, se é sua filha são outras coisas e de outro jeito — Priscilla disse direta

Danielle ficou pensativa, fazia sentido

— Ela é virgem certo? — Priscilla perguntou

— Da buceta é — Danielle respondeu

Priscilla corou

— Ela faz sexo anal para não perder a virgidade — Danielle disse direta — Por que ela é crente

— Achei que isso era mito — Priscilla disse pensativa — Digo, de garotas evangélicas fazerem anal para preservar a virgindade

— Todo mundo pensa é mito todo mundo diz que é, eu mesma digo que é mito, mas ela é burra sabe, isso só dá confusão, até eu me ferro por causa dessas coisas — Daniell e pensou — No geral as meninas evangélicas, crentes não transam mesmo, seguem a risca, só tem aquele 1% que é vagabunda e a Miriam é esse 1%

— Você também tá dentro do 1%? — Priscilla perguntou analítica

— Eu não — Danielle respondeu direta

— E por que não? — Priscilla perguntou curiosa

— Por que eu não sou mulher ué — Danielle disse direta

— Não é? — Priscilla — Achei que mulher trans era mulher

— Mas não é, somos mulheres trans

— Então qual a porcentagem que você se encaixa? — Priscilla

— Ah, do grupo de mulheres trans evangélicas deve ter o que no mundo, umas 3 além demim e se todas forem santas…então dentro do grupo eu sou 25% dentro do grupo, mas fora dele devo ser 0,000000001%

— Entendi — Priscila sorriu

— Mas como eu dizia, ela só causa confusão por que é uma cabeça oca

— Que tipo de confusão poderia dar? Você já falou, mas nunca exemplificou, tem alguma historia pra eu entender?

O olhar de Danielle se entristeceu

— Tenho

Anos antes

Danielle estava em uma reunião de trabalho quando seu telefone tocou, era sua mãe, ela olhou e não atendeu, iria esperar terminar a reunião, a ligação era insistente então ela pediu licença e se levantou

— Oi mãe, o que foi — Perguntou ao atender

— A Miriam tá com você? — Perguntou parecendo cansada

— Não, eu estou trabalhando, por que? — Danielle respondeu franzindo o cenho

— Quando você viu ela pela ultima vez? — A voz da mãe era preocupada

— Vi ontem — Pensou um pouco — Não, anteontem, o que aconteceu Mãe? Pelo amor de Deus

— Ninguém vê ela desde ontem a tarde — Falou com a voz embargada

Danielle pensou um pouco

— Vou tentar falar com ela e já te ligo — Desligou o telefone 

Ligou para Miriam, o telefone tocou por cinco vezes até cair na caixa postal, mandou uma mensagem, não teve confirmação de recebimento, era como se o telefone estivesse desligado.

Correu para o computador e procurou no site de telefones roubados para rastrear o aparelho, estava sem sinal, mas achou a última localização, perto de casa, o coração estava na boca de tanto nervoso, tentava manter a calma

Ligou de volta para a mãe

— Mãe — Tô procurando aqui, vou pra casa, vai na polícia imediatamente

— Tem que esperar quarenta e oito horas — A mãe respondeu

— Não tem não, vai imediatamente, vai agora que eu encontro a senhora lá — Danielle pegou as coisas

— Tudo bem Dani? — Rodrigo perguntou curioso vendo a aflição dela

Rodrigo era um dos poucos que chamava-a no nome feminino, no escritório, naquela época ela era ainda era Moisés

— Não, minha sobrinha sumiu, eu, eu — Passou a mão no cabelo aflita, seu lábio tremeu

— Calma amiga — Rodrigo se levantou e foi com ela até a cozinha, deu-lhe água

— Eu vou lá, vou ver o que posso fazer

Antes voltou ao computador, olhou o lugar onde o telefone marcava, era no meio da comunidade, Danielle nunca havia ido lá, pois o lugar era barra pesada.

Por um instante ela parou e se lembrou, Miriam estava na festa do bairro aos beijos com um homem moreno de cabelo loiro com a sobrancelha falhada

Fechou os olhos e colocou as mãos no rosto

— Você não tá com um traficante Miriam, pelo amor de Deus! — Danielle disse nervosa

Pegou um táxi e foi em direção a sua casa.

Pensou consigo mesma “Se ela estiver na favela eu vou matar ela na porrada, pro bem dela é melhor que ela esteja morta”

Quando Danielle chegou em casa tudo estava um caos, amigos família, quando ela chegou parece que se abriu uma roda, as pessoas esperando para ela falar.

Danielle olhou em volta, viu duas meninas que estavam sempre com Miriam

— Você e você — Apontou pras duas em seguida entrou no quarto da casa esperando as duas na porta

As meninas se entreolharam e vieram atrás dela.

Assim que entraram assustadas Danielle fechou a porta

— Cadê minha sobrinha? — Perguntou dura

— Eu não sei — Uma das meninas respondeu

Danielle deu um tapa na cara dela

— Não sabe o caralho! — Danielle disse nervosa — Eu vi vocês com ela outro dia com os favelados

— A gente não sabe dela — A outra menina disse se defendendo

Danielle deu um tapa no rosto dela também

— É bom saber, vocês duas vão se virar e trazer ela de volta, se ela estiver morta na favela eu vou matar vocês duas! — Danielle disse dura

Uma das meninas começou a chorar

— A gente não fez nada! — A primeira garota que levou o tapa disse na defensiva

— Desembucha, fala o que vocês sabem, quem era o cara moreno de cabelo loiro?

— Eu não posso — A menina falou, mas foi interrompida por outro tapa

— Fala porra! — Danielle berrou e pegou-a pelo pescoço

— É o Claudinho Tepê! — Ela respondeu

— O que ele é? — Danielle perguntou apertando o pescoço da garota

— Ele é traficante, um dos donos da boca — A outra garota respondeu

Danielle soltou a menina, fechou os olhos

— Eu vou perguntar só uma vez, pensem bem na resposta que vão me dar, não me façam perder tempo.

Olhou para as duas, as garotas estavam assustadas, uma com a mão no rosto e a outra com a mão no pescoço apreensivas, atentas

— A Miriam está com ele na favela? — Danielle perguntou calma

— Acho que sim, eu não vi, mas falaram que viram ela lá — A garota com o pescoço machucado por Danielle respondeu

— Quem viu? — Danielle perguntou

— Não posso falar — Ela disse

Danielle avançou contra ela e a pressionou na parede, era muito maior e mais forte que qualquer garota

— Você não tá entendendo que eu vou arrancar a sua cabeça se precisar?

— Ela tá lá, eu vi — A outra garota disse — Ela subiu com o Claudinho pra dar, tá tendo festa, ele falou que ela é a namorada dele

Danielle engoliu seco, não sabia que Miriam namorava

— Ela ta namorando com ele? — Danielle perguntou preocupada

— Não, mas ele é meio louco, a gente avisou pra ela que ele não bate bem, mas ela não escutou a gente!

Danielle soltou a garota

— Ele é o dono de tudo? — Danielle perguntou às meninas — Desse negócio de droga?

— Não, ele trabalha lá, é do comando, mas não é o Dono não — A garota assustada respondeu

— Quem é o dono? — Danielle perguntou e juntou as mãos — Eu juro por Deus que não vou falar pra ninguém que vocês me falaram algo, só quero eu mesma ir lá conversar com ele, eu juro.

As meninas se entreolharam, deram o nome e o endereço.

Quando Danielle abriu a porta do quarto as duas saíram correndo, o pai e o irmão a olhavam com curiosidade

— E aí Moisés? — O pai perguntou — O que conseguiu?

Danielle olhou para o pai, o nome a incomodava, ela era bem feminina, mas nessa época não havia se assumido apenas não respondia quando chamavam seu nome morto, olhou para todos, voltou para o quarto e fechou a porta imediatamente.

Resolveu tomar um banho, estava suada, um banho ia melhorar tudo e também trocar de roupa, estava de jeans e camiseta, não se sentia confiável, não queria que Moisés fosse até alguém negociar pois ele era um frouxo prestes a morrer, queria ir como ela mesma, como Danielle, essa sim era esperta e valente. Vestiu uma saia jeans comprida com um cinto fino de couro, com pregas longas, colocou uma camiseta apertada, com um sutiã de enchimento, fez uma maquiagem rápida e abriu a porta, o pai não estava, apenas a mãe, os irmãos e primos.

Olhou para todos com uma cara de poucos amigos, as pessoas se admiraram com a expressão feminina dela

— Onde você vai? — A mãe perguntou

— A senhora foi na delegacia? — Danielle perguntou

— Sim, eles disseram que agora ela consta como desaparecida, vão destacar uma viatura para procurar e vai vir alguém aqui

Danielle fez que sim com a cabeça

— Eu vou lá buscar ela, acho que sei onde ela está — Falou andando pela sala

Sentiu alguém segurar o braço dela

— Como você sabe? — Seu irmão Tiago, o pai de Miriam perguntou assustado

Danielle puxou o braço devagar para que ele a soltasse

— O celular dela deu a última localização no meio da comunidade, mas está sem bateria, foi a última localização dele ontem a noite.

Ele respirou pesado

— Pode ter sido roubado — Tiago disse pensativo

— Tem um palpite melhor pra encontrar ela? — Danielle perguntou já sabendo a resposta

— O que você vai fazer? — Ele insistiu perguntou — Conhece alguém de lá?

— Não, eu vou lá perguntar dela — Danielle disse

— Isso é perigoso — A mãe falou enquanto Danielle caminhava para fora

Tiago segurou novamente o braço dela

— Você não tem peito de aço, bandido não tolera viado, se você for vão ser duas pessoas desaparecidas pra gente procurar — Tiago falou olhando para Danielle — Fica aqui e tenha cabeça uma vez na vida

Danielle se virou devagar

— Solta meu braço — Danielle falou com a expressão severa sendo observada por vários membros da família

Ele soltou

— Se eu conseguir trazer ela e se isso foi o que eu imagino que seja, eu quero que você não faça perguntas a ela, quero que deixe comigo

— Ela é a minha filha, não sua — Tiago disse

— Eu criei ela até aqui — Danielle disse olhando para ele — Ela é minha responsabilidade, você só gozou dentro da sua mulher

Danielle sentiu um tapa na cara, a própria mãe deu, ela olhou para a mão, com a expressão de ódio, voltou a olhar para o irmão

— Eu mesma vou aplicar um corretivo nela — Danielle disse

Tiago só acenou com a cabeça de forma positiva quase hesitante

— Mãe — Danielle chamou sem olhar para a mãe

— O que? — Respondeu aflita

— Se eu não voltar em uma hora, vai na igreja e pega o Pastor, explica pra ele e fala para ele conversar com os traficantes.

— Filho, não! — A mãe suplicou

Danielle saiu da sala pisando duro, ninguém a impediu.

Ela subiu a rua não era longe, foi sozinha, nervosa, trêmula, se segurando para não chorar de medo e desespero, mas era Miriam que estava lá, por mais idiota que fosse era como se fosse a sua filha, ela nunca teria uma filha, mesmo tendo menos de dez anos de diferença ela havia criado a menina como sua, deu banho, cuidou, levou na escola, ajudou com o dever, ensinou uma profissão, comemorou junto o vestibular

— Ela é minha filha — Falou para si mesma quando chegou em uma viela olhando o endereço que as meninas falaram.

Respirou fundo e subiu, usava botinhas com saltos curtos e largos, os degraus da escada eram irregulares e com limo, no canto esquerdo um filete de água suja descia constantemente, aparentemente por anos.

— Opa parô, parô — Um homem branco de cabelos arrepiados e descoloridos, sem camisa se aproximou dela — Onde vai princesa?

Assim que Danielle olhou para ele o homem se mostrou surpreso com a aparência dela, pareceu confuso, claramente ela não era uma mulher, mas também não era um homem exatamente

O rapaz cutucou o outro que estava com ele

— Se liga, se liga — Falou para o rapaz

O outro homem se levantou, era negro e alto

— O que tá pegando aqui traveco? — Falou ao se aproximar de Danielle

Ela não gostava daquele termo, doeu em seu peito, mas não queria qualquer confusão, só queria encontrar Miriam e sair dali o mais rápido possível, a sua vida toda havia evitado aquele tipo de lugar.

— Eu to procurando uma pessoa — Falou Danielle receosa

— E você é polícia de onde? — O Homem perguntou

— Eu não sou polícia não — Ela respondeu

— E quem te mandou? — Ele coçou o queixo desconfiado

— Ninguém, eu mesma vim, estou procurando a minha sobrinha — Pegou o celular e mostrou a foto dela para os homens, ambos olharam e pareceram não conhecer — Ela foi vista entrando aqui, o celular dela mostrou a localização de lá dentro — Apontou para dentro da favela — Aí sumiu, acho que acabou a bateria

— Ih mano — O homem negro olhou em volta — Se não voltou já era, ta resolvido

Danielle sentiu um tranco no peito, tentou não entrar em desespero, mas algo a fez mudar de postura

— Mina — Ela disse

— Que mina? — O Homem perguntou

— Não sou um mano, sou uma mina — Ela disse olhando séria para ele

O Homem sorriu e balançou a cabeça positivamente

— Tá certo mina, não vi sua sobrinha, você quer caçar ela? — Perguntou colocando a mão para trás e ajeitando algo na calça, Dani achou que fosse mostrar uma arma ou algo assim, mas nada aconteceu.

— Eu preciso — Danielle disse eufórica — Falaram que ela ta com o Claudinho?

— Claudinho? — O homem disse parecendo surpreso — Eita porra — Ele coçou o queixo de novo e se virou para o homem de cabelo descolorido — Tico, olha aí, vou levar a mina no Bóse — Olhou para Danielle — Vem

— Ele vai curtir hein — Tico falou ao longe

Danielle não entendeu, o homem negro apenas sorriu e continuou andando

Saiu andando e ela o seguiu, ele era grande, andava rápido, ela o seguiu como pode, seu coração batia forte, palpitando de medo e angústia, desceram por uma ladeira íngreme de calçadas ruins, ele ajudou-a a descer o ultimo alto degrau da calçada

— Obrigada — Ela disse educada, resolveu estabelecer um elo com o homem quando segurava a mão dele — Eu sou a Danielle, qual o seu nome?

Ele olhou pra ela

— Danielle? — Parecia examiná-la — Parece mesmo — Falou dando as costas e seguindo, mas alguns passos disse — Me conhecem aqui como Diniz

— Diniz — Ela repetiu enquanto andava atrás dele — Você está me levando para o chefe da boca?

— Ele comanda tudo aqui Danielle

— Dani — Ela disse

— Ele comanda tudo Dani — Repetiu parecendo desinteressado

Diniz fez uma série de perguntas para Danielle, onde ela morava, com quem morava, onde trabalhava, o que tinha acontecido e durante o trajeto ela contou detalhadamente tudo sem mentira.

Entraram por uma viela e passaram por algumas casas apertadas no caminho, entraram num quintal

— Bóse ta aí? — Diniz falou na porta da casa

Imediatamente um homem saiu com uma arma na mão, olhou para Danielle e para Diniz

— Quem é essa? — Perguntou curioso com a arma em punho

— Essa aí é a Danielle, ela mora próximo da comunidade aqui, tá procurando a sobrinha dela, parece que tá com o Claudinho — Diniz disse ao homem que parecia ser segurança

Ele mediu Danielle

— Tá, peraí — Entrou na casa e demorou menos de um minuto, as pernas de Danielle tremiam, parecia uma eternidade, ele apareceu na porta de novo — Pode entrar

Entraram.

Por fora a casa parecia um barraco mal cuidado, paredes com logo, reboco mal feito, mas por dentro era um mundo diferente, aquela entrada era a cozinha, todos os móveis eram rústicos, a parede havia uma textura de madeira, o fogão e a geladeira eram enormes, pareciam coisas e novela.

Diniz a guiou até outro cômodo, era uma sala, havia um homem de cor parda, cabeça raspada, usando uma bermuda preta e chuteiras, estava sem camisa e era muito forte

Diniz se aproximou e o cumprimentou ele se levantou e olhou pra Danielle

— E quem é essa princesa? — Os olhos dele escanearam Danielle debaixo em cima e ela corou de vergonha

— Sou a Danielle — Falou sem jeito

— Presente pra mim, Diniz? — Ele falou sorridente

Diniz sorriu 

— Não, ela apareceu toda nervosa la na boca da entrada procurando a sobrinha dela que sumiu

o Homem olhou para Diniz e deu de ombros

— Achou? — Perguntou curioso

— Ela falou que a menina foi vista com o Claudinho — Diniz completou

— Claudinho? Caralho — Falou pensativo

Num gesto rápido se aproximou de Danielle e esticou a mão

— Sou o Fernando — Olhou-a nos olhos sorridente — Me chamam de Bóse por aqui

— Prazer, Danielle — Ela disse envergonhada

— Sua sobrinha é de menor? — Ele perguntou

— É sim — Danielle disse preocupada — Disseram que viram ela com o Claudinho, que ele disse que tava namorando ela, mas ela não pode namorar ainda

Bóse deu estalo com a língua se lamentando

— Bicho burro do caralho — Passou a mão na cabeça raspada — Volta lá Diniz, deixa ela aqui que eu vou ver isso

Diniz virou-se e foi embora, Danielle se sentiu abandonada, não que conhecesse Diniz mais que Bóse, mas agora estava completamente distante de tudo e de todos, sentia seu estômago virar

— Marcão! — Bóse gritou — Chama os meninos aí, vamos lá falar com o Claudinho e ver se ele sabe da sobrinha da Dani — Olhou pra Danielle — Posso te chamar de Dani né?

— Pode — Ela respondeu — Prefiro

Ele sorriu para ela, foi até a cadeira e pegou uma camiseta regata vestindo

— Você faz o que Dani? — Perguntou curioso

— Eu sou programadora — Ela respondeu sem saber se isso queria dizer algo

— Ah, legal, eu já estudei Java, você trabalha com Java? — Ele falou interessado

— Eu conheço, mas trabalho com C Sharp — Ela falou explicativa e surpresa pelo conhecimento dele

— Dá dinheiro sua área? — Ele perguntou entrando atrás de uma cortina e vestindo uma calça jeans, em seguida voltou, sentou-se no sofá se arrumando e amarrando o cadarço do tênis

— Dá sim, pra mim ainda não por que eu sou iniciante, mas daqui uns dez anos provavelmente vou estar ganhando bem — Ela respondeu analítica

— Bonitona, inteligente e ganhando bem, aí você quebra nóis — Ele disse olhando para ela.

Danielle sorriu e desviou o rosto, ela não podia ver mas parecia estar em chamas de vergonha, estava lisonjeada

Ele se levantou

— Como é o nome da sua sobrinha? — Ele perguntou se aproximando

— Miriam — Danielle pegou o celular e mostrou a foto de papel de parede do celular com miriam sorridente — Essa aqui

— Caraca, tal tia, tal sobrinha, todas as mulheres da sua família são lindas assim Danielle? — Ele perguntou curioso

Ela sorriu e não respondeu, estava boba com as palavras do homem, tanto que por alguns segundos esqueceu do perigo

— Essa menina não é evangélica? — Perguntou curioso

— É sim! — Danielle disse — Eu também sou

— Eu vi ela com ele ontem, já até sei onde estão — Bóse falou olhando para um canto pensativo

— Você namora? — Ele perguntou curioso, agora ele estava vermelho

— Eu, é, não — Ela respondeu insegura

— Pra te namorar tem que ser da sua igreja? — Ele perguntou no exato momento que dois homens chegaram

— Bora? — Um dos homens falou

Ele se dirigiu a porta e passou do lado dela

— Aqui funciona assim, na troca — Ele disse para ela

Danielle sentiu medo de novo

— O que você quer? — Ela perguntou trêmula

— Quero seu telefone — Ele disse sério

Ela esticou a mão e deu o aparelho pra ele

— Eu não vou te roubar — Ele disse achando engraçado

Ela olhou surpresa para ele e puxou o aparelho de volta

— Desbloqueia ele — Bóse disse

Ela desbloqueou e deu pra ele, ele pegou o aparelho e ela viu, digitou um número de telefone e gravou como “Fernando Boss”

— Boss — Ela falou quando leu o nome dele

— É que os burros aqui falam Bóse, então pegou — Ele disse sorridente — Vai me ligar Danielle?

Ela sorriu e fez que sim com a cabeça, aquela altura ela toparia qualquer coisa para encontrar a sobrinha e sair dali.

Caminhou ao lado de Bóse pela rua junto com mais outros quatro homens, determinado momento Danielle percebeu que ele olhava ela andar, estava olhando seu corpo.

— Ta tendo o aniversario dele hoje, aquelas zueiras lá — Um dos homens falou para Bóse

— É hoje? — Bóse perguntou parecendo preocupado, virou-se para Danielle — Dani, acho que vai ser mais difícil do que eu pensei, a gente vai ter que ficar um pouco lá 

— Por que? — Ela perguntou aflita

— As festasde aniversario do Claudinho dura uns dias, mas como é hoje tá acabando, e eu deixei ele fazer a festa e — Pensou — Bem, é provável que saia mais caro que o seu telefone então, já me desculpo aqui

— Eu não tenho dinheiro comigo — Ela disse pensativa e assustada

— Não, não é isso — Ele falou arrumando a roupa — Mas cola em mim que eu te ajudo

Um dos homens deu uma risadinha

Bóse empurrou-o com violência

— Tá rindo do que marreco? — Bóse perguntou violento

— Não, nada, desculpa Bóse — O Homem falou assustado

Continuaram a andar em silêncio.

Danielle ouviu uma música alta conforme se aproximava, era Funk, tinha um concentração de pessoas da viela, passaram por eles com facilidade, subiram uma escadaria onde a música estava alta, falaram com outras pessoas e Danielle mal podia ouvir, seguiram entao por um quintal

— Dani — Bóse gritou no ouvido dela para que ela pudesse ouvir — Você tem que ficar esperta o negócio aqui é diferente

— O que eu faço? — Ela gritou de volta no ouvido dele

— Quando ver sua sobrinha não deixa ela fazer escandalo por que é provavel que ele teja prendendo ela aqui, manda ela ficar na moral entendeu? — Bóse disse parecendo preocupado

— Entendi — Ela falou compreensiva

— Eles só deixam entrar quem vai participar então se você entrar você vai participar, quer mesmo achar ela? — Bóse perguntou

Mas Dani quase não deixou ele terminar

— Eu quero, eu participo — Ela falou animada com a possibilidade de encontrar a sobrinha

— Fica comigo — Ele disse parecendo carinhoso

Danielle agarrou o braço dele e apertou com força, dificilmente tinha um apoio daquele tipo para qualquer que fosse a necessidade que tinha.

Se Aproximaram do portão, um homem com uma arma viu Bóse e deu um abraço caloroso nele, conversaram, ele apresentou Danielle

— O que você veio fazer aqui Danielle? — O Homem perguntou

— Vim ver se minha sobrinha tá aqui, posso só ver se ela está? — O homem disse — Ela se chama Miriam

— Tem miriam nenhuma aqui não — Ele disse sério — Aqui é tudo puta, vagabunda e dadeira, se ela tiver aí no meio beleza, mas ninguém tem nome não e nem entra câmera aqui não!

Ela olhou para Bóse, ele fez que sim com a cabeça e ela pegou o celular entregando ao homem

— Quando sair você pega — Ele disse para Danielle, em seguida bateu no peito de Bóse — Essa é das suas hein

Bóse sorriu e entrou, Danielle continuou agarrada no braço dele.

A música ali no ambiente não era tão alta, havia um telão passando algum clipe de funk, diversas pessoas, demorou para Danielle entender o que estava acontecendo.

Uma piscina no chão estava cheia de água, um homem estava sentado e uma garota negra de seios minúsculos estava nua pulando no meio das pernas dele, ele agarrava o corpo dela, ela parecia gostar do que estava acontecendo.

Num outro canto um casal no chão em um colchonete transavam no estilo papai mamãe em outros lugares casais se beijando, havia muito mais mulheres que homens, a maioria dos homens estavam sem roupa, mas todas as mulheres estavam sem roupa.

Danielle viu uma o que ela queria, Miria estava ajoelhada em uma cadeira com os cotovelos apoiados em um balcão de concreto enquanto um homem pelado com o corpo coberto de tatuagens segurança a cintura dela e transava com ela com muito gosto, o rosto dela parecia cansado, a maquiagem escorrida por um lado do rosto.

Ela levantou o olhar e viu Danielle.

Danielle quis correr e tirar aquele homem horrível de trás dela, quis abraçá-la e sumir dali, mas sabia que era perigoso sabia que não podia vacilar, quando os olhares se encontraram ela levou o dedo aos lábios pedindo silêncio, em seguida fez um gesto com a mão pedindo calma.

Mirma sorriu e fez que sim com a cabeça rapidamente e continuou balançando, seu corpo sofria com os solavancos do homem e seus cabelos arrastavam na mesa

— Olha o Bóse aaaeee — O homem que estava atrás de Miriam gritou e a deixou onde estava

— Claudinhoooo! — Bóse falou abraçando ele

Danielle viu quando ele saiu de trás de Miriam e levantou a bermuda, o pênis ereto, correu a abraçou Bóse

— Você veio! — ele disse

— Vim, Parabéns — Bóse disse

— E trouxe uma das suas hein! — Bóse disse olhando para Danielle e esticando a mão para ela — Qual a sua graça minha rainha?

— Danielle — Ela respondeu

— Qual seu dote? — Claudinho perguntou sendo direto e Danielle tremeu, ninguém nunca havia perguntado isso para ela ao vivo, não naquela situação, mas ela havia entendido, era aquilo que Bóse se referia quando ele disse que sairia mais caro

Ela abriu a boca e não saiu nada, não conseguia falar, era invasivo demais

— Tira os olhos, essa não é presente — Bóse falou abraçando — Essa aqui é exclusiva minha!

— Aaaahhhh — Claudinho deu um soquinho em Bóse — Por isso você é o chefe, você é ligeiro, pega as melhores pra você

Bóse deu uma uma piscada para Danielle parecendo satisfeito

— Tô comendo minha mina ali — Claudinho disse — Cara, achei a mulher certa, mina gostosa da porra, inteligente, essa vai ser a foda! — Falou para Bose

— Quem é? — Bóse perguntou

Claudinho apontou para Miriam que estava em pé, nua ao lado da mesa

— Vem cá amor — Claudinho falou chamando-a

Apresentou à Bóse — Miriam deu um beijo no rosto dele se apresentando

Olhou para Danielle e Bóse viu o pânico no olhar das duas.

— Essa aqui é a tia da sua mina — Bóse falou apontando pra Danielle — Ela tava preocupada com a sobrinha por que ela desapareceu

— Preocupada com o que — Claudinho disse — Eu trato ela muito bem

— Ah, eu sei disso, aqui todo mundo sabe, mas a Dani não te conhece né — Bóse avisou — Mas ela tá vendo que a menina tá bem era só uma preocupação mesmo

— Não Dani, não se preocupa, eu to cuidando muito bem da sua sobrinha, tá a gente se ama, e vai se casar direitinho, ela vai casar virgem e eu vou meter um filho nela, né amor? — Claudinho falou pegando na mão de Miriam e beijando

— É — Ela respondeu envergonhada

Danielle observava tudo com atenção

— Você tá bem né meu amor? — Claudinho perguntou para ela

— To sim — Ela respondeu assustada colocando as mão para trás

Bóse deu uma olhada no corpo dela, era magra, seios grandes, buceta proeminente como os que chamam de capô de fusca com pelos densos bem aparados, um rosto angelical, cabelo comprido e unhas pintadas de branco, parecia-se com Danielle de certa forma, mas infinitamente mais feminina.

— Mas calma aí Claudinho — Bóse falou — Que treta é essa de virgem? Se eu vi você comendo ela ali agora? Tá variando é?

— Que isso meu parceiro? — Claudinho pareceu ofendido — Aqui é crente, safra boa, não dá a buceta não, só dá o cu mesmo

— Ah! — Bóse pareceu surpreso

— Deve ter aprendido com a tia, né Danielle — Claudinho cutucou Danielle

Bóse riu, e Danielle riu também de desespero

Ela não respondeu, ele insistiu

— Você já transa né? — Ele perguntou — Claro que transa, com uma raba dessa, puta que pariu! — falou puxando miriam pela mão — Vamos lá pra dentro, aqui tá ficando frio já

Bóse e Danielle acompanhou

— O que eu faço — Danielle perguntou preocupada

— Você transa né? — Ele perguntou — Mesmo sendo crente

— Já transei sim — Ela falou preocupada

— Então é bom puxar da memória aí — Ele disse entrando na casa.

Não era um lugar muito bonito, mas era arrumado, as paredes eram feias, mas os móveis eram novos, um sofá grande daqueles que estende o tamanho

Claudinho tirou o short revelando um pau amolecido e se sentou no sofá

— Vem trabalhar meu amor — Chamou miriam

Ela se ajoelhou e começou a chupar o pau dele, olhou para Danielle e os olhares se sustentaram por alguns segundos, Miriam então fechou os olhos com força e continuou a chupar, Claudinho acariciava a cabeça dela

— Boquinha de veludo dessa crente é foda demais, quer experimentar Bóse? — Ele perguntou animado — Você eu deixo!

— Não, eu passo — Bóse disse — Só tenho olhos pra Dani

Claudinho rio

— Dá seu show aí Dani, quero ver seu dote! — Ele falou animado

Bóse se aproximou e deu um beijo na bochecha dela

— Tira tudo — Falou aos sussurros, em seguida se sentou no sofá ao lado de Claudinho que recebia o boquete de Miriam

— Devagar senão eu gozo — Ele deu um tapa na cabeça de Miriam

Os dentes de Danielle batiam de tanto nervoso, ela estava contente por ter encontrado Miriam, mas o jeito que aquilo estava acontecendo era realmente de perder as estribeiras.

Danielle procurou o olhar de Bóse, ele se inclinou para frente e apoiou os cotovelos nos joelhos, parecia interessado em Danielle, fez um gesto positivo com a cabeça

Não era um homem muito bonito, mas parecia poderoso, a pose dele havia conquistado Danielle, ela se perguntava se era o poder ou a pose le

Ela desabotoou a saia longa na lateral e a tirou, usava um shortinho preto por baixo, nada de renda ou algo sensual, era confortável, colocou a saia numa cadeira, em seguida tirou a camiseta apertada ficando apenas de sutiã e shortinho

Bóse se levantou

Abraçou-a e deu um beijo em sua boca

Por alguns segundos ela se entregou o beijo era gostoso, ele parou

— Fica calma, você sabe o que vai acontecer aqui né? — Ele perguntou

— Tenho ideia — Ela disse

— Fica só comigo, tá? — Ele disse — Assim eu consigo te proteger — Ele falou olhando-a nos olhos — Confia em mim?

— Confio — Ela respondeu rápido

Ele deslizou as mãos para as costas dela e soltou os sutiã, Danielle tremeu de nervoso, não sabia a reação dele, não tinha certeza se ele sabia o que ela era de fato, pelas palavras parecia que ele gostava de mulheres transexuais, mas tinha medo dele achar ela uma fraude e se achar enganado e colocar Miriam e ela mesma em perigo

Ela cobriu os seios

— Deixa eu ver — Ele disse pegando a mão dela

Danielle abaixou as mãos e ele olhou, os seios minúsculos, bicos largos e cor de rosa apontando para cima

— Você é muito linda Danielle, como tem que ser — Ele falou passando dedo no mamilo dela fazendo-a tremer de tesão e medo

— Obrigada — Ela respondeu com a voz falhando

Ele a abraçou e pegou nas laterais do shortinho, abaixou deixando-a completamente nua usando apenas as botinhas

Ele deslizou a mão e pegou no pau dela, em seguida no saco, não apertou, apenas acariciou

— Funciona? — Ele perguntou curioso

— Um pouco — Ela respondeu insegura enquanto ele a massageava

Ele pegou-a pela mão e trouxe para frente de Claudinho

— Olha aí, compete ou não com a sobrinha? — Bóse falou animado mostrando-a

— Porra, puta traveco gostoso da porra! — Claudinho disse animado — Curte fuder fia?

— Curto — Danielle perguntou — Mas só com o Fernando — Falou sem pensar e corrigi — Com o Bóse

— Iiiihhh Fernando — Claudinho debochou — Ta apaixonada no patrão

Bóse riu e se sentou

Miriam estava olhando para Danielle enquanto chupava o pau de de Claudinho de forma muito babada

— Faz igual — Bóse disse

Danielle se abaixou e arrumou cabelo atrás da orelha, abriu o zíper da calça de bose e puxou para baixo, até a canela, ele usava uma cueca preta, ela passou a mão no pau dele, estava duro, puxou a cueca e o pau saltou pra fora

Reparou no olhar de Miriam para ela, olhou de volta com cara de reprovação e Miriam desviou o olhar, o pau era bonito, parecia mais claro que a pele dele, era retinho, apontando para cima, com veias azuis, não era gigantesco

Danielle se inclinou e pegou na mão, olhou para Bóse e deu um beijo no pau dele, ele soltou o ar dos pulmões, parecia nervoso como ela

— Calma — Ela disse — Eu cuido de você — Ela falou sussurrando

Bóse continuava olhando sério para ela

Danielle puxou a cabeça do pau para fora, era vermelha como um morango grande, estava molhada, ela passou o dedo e sentiu a viscosidade.

Percebeu que tanto Claudinho quanto Bóse e Miriam observavam, então ela abocanhou fazendo o melhor que podia, a linha quente desceu e subiu enrolando na cabeça da rola quente de Bóse como se fosse uma cobra elétrica.

Bóse gemeu alto e deixou a cabeça cair para trás.

Miriam ficou olhando a tia chupar o pau do chefe dos traficantes com vontade

— Vai chupa também, faz igual — Claudinho incentivou

E Miriam obedeceu, começou a acariciar e a beijar, imitando Danielle nas carícias, Danielle passou a mostrar para Miriam como ela fazia, como passava a língua

— Olhae chefe — Claudinho cutucou Bóse fazendo ele voltar pra realidade — A Tia ensinando a sobrinha! — Riu

Bóse olhou, o rosto sério, acariciou a bochecha de Danielle e ela chupou o dedão dele, a cara dele foi de espanto, ele se levantou, ela se levantou junto

Novamente ele a beijou e ela o abraçou sentindo-se segura

— Vamos fazer parzinho — Claudinho disse se levantando e colocando miriam no sofá, de quatro — Fica você na frente dela Dani — Claudinho mostrou a Danielle

O sofá era grande, Miriam ficou de quatro nele e Danielle também ambas face a face, rostos quase colados.

Claudinho pegou um tubo branco e tirou um gel de dentro, passou no cu de Miriam e no próprio pau, jogou o tubo para Bóse

Danielle sentiu o gel gelado em seu cuzinho, Bóse acariciou

— Vou devagar — Ele disse para Danielle

Ela ouviu o gemido alto de miriam e a cara dela de dor quanto Claudinho entrou meio que sem avisar

Ela apoiou nos cotovelos no sofá

— Não, levanta, apoia na palma igual uma cadela — Claudinho falou e Miriam ergueu o corpo, olhava para Danielle com medo

Danielle sentiu a pressão no anus, era o dedo de Bóse, em seguida sentou o pau dele

— Agora — Bóse disse cuidadoso

— To pronta — Danielle disse olhando para Miriam de forma que Miriam sentiu medo

O pau de Bóse entrou nela fazendo-a revirar os olhos instantaneamente, era gostoso, quente, melado, deslizou quase todo para dentro, em segundos estavam as duas com os corpos balançando cara a cara, se olhando nos olhos, Miriam desviava o olhar, mas danielle sustentava.

Aquilo durou cerca de cinco minutos, Bóse e Claudinho conversavam sobre outras coisas e a beleza das garotas que comiam, Claudinho pediu para trocar e experimentar Danielle, mas Bóse disse que não, que Danielle era só dele.

— Vai, beija aí pra gente ver — Claudinho disse animado

— Quem? — Danielle perguntou assustada

— Beija a sua sobrinha ué, você não ama ela? — Claudinho perguntou

Bóse não falou nada, o pau dele pulsava e ele comia Danielle de forma constante, parecia perdido no seu próprio tesão

Danielle olhou para Miriam com atenção, as duas estavam assustadas, Danielle inclinou o rosto na direção dela e Miriam veio em sua direção, em segundos as línguas se encontraram.

Nenhuma das duas quis sentir aquilo, mas sentiram, o beijo era quente e gostoso, sentiam tesão por estarem sendo submetidas à força, humilhadas e tratadas como servas e estarem se beijando forçado era algo mais ultrajante ainda

Danielle não parou de beijar, apenas fechou os olhos e sentiu o corpo de miriam se mexer mais rápido

— Vai caralho, cena gostosa da porra! — Falou aumentando o ritmo

Danielle sentiu que Bóse também aumentava

Em pouco segundos Claudinho anunciou o gozo, Miriam parou de beijar e abaixou o corpo, Bóse ainda demorou quase um minuto, apertando a cintura de Danielle e castigando o cu da jovem transexual com muita vontade até que gozou também tudo dentro dela.

Quando parou ele saiu e Danielle caiu no sofá exausta, miriam deitada

— Você tá bem tia? — Miriam perguntou

— Não fala comigo — Danielle disse e ergueu o corpo

— Bora comer, pra continuar a festa! — Claudinho disse vestindo a bermuda

— Amor a gente precisa ir — Danielle falou para Bóse — Tá todo mundo preocupado lá, vão fazer BO se não voltarmos

— Claudinho, vou levar sua namorada aí e a minha — Bóse disse

— Que isso Bóse, vai furar meus olhos agora? — Claudinho pareceu transtornado

— Nada, a família dela é crente você sabe, vão avisar os verme, a mina é de menor, você tá ligado que vai dar bostar isso e eu vou por na sua conta — Bóse disse — Assume o B.O?

Claudinho ficou olhando para Bóse

— Sua conta e risco aí você fica com as duas —  Bóse levantou as mãos como se dissesse que não podia fazer nada

— Não, não, leva ela sim, quero caso não — Falou

Pegou as roupas de Miriam e deu, ela se vestiu, Danielle também, saíram andando normalmente, passaram pela música alta junto com Bóse e com os seguranças dele e chegaram na porta da casa

— Eu queria agradecer mais, muito obrigada pela ajuda, não sei como posso te pagar — Danielle disse se aproximando

— Eu peço desculpas Dani, eu não queria que tivesse sido assim, queria ter te conquistado, levado pra sair e bem… — Ele falou decepcionado

— Eu te ligo e a gente recomeça, que tal? — Ela perguntou sorridente, só queria sair dali, mas queria fazer aquele jogo de sedução, estava gostoso e era prudente

— Tá bom, eu espero e a gente marca — Bóse disse e se aproximou para um beijo

Ela deu a bochecha

— Tchau Fernando! — Ela falou animada

Ele sorriu e deu um beijo na bochecha dela

— Tchau Danielle — Falou também animado — João, leva elas até na boca da entrada — Ordenou

Ela pegou na mão de Miriam e foram caladas junto com joão até a entrada, se despediram de joão e passaram de mãos dadas pelas ruas e vielas iniciais até chegarem próximo a casa delas, Danielle bateu nos bolsos

— Caralho, meu celular! — Falou lembrando-se que deixou na entrada da festa — Que merda

Estava triste por ter perdido o aparelho que era caro, mas tinha medo do que poderiam fazer, no fundo sentiu pena pois tinha o telefone de Bóse lá que ela não tinha acesso.

— O meu tá aqui — Miriam disse ligando seu celular

Danielle pegou dela, não tinham passado duas horas ainda, ligou para a mãe

— Miriam? — Uma voz masculina atendeu, era o pai de Miriam

— Tiago, tô chegando — Danielle disse — Ta tudo bem, me espera na casa da mãe

— Tá bom — Ele falou e ela desligou o telefone

Colocou o telefone de Miriam no próprio bolso e pegou na mão dela para continuar o caminho.

— Tia, obrigada — Miriam disse entristecida

Danielle parou e soltou a mão, olhou pra ela e falou devagar

— Cala a boca — Miriam nunca tinha visto Danielle tão transtornada daquele jeito

Puxando Miriam pela mão com uma certa violência chegaram em casa

Quando viram Miriam a abraçaram e a beijaram, as mulheres choraram e o pai de Danielle a viu vestida de mulher, olhou-a debaixo em cima, era a primeira vez que tinha visto ela assim desinibida

— Obrigada — A mãe correu e abraçou Danielle — Se não fosse você Moisés, ela não tinha se salvado

Danielle aceitou o abraço da mãe dos irmãos e da cunhada, o pai ficou distante, quando todos pararam ele se manifestou

— O que aconteceu? — O pai perguntou com a voz grossa

Danielle tomou fôlego e começou a falar, disse da conversa com as meninas, de como subiu o morro, mas quando chegou na parte da festa Miriam interrompeu

— Tia, deixa essa parte pra lá — Miriam disse preocupada

— Você me espera lá no meu quarto — Danielle disse apontando com o dedo

Todos ficaram em silêncio, Miriam ficou parada

Danielle só olhou para ela com severidade e ela foi de cabeça baixa.

Danielle continuou a contar, contou toda a historia, disse que Miriam estava fazendo sexo anal com um homem de forma forçada, por que foi burra e aceitou isso sem saber as dimensões do que estava acontecendo, disse que ela mesma teve que fazer sexo anal com um homem.

A família discutiu se deveriam chamar a policia, denunciar ou algo assim, mas Danielle os convenceu de que era inútil, nenhuma lei normal valia naquele lugar e que agora eles teriam que lidar com aquilo sem envolver nenhuma força legal

— Foi a sua primeira vez com um homem? — O pai perguntou quando ela terminou

Danielle não respondeu, apenas olhou sem emoções

— O importante é que elas estão bem! — A mãe de Danielle levantou e abraçou Danielle — Obrigada Filho, você é um menino de ouro.

Danielle sentiu algo em seu peito, aquilo havia sido pesado para ela, as pessoas pareceram não ligar para os sentimentos dela, ela também havia sido obrigada a transar sem seu consentimento, não pode conter um soluço e chorou imediatamente.

A irmã a abraçou

— Pronto, calma, já acabou — Léia disse apertando Danielle contra o peito

— Não foi né? — Ouviu a voz do pai do outro lado da sala

Danielle se levantou, limpou as lágrimas e viu as mãos sujas da maquiagem

— Não foi — Disse desafiadora

Ele se levantou e veio na direção dela com a mão levantada, ela apenas trincou os dentes o mais forte que pôde sentindo seu maxilar fraturado estalar.

Mas ele parou, deu as costas, esbravejou

— Vai vestir uma roupa de homem! — E saiu em direção ao quintal, bateu no peito de Tiago — A culpa é sua da sua filha ser uma vagabunda, leve ela mais pra igreja, faça ela ser uma mulher decente, faz ela casar logo.

Tiago não respondeu o pai, mas virou-se para a irmã Danielle que ele conhecia como Moisés

— E ela está bem? — Tiago perguntou à Danielle

— Ela vai ficar, vou entrar lá e fazer ela pensar no que aconteceu

Tiago apenas observou

— Com licença — Danielle disse indo ao seu quarto.

Chegou lá, Miriam estava sentada chorando abraçada com os joelhos

Danielle olhou para ela, lágrimas também brotaram dos seus olhos

— Tira a calça — Danielle falou com o rosto vermelho e com a voz embargada

— O que? — Miriam disse assustada

— Abaixa a calça, mostra a bunda pra mim — Danielle disse severa

— Por que? — Miriam perguntou assustada

— Por que eu to mandando, vai ser assim agora, eu mando e você obedece entendeu sua retardada burra do inferno! — Danielle gritou com Miriam

Ela obedeceu, levantou e abaixou a calça, não usava calcinha

— Vira — Danielle fez ela se virar de costas

— O que vai fazer tia? — Miriam perguntou receosa

Danielle tirou o cinto fino da saia jeans, enrolou na mão e ergueu com força, ele produziu um zincado no ar e acertou a bunda de Miriam levantando uma marca imediatamente

— Aaaaaahhhh — Miriam gritou — Não tia!

Danielle pegou ela pelos cabelos

— Tivesse pensado antes de fazer essa merda — Fez miriam virar de costas e a acertou na bunda outra vez

Miriam gritou de novo

— Para tiaaa, ta doendoooo

Danielle não ouviu, bateu mais três vezes, a última fez o sangue escorrer, soltou os cabelos de miriam e ela se ajoelhou no chão.

Danielle sentou no chão e abraçou os próprios joelhos chorando copiosamente, sentiu Miriam se aproximar e a abraçar

— Desculpa tia, desculpa — Miriam falou abraçando Danielle

Danielle abraçou ela de volta e choraram juntas noite a dentro.

— Cabeça oca! — Danielle falou apertando Miriam

De volta ao consultório

— Puta que pariu — Priscilla falou assustada quando Danielle terminou de falar — Digo, desculpe, é que

— Eu sei, eu entendo, não precisa se desculpar, isso foi pesado — Danielle disse

— Muito pesado — Priscilla disse

O Alarme soou bem baixinho

— Você foi salva pelo gongo! — Danielle disse sorridente

— Fui! — Priscilla disse — Mas eu quero saber mais, já pensou em escrever um livro das suas memórias

— Um livro é? — Danielle perguntou curiosa — Nunca pensei, acho que ninguém iria se interessar

— Iria sim, com certeza, tem uma antiga paciente minha que é escritora, vou pegar o contato dela e te passar para vocês conversarem, é uma boa.

Se despediram e Danielle voltou ao seu caminho rumo ao escritório.

Quando chegou em sua mesa havia uma caixa em cima, sem identificação, sem bilhete, abriu e era par do seu sapato que faltava, rapidamente fez a ligação, era de Fausto, ela havia esquecido em algum lugar na casa dele ou no carro.

Deu um sorriso

— Bom dia — Ouviu a voz de Fábio

— Bom dia!!! — Respondeu sorridente

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Rafaela Khalil é Brasileira, maior de idade, Casada. Escritora de romances eróticos ferventes, é autora de mais de vinte obras e mais de cem mil leitores ao longo do tempo. São dez livros publicados na Amazon e grupos de apoio. Nesse blog você tem acesso a maioria do conteúdo exclusivo.

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