Diário de Rafaela 1 – Capítulo 07 — Dia comum

Diário de Rafaela 1 – Capítulo 07 — Dia comum

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No domingo Rafaela dormiu até tarde, descansou sem olhar no celular, acordou próximo do almoço, levantou e tirou a roupa, ligou um rock’nd roll agitados para dançar enquanto tomava banho.

Tomou seu banho demorado, depilou seus pelinhos, passou creme por todo o corpo e fingiu ser uma cantora de sucesso na frente do espelho de seu quarto, enrolada em uma toalha.

Jogou a toalha ao longe e se viu nua, segurou os seios e sorriu, era gostosa, linda, amava seus peitos medios e firmes, seu bumbum empinado e sua cintura fina, mandou um beijo para si mesma.

Escolheu uma calcinha confortável e um shortinho justo, também confortável, sequer considerou o uso do sutiã naquele dia de descanso, pegou o celular e desceu descompromissada.

— Bom dia pai! — Falou num tom mais alto pois sabia que seu pai não o ouvia bem, abraçou-o por trás no sofá.

— Bom dia — Ele respondeu agarrando-a e puxando-a por cima do ombro fazendo a garota sorridente  cair no colo dele — Viu o passarinho verde foi? — Perguntou sentindo-se contagiado pelos gritinhos finos e sorridentes da filha

— Resolvi que vou ficar bem hoje — ela respondeu alegre dando de ombros

O pai cerrou os olhos, parecia sério

— E como você vai fazer isso com seu pescoço! — Assim que terminou de falar, mordeu o pescoço dela fazendo barulho.

Rafaela sentia cócegas no pescoço e lhe dava uma crise de riso e arrepios

— Ah não! — Conseguiu falar antes de cair na gargalhada e dar gritos finos pedindo que ele parasse, foi em vão, ele continuou por vários minutos até que ela estivesse.mole e entregue, jogou-a como um boneco no sofá e se levantou

— Finalizado — Ele falou divertido indo em direção ao banheiro.

Rafaela ficou deitada no sofá dando risinhos de boba com lágrimas de risos escorrendo por seus olhos

— Rafaela — Chamou a voz da mãe da porta da cozinha

A garota se levantou

— Oi mãe — procurou o chinelo que havia voado para longe e saiu arrastando os pés em direção à mãe, deu-lhe um beijinho na bochecha

A Mãe parecia carrancuda

— Você terminou com o Cláudio né? — Ela Perguntou tirando vegetais de um carrinho de feira

Rafaela foi ajudá-la

— Terminei sim, eu te falei? — Rafaela perguntou tentando se lembrar

— Ele me ligou três vezes Rafa, atende ele, pelo amor de Deus!

— Te ligou pra que? — Rafa perguntou enquanto organizava as compras da mãe

— O que você acha? — Dona Rose parecia chateada — Atende e manda ele parar de ligar, ou volta ou encerra isso de vez

— Eu encerrei mãe — Rafaela pensou — Cacete

— Encerrou ou não? — A mãe perguntou irritada

— Eu não estou mais namorando com ele mãe, conversamos ontem, o tio Moacir que me trouxe, falei pra ele também.

— Então liga pra ele por que se ele me ligar de novo eu vou xingar e mandar ele parar de chorar.

Rafaela pegou o celular e viu

28 chamadas não atendidas e mais de 50 mensagens de texto.

O Telefone vibrou tocando, a mãe viu

— Atende e resolve isso logo, não foge! — A mãe ordenou

Rafaela revirou os olhos e sentiu um forte tapa na bunda, era a mãe rindo

— Também, com um rabão desses, qualquer um fica de quatro.

A garota colocou a mão na bunda sentindo o estalo e atendeu o telefone carrancuda

— Fala — Tentou não passar sentimentos na voz, queria ser fria.

— Bom dia meu amor — Era a voz de Claudio do outro lado — Você está bem?

— Fala Cláudio, o que você quer? Estou ajudando minha mãe — Rafaela respondeu grosseira.

— Quero falar com você, não posso? — Ele perguntou romântico

— Não pode, tô ocupada! — Ela respondeu — Se não tem nada vou desligar

— Não, quero saber se você vem aqui hoje ou eu vou aí, sei lá.

— Vem aqui como? Você está de cama com a perna quebrada!

— Eu dou um jeito, você sabe — Ele respondeu num tom heróico

— Eu não quero que você venha aqui — ela respondeu

— Por que não? — A pergunta dele revelou surpresa

— Por que a gente não namora mais! — Ela explicou simplista

— E a gente não pode ser amigo? — Ele perguntou risonho

— Não, não pode, eu não fico amiga de ex! — Ela respondeu brava

— E você tem muitos ex? — Ele perguntou parecendo receoso

— Isso importa? — Ela respondeu defensiva

Um silêncio na linha e ela rompeu

— Preciso ajudar minha mãe tchau — Ela falou se preparando pra desligar

— Desliga não Rafa, por favor — Ele implorou

— Fala logo! — Ela ordenou

— Eu te amo! — Ele se declarou romântico

— Tchau — Ela respondeu irritada desligando o aparelho

Olhou as mensagens, havia uma de Carlinhos

“Espero que você esteja bem, tenha um bom domingo, você é especial para mim, fico feliz de fazer parte da sua vida mesmo que um pouco, você mora no meu coração”

Ela sorriu apaixonada e desligou o celular para que Cláudio não a incomodasse

— Resolveu aí? — Dona Rose perguntou

— Vai dar trabalho eu acho — Rafaela respondeu pegando as coisas — Vamos fazer o que hoje?

— Sei lá, tô sem idéia — Dona Rose respondeu

— Ah, já sei, vou fazer arroz a grega e uma lasanha de berinjela — Rafaela falou animada

— E a Carne? Seu pai tem que comer carne! — Dona Rose lembrou

— Ah, tá bom, faço filé de frango frito, bem fininho igual o pai gosta! — Rafaela falou satisfeita

— Vai precisar de mim? — Dona Rose perguntou solícita

— Não mãe — Rafaela riu — Vai lá dar um trato no pai.

Rose tirou o avental e jogou pra ela

— Eu não sou essas suas amigas não hein, sou sua mãe, me respeita! — O tom era severo, mas descontraído

Rafaela fez um sinal de ok com a mão, já que estava concentrada nos seus afazeres.

Se distraiu na cozinha por bastante tempo com seu Rock’n’roll ligado e dançando, sentiu alguém se aproximar, era o irmão Fábio

— Fabinho! — Falou abraçando-o

Amava o irmão, ele era mais de um palmo mais alto que ela e Rafaela não era uma mulher baixa.

Ambos se apertaram por cerca de um minuto

— Saudade de você, não te vejo mais — Rafaela falou sem largá-lo

Ele morava ali, mas fazia faculdade em Campinas e morava no campus, vinha poucas vezes pela casa.

— Queria Te ver mesmo — Ele respondeu acariciando o cabelo cacheado dela — Saudade desse mafuá — Se referiu ao cabelo da irmã

Ela sorriu e se afastou, pegou nos pulsos dele e depois passou a mão no rosto

— Você tá muito magrinho, não ta comendo direito né? — Ela Perguntou preocupada

— To sim Rafa, você tá parecendo a mãe, para com isso — Ele respondeu sorridente

— Cade a mãe e o pai, eles já te viram? — Rafa perguntou

— Não, acabei de chegar — Ele respondeu, vou tomar um banho e já desço.

— Esperae! — Rafaela falou animada

Liberou que havia comprado um presente para irmão, voltou com um pacote e o encontrou já na escada

— Toma, comprei pra você, abre! — Ela falou animada, amava o irmao e também amava dar presentes.

Ele pegou o pacote e abriu sem cuidado, sabia que Rafaela gostava que a embalagem fosse destruída para não ser reaproveitada. Era um kit de barbear com perfume e sabonete, parecia muito fino.

— Eita, que bonito! — Ele abriu a embalagem e cheirou — Gostoso também

Se aproximou da irmã a agarrou pela cintura beijando-a na bochecha

— obrigado — Ele falou apertando-a contra o peito — Mas não é pra ficar gastando seu dinheiro comigo não tá, isso aqui parece caro

— É caro, mas rende bastante, amei o cheiro, é a sua cara — Ela falou satisfeita.

Fábio agradeceu e entrou no quarto Rafaela voltou ao quarto e colocou o telefone desligado no carregador, resolveu ir até o quarto da mãe, podia ouvir a música que ela mesma havia colocado na cozinha, estava alta demais

Ao se aproximar do quarto ouviu um barulho sexo, levantou a mão para bater a porta e se deteve, reconheceu o barulho.

Eram coepos em atrito, duas pessoas arfando, era sexo.

Ela parou, não conseguia sair Dali, sentiu vergonha, medo e curiosidade

“Meus pais estão transando” sentiu vontade de rir, mas se assustou com um forte baque na porta

— Cachorra — A voz de seu pai

Ela levou as duas mãos à boca de susto soltando um gritinho

— Faz igual ele fez comigo então, quero ver! — a Voz da mãe pôde ser ouvida, mas pararam imediatamente quando Rafaela deu um gritinho.

Ela correu pelo corredor e desceu as escadas, vermelha como um pimentão, envergonhada e querendo esquecer o que ouvira.

Mas na sua cabeça a frase da mãe ficou reverberando 

“Faz igual ele fez comigo então, quero ver!”.

Quem seria “Ele” qual era o sujeito?

Rafaela já havia pegado filmes pornos, sabia que o pai assistia, só não tinha certeza que a mãe também via. Na verdade ela parou para pensar, até aquele momento não pensava em seus pais como seres sexuados.

Era óbvio que sabia que os pais faziam sexo, ela nasceu afinal de contas, mas nunca rinha parado para pensar mesmo no assunto. Como gostavam? Como faziam? Como foi a primeira vez deles? Enquanto Rafa dormia eles transavam?

Perguntas que ela não queria responder de fato.

— Rafinha, tudo bem? — A mãe a chamou da porta cozinha, Rafaela abaixou a música — Acho que ouvi algo diferente

— Tudo bem sim mãe o Fabinho tá no quarto dele, no banho, vai almoçar conosco hoje

— Que bom filha, a mãe já volta — A voz de Rose era serena

Rafaela fez uma consideração mental, a mãe só a chamava de “Rafinha” quando estava calma e de bom humor, relaxada

— Ela gozou! — Rafaela falou num tom baixo e rindo sozinha, não podia dividir aquilo com ninguém, mas achou engraçado.

Terminou o almoço bem rápido e todos comeram conversando alegremente à mesa, os quatro juntos estavam muito entrosados.

Assistiram juntos a um filme de aventura e ação que passou no domingo à tarde e viram também uma sequência de programa z sempre conversamos juntos.

No fim da tarde Rafaela anunciou que tiraria um cochilo no quarto, era um dia sem graça nem nada muito frio nem muito quente as nuvens tapavam o sol mas Rafa sentia frio sempre.

Foi ao quarto e ligou o celular, dez ligações de Cláudio, diversas mensagens de texto

— Que saco — Falou irritada

— Tudo bem aí? — Ouviu o irmão bate à porta

— Tudo, pode entrar — Ela respondeu colocando o celular virado com a pequena tela para baixo

Naquela época os Smartphones eram novidade e os telefones não faziam muito mais do que ligação e mensagem de texto

Ela explicou para ele sobre Cláudio, que ele estava importunando.

— Bem — Fábio falou depois dela terminar de falar — Insiste um pouco mais, uns dias, se ele não aceitar aí você me avisa que eu converso com ele, tá bom?

— Não, não precisa — Rafa respondeu, o irmão às vezes era bem super protetor

— E o Maluco lá o tal do Patrick, tem visto? — Fabio perguntou de forma direta

— Não, nunca mais vi — Rafaela respondeu tendo dúvidas se era verdade ou mentira

— Me avisa tá é esse cara é doido — Ele completou — Temos que ficar de olho

Rafaela sorriu, sentiu-se protegida

— Aviso sim — Mostrou os dentes de forma exagerada era uma brincadeira dos dois chamava-se “Sorriso de cavalo”.

— Você tá bonita demais Rafa, vai ficar cheio de urubu em cima de você, toma cuidado tá! — Ele pegou a mão dela e apertou.

Ela agarrou a mão dele e o abraçou

— Não fica sem falar comigo não poxa, fico preocupada com você — Ela reclamou

Ele deu um beijo na cabeça dela e concordou.

— Deita comigo um pouco — Rafaela pediu

— Não quero dormir — Fábio negou

— Só num pouco, to com frio, minhas mãos estão até doendo de frio

Assim que ela terminou de falar, se lembrou da noite anterior, Fabio deitou na cama da dela e a puxou para si, envolvendo-a no cobertor e a apertando, em conchinha

Alguns segundos depois Rafaela quebrou o silêncio

— A mãe te contou né? — Ela perguntou

— O pai mandou uma mensagem, falou que vamos fazer mais exames — Ele respondeu parecendo procurado — Eu vim assim que soube, Você tá bem?

— Acho que sim — Rafaela respondeu — Não dói o tempo todo com os da mãe, acho que tá bem no começo e o dr Carlinhos falou que tem um tratamento novo

— Dr Carlinhos? — Fábio respondeu — Esse cara ainda existe?

— Existe ué — Rafaela respondeu — Por que

— Não gosto dele — Fábio afirmou

— Ele é tão legal, por que não gosta?

Rafaela sentia o corpo quente do irmão a aquecendo e a respiração dele em sua nuca

— Ele te olhava com cara de lobo mal, sei lá, não sei explicar

Ela deu risada

— Lobo mal é foda — Respondeu sorridente e agarrou as mãos do irmão e as colocou junto com as próprias no meio das coxas, estava sonoleta

Já de olhos fechados ela murmurou

— Obrigada por vir me ver

Pararam de falar e ela adormeceu, ele não tinha como sair sem acordá-la e acabou dormindo também, pouco tempo, cerca de vinte minutos, o suficiente para se desvencilhar e ir falar com os pais sobre o problema nos Braços de Rafaela.

Ela acordou horas depois, sentindo frio e sede. Levantou-se e encontrou o irmão e o pai assistindo TV, ficou com eles um pouco, já era tarde, iriam se preparar para dormir.

Rafaela voltou para o seu quarto e se cobriu, sentia frio, sentia saudades do irmão e foi até o quarto dele, bateu na porta 

— Pode entrar — Ele respondeu ao ouvir

Rafaela empurrou a porta, trazia seu próprio cobertor

— Você vai embora amanhã né? — Ela perguntou manhosa

— Vou sim — Ele respondeu começando a se esquentar

— Posso dormir com você? — Ela perguntou meio sonolenta

— Pode sim — Ele se afastou para que ela viesse para a cama

Rafaela levantou o cobertor e ele viu o que a irmã vestia, calcinha azul e um babydoll rosa de seda, não via a irmã como mulher, por um instante pensou em pedir para ela parar mas achou que isso pareceria estranho, ele usava apenas um short também de seda, bem fino

Ela deitou de costas pra ele, como tinha costume, fazendo com que o irmão a abraçasse.

— Tava com saudade de dormir com você — Ela falou saudosa.

Rafaela sempre foi muito medrosa e uma solução que seu irmão mais velho achou foi não deixá-la só, dormiam muito juntos quando estavam sozinhos em casa, quando chovia forte, quando estavam fora e etc

O corpo dela era quente, ele estava frio

— Você tá quentinha! — Fabio falou sentindo o perfume dela.

Foi inevitável, ele se lembrou de uma amiga que havia ficado, usava o mesmo perfume que a irmã e o cheiro era maravilhoso

— Que cheiro é esse Rafa? — Ele perguntou cheirando o cabelo dela

— Que cheiro? É ruim? — Ela cheirou o próprio cabelo assustada, estava escuro

— Não, é bom, qual o perfume? — Ele insistiu

— Ah, não é perfume, é um kit de creme e shampoo com essência de chocolate, eu amo, você não gostou?

— Adorei — Ele respondeu entorpecido

Rafaela deu uma risadinha e rebolou se aninhando nele

— Que bom!

Ficaram em silêncio por alguns minutos, Rafa estava descansada, havia dormido antes.

— Esquentou, né? — Ela perguntou sussurrando esperando que ele estivesse acordado

— Sim, quer que eu descubra? — Ele perguntou

— Não, é gostoso quentinho, você é quentinho — Rafaela respondeu

Fabinho riu, a irmã era fofa.

— Você tá namorando? — Rafa perguntou

— Namorando não, só ficando, por que?

— Por nada ué — Rafa respondeu — só pra saber, é que eu fico pensando

— Pensando no que? — ele perguntou curioso

— Se você trouxer ela aqui em casa, se a gente vai se dar bem ou se ela vai ficar com ciúmes de ver a gente assim

— Assim como? — Fabinho perguntou

— Deitado dormindo juntos quase sem roupa Fabio, como mais? — Rafaela perguntou com seu tom grosseiro, mas com o irmão era diferente

— Não estamos pelados e somos irmãos — ele respondeu rápido

— Somos né — Ela afirmou — Pois é.

Mais uns minutos de silêncio e Rafaela perguntou

— Você me acha gostosa? 

— Que papo é esse Rafa? — Ele perguntou ressabiado

— Meu corpo, o que você acha, eu to gostosa?

— Sei lá Rafa, que pergunta é essa? — Ele estava envergonhado

— Pergunta normal ué — Rafaela falou simplória

— Que besta, sei lá, você é minha irmã, isso não importa — Fábio respondeu 

— Besta nada, eu sou sua irmã mas sou mulher, não posso falar disso com você? — Rafaela respondeu chateada — Que chato

— Acho Rafa, você é linda e maravilhosa — Fábio respondeu — Tá bom assim?

Rafaela girou e ficou de frente pro irmão, o agarrou e deu um beijo carinhoso na bochecha

— Te amo! — Ela falou agarrada ao irmão

Não falaram mais nada então e o calor fez os dois acabaram dormindo.

Rafaela acordou de madrugada sentindo algo cutucando sua perna, achou que era o joelho do irmão, passou a mão, estava coberto pela seda, puxou da memória e lembrou que o irmão estava de bermuda

— Droga — Ela falou num sussurro, era o pênis do irmão, estava ereto e cutucando

Ela aguardou Fabio fazer mais algum movimento, para saber se estava acordado, mas não estava, ficou quieta, pensativa, ele estaria sonhando com o que exatamente?

Se afastou um pouco dele e dormiu encolhida, não queria sair e acordá-lo

Acordou sentindo um leve balançar no colchão, não abriu os olhos, sentiu a respiração do irmão, ofegante, mas suave

“Ele está se tocando” Ela teve dúvidas se estava acordado, achou que fazer aquilo com ela na cama era falta de noção se ele estivesse acordado.

Fez então um movimento e se virou de costas para ele, se parasse o movimento é porque estava mesmo acordado, e ele parou, estava realmente se tocando.

Rafaela ficou imóvel, fingindo dormir, não tinha mais sono, a casa estava silenciosa, ouvia apenas barulhos de latidos ao longe e de carros que vez por outra passavam na rua.

Então, alguns minutos depois, começou a sentir de novo, ele não encostava nela, apenas balançava o colchão suavemente, tentava fazer como se ela não percebesse, mas isso durou pouco, ele começou a acelerar os movimentos.

Rafaela imaginou num delírio que se a sociedade não condenasse, transar com o irmão podia ser algo legal, ela o amava e o respeitava e isso era recíproco, que mal teria fazer amor com uma pessoa que você ama e confia? Nenhum!

Ela percebeu que ele estava chegando nos finalmentes, resolveu ser solidária, sabia que homens tinham suas necessidades físicas e já que o irmão não estava namorando, provavelmente não estava transando

— Fabinho — Ela chamou

Fabio se assustou, sentiu um choque na coluna e nada respondeu

— Eu sei que você tá acordado — Rafaela insistiu

— Fala Rafa — Ele respondeu com a voz trêmula e fina

— Pode gozar na minha bunda, não vou ficar brava — Ela falou num sussurro

— O que? — Ele respondeu surpreso

— Vai, goza logo! — Ela falou incentivando

— De jeito nenhum, você é louca? — Ele perguntou transtornado — O que é isso, Rafa? O que você tem na cabeça?

Rafaela se sentou e acendeu o abajur

— Você que tá tocando punheta aí, não eu! — Ela falou olhando pra ele, ambos com os olhos franzidos pela luz — Eu disse que não ia ficar brava, mas mudei de ideia!

Fez menção de se levantar

— Idiota! — Ela falou brava

Fabio a agarrou e a puxou pra cama

— Calma Rafa — Abraçou-a pro trás — Calma, me da uns minutos

Ela não resistiu, ficou quieta com ele, sentiu o pau duro dele cutucando suas costas, a respiração pesada, e conforme a respiração foi se abrandando o pau duro foi ficando mole

Alguns minutos depois ela perguntou

— Tá mais calmo? — Falou num tom amoroso

— Estou — Ele respondeu decepcionado

Ela se virou de frente para ele e aproveitou para apagar o abajur

— Não precisa ter vergonha de mim, eu sou sua irmãzinha tá bom? — Deu um beijinho no queixo dele e o agarrou

— Nâo Rafa, isso é errado, não podemos fazer isso — Ele corrigiu

— Fazer o que? A gente não fez nada — Rafaela respondeu

— Mas ia fazer! — Fábio explicou

— Você só ia gozar, aposto que já fez isso milhões de vezes — Rafaela falou simplista

— Mas nunca na bunda da minha irmã né! — Ele falou nervoso

— Você não seria o primeiro — Ela respondeu sem pensar

— Você não é mais virgem né? — Ele perguntou surpreso

— Não né, claro que não! — Ela respondeu empoderada

— Quando você perdeu? — Ele perguntou curioso

— O que? Meu cabaço? — Ela perguntou já se preparando pra responder — No meu aniversário de dezesseis anos

— Dezesseis? Com quem foi? — Fabio parecia irritado

Rafaela riu debochada com a cara enfiada no pescoço do irmão

— Até parece né, você não vai saber — Ela desdenhou — Isso é segredo

— É conhecido meu? — Fabio perguntou

— Esquece — Ela retrucou

— Ele era maior de idade?

— Era, mas esquece, não vou falar nada — Rafaela reforçou

— Porra Rafa, com dezesseis anos e com um cara maior de idade, isso é pedofilia — Fabio falou sensato — Preciso saber quem foi!

— Precisa nada, eu planejei tudo, eu levei a isso, eu conduzi e eu quis fazer, escolhi a dedo — Rafaela deu ênfase no “EU” — Eu não sou mais boba desde uns treze anos de idade Fabinho, pode parar

Fabio ficou pensativo

— Eu não sou tão frágil quanto você pensa Fábio — Rafaela continuou irritada

— Eu não disse que era — Fábio se defendeu, pensou um pouco — Você transou com esse último?

— Com o Cláudio? Claro, era meu namorado, eu dormi na casa dele, você acha que a gente fazia o quê?

— Caralho Rafaela! — Fabio empurrou ela pra frente, para longe dele de forma brusca e sem pensar

Ela se sentou na cama de novo

— Ta com nojo de mim é? — Ela perguntou já com a voz embargada — Eu não sou uma nojenta não viu! — Ela falou num tom de voz já mais alto e com voz de choro

— Fala baixo, vai acordar o pai e a mãe — Fábio pediu

— Ah, eles precisam saber que a filha deles é uma puta nojenta — Rafaela falou num tom de voz alto já em pé puxando seu cobertor

— Rafa, para de escândalo — Fábio levantou e a abraçou — Não seja exagerada e dramática, fala baixo por favor

— Você não me ama! — Ela falou chorando

— Claro que eu te amo — Fábio respondeu passando a mão no cabelo dela

— Ama não, você tem nojo de mim, me empurrou por que eu já transo, você acha que eu sou puta — Ele sentia as lágrimas escorrem no peito dele

— Oh gatinha — Ele limpou as lágrimas dela, a iluminação entrava fraca pela janela — Eu não tenho nojo de você, eu sei que você se protege, que é limpa, linda e cheirosa

Rafaela olhou para ele escutando o que ele dizia com atenção

— Só preciso de um tempo pra processar que a minha irmãzinha não é mais um bebe

— Mas eu sou seu bebe! — Ela respondeu com a voz embargada

— Tá bom, você é meu bebe, eu vou lidar com isso ta bom? — Ele respondeu beijando a cabeça dela — Agora vamos deitar, está frio

Ela concordou, se deitaram, Rafaela agarrada no pescoço dele

— Desculpa tá — Ela falou baixinho

— Pelo que? — Ele perguntou curioso

— Por eu ter dado já — Ela falou num tom parecendo infantil

Ele achou engraçado

— Tá bom, tá perdoada — Saiu num tom engraçado — Mesmo dando você é minha irmãzinha ainda

— Eu sou mesmo! — Ela falou — Não me maltrata, por favor, você não! — Ela pediu

— Por que eu não? — Ele perguntou curioso — Alguém tá te maltratando?

— Homem é uma praga, vocês são foda — Ela respondeu — Uns idiotas

Ele riu de novo

— Ta bom Rafa — Acariciou a cabeça dela, alguns segundos depois lembrou-se de outro assunto — E o tal do Patrick? Tem visto?

Rafaela se lembrou da visão que teve no dia anterior, não teve certeza

— Vi — Pensou melhor — Não vi

— Viu ou não viu, por que a dúvida? — Ele perguntou temeroso — Esse cara é perigoso, você disse que ia me falar tudo sobre ele

— Sim, sim, eu sei. — Ela respirou fundo — É que ontem eu tive uma visão, sei lá, achei que era ele, mas acho que nao era, não sei ao certo, acho que eu tava viajando

— Entendi — Ele respondeu — Não facilita ok, se ver ele, se afasta, gruda em alguém, entra numa loja, grita se precisar e me liga ou pro pai, certo?

— Eu sei, obrigada, não teve mais perigo, eu te aviso se acontecer algo sim — Rafaela falou carinhosa

Voltaram a ficar em silêncio e Rafaela insistiu

— Seu pau tava duro por que você tava com tesão em mim? — Rapidamente ela se justificou — Eu não vou te julgar, só para eu saber, não muda nada.

Ele respirou fundo

— Meu Deus Rafs, mais ou menos, eu não transo já faz um tempo, isso de noite é meio sem controle mesmo, me desculpa por isso — Ele falou se sentindo culpado

— Não, não tem que se desculpar, eu sei como é, isso é instinto, é físico mesmo, eu sei que você nunca me faria mal, confio cem por cento em você — Ela falou carinhosa

— Obrigado — Ele respondeu

— Você quer transar comigo? — Rafaela perguntou num tom contrastante quase infantil — Se você precisar mesmo, eu faço com você tá.

— NÃO! — Fabio falou num tom mais alto, mas se corrigiu e abaixou o tom — Não Rafa, por favor, não fala isso, a gente é irmão, não é certo, nem pensa nisso.

— Ta bom — Ela respondeu envergonhada — É que eu penso em tudo, você sabe

— Eu sei — Fábio respondeu

E sabia mesmo, Rafaela tinha um QI maior que o das outras pessoas, o pensamento dela era sempre mais rápido e sempre explorava todas as possibilidades, mesmo as mais absurdas e ele sabia que ela já tinha imaginado todas as situações e cenários disso.

— Pode me fazer um favor? — Fábio pediu

— O que você quiser — Ela respondeu acariciando o peito dele

— Não me oferece sexo com você, por favor — Ele disse pesaroso

— Por que? — Ela perguntou curiosa e decepcionada, sentindo-se rejeitada

— Por que você é linda, e é minha irmãzinha, eu não quero que isso aconteça — Ele respondeu

— Tá bom, eu acho que seria bom, mas se você não quer, ok. — Ela respondeu entristecida

— Rafa — Fabio puxou o rosto dela e a olhou mesmo no escuro — Eu te amo, você é minha irmãzinha querida, eu tenho certeza que se a gente fizesse amor seria incrível e maravilhoso

— Então! — Ela falou — Eu sei fazer bem! — Ela se animou

— Não — Ele respondeu — Não devemos, é errado, vamos manter o nosso relacionamento do jeito que sempre foi, acho que isso é demais tá bom?

— Tá bom — Ela respondeu cabisbaixa

— Eu não estou te rejeitando, mas eu acho que não devemos fazer isso, não muda nada do que eu sinto por você, entende?

— Eu entendo sim, não vou ficar mal por isso, obrigada por esse diálogo — Rafaela agradeceu — Adoro falar com você.

— Eu também gosto de falar contigo — Ele pensou um pouco — Me sinto bem.

— É que eu sou esperta! — Ela respondeu sorrindo

Ele riu

— É sim, você é!

— Posso te perguntar mais uma coisa? — Rafaela falou já sonolenta

— Ai meu Deus, fala logo menina — Fábio já estava nervoso

— Você acha que eu vou morrer? — Ela perguntou já fechando os olhos — Por que eu tenho o mesmo problema da mãe só que mais nova.

Ele a observou no breu, não respondeu, ela adormeceu, não cobrou resposta.

Ela não soube no dia, mas aquele foi um dos poucos momentos em que Fábio derramou lágrimas de tristeza e preocupação, estava apavorado, mas não queria deixar que ela soubesse.

Ele a abraçou e adormeceu também. Rafaela acordou de manhã com o alarme tocando no seu quarto, não achou seu irmão, procurou pela casa e não encontrou, na sua cama havia um bilhete

“Tive que sair cedo para não perder o ônibus, fique em paz, eu te amo. Fabinho”

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Rafaela Khalil é Brasileira, maior de idade, Casada. Escritora de romances eróticos ferventes, é autora de mais de vinte obras e mais de cem mil leitores ao longo do tempo. São dez livros publicados na Amazon e grupos de apoio. Nesse blog você tem acesso a maioria do conteúdo exclusivo.

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