Diário de Rafaela 1 – Capítulo 08 — Insistência
Todos os dias Claudio mandava mensagens e ligava para Rafaela, durante a noite, durante o trabalho, durante as aulas, duas semanas se passaram e ela atendia e era gentil, mas naquela manhã as coisas saíram um pouco do controle.
— Tchau mãe, tchau pai, preciso correr — Rafaela falou descendo as
escadas
— Não vai comer nada Rafa? — A mãe falou se precipitando com um saco nas mãos — Fiz esse lanchinho, sabia que você não ia parar Rafaela pegou e dei um beijo na bochecha da mãe e outro na testa do pai, correu pelo quintal, a mochila era grande e cheia de livros, abriu o portão desajeitada e o encostou de qualquer jeito saindo apressada pela rua.
Era cedo, já estava claro, mas não havia ninguém na rua, sentiu uma presença, achou que estivesse esquecido algo e o pai estava trazendo, sentiu uma mão no ombro e se virou
— Preciso falar com você, me ouve! — Era Patrick, seu sangue gelou
**** Anos antes ****
Rafaela havia acabado de beijar Patrick, era o primeiro encontro deles depois de meses namorando pela internet
— Amor, tenha calma — ele tocou o rosto dela
— Eu não te conheço! — Rafaela estava enfurecida — Quem é você? Cadê o meu namorado?
Ele segurou a mão dela, Rafaela deu um tranco e soltou a mão
— Me larga, seu louco! — Ela falou enfurecida
— Deixa eu explicar por favor, me dá um minuto
Rafaela tremia de nervoso, achou que podia ser uma brincadeira, algum engano, sentiu as lágrimas brotarem, se sentia enganada, usada, não via nenhuma saída boa daquilo a não ser que o verdadeiro Patrick estivesse escondido e aparecesse socando a cabeça do impostor. Ela cruzou os braços nervosa batendo o pé, mesmo nervosa era linda
— Fala! — Ordenou
Ele se aproximou e tocou o braço dela
Rafaela deu um berro
— Não encosta em mim! — Diversas pessoas que andavam pelo shopping ouviram, um vendedor de sapatos de uma loja de surf se aproximou
— Que treta é essa aí? O que ta pegando? — Era um homem obeso, cheio de tatuagens com cabelo liso amarrado e muito bem-vestido como skatista
— Minha namorada está um pouco nervosa, estamos só conversando —
Patrick falou explicando o ocorrido
— Você não é meu namorado! — Rafaela falou simplória
O Homem pegou no braço de Rafaela e a colocou atrás dele
— Sai fora mano! — Falou fazendo sinal para Patrick vazar
— Não vou embora, ela é minha namorada — Patrick falou nervoso
— Não sou — Rafaela falou desaparecendo atrás do homem
— Beleza, se ela é sua namorada, sai fora que ela não quer falar com você agora, aí depois você liga pra ela e resolve
— Você ta pensando o que? — O sotaque de Patrick fez Rafaela chorar, era ele mesmo, quando falavam sobre sexo e transavam ao telefone ele ficava nervoso e acentuava seu sotaque paraense, ele deu um passo em direção ao escudo de Rafaela colocando a mão no ombro dele — Sai que eu vou falar com ela.
O Homem não respondeu verbalmente, pegou a mão de Patrick e deu um puxão forte e um chute nas pernas, fazendo ele cair desajeitado, em seguida caiu de joelho nas costas dele, Patrick berrava desesperado
— Rafaela, Rafaela, Amor, Explica para ele! — A voz dele era de desespero
Rafaela estava em choque, outros dois homens se aproximaram e dois seguranças
— Você está bem? — Uma garota da mesma loja de surf se aproximou puxando Rafaela — vem comigo
Entraram na lona, Patrick não viu, estava sendo detido e virado para outro lado.
A Vendedora fez Rafaela subir uma pequena escada e a colocou um banco pequeno
— Senta aqui, agora você tá de boa, fica tranquila gatinha — Rafaela viu os desenhos coloridos nos braços da moça, cabelo curto e vermelho com piercings
Olhou em volta e havia mais outra mulher, vestindo também roupas de Skatista
Rafaela desatou a chorar por vários minutos, não conseguia parar ou explicar o que estava acontecendo.
— Você é a Rafaela né? — A moça falou se ajoelhando e apoiando os cotovelos nos joelhos dela — E sua xará, Rafaela também
— Obrigada — Rafaela agradeceu pegando o lenço e limpando os olhos
— Puts, borrou tudo! — A vendedora falou — Chora não gatinha, se acalma tá
As duas Rafaelas ficaram juntas, a vendedora se sentou ao lado dela e a abraçou
— Relaxa tá, eu tô aqui, agora tá tudo tranquilo.
Demoraram alguns minutos para que Rafaela se acalmasse, desse uma respiração funda e erguesse o tronco
— Desculpa moça, eu tô atrapalhando seu trabalho — Rafaela falou à vendedora, olhando para o rosto dela e com a voz afetada.
— O cara tava te enchendo o saco z você fez certinho, chamou a atenção, você foi ninja! — A vendedora pegou o lenço e limpou o rosto de Rafaela — Deixa eu acertar aqui, tá tudo borrado, quantos anos você tem?
— Quinze — Rafaela respondeu tentando se acalmar.
— Nossa? Tá um mulherão já hein! — Elogiou — Eu tenho dezenove
— Você é bonita — Rafaela observou a vendedora. Conseguia respirar com tranquilidade
— Rafa, Rafa — Rafaela ouviu a voz da mãe na parte debaixo da loja
— Minha mãe! — Ela falou contente
E a mãe subiu as escadas
— Meu Deus filha, o que aconteceu? — A Mãe abraçou Rafaela
Rafa explicou o que aconteceu, a mãe explicou que veio espionar e viu o burburinho demorou a entender que era ela, e foi procurar a segurança.
Rafaela agradeceu os funcionários da loja de Surf e foi embora com a mãe, entrou em seu quarto e se deitou na cama, triste, chorou por horas até adormecer com o coração partido.
Algumas semanas se passaram e Rafa mantinha o semblante triste, havia bloqueado Patrick nos programas de comunicação, e-mail e tudo mais, não queria sequer receber um alerta dele, incessantemente ele ligava para a casa dos pais de Rafaela, ao ponto do pai comprar um outro número e desativar aquele temporariamente.
Mais de um mês depois Rafaela já estava se sentindo melhor sorridente e parecia esquecer o que havia ocorrido, estava indo para a escola era quase o fim do ano, as aulas estavam acabando e faltava menos de um mês para o Natal que era a data preferida de Rafaela dentre todas, até mais que o próprio aniversário
— Tchau Mãe — Rafaela beijou a mão após ter cumprimentado o pai, seu irmão tinha um trabalho pra fazer e foi mais cedo para aula, eram muito grudados, costumavam andar juntos no trajeto até a escola.
— Você não vai sozinha, né Rafa? — A mãe perguntou olhando-a nos olhos
— Não, as meninas vão comigo, vou encontrar a Camila e a Fernanda no caminho
— Tá bom, toma cuidado
Rafaela sorriu e pegou uma maçã, tinha o costume de comer frutas, gostava de cuidar do seu corpo e de sua saúde, mesmo achando que não seguiria a carreira de modelo por muito tempo, ela queria ser cientista espacial.
Havia poucas pessoas na rua, Rafaela estava despreocupada, viu os passarinhos na árvore, eles se aglomeraram no galho parecendo prestar atenção nela, ela sorriu doce e mordeu a maçã, tirou um naco e prendeu na cerca.
Afastou-se olhando para trás distraída até ver os pássaros bicarem a maçã, riu como uma garota boba
— Rafaela — Ouviu uma voz conhecida, sentiu um tranco no braço e um puxão — Preciso falar com você
Ela demorou cerca de dois segundos para entender, quando viu o rosto branco de Patrick com os cabelos amarrados
— Por que você ta me evitando amor? — Patrick falou parecendo estar drogado — tenho tentado te ver a semanas e ninguém deixa, eu tenho que te explicar o que aconteceu
Rafaela olhou em volta, era uma viela, estavam atrás de um poste, ele a pressionava contra a parede, ouviu o estojo na mochila estalar tamanha era a força que ele a pressionava contra a parede
— Me solta! — ela falou assustada — Eu vou gritar, sai!
— Se você gritar eu vou te machucar até você parar de gritar — Ele segurou o pescoço dela
Ela gelou, olhou-o assustada
— Entendeu? — Ele perguntou já apertando o pescoço dela
— Entendi — Ela falou baixo
— Eu quero te explicar o que aconteceu — Patrick falou decidido
— Tá bom — Ela falou com uma lágrima escorrendo do olho, seu corpo todo tremia de nervoso
— Não precisa chorar linda, eu não vou te fazer mal — Ele falou tirando a mão do pescoço dela — Eu só quero fazer seu bem
Ela fez que sim com a cabeça e as lágrimas já molhavam sua camiseta do uniforme escolar.
Patrick limpou o rosto dela carinhoso, notou que ela usava um contorno preto bem leve em volta dos olhos
— Você é tão mais linda pessoalmente — Ele falou apaixonado, se aproximou e cheirou o cabelo dela — E seu cheiro é tão maravilhoso
Rafaela sentiu algo cutucando o estômago dela, ele era mais alto, não entendeu o que era, estava duro, achou que era uma faca ou algo do tipo, ficou mais nervosa ainda
— Fala logo — Ela disse já chorando de forma copiosa
— Eu te amo Rafa, eu não queria mentir pra você! — Patrick falou
— E por que mentiu? — Ela perguntou, foi a primeira coisa que veio a mente dela
— Por que você queria ver aquilo, você tinha me falado que gostava daquele tipo de pessoa aí peguei aquelas fotos e você gostou tanto, e conversamos tanto e você se apaixonou por mim — Patrick pensou um pouco — Foi sincero o que você me disse?
— O que eu disse? — Rafaela perguntou atenta
— Que me amava! — Patrick falou nervoso
— Eu amava, mas não era você! — Ela respondeu
— Sempre foi eu, você se apaixonou pela minha personalidade, não pela minha imagem, eu sou tudo aquilo que você sonhou, o amor que a gente fez por telefone! — Ele falou apaixonado
Ela fechou os olhos
— Para, por favor — Rafaela estava apavorada
— Lembra que a gente falou, uma vez que sua primeira vez ia ser comigo e a gente ia ficar junto pra sempre?
— Para! — Ela pediu novamente chorando
— Eu tô de carro, ele tá ali na outra rua, é uma Van, dá pra gente transar dentro dele, tá tudo prontinho! — Patrick falou animado e passou as duas mãos no rosto dela
Rafaela sentiu algo no estômago novamente, cutucando, duro e passou a mão de leve, precisava entender o que a machucava e constatou, era o pau de Patrick, duro a pressionando, passou a mão de forma suave e tirou a mão quando entendeu, ela interpretou mau
— Isso amor, faz um carinho, eu to preparado pra você eu te amo
Rafaela chorou
— Foi sem querer, foi sem querer — Se referindo ao pau
Ele a abraçou, lançou as mãos pela cintura dela, Rafaela olhou em volta
— Socorro! — Falou num tom mais alto e com a voz falhando
Patrick colocou a mão na boca dela
— Quieta, o que eu disse? — Ele falou bravo — Se alguém ver a gente assim vão achar que eu to pegando você a força
Ela fechou os olhos com a mão dele na boca e as lágrimas atingiram a mão dele
— Para de chorar Rafinha, vai ser lindo, você vai ver, vamos lembrar disso depois e rir juntos
Ela não falava nada, tentava se controlar, tinha medo dele machucar ela mais ainda, havia decidido que gritaria se ele tentasse tirar ela dali
— Eu sonhei todos esses dias com seu beijo, foi incrível, o melhor e mais gostoso beijo do mundo, não que eu tenha muita experiência com isso, mas já dá pra saber que você é a mais maravilhosa de todo o mundo
Ele tirou a mão da boca dela e a beijou, Rafaela sentiu a língua dele lambendo os dentes dela, trincou os dentes para não compactuar, as mãos dele agarraram a cintura dela e ele a sacudiu
— Beija direito! — Ordenou parecendo bravo
Ela beijou, abriu a boca e sentiu a língua dele massagear a língua dela, encolheu os braços, queria entrar na parede e ele chupou a língua dela e em seguida os lábios, quando parou ela começou a soluçar de chorar
— Deixa eu ir embora — Mal terminou de falar e sentiu um solavanco e foi atirada para frente no chão
Ela achou que Patrick a havia puxado, mas não, alguém puxou ele, ela caiu no chão com os cotovelos, desajeitada, quando olhou de lado viu o que havia acontecido, era Fábio, seu irmão.
Fábio havia puxado Patrick pelo rabo de cavalo e atirado com violência contra o muro, Patrick caiu no chão e Fábio deu chutes violentos nele, o último na cabeça o que fez ele cair desacordado
— Rafa, você tá bem? — Fabio perguntou ofegante, tinha a camiseta rasgada e suja de sangue
Rafaela não conseguiu respondeu, só abriu a boca e gritou num choro desesperado
Ela não tem lembranças do que aconteceu em seguida, só sabe que foi para o hospital, foi examinada, conversou com um psicólogo, depois teve que ir à delegacia e só voltou para casa à noite, sempre acompanhada do pai, da mãe e do irmão.
Chegaram em casa já tarde, Rafaela não chorava mais, mas não respondia a estímulos externos, não sentia fome, sede ou frio, queria apenas ficar quieta, a mãe colocou-a no quarto e como ela não queria tomar banho, a própria mãe a levou e lhe deu um banho rápido, já na cama, de pijama e coberta
Fabio apareceu
— Oi estrelinha — Ele falou sentando na cama
Rafaela se arrastou até ele e o abraçou, sentou-se em seu colo e colocou a cabeça no pescoço dele desaguando a chorar, soluçando.
Fabio abraçou e sacudiu devagar para frente e para trás acariciando o cabelo dela
Ela não viu, mas tanto a mãe como o pai entraram no quarto e viram o que acontecia Fabio só fez um sinal para que eles saíssem pois estava tudo bem.
Durou quase uma hora o choro até ela se acalmar, ele a colocou de volta na cama
— Eu estou com você aqui, não precisa se preocupar tá bom? — Ele falou observando os olhos grandes e castanhos da irmã
Ela fez que sim com a cabeça
— Agora vamos comer — Fábio falou se levantando
— Eu não estou com fome
Fábio riu debochado
— Eu não perguntei se você quer comer, eu falei que você vai comer
— Ele falou saindo do quarto — Pode ficar aí, eu pego pra você
Ele voltou minutos depois com um sanduíche de queijo, alface e tomate do jeito que ele sabia que ela gostava. Rafaela comeu devagar, primeiro em silêncio, depois ele ligou a TV e ficaram assistindo um filme de ação que eles já conheciam.
Era tarde da noite quando terminaram.
— Estrelinho, por dormir comigo, só hoje — Rafaela perguntou quando ele pegou os pratos para sair
Ele sorriu
— Posso, vou tomar banho e já venho
E foi o que ele fez, tomou banho e vestiu seu pijama, abraçou Rafaela embaixo do cobertor da cama dela e dormiram abraçados, ele acordou várias vezes durante com os pesadelos dela, estava atormentada e assustada.
**** Dias atuais ****
— Você? — Ela perguntou surpresa e tirou o braço com força — Tira a mão de mim
Ela apertou o passo procurando alguém, a rua estava deserta “Isso é brincadeira” ela pensou e acelerou para correr, mas caiu e bateu no chão com força, sentiu a parte áspera da calçada com a bochecha
— Ei, você vai se machucar gatinha — Ele falou ajudando-a
— Me solta, seu maluco! — Rafaela gritou desesperada tentando se levantar, ele ajudou-a a se levantar
— Eu não quero te fazer mal — Ele falou decidido mostrando as mãos em sinal de paz
— Você não pode chegar a cem metros de mim, me deixa em paz
— Eu so quero explicar o que aconteceu Rafaela, me deixa explicar!
Ela fechou os punhos com os polegares para dentro da mão e esticou os braços para baixo colados na cintura, dobrou os dedões dos pés
Aquele era um truque para ficar invisível, leu em um livro do Paulo Coelho e tentou fazendo funcionar, mas obviamente não funcionou, e ela esbravejou
— Fala logo então caralho, e para de me perseguir! — Ela falou irritada tirando a mochila das costas e colocando na frente do corpo.
— Eu te amo, e eu posso te fazer feliz — Patrick falou sorridente
— Eu não te amo, você mentiu pra mim, foi só um namoro de internet, isso acabou, esquece! — Rafaela falou decidida e indignada por ninguém na rua aparecer
— Não, amor — Patrick falou parecendo tranquilo — Nosso amor é eterno, juramos amor eterno, e me dói muito ver que você está crescendo e está cada dia mais linda e não está comigo, estamos perdendo tempo, podemos fugir juntos e nos casar
— Não viaja meu! — Ela falou dando um tapa na própria testa — Porra, você me pegou a força, me pressionou contra a parede, passou essa merda aí em mim — Apontou para o pau dele — Apanhou do meu irmão, foi preso e não aprendeu que eu não quero você?
Rafaela falou num tom severo, sabia como terminar um relacionamento, era muito cortejada e muitos homens vinham atrás dela, aprendeu cedo a se impor contra os homens.
Patrick sorria olhando para ela, mas fez um gesto estranho, algo que ela não havia notado, um tique nervoso, piscou só um olho três vezes, mas o sorriso era estampado
— Foi o que eu disse, eu também te amo — Ele respondeu parecendo perturbado
— Mano, você tá loucão? — Ela falou se afastando devagar — Você tá drogado?
— Não uso droga, você é a minha droga, eu preciso de você, eu tenho que ter você — Ele falou andando para cima dela
Rafaela começou a andar no meio da Rua e ouviu um barulho, era um ônibus vindo ao longe, viu pelo rabo de olho, andava de costas atravessando a rua fingindo não ver o ônibus
— Rafaela, o ônibus, cuidado! — Patrick falou — Vem aqui ele esticou a mão e segurou, mas ela se precipitou e deu um grito tirando a mão dele
Rafaela caiu sentada e o Ônibus pisou no freio fazendo um barulho alto e gas saindo e buzina
Patrick correu para socorrer Rafaela e abraçou
— Levanta, sem escândalo — Ele falou
Ela olhou para o motorista do Ônibus que estava assustado
— Socorrooooo — Gritou agitando os braços
Viu quando alguém desceu correndo do ônibus, alguns homens o ônibus estava cheio
— O que está acontecendo aí — Um homem grande falou se aproximando
Patrick olhou para ela
— Eu vou te matar! — Ele falou com ódio no olhar, se levantou e correu
Desceu pela rua e outro homem correu atrás dele
— Menina você tá bem? — Um homem de óculos abaixou do lado dela junto com uma mulher
Rafaela trincou os dentes respirava com fúria, chegou a espumar, viu sua mãe correndo em sua direção, certamente ouviu o barulho do ônibus
— Rafa! — Ela falou se aproximando junto com o pai e abraçando a filha
— Você conhece a moça? — Outra mulher perguntou preocupada
— É nossa filha — O pai de Rafaela respondeu
Ele agradeceu o motorista, e a levaram para dentro de casa
Ela entrou na sala de casa, não havia lágrimas nos seus olhos, só ódio, ela se sentou no sofá
— Filha, você está bem? — O pai perguntou passando a mão na perna dela
Ela pegou a gola camiseta e mordeu, sentiu seu maxilar estalar, colocou as duas mãos no rosto e deu um urro violento, sentiu raiva, ódio e revolta.
O pai a abraço
— Calma filha, calma — A mãe observava com o telefone ligando para a polícia
— Pegaram ele? — Rafaela respondeu ofegante olhou para o pai
— O Patrick né? — O pai perguntou — O rapaz correu atrás mas não pegou ele estava de carro
— Por que esse maldito desgraçado não me deixa em paz? — Rafaela gritou — Puta que me pariu! — A voz dela estava rouca, havia machucado as cordas vocais.
As lágrimas desciam do rosto dela, quando sentiu a bochecha molhada sentiu ódio
— Acho melhor você ficar aqui hoje — O pai falou sensato
— Não, eu não vou parar minha vida por ele, ele filho de uma puta não vai mais me afetar, eu vou trabalhar sim, vou viver minha vida normal e ele que se foda!
Depois de insistir que iria o pai concordou
— Bem, então eu vou te levar, para você não perder a aula.
Rafaela concordou e o pai a levou até a faculdade, ficava longe, a aula já havia começado, era um professor bem severo, não deixava que os alunos interrompessem, mas o pai de Rafaela insistiu em bater na porta, disse que precisava falar com ele urgente.
O Professor Mauro de Fisiologia era um homem velho, cabelos espaçados, brancos e barba bem-feita, baixo e de expressão severa
— Bom dia Professor, peço que deixe minha filha entrar, ela chegou atrasada hoje por um problema
O Professor olhou para Rafaela, sabia que ela era falante e comunicativa
— Rafaela, né? — Ele perguntou — O que aconteceu
— Minha filha sofreu uma tentativa de sequestro agora pela manhã —
O Pai falou verdadeiro
O Professor olhou para Rafaela e os olhos dela marejaram, ela pegou o lenço e impediu que lago rolasse sem controle
— Ela não devia estar aqui, por que vocês não vão à polícia? — Ele perguntou admirado
— Eu não quero perder aula professor, isso de polícia já foi resolvido — Ela falou decidida
O professor e o pai se entreolharam e pareceram concordar mutuamente com algo
— Tá bom, senta lá — O Professor concordou — Obrigado por trazer minha aluna pai
— Eu que agradeço — O Pai de Rafaela deu um beijo nela e ela entrou na sala
Segundos depois o professor entrou atrás, todos os alunos da gigantes e numerosa sala olhando para ela curiosos
— Enfim — O professor falou olhando para o quadro — Onde estávamos? — Demorou alguns segundos até se achar — Muito bem…
Continuou a aula normalmente
No fim abordou Rafaela tentando entender o que acontecia, ela deu um breve resumo dos fatos e saiu, seu telefone tocou, era Carlinhos, ela sentiu um alívio.
— Oi amor — Ela respondeu ao atender
— Você tá bem? — Ele perguntou preocupado
— Estou sim — Ela falou sem pensar muito
— Estou próximo da sua faculdade? Você quer que eu vá aí agora? — Ele perguntou atencioso — Já desmarquei aqui
— Não, não desmarca nada, por favor, segue a sua vida, eu vou seguir a minha, ninguém vai interferir, mas se puder venha pro almoço, aí me dá uma carona pro hospital a tarde.
— Tudo bem.
E assim fizeram, Rafaela voltou para a aula, evitou as amigas e os amigos, ficou lendo os livros e pesquisando na internet, ignorou as mensagens de Cláudio e de qualquer outra pessoa que não fosse Carlinhos ou da família.
Seu irmão lhe mandou mensagens preocupado e tentou ligar, mas eles não conseguiram falar, ela o acalmou dizendo que estava bem.
Encontrou Carlinhos na porta da faculdade, foram para o carro dele, ela estava bem, normal
— Vamos almoçar naquele restaurante do meu hotel tá bom? — Carlinhos perguntou
Rafaela apenas sorriu e concordou, no trajeto do carro estava silenciosa, relia papeis, queria focar nos estudos
— Chegamos — Carlinhos falou tirando a concentração dela.
Foram até o restaurante e comeram, Rafaela não falou muito parecia distraída.
Assim que terminaram
— Você não tá nada bem Rafa — Ele falou constatando o óbvio, vou te dar um atestado, descansa
— Não, não, não — Ela falou balançando a cabeça — Eu não quero ficar a toa, eu quero trabalhar, quero estudar, não vou ficar quieta, ele não vai interferir mais na minha vida
— Vamos lá pra cima, temos tempo, a gente descansa um pouco e entramos junto no turno
— Não me enrola Carlinhos, por favor — Ela falou pesarosa — Eu quero que minha vida seja normal
— Preciso descansar um pouco, estou no ar desde as três da manhã —
Carlos falou com cara de cansado — Aí você me acorda na hora, topa?
— Só dormir? — Rafaela perguntou desconfiada
— Sim, só dormir — Carlos colocou dois dedos na boca e beijou
— Tá bom — Rafaela parecia ranzinza Subiram ao quarto e foram para a cama, Carlos se deitou e ela ao lado, Rafaela não largou os livros, voltou a lê-los
— Descansa um pouco meu amor — Ele falou acariciando os cabelos dela, estava deitada com ele, mas continuava lendo com a luz acesa.
Ela não respondeu, continuou por mais alguns minutos, ele fechou os olhos e adormeceu, não sabe por quanto tempo, estava cansado, então ela o cutucou
— Carlos — Ela chamou, ele abriu os olhos casado
— Está no horário? — Ele procurou o relógio
— Não — ela respondeu se aproximando dele pedindo um abraço
Ele a abraçou, puxou-a contra o corpo, ela se sentiu protegida, gostava muito dele, adorava estar junto
— Você é meu velhinho — Ela falou parecendo bem-humorada
— Sou né — Ele perguntou brincalhão
— Quero gozar — Ela falou baixinho
— Quer o que? — Ele perguntou em dúvida
— Quero gozar — Ela repetiu com a cara enfiada no peito dele
— Agora? — Ele perguntou, sentia-se exausto
— Sim — ela respondeu parecendo uma criança mimada
Ele se ajoelhou na cama e olhou para ela, os olhos grandes, brilhantes, usava uma camiseta branca, a jaquetinha estava na cadeira ao lado, e usava um jeans apertado
Ele desabotoou o jeans dela e o puxou, em baixo uma calcinha de algodão com desenhos do das meninas superpoderosas
Ele sorriu, achou infantil, abaixou revelando os pelinhos curtinhos e deu um beijo
Ela ajeitou o corpo na cama e soltou o ar. Carlinhos tirou a calcinha dela e se ajoelhou no chão, puxou ela para a beira da cama
— Tira a roupa — Ele ordenou
— Não! — Ela falou manhosa
— Quero você peladinha agora! — Ele ordenou novamente
Meio à contragosto ela obedeceu, tirou a camiseta e o sutiã ficando nua, arrumou os cabelos e se deitou de olhos fechados.
Ele viu a bucetinha dela, abriu os lábios com os dedos e lambeu, ela gemeu e acariciou a cabeça dele.
Começou então a lambê-la, e a chupá-la por vários minutos, Rafaela gemia fininho como uma gatinha no cio, ele adorava os barulhinhos que ela fazia quando sentia prazer.
Carlinhos começou então a massagear com os dedos, sua língua estava dormente e com cãibra, Rafaela gemia cada vez mais, numa crescente de prazer
Então com movimentos frenéticos de dois dedos com entra e sai na buceta de Rafaela ela explodiu em gozo
— AAAAAHHHHHH — Ela gritou de Prazer — Iiiisssssoooooo — Tremia a voz era rouca trêmula, sentia dor de garganta pelo urro da manhã
Ele a observou por alguns segundos
Ela abriu os olhos
— Consegue me comer? — Ela perguntou acariciando o rosto dele
Carlinhos tirou a roupa, seu pau estava duro, não tanto quanto ele gostaria, se aproximou de Rafaela e ela abraçou as próprias coxas deixando a buceta completamente à mostra pra ele
— Fode aqui vai! — Ela falou ofegante
Ele posicionou e colocou o pau na porta da buceta dela e enfiou devagar, sem camisinha, ela sentiu o calor e ele também
— Delícia — Ele falou sentindo seu próprio pau endurecer no processo
Bombou algumas vezes nela e acabou anunciando o gozo
— Aqui! — Rafaela virou de bruços e mostrou a bunda — Goza aqui em cima
Obediente ele gozou, os jatos atingiram as nádegas inchadas de Rafaela e parte das costas, ela sentiu o semem quente escorrer por entre as pernas, enfiou a cabeça no travesseiro e chorou por alguns minutos, Carlinhos apenas ficou com ela.
Publicar comentário