Diário de Rafaela 1 – Capítulo 09 — O Acordo

Diário de Rafaela 1 – Capítulo 09 — O Acordo

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Sem ter controle disso Rafaela aos poucos se tornou um pouco reclusa, estava decidido por seu pai que a partir do próximo semestre ela moraria no campus para se dedicar mais aos estudos, lá ela teria mais amigos e mais gente a sua volta.

Fora os estudos, os problemas e as preocupações uma novidade afligia, queria falar para Carlinhos, mostrar para ele, mas era delicado queria estruturar melhor o plano para dar aquela notícia tenebrosa.

Aquela noite Rafaela terminava seu turno no hospital

— Morena, você tá bem? — Uma auxiliar de enfermagem, branca e de

cabelos já grisalhos a questionou

Rafaela olhou distraída

— Tô sim, fiz algo errado? — Perguntou pegando sua bolsa

— Não, é que tô vendo você tão apagadinha ultimamente, quer trocar

uma ideia? — Rafaela estava cansa, mas sorriu — Quero sim, mas hoje tenho que ir

— Aparecida — Ela falou batendo no crachá — Me chamam de Cida

— Eu sei Cida — Sorriu sem conseguir esconder o cansaço, e era

mentira, ela não sabia o nome da mulher — Obrigada.

Na porta de saída Carlos a esperava.

Ela não o cumprimentou com um beijo ou um abraço, apenas sorriu e

acenou para ele, não podiam demonstrar afeição no local de trabalho

— Está com fome? — Carlinhos se aproximou

— Estou, mas tenho muito mais sono, só quero ir pra casa — Rafaela

queria deitar-se e dormir

— Estou preocupado com você — Carlinhos disse

Rafaela fez um buchicho cômico

— Não é a primeira vez que um maluco me agarra, eu fiquei bem da

primeira e vou ficar bem agora, só mais umas duas vezes e eu passo a não ligar

mais — O sorriso dela era forçado

Andaram pela calçada lado a lado, quando saíram do quarteirão do

hospital Carlinhos pegou na mão dela, Rafaela parou e o abraçou soltando o ar

dos pulmões no pescoço dele.

— Quer ir pro meu quarto? — Carlinhos perguntou sentindo o corpo

magnifico da namorada.

Ela se afastou um passo e fez que não com a cabeça

— Só quero dormir um pouco 

— Não quer comer mesmo? — Carlinhos apontou para uma padaria 24

horas que ficava no mesmo lado da rua, e antes que Rafaela o respondesse

completou — Divide um bolo de chocolate comigo, tô com vontade.

Ela sorriu

Ele sabia que ela aceitaria, amava chocolate, era o que ela comia

quando estava triste, Carlinhos não ligava para chocolates, comia por ela.

Pediram refrigerantes e frituras, comidas gostosas e depois o bolo

Na segunda garfada do bolo Rafaela se sentia melhor, sentia seu

humor melhorado

— Sabe, eu não deveria comer essas besteiras, meu médico não ira

gostar

— Não vamos contar pra ele — Carlinhos respondeu pegando um papel

e limpando a boca da garota.

Observou-a comer sem preocupação e quando estava próxima do fim

ele pigarrou, pegou algo na malinha de couro.

Rafaela ficou com o garfo dentro da boca deixando o pedaço de bolo

derreter e olhando atenta pra ele

— Ququfuu — Ela falou de boca cheia sem ser compreendida

por Carlinhos

— O que? — Ele perguntou sem entender

Rafaela engoliu o pedaço do bolo com dificuldade, era divino e

chupou o garfo satisfeita, endireitou-se na cadeira

— Eu disse “o que que foi?”! — Explicou o som que havia feito

— Ah! — Carlinhos havia entendido — Duas coisas pra te falar

— Fala ué! — Rafaela raspava o prato e lambia o garfo, parecia

menos sonolenta

Ele mostrou um envelope

— Preciso te falar duas coisas, a primeira é que aqui estão os

resultados do Checkup que a gente fez em você, fiz mais testes além dos que te

falei, algumas propensões genéticas específicas

Ela lambia e chupava o garfo parecendo uma criança desatenta. Na

verdade os pensamentos dela iam longe dali, ela pensava em outro envelope que

não aquele que Carlinhos mostrava.

— Você quer outro bolo? — Carlinhos perguntou com a intenção de

que ela se focasse nele

Ela fez uma careta e colocou o garfo no prato

— Velho chato! — Ela falou num tom infantil – Fala vai –

Ela se posicionou na mesa com as mãos no queixo dando atenção

Ele sorriu, ela estava de bom humor.

— Aqui estão os resultados

— Você já viu? — Ela perguntou rápido com seus olhos brilhantes

— Já sim — Ele respondeu também rápido.

Ela segurou o envelope na mão dele e perguntou olhando nos olhos

— São notícias boas né? — Ela perguntou sorrindo

Carlinhos desviou o olhar devagar

— Mais ou menos — Respondeu sem olhar para a namorada

Rafaela respirou fundo preocupada

— Eu vou morrer? — Rafaela perguntou séria

— Nada do que está aqui dentro — Apontou para o envelope — Vai te

matar agora

Ela observou-o com os olhos já húmidos de preocupação

— Você realmente herdou a doença da sua mãe, esse tipo raro de

reumatismo, a boa notícia é que estamos te tratando no início

Rafaela levantou a mão chamando a garçonete

— Traz outro desse de chocolate amargo e uma água sem gás por

favor — Pediu e em seguida olhou para Carlinhos — E que exame você fez aí? —

Perguntou parecendo fria

— Bem, não é nada conclusivo, é uma probabilidade, uma

probabilidade alta ate

Carlinhos estava enrolando, a garçonete trouxe o bolo

— Obrigada! — Rafaela sorriu ao pegá-lo

— Como eu dizia — ele parou pra pensar e ficou em silêncio

— Carlos, tá acabando comigo, fala que caralho você achou aí! —

Rafaela falou e enfiou outra garfada de bolo de chocolate enchendo a boca o

máximo que pôde.

Ele respirou fundo, parecia frustrado, passou a mão no cabelo grisalho

e depois no rosto.

— Tá, você também herdou o problema do seu pai, mas aparentemente

num grau menor — Ele falou quase num sussurro

Ela pensou por alguns instantes, mastigou o bolo devagar, piscava

devagar, limpou a boca com um gole de água gelada e tomou fôlego depois de

vários minutos de silêncio.

— Deixa eu ver se entendi: Eu vou perder os movimentos das mãos e

vou ficar surda é isso? — Ela estava estranhamente calma

— Você não vai perder os movimentos das mãos, com o nosso

tratamento é possível que você mantenha boa parte dos movimentos finos,

não vai ficar pior que a Rose.

De boca fechada ela limpou os dentes com a língua, pensou um

pouco, ensaiou brevemente as palavras, olhou para o garfo e para o pedaço de

bolo que restava, agora sim parecia entristecida.

— Eu vou conseguir comer sozinha? — Ela perguntou pensativa

— Claro que vai, melhor que sua mãe até — Carlinhos

respondeu animado

— Mas não vou escutar quando me chamarem para o almoço né? — Falou

algo num tom engraçado, mas não sorriu, tinha o olhar perdido

Carlinhos resolveu não responder a pergunta diretamente

— O que identificamos é que você tem uma variação da doença do seu

pai, então é capaz de sua audição não sumir completamente, ela pode só diminuir

um pouco ou afetar um dos ouvidos, isso é coisa para décadas e até lá vamos

avançar mais ainda.

Rafaela o encarou, fez um movimento positivo com a cabeça, como se

concordasse com o que ele falava, ela pegou a bolsa e se levantou.

— Calma Rafa, por favor — Quando ele a encarou lágrimas já

brotavam dos olhos dela

— Eu quero ir embora, pode deixar, eu pego um taxi, relaxa —

Ela falou com a voz embargada.

— Eu te levo em casa! — Ele se levantou também e caminharam pela

padaria, num corredor de pães até o caixa.

Ela na frente e ele atrás, ele a abraçou quando pararam.

— E a segunda coisa? — Ela falou olhando para frente na fila

enquanto ele a abraçava de forma carinhosa por trás

— É isso! Foram essas duas coisas — Ele falou decidido

Rafaela não fez nenhuma objeção, apenas manteve silêncio, havia

entendido que aquilo não era tudo, passaram no caixa, Carlinhos não a deixou

pagar, e pagou a comida dela.

Rafaela agradeceu e saiu primeiro, parou na calçada olhando para o

namorado, ele a viu, sabia que iria ser confrontado conhecia o gênio dela.

— Fala — Ela abraçou a bolsa com as duas mãos olhando para ele, o

olhar era inocente — Eram duas coisas que você iria falar, a primeira era sobre

os resultados, e a segunda

Ele respirou fundo, era impossível guardar algo dela.

— Meu trabalho aqui acabou, eu vou voltar para o litoral. — Ele

falou decidido

— Volta quando? — Ela perguntou sem se abalar.

— Começo amanhã — Ele respondeu rápido

Rafaela fez um movimento positivo com a cabeça, bem devagar

— A quanto tempo você sabe? — Ela perguntou

— Um mês —Ele responde e se arrependeu em seguida

— Entendi, não contou por que eu estava frágil, certo? — Ela

ergueu uma das sobrancelhas, balançava o corpo devagar rodando o tronco de um

lado para o outro, fazia isso quando estava impaciente, era um cacoete.

— Certo — Ele respondeu decidido

— E achou que o momento certo era esse, depois de eu descobrir que

estou mais fudida ainda da minha vida?

Carlos desviou o olhar, em silêncio.

— Vai fazer o que agora Carlos, terminar comigo também para não me

prender na sua vida por que eu sou jovem? — Fez aspas na palavra Jovem.

Ele ergueu o rosto

— Deixa ao menos eu te levar em casa — A Reposta foi uma

confirmação do que ela havia dito

Ela piscou forte e balançou a cabeça negativamente

— Eu estou meio cansada então acho que não tô processando direito

o que está acontecendo aqui, deixa eu recapitular Carlos, você tá terminando

comigo mesmo, é isso que eu tô entendendo? — Ela aumentou o tom de voz

— Calma Rafaela, no caminho a gente conversa — Ele se aproximou e

tocou na mão dela

Ela deu um soco na mão dele com força

— Rafaela? Agora é Rafaela é? — Perguntou indignada — Vai tomar no

seu cu!

Ela girou os calcanhares procurando um táxi, vinha passando um,

deu o sinal e ele parou

— Rafa calma — Carlinhos se aproximou e segurou-a pelos ombros.

— Rafa é o caralho, tira a mão de mim, seu velho broxa! — Ela

gritou em voz alta fazendo-o se afastar ofendido.

Entrou no táxi e abaixou o vidro, seu rosto estava vermelho

— Zona Leste! — Falou para o motorista

Olhou para Carlinhos fora do carro

— Vai se fuder, não me procure nunca mais! — Esbravejou transtornada

— Rafa, calma, espera! — Ele falou se aproximando do carro e

fazendo sinal para o motorista não andar.

— Não ouse me seguir! — Ela falou aos gritos apontando para ele

enquanto a saliva saia em fúria de sua boca e o carro se movia lentamente até

parar

— Vou ou espero moça? — O taxista perguntou

— Espera — Rafaela falou metendo a mão na bolsa e procurando algo,

pegou um envelope e deu na mão de Carlinhos — Toma, fiz hoje cedo, come, enfia

no seu cu, faz o que você quiser bonitão! — Ela falou agressiva

Tocou o ombro do taxista e ordenou

— Pode ir, aqui tá resolvido — Rafaela falou irritada

O carro se moveu e ela fechou o vidro vendo Carlinhos frustrado do

lado de fora, começando a olhar o envelope, ela não havia tomado cuidado de

pegar os exames dele, lembrou do trágico resultado, colocou as duas mãos no

rosto e chorou frustrada

— Tudo bem aí moça? Quer ir pra polícia? O velho te machucou? — O

Taxista perguntou

— Não, não! — Rafaela respondeu procurando um lenço na bolsa — Ele

não me agrediu, só foi um babaca mesmo.

— Era o que seu? Pai? — O taxista perguntou curioso

— Não, meu namorado — Ela respondeu

— Caramba, ele é bem mais velho né? — A pergunta era indiscreta

— É sim e qual é o problema? — Rafaela perguntou agressiva

— Nada, é que é difícil ver mesmo, incomum — Ele falou e continuou

olhando para a estrada

Rafaela pensou por uns segundos, queria brigar.

O telefone dela tocou, era Carlinhos

— Fala, porra! — Ela atendeu agressiva

— É sério isso? — Carlinhos perguntou — Esse teste é seu mesmo?

— O que você acha? — Ela perguntou ofendida

— Você não tomou o remédio? — Carlinhos falou furioso — Eu

te dei dinheiro, você não tinha dinheiro? O que aconteceu?

— O que você acha? — Ela perguntou também agressiva — Devo

ter comido o seu dinheiro

— Acho que se isso aconteceu por descuido seu você é uma incompetente!

— Incompetente é você — Ela procurou palavras, mas não encontrou —

Seu palhaço! — Ela berrou no telefone — Eu te odeio!

Carlos ficou em silêncio ouvindo a respiração raivosa de

Rafaela, ela continuou

— Já entendi sua posição Doutor, me deixa, isso é problema meu! —

Ela completou — Tá certo, eu me viro.

— Problema seu? Menina, você está pensando o que? — Carlinhos

falou num tom autoritário que Rafaela não conhecia — Eu não sou esses moleques

que você conhece, eu sou homem de verdade, volta aqui pra gente conversar! —

Ele ordenou — Volta aqui agora mocinha!

Ela pensou um pouco, e ele gritou no telefone

— Rafaela! manda o táxi voltar agora! — Ele ordenou novamente

assustando-a

Rafaela respirou fundo

— Não, deixa eu ir pra casa, preciso pensar, descansar. — ela

falou num tom de voz brando, abaixou a cabeça e encostou no banco do carro — eu

nem queria sair hoje, me deixa.

— To indo pra sua casa, vou te encontrar lá. — Carlos falou

decidido

— Não, tá loco? Vai falar o que? Meus pais estão lá! — Ela falou

assustada

— Isso é sério Rafaela, preciso falar com você agora! —

Esbravejou, estava furioso

Rafaela abaixou a cabeça.

— Amanhã, hoje não, amanhã a gente conversa — Ela falou e ouviu a

respiração ofegante dele do outro lado da linha, antes dele falar algo Rafaela

completou — Por favor! — Ela suplicou e esperou resposta, ele não disse nada por

quase um minuto — Obrigada por entender! — Ela desligou.

Chegou em casa, os pais estavam na sala assistindo TV, já havia

enviado mensagem à mãe avisando que estava chegando, o monitoramento constante

de onde Rafaela estava era comum depois dos últimos acontecimentos, subiu as

escadas e se jogou na cama sem banho mesmo.

Pegou o celular e viu a mensagem de Carlinhos

“Onde você está?”

Ela respondeu “Cheguei em casa, vou dormir”

A resposta foi imediata

“Estarei aí amanhã cedo”

Ela olhou a tela, mas o sono foi rápido e profundo

— Rafa, acorda — Rose, a Mãe tentava acordar a filha balançando-a

suavemente — Você vai perder o horário

Rafaela abriu os olhos e murmurou algo, estava exausta estressada,

ouviu a campainha tocar

Rose se levantou franzindo o cenho

— Quem será a essa hora? — Rafaela se lembrou de Carlinhos

Levantou-se e foi tomar um banho, poucos minutos depois a mãe

bateu na porta do banheiro

— Rafa, é o Carlinhos, ele disse que quer falar com você.

— Eu já desço mãe, obrigada — Respondeu enquanto a água quente

molhava seu peito

Apressou-se no banho e saiu, se perfumou e passou seus cremes como

sempre, não demorava, era um processo praticamente automático devido à

repetição diária, mesmo aos domingos.

Ela desceu as escadas desconfiada, usava uma camiseta regata

branca fina com um shortinho justo preto. Carlinhos conversava com os pais dela

normalmente, mostrava papéis aos pais, eram exames, os que Rafaela havia visto

ontem.

— Bom dia filha — O Pai se levantou e foi até ela, deu um abraço

forte, Rafaela ficou em choque, Carlinhos havia falado algo, sentiu-se corada,

com vergonha, não conseguiu olhar o pai no rosto, apenas o abraçou novamente

por alguns segundos, gostava de abraços e aquele era confiável, quente e

apertado — Estamos aqui com você, não se preocupe — O pai falou amoroso — Com o

tratamento certo você vai ficar bem.

Rafaela abriu os olhos, eles falavam dos exames

— Ah, sim — Olhou para Carlinhos, a expressão dele era serena —

Muitos remédios pai. — Ela falou apenas para não parecer vazia

— Filha — Foi por isso que você veio toda abalada ontem e não

levantou para sair hoje? Estava chateada pelo resultado dos exames? — Rose

perguntou preocupada

— Acho que sim mãe, encontrei o Doutor ontem no hospital e ele me

falou

— Pode dividir essas coisas com a gente Amor — O pai falou

segurando na mão dela.

Rafaela sorriu agradecendo o gesto e se aproximou de Carlinhos.

— Quero falar com você, a sós, posso Doutor? — Falou de maneira

formal

— Se seus pais não se importarem, tudo bem — A Resposta

dele foi gentil

— Bem, vamos ao mercado antes do seu pai ir ao escritório Rafa —

Rose falou sucinta, fiquem a vontade.

— Obrigada mãe

Rafaela subiu as escadas e falou sem olhar para trás

— Pode vir aqui, por gentileza, Doutor.

Os pais de Rafaela saíram e Carlinhos subiu as escadas, entrou no

quarto da porta cor de rosa, era óbvia a localização, Rafaela estava sentada na

cama de pernas e braços cruzados, com uma expressão severa.

— Bom dia Rafa — Carlinhos falou fechando a porta.

— Pode falar o que você quiser, eu aguento — Ela falou tentando

manter-se séria, mas sentia-se emotiva.

Ele pegou a pasta que trazia consigo e pegou um envelope de

dentro, o que ela havia dado a ele na briga. Devolveu a ela, puxou a cadeira da

escrivaninha e se sentou em frente a ela, sério.

— Desde quando você sabe? — Perguntou não entregar

— Com certeza desde ontem de manhã, mas já desconfiava a algumas

semanas — Ela respondeu abrindo o envelope e retirando o pedaço de plástico

com o resultado

— Trouxe o kit, vou tirar seu sangue pra gente fazer o Beta HCG —

Ele falou sério.

Rafaela se esticou e pegou a bolsa no chão, abriu e deu um

envelope para ele.

Carlinhos abriu e leu detalhadamente, eram poucas linhas, mas pelo

tempo parecia ser um livro, depois de muito tempo ele baixou o papel e falou

— Grávida? — Ele tirou os óculos — Você está grávida?

Ela se encolheu na cama abraçando as próprias canelas, fez que sim

com a cabeça.

Ambos ficaram em silêncio se olhando

— Eu não sei o que fazer — Rafaela falou com a voz chorosa e

infantil, balançando seu corpo para frente e para trás.

Carlinhos se levantou e se sentou ao lado dela, a abraçou.

— Você não está sozinha, pode ficar tranquila, eu estou aqui — Ele

falou e sentiu o corpo dela tremer — Calma, não precisa ficar nervosa assim

— Deu um beijo carinhoso no topo na cabeça dela

A tremedeira de Rafaela aumentou, não era um dia frio, mas ela

começou a bater os dentes.

— Você vem passando por uma carga de stress constante, precisa

relaxar, isso não vai fazer bem pra Ninguém, respira fundo e relaxa, puxa o ar

pelo nariz e solta pela boca, devagar — Ele recomendou como se ela fosse uma

paciente.

Rafaela seguiu as recomendações dele, sabia que ele era

inteligente, confiava nele, amava ele, havia entregado sua virgindade, sua

confiança e agora sua vida àquele homem.

Alguns minutos depois ela já estava melhor, sem tremer, estavam em

silêncio

— Eu não te odeio — Ela falou baixinho

— E eu não te acho incompetente e irresponsável — Ele beijou a

cabeça dela novamente carinhoso.

— Você não é um velho brocha — Ela falou e remendou — Só velho — O toque de humor dela era sempre sútil

Alguns segundos depois ele completou

— Aliás, acho que você é a pessoa mais digna, competente e

inteligente que eu conheço.

— Digna? — Ela perguntou curiosa virando-se para ele

— Sim, você terminou com seu namorado para ficar comigo, jogou

limpo comigo desde o começo

Rafaela se lembrou do dia do término, havia transado com Claudio,

Moacir e Carlinhos num só dia, num curto espaço de tempo, devido aos atritos

ela havia esquecido de tomar o remédio.

Não tinha dúvidas de que o filho era de Carlinhos até aquele exato

momento.

— Espera — Ela falou empurrando-o e sentando-se no travesseiro da

sua própria cama — Tenho que te contar uma coisa — Ela ficou em silêncio

com o olhar perdido por alguns segundos — E isso só me ocorreu agora.

Carlinhos fez cara de surpresa

— Que coisa? — O rosto dele franziu

— Acho que eu não sou tão digna como você acha — Ela juntou a

palma dos pés e segurou os dedos — Acho que não me lembrei por que isso não

é algo tão comum pra mim.

Involuntariamente Carlinhos olhou para o meio das pernas dela, mas

ela não viu.

— Você me traiu? — Ele perguntou preocupado e ofegante

Ela respirou fundo

— Não — Ela respondeu e coçou o couro cabeludo — Tecnicamente não

— Pensou mais um pouco — Mas eu acho que tem uma chance de ser de outra pessoa,

mas eu quero muito que seja seu!

— Seu ex-namorado, o moleque lá, o Ivan? — Carlinhos perguntou

preocupada

— Cláudio, o nome é Cláudio — Ela respondeu paciente — E sim, acho

que ele é um dos candidatos — Ela fez aspas com os dedos na palavra candidatos.

— Tem mais de um candidato? — Carlinhos perguntou ansioso. —

Contando comigo né?

— Eu não sei como falar isso sem parecer uma vagabunda completa —

Ela falou para si mesma — Vai ver é por que eu sou isso mesmo né, uma vagabunda

— Foi uma questão retórica

— Quem e quantos? — Carlinhos perguntou.

— Contando você são três — Ela falou sem expressão alguma, apenas

esperando a reação dele — pode me xingar!

Ele a olhou por alguns segundos.

— Me explica como aconteceu e por que não foi traição. —

Ele estava interessado nos detalhes

Rafaela relutou um pouco, mas ele insistiu, resolveu abrir o jogo

— Quando o Claudio quebrou a perna, foi no dia que você e eu

fizemos amor. Eu era namorada dele, então eu traí ele, e não você. — Explicou —

Aí fui na casa dele decidida à terminar por que estava apaixonada por você, e

foi o que eu fiz, mas ele me falou tanta coisa, me fez sentir pena e remorso,

tanto que eu fiz sexo com ele pela última vez antes do termino, sexo de

despedida — Ela explicou como se fosse óbvio.

— Por pena? — Carlinhos per untou

— É — Ela respondeu — Patético né?

— Você caiu nessa, Rafaela? Sério — Ele perguntou incrédulo

— Caí — Ela respondeu triste — É um golpe conhecido? — Ela perguntou curiosa.

— Sem camisinha? — Ele perguntou preocupado

— Sim, sem camisinha — Ela repediu e resolveu detalhar mais — Ele

pediu, não era para ele gozar dentro de mim, mas ele meio que pirou e forçou

isso, falou que queria um filho, sei lá o que deu nele, acho que era desespero

de me perder.

Carlinhos observava imóvel

— E o outro? — Ele perguntou

Ela respirou fundo e prendeu o cabelo, estava envergonhada, mas

não queria segredos, não agora que já havia começado a contar, iria até o fim.

— Encontrei o pai dele, meu ex-sogro, quando saia do quarto, e

acabei transando com ele também — Respondeu simplória

— É assim, você acaba transando com as pessoas — Carlinhos parecia

irritado

— Não, eu tinha um casinho com ele, antes de namorar o filho dele

eu já tinha ficado com ele — Explicou — E como eu não estava mais namorando,

fiquei de novo.

— Com o pai? Um velho? — Carlinhos perguntou indignado

— Sério Carlos? Velho? É nisso que você vai me criticar? — Rafaela

cruzou os braços numa pose sarcástico — Você é velho também, mais velho que ele

até!

Carlos sentiu uma pontada, aquilo doeu, ele se encolheu

— Enfim, cheguei em casa e você estava, aí te levei em casa por

que você fingiu que estava bêbado e você já sabe do resto

— Você não conhece camisinha não? — Carlinhos perguntou irritado —

Vou te colocar nas aulas básicas de educação sexual porque obviamente você não

sabe de nada.

— Vai se fuder meu, você não é meu pai, eu ia tomar os remédios,

aí deu essa bosta com esse retardado me perseguindo e eu acabei esquecendo —

Ela falou — Eles não significam nada pra mim, só você importa.

Carlinhos passou a mão no próprio rosto, estava suado, preocupado,

frustrado.

— Dá pra fazer DNA ainda na barriga — Ele falou — Não é muito

comum, mas é possível, vamos fazer então!

Ele se aproximou, se ajoelhou no chão ficando quase da altura dela

na cama

— Vamos confirmar, aí a gente acerta tudo, casa, registra, conta

pra todo mundo — Carlinhos parecia feliz, estava sorridente e parecia sonhador,

tocou a barriga dela

Rafaela não se moveu e apenas disse:

— Se! — Quase num assobio

— Se o que? — Carlinhos perguntou intrigado.

— Se for seu — Ela fez um sinal positivo com a cabeça — se não for

— Fez um sinal negativo — Pau no meu cu né Carlos, eu que me foda e dê meu

jeito. — Rafaela falou magoada puxando Carlinhos de volta à realidade

— Rafa — Ele pegou nas mãos dela — Vamos desenrolar isso, se você

quiser eu assumo mesmo não sendo meu, você é um tom mais escura que eu, se vier

mais escurinhos ninguém vai perceber.

— Eles são negros Carlinhos, não vai nascer moreninho se for

deles, vai ser pretinho mesmo — Ela respirou desanimada — Os dois são mais

jovens que você e são dois, a probabilidade de um deles ser o pai pela idade é

acima de 66% e você menos 33%, sejamos realistas — A voz dela era monótona

Carlos ficou sem resposta por alguns segundos, Rafaela acariciou o

cabelo ralo dele.

— Não precisa se martirizar amor — Rafaela falou carinhosa — A

puta sou eu mesmo, você não tem obrigação nenhuma com isso, é problema meu, não

precisa se preocupar, a decisão que você tomar eu respeito, não quero ser peso

nenhum pra você

Carlinhos olhou para ela e a abraçou

— Eu te amo Rafaela, te amei desde o primeiro dia que te vi, e

isso era antes de sentir amor pela mulher que você é, eu amei você como uma

criança, te vi crescer, te admirei nos estudos, me apaixonei por seu senso de

humor, sua delicadeza, sua graça, seu dom nos esportes, torci por você e fui o

homem mais sortudo do mundo quando você me deu a honra de ser seu primeiro

homem.

Ela ficou olhando pra ele, parecia um pouco surpresa com o que ele

havia dito.

— Eu também te amo — Ela respondeu alisando o rosto áspero — Posso

te contar uma coisa? Um segredo que nunca falei pra ninguém? — Ela falou no

costumeiro tom inocente.

— Pode — Ele respondeu curioso já mais brando.

— Quando eu tinha uns onze anos, a gente foi para aquela sua casa

na praia e você tava tão lindo, tão gostoso que foi a primeira vez que eu

entendi que gostava de homem de verdade, foi naquele dia que eu entendi que

queria você pra mim. — Ela falou pensativa — Quando cheguei em casa, peguei o

chuveirinho da banheira e tive meu primeiro orgasmo pensando em você. — Ela

sorriu nostálgica tirando o próprio cabelo do rosto— Aí eu briguei com a sua

ilha nesse dia, ela me irritou e pra deixá-la com ciúmes eu falei pra ela que

um dia iria te enfeitiçar, ia namorar com você e que eu ia ter um filho seu! —

Rafaela riu baixinho — Ela me chutou.

Ele a observava como se fosse um diamante, algo raro e precioso

— Eu lembro desse dia, ela veio chorando pra mim falando que você

era uma bruxa — Carlos falou sorridente — Agora faz sentido!

Eles se olharam por alguns segundos e ele completou:

— Vamos assumir nosso namoro, falar com seus pais, hoje! Sem exame

de DNA, sem nada, o filho é meu, é nosso e que se foda

Rafaela sorriu, parecia triste

— Mas você tem que me prometer algo! — Ele impôs a condição

— O que? — Ela perguntou desconfiada franzindo o cenho

— Que você vai sustentar sempre a história de que é meu e não de

mais ninguém inclusive não vai falar nada com eles 

Ela fez que sim com a cabeça.

— Se nascer negro eu não posso falar pro Cláudio ou para o Moacir?

— Rafaela perguntou

— Sim — Carlinhos confirmou

— Tá bom, aceito — Ela respondeu e sorriu, parecia cansada

Os dois se abraçaram felizes, ficaram vários minutos apertadinhos,

juntinhos.

O abraço virou aperto, o aperto afago e o afago carinhos que foram

esquentando, eles não sabem ao certo quem começou, mas estavam aos beijos e

juras de amor pouco tempo depois, o sexo da reconciliação, do amor, do perdão e

da aceitação, aquele sexo que serve para endireitar os caminhos estava prestes

a acontecer.

Nenhum dos dois transavam há semanas

Ela desabotoou a camisa deles botão a botão até mostrar o peito

cabeludo, Rafaela encheu a mão nos pelos, gostava da consistência áspera

aveludada e do barulhinho que fazia.

Assim que a camisa se abriu ela arrancou, estava sentada na cama e

Carlinhos ajoelhado no chão.

Rafaela não entendeu como aconteceu, foi rápido, Carlinhos puxou

sua camiseta mostrando seu sutiã, usava um modelito simples e comportado, era

na cor champagne e cobria o seio todo, ela mesma abriu o sutiã deixando-o

frouxo, Carlinhos o puxou, os olhos dele pareciam vidrados.

Os seios de Rafaela eram bonitos, não exagerados nem pequenos

demais, mas do tamanho ideal, mal cabiam nas mãos, eram firmes e pesados os

bicos largos e um pouco mais escuros que a pele e devido ao volume pendiam

levemente para baixo.

Ele agarrou os seios com as duas mãos e começou a chupar e a

babar, ela agarrou a cabeça dele gemendo baixinho, as mãos dele deslizaram pelo

corpo curvilíneo dela e encontrou o shortinho e o abaixou, o movimento foi

ajudado por ela, deixou-a apenas de calcinha e se afastou para ver.

Rafaela cobriu os seios brilhantes de saliva parecendo

envergonhada, era linda, o rosto perfeito, o corpo perfeito, a cintura parecia

um violão muito fino com os quadris largos com coxas grossas, parecia uma

escultura.

— O que você está olhando? — Ela perguntou desconfiada vendo o

olhar fixo dele

— Você é incrível! — Ele falou arrumando ofegando, lembrou-se que

o corpo de Rafaela lembrava-o de outra mulher, um amor do passado, um segredo

que não imaginava que seria revelado menos de uma hora adiante e sentiu seu

corpo arrepiar pela situação e pela proximidade daquele corpo com o outro.

Ela usava uma calcinha azul bem pequena, também rendada como o

sutiã, mas parte de outro conjunto.

Ela a agarrou e a apertou contra ele, ela gostava de se sentir

jogada, era uma mulher grande, cerca de 1,75 de altura, considerada alta para

os padrões comuns, mas Carlinhos era maior que ela e fazê-la parecer pequena

era algo que a deixava satisfeita.

Rafaela o empurrou fazendo-o sentar-se na cama e se sentou em seu

colo, o sorriso dela sempre enigmático e dominador, Carlinhos não perdeu tempo

e voltou a mamar os seios dela, ele os adorava, os venerava, mordia, babava e

chupava com vontade e volúpia

— Rafaela? — Eles ouviram a voz da mãe gritando no andar e baixo

da casa

Ambos se olharam assustados e saíram vestindo as roupas como deu,

Rafaela pegou a camiseta regata e colocou sem o sutiã mesmo, achou o shortinho

e vestiu rápido. Carlinhos conseguiu se recompor também bem rápido e se sentou

na cadeira, Rafaela sentou-se na cama e a porta abriu em seguida.

A mãe entrou, olhou para os dois, estava séria

— Tudo bem por aqui? — Rose

perguntou à Rafaela

— Sim, tudo bem, estávamos conversando — Rafaela respondeu

simplória, tentava parecer calma.

— Entendi — A Mãe respondeu parecendo não dar tanta importância —

Você parece cansada — Falou observando que Rafaela parecia ofegante

Rafaela se levantou e arrumou o cabelo

— Preciso dormir mais um pouco só — Rafaela respondeu

A mãe não demonstrou interesse.

— Doutor — Rose falou à Carlinhos — O Senhor pode me ajudar com

meus medicamentos? Tenho umas dúvidas

— Sim, claro! — Carlinhos se levantou e desceram pela escada,

Rafaela os seguiu

Assim que chegaram no andar de baixo, na sala Rose colocou a mão

na cabeça

— Rafa, esqueci, pega pra mim na primeira gaveta do meu criado

mudo, uma bolsinha, os remédios estão lá

Rafaela revirou os olhos

— Ah mãe, acabei de descer, precisa mesmo? — Mostrou seu mau humor

Rose se aproximou carinhosa

— Precisa filha, aí você aproveita e coloca de volta seu sutiã — Rose

tocou o seio de Rafaela com a ponta do dedo — Aí troca essa camiseta também por

que o seu peito tá babado e tá aparecendo o bico na transparência.

Rafaela protegeu os seios num reflexo fazendo cara de pânico,

olhou para Carlinhos e ele desviou o olhar.

Sem dizer nada ela subiu para pegar o remédio

— Pode sentar doutor — Rose falou sentando-se — Quer ir começando

ou vai esperar ela voltar? — A pergunta era como se o assunto estivesse

esclarecido

Carlinhos respirou fundo

— Espera ela — A Resposta foi seca

Rafaela demorou alguns minutos e desceu, usava o mesmo shortinho,

mas agora com uma camiseta baby look preta e com o sutiã bem-marcado por baixo.

Entregou a bolsinha à mãe, estava corada de vergonha

— Mais decente assim, obrigada — Rose respondeu quando pegou —

Agora se senta aqui — Mostrou a cadeira ao lado de Carlinhos, ambos de frente

para ela.

Os três estavam sentados, olhando um para o outro, em silêncio, apenas

se entreolhando, parecia um faroeste, quem atirasse primeiro ganhava.

Rafaela tomou ar e resolveu começar

— Olha mãe — Mas foi interrompida imediatamente

— Ele tem três vezes a sua idade Rafaela, você tem noção que ele

tem idade para ser o seu avô? — Rose 

Rafaela olhou-a por baixo, parecia medrosa

— E você Carlos? — Rose continuou — Um velho com uma garotinha que

podia muito bem ser sua filha, você não se cansa né?

— Ele não é meu pai! — Rafaela retrucou nervosa

— Você não sabe! — Rose respondeu dura — Você não faz ideia, você

não sabe de nada Rafaela!

— Como assim? — Rafaela perguntou confusa — Ele é meu pai?

— Não, não seja idiota, ele não é seu pai — Rose respondeu

— Então? — Rafaela perguntou sem entender

Rose virou-se para Carlinhos ignorando Rafaela

— Você conta ou conto eu? — Rose parecia irritada

Carlos olhou em volta, parecia procurar um lugar para fugir dali,

queria correr, explodir, estava vermelho

— Vamos doutor, tão hábil e charmoso com garotinhas inocentes e

deslumbradas, cadê suas palavras? — Rose perguntou agressiva

— Rose, você quer que eu fale o que? — Carlos respondeu irritado —

Por que desenterrar o passado?

— Desenterrar? Acho que se você está com a minha filha — Rose

pensou por um segundo — Vocês já transaram?

Rafaela e Carlos se entreolharam e desviaram o olhar sem responder,

Rose entendeu

— Meu deus! — Ela colocou as mãos na boca, pensou um pouco — Claro

que já, óbvio né. Como sou idiota — Rose se martirizou

Ficou observando os dois em silêncio e explodiu de repente

— Porra, vocês dois são adultos já, vão ficar igual criança aí?

Que merda está acontecendo? — Rose perguntou irritada

— Mãe, calma — Rafaela começou, mas foi interrompida por Carlinhos

— Rose, já faz alguns meses que a Rafaela e eu estamos juntos, sim

nós já transamos

Rose se levantou, cruzou os braços e caminhou pela sala, não iria

a lugar nenhum, estava nervosa, parou no meio da sala de braços cruzados,

pensando. Rafaela olhou para Carlinhos e se levantou, foi até a mãe, Carlinhos

foi também

— Mãe, qual é o problema? É por que ele é velho? — Rafaela

perguntou — Isso não faz diferença pra mim, eu o amo

Rose a olhou nos olhos, Rafaela viu um brilho estranho, pareciam

úmidos

Carlinhos se aproximou também, ficaram os três a um Passo

Rose descruzou os braços e colocou as mãos na cintura, olhou para

ele e uma lágrima desceu pelo rosto, num movimento rápido ela o acertou com um

tapa forte na cara.

— Isso é por você ter escondido dela! — Falou quando o tapa

estalou na cara dele.

Puxou Rafaela pela mão e a fez sentar no sofá com brutalidade

— Já que ele não é homem pra contar eu vou te contar

Rafaela olhava atenta

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Rafaela Khalil é Brasileira, maior de idade, Casada. Escritora de romances eróticos ferventes, é autora de mais de vinte obras e mais de cem mil leitores ao longo do tempo. São dez livros publicados na Amazon e grupos de apoio. Nesse blog você tem acesso a maioria do conteúdo exclusivo.

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