Diário de Rafaela 1 – Capítulo 11 — A reconciliação

Diário de Rafaela 1 – Capítulo 11 — A reconciliação

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Rafaela ficou cerca de quatro horas deitada na cama, estava cansada, frustrada, chateada, desligou o celular e tirou o telefone fixo do gancho, não queria falar com ninguém, ouvir ninguém, ver ninguém.

A casa estava em silêncio absoluto, ouvia apenas os barulhos da vizinhança, carros, buzinas, pessoas falando ao longe, um dia comum.

O que não saia da cabeça dela e o que havia acontecido, como Carlinhos podia ter feito isso com ela, e com sua mãe, sentia ódio de sua mãe por esconder aquilo, mas com o passar dos minutos foi refletindo cada vez mais e o ódio se tornou tolerância, passando para compaixão, simpatia e empatia.

Ajoelhou-se na cama, sentiu fome e se levantou, foi até o quarto da mãe, a porta estava entreaberta, viu a mãe deitada de costas para a porta em posição fetal, entrou devagar

— Mãe? — Chamou anunciando sua entrada, mas ela não se moveu — Mãe, tudo bem?

Nenhuma resposta, Rafaela se sentou na cama fazendo a mãe inclinar levemente, mas ela parecia não se importar ou perceber a presença da filha, Rafaela notou um lenço na mão dela, estava encharcado, a cama também estava respingada de lágrimas, Rafaela respirou fundo.

— Vou fazer um café, a senhora quer? — Perguntou sem ter resposta, abaixou-se e beijou a cabeça da mãe — Eu te amo mãe.

Nenhum movimento foi percebido.

Rafaela desceu e foi à cozinha, tudo estava estranho, quieto, mas não queria fazer barulhos ou incomodar a mãe, a informação que ela havia tido era forte, mas a da mãe também era, ambas se sentiam traídas, mas de certa forma Rafaela entendeu que para a mãe o fardo era maior ainda.

Fez um café forte como a mãe gostava, preparou torradas com queijo como sabia que ela gostava e levou ao quarto.

— Mãe, trouxe café pra gente — Falou puxando uma mesinha que a mãe tinha, notou que a mãe ainda estava na mesma posição, respirando devagar — Trégua Dona Rose, estamos só nós duas aqui, vamos conversar, por favor.

Rose respirou fundo e ergueu o corpo, sentou-se de costas para Rafaela, passou o lenço no rosto e se levantou, saiu brevemente, lavou o rosto e voltou, não havia feito muita diferença, tinha a pele bem branca e por isso seu rosto estava exacerbadamente vermelho, os olhos inchados e com a cara fechada.

— Come comigo mãe — Rafaela falou ao ver a mãe parada à sua frente amarrando o cabelo

Rose olhou para a comida e olhou para Rafaela novamente, seus olhos se encheram de lágrimas e ela fez uma careta, Rafaela levantou e a abraçou.

— Tá tudo bem mãe — Rose chorou sendo afagada pela filha.

Ficaram ali abraçadas por vários minutos, Rose molhando a camiseta de Rafaela com as lágrimas até que se recompôs.

— Eu to sujando sua roupa — Rose falou passando o lenço no peito de Rafaela como se tentasse secar

— Tudo bem, eu lavo, não tem problemas, vamos comer — Rafaela convidou

Rose fez que sim com a cabeça e sentou-se na cama, em silêncio começaram a comer, ficaram um tempo assim até que Rose questionou

— Quando foi? — A pergunta parecia vaga

— A primeira vez? — Rafaela perguntou

— Sim, você sabe exatamente? — Rose perguntou com a voz mais calma

— Dia quinze de outubro, meu aniversário de quinze para dezesseis anos — Rafaela respondeu com exatidão

— Fazem quatro anos, a Noeli ainda estava viva, eles estavam separados, foi dias antes dele descobrir — Rose falou como se divagasse

— Descobrir o que? — Rafaela perguntou limpando a boca com um gole de café

Rose olhou para ela

— Pode me contar como foi? — Rose perguntou sem responder o que Rafaela havia questionado

— Se foi bom ou ruim? — Rafaela perguntou confusa

— Sim — A mãe confirmou sem olhar à filha.

Rafaela respirou fundo, não queria mentir, não queria magoar a mãe, não sabia como

— Foi bom — Respondeu simplória

— Seja sincera, por favor, não vamos mentir mais uma para a outra — Rose olhou para a filha, os olhos vermelhos

Rafaela tomou ar novamente, pesarosa, sabia que iria magoá-la

— Foi incrível, a melhor de todas — Rafaela afirmou

Rose confirmou com a cabeça

— Ele é mesmo de outro mundo não é? — A pergunta foi feita desviando o olhar — Um homem incrível

Rafaela achou o assunto estranho, estava falando do sexo que havia feito, do homem que havia dividido com a propria mãe e isso era bem estranho.

— Sim, ele é, me perdoa por isso mãe, eu não sabia — Rafaela falou tentando explicar

— Está explicado Rafa, você não sabia, não tem culpa se você não sabia, ele sabia — Rose respondeu pegando mais café.

— Vocês dois tiveram algo mais além… — Rafaela queria medir as palavras, não queria ser áspera, mas Rose completou

— Além do sexo? — Perguntou olhando para a filha com a caneca de café na mão

— É — Rafaela respondeu envergonhada

— Rafa — Rose posou a caneca na mesinha — Acho que a gente nunca falou muito sobre sexo né, te dei só o básico, proteção e etc, mas agora ambas somos adultas e eu não sei se tenho muito mais para te explicar, então esse assunto está vencido, esse lance da gente compartilhar o mesmo cara eu concordo que é estranho, mas não temos o que fazer. — Rose respondeu com pesar na voz — Vamos tentar ser sinceras uma com a outra, se não isso só vai gerar dor.

Rafaela concordou balançando a cabeça, segurou a mão da mãe.

— Você o amou? — Rafaela perguntou na sequência, encarando a mãe

Rose a olhou e uma lágrima escorreu do olho dela

— Não — Respondeu, sustentando o olhar na filha — Eu ainda o amo.

Rafaela sentiu uma pontada no peito

— E você? O Ama? — Rose perguntou apertando a mão da filha 

— Sim, eu o amo — Rafaela respondeu desviando o olhar

— Não precisa ter vergonha Rafa — Rose falou — Olha pra mim

Rafaela olhou de volta pra mãe

— Não quero te magoar mais — Dessa vez os olhos de Rafaela estavam marejados, prestes a gotejar lágrimas

— Eu gostaria de dizer que ambas fomos vítimas dele, que ele é um canalha sem escrúpulos, um madito, um degenerado e um traidor — Rose falou pensativa

— Mas ele não é! — Rafaela completou entristecida, parecia querer um motivo para apreciá-lo

Rose soltou o ar pesarosa

— Não, ele não é, ele é incrível — A resposta de Rose era dolorida

Ficaram alguns segundos em silêncio até que Rose falou

— Desculpe te ofender, eu perdi a cabeça, eu não acho que você seja tudo aquilo que disse, você não é ruim e nem tem culpa — Rose passou a mão no rosto de Rafaela sem olhar para ela

— Eu sei mãe, esses momentos e a gente nem deve levar em conta, sei lá — Rafaela respondeu pensativa.

— Mas pelo menos ele tem um bom gosto né — Rose falou tentando sorrir, mas era difícil — Você é uma continuação minha, agora que eu to velha

— Que velha mãe? A senhora não tem quarenta ainda — Rafaela rebateu

— Ah filha, olha só pra você, grandona, com peitão, como vou culpar ele, você é muito bonita

— A senhora é mais, eu queria ser mais como a senhora — Rafaela falou referindo-se à sua auto estima

— Igual a mim como? — Rose perguntou curiosa

— Ah mãe, eu sou gigantesca! — Rafaela fez um movimento apontando para o próprio corpo

— Claro que não, você tem o que agora? 1,70 de altura? — Rose perguntou

— Tenho 1,75 mãe — A resposta foi entristecida

— Ah Rafa, que besteira, homem adora mulher alta — Rose respondeu limpando o rosto

— Eu queria ter sua altura, é mais bonitinho, eu sou desengonçada — Rafaela respondeu imitando a mãe na limpeza do rosto. — A Senhora tem quinze centímetros a menos que eu

— Não, eu tenho 1,55, são vinte — Rose respondeu simplória com um leve sorriso 

Ambas se olharam e riram

— Para de reclamar Filha — Rose falou parecendo mais animada, você tem isso — Segurou os seios da filha com as duas mãos, os apertou, ergueu e soltou

Rafaela ficou surpresa, mas achou engraçado

— É, nesse quesito eu não posso reclamar, adoro mesmo — Rafaela respondeu sorridente.

— Os meus são pequenos, queria que fossem maiores — Rose respondeu em comparação

— Ah mãe, coloca silicone então, dá pra ter peitão fácil! — Rafaela falou animada

— Ah não, peito de boneca, tô fora, deixa eu com meus naturais mesmo. — Rose falou e se dirigiu a porta — Obrigada por ter vindo aqui me fazer companhia

Rafaela a acompanhou, parecia pensativa, deixaram o quarto e Rafaela entrou em seu próprio quarto, Rose voltou para o quarto da filha e viu Rafaela sentar na cama

— E você, vai fazer o que? — Rose perguntou

— Vou ficar aqui, sei lá — Rafaela respondeu

— Vai nada, chega de sofrer por homem, você terminou daquele seu outro namoro e ficou na fossa agora vai ficar na fossa por esse também

— Mãe, eu to gravida, to preocupada com isso — Rafaela respondeu simpática

Rose parecia haver se esquecido, fez que sim com a cabeça e saiu do quarto, foi até o próprio quarto e demorou alguns minutos, parecia procurar algo e voltou com uma caixa de sapatos, entregou para Rafa

— Isso é pra você — Falou ao se sentar na cadeira do computador de frente para Rafa

Com cuidado Rafaela abriu a caixa, havia um plástico e dentro dele algo amarelo, Rafaela desembrulhou com cuidado, era um par de sapato de Crochê na cor rosa.

— Sapatos de bebê? — Rafaela respondeu

— Sim, eu mesma os fiz — Rose respondeu

— Eu não sabia que a senhora tricotava! — Rafaela respondeu admirando as peças — São lindos!

— Foi só para isso, fiz quando engravidei a primeira vez — Rose falou sorridente e nostálgica

— A primeira vez? — Rafaela perguntou pensativa — Mas eu sou a segunda filha e isso é rosa

— Por isso que seu irmão não usou, e você sim usou — Rose respondeu sem jeito — Eu queria uma menina!

Rafaela riu

— Obrigada mãe — Abraçou a mãe

Rose retribuiu e levantou

— Agora se levanta, vai fazer alguma coisa, aproveita que não está trabalhando hoje e vai adiantar alguma coisa — Rose falou severa

— Sei não, não tenho nada pra fazer — Rafaela respondeu desanimada — Não quero sair de casa

— Vai na casa do seu ex, ele mora logo ali — Rose falou

— Fazer o que? — Rafaela perguntou franzindo a testa — Eu não falo com ele a quase um ano

— Vai pegar as coisas suas que estão lá — Rose falou

— Eu não quero mais! — Rafaela falou orgulhosa — Mandei ele enfiar tudo no cu dele

— É princesa, mas aquela minha jaqueta de couro ficou lá, perguntei pra ele e ele disse que está esperando você ir pegar.

— Eu não sei se quero esse stress, sei lá agora se eu posso passar stress — Rafaela respondeu pensativa

— Ah Rafa, para de frescura, o que você tem aí — Apontou para a barriga dela — É saúde e não doença, você só tá grávida porque está saudável, então vai dar uma volta e deixa esse negócio do Carlos pra lá.

— O que eu vou fazer? — Rafaela perguntou preocupada

— Você não vai morrer de fome, pode ter certeza, filha minha não vai ser largada no mundo — Rose falou puxando Rafaela pela mão — E além do mais, minha netinha está aí dentro, vai o Carlos não vai te abandonar, ele é muitas coisas mas não abandonaria você.

— Mãe posso perguntar umas coisas sobre vocês? — Rafaela falou

— Pode, mas agora não, to cansada desse assunto, mas prometo que a gente vai sentar e colocar os pingos nos “i”s, tudo bem? — Rose respondeu

— Tá bom — Rafaela respondeu deixando que a mãe a puxasse, notou que não usava luvas

Rose puxou a filha até o andar debaixo

— Agora trás minha jaqueta, seu irmão vem aqui hoje a noite dar alguma notícia — Rose falou pensando no assunto depois de muito tempo

— Ah, a July — Rafaela falou

— Julia? — Rose perguntou sem entender

— July, é a namorada gringa dele, ela é americana, acho que vem apresentar pra gente hoje — Rafaela explicou

— Ele não me falou que estava namorando — Rose respondeu parecendo ofendida

— Acho que era para ser segredo, pode ser que tenha virado sério ou pode ser que ele venha apresentar o namorado barbudo dele

Rose olhou para Rafaela de olhos arregalados

— Mentira mãe, ele não é gay não — Rafaela sorriu

— Certo — Rose falou colocando as luvas que estavam na mesa — Pega a minha jaqueta e não demora

— Tá — Rafa falou para a mãe — Vamos falar hoje do meu problema? — Questionou — Para a família? 

— Acho que sim — Rose se aproximou já com as luvas — Antes que eu me esqueça

Deu um abraço em Rafaela, bem apertado

— Parabéns, você é a melhor filha tá, eu te amo e vai ser uma mãe incrível, eu vou estar aqui pra te ajudar, não se preocupe, nada vai dar errado

Rafa retribuiu o abraço e se sentiu tranquila e amada, ficaram juntas por quase um minuto.

Desfizeram o abraço e se olharam

— Agora trás minha jaqueta, to falando sério — Rose tocou o nariz de Rafaela com a ponta do dedo e saiu

Rafa sorriu, olhou para a porta e depois para a escada, subiu ao quarto e trocou de roupa, colocou um vestido florido, não era um dia tão quente, mas se ela iria ver o ex namorado era melhor que estivesse linda, maquiou-se brevemente.

Ao descer encontrou a mãe novamente

— Você tá aqui ainda? — Rose respondeu pegando uns alimentos — Se for desistir me ajuda aqui

— Não eu vou — Rafaela respondeu entrando na cozinha

— Ah, se arrumou, entendi — Falou sorrindo — Quer que ele veja que você está bem, certo?

Rafaela concordou com a cabeça ficando corada

— Não se envergonhe filha, vamos ser sinceras uma com a outra tá bom? — Rose pediu — E nesse quesito somos todas iguais

— Pois é — Rafaela falou coçando a cabeça sem jeito

— Agora, não vai sucumbir e transar com ele como antigamente — Rose falou abrindo o forno

— Mãããeee! — Rafaela falou envergonhada

— Ah Rafa sério mesmo? — Rose se ergueu e colocou as mãos na cintura — Você é apaixonada por ele e ele é todo gostoso

Rafaela olhou para o chão, pensativa

— Bem, se você for transar, faz com camisinha — Rose falou — Isso não é traição

— Não é? — Rafael franziu a testa — Por que não é?

— Só é traição se for vocês dois sozinhos, tiver beijo e se for sem camisinha — Rose falou surpreendendo Rafaela

— Que doideira é essa? De onde você tirou isso mãe? — Rafaela perguntou assustada

— Seu namorado me disse, ele pensa assim — Rose falou ligando o fogo e colocando a panela de água

Rafaela ficou pensativa, ele já havia falado algo para ela nesse sentido mas ela não havia dado muita atenção, achava que era só fantasia.

— Ele te falou isso? — Rafaela perguntou

— Falou sim, se você não tiver envolvimento romantico é só sexo, e só sexo ta tudo bem — Rose falou explicativa — Mas eu não quero falar sobre isso, se não vai me ajudar pode vazar daqui — Empurrou Rafaela — Só toma cuidado tá.

Rafaela deixou ser empurrada e saiu pensativa, quando pisou na calçada viu muitas pessoas andando, olhou em volta, lembrou-se de Patrick e sentiu medo

“Será que ele está aqui me vendo?”

Em seguida pensou

“Ele está preso”

Pegou seu celular e conferiu, algumas mensagens de Cláudio, ele não havia desistido, mas parecia estar cansado de insistir, as mensagens eram cada vez mais espaçadas.

Rafaela percebeu quando uma pessoa mudou de lado na rua era Amanda.

Amanda era a melhor amiga de Rafaella desde os oito anos de idade, a única problemática foi quando Amanda roubou o namorado de Rafaela, logo ela que Rafaela chamava de branquela e loira aguada.

Foi bem sofrido, Rafaela não chegou a pegar os dois juntos enquanto namoravam, mas tinha certeza, pois demorou uma semana depois do término para que eles começassem a namorar e cerca de três meses antes do término Amanda havia se afastado de Rafaela, estava estranha, sequer foi consolar a amiga nos momentos de fosse do pé na bunda que havia levado.

Rafaela achou que ela estava acima do peso, sentiu-se bem por ela estar gorda.

Guilherme era um homem Grande, da mesma idade delas, agora com 19, era rato de academia, forte e bonito, malhado e cobiçado. Seu pai tinha uma academia na mesma rua da casa de Rafaela e Guilherme trabalhava lá supervisionando, cuidado, limpando e estudava a noite fazendo faculdade de Educação física

Rafaela encarou Amanda, queria que ela a olhasse, isso nunca ficou bem resolvido entre elas, mas era claro que amanda fugia, o olhar foi sustentado até Amanda sair da vista de Rafaela, era óbvio que havia visto, era óbvio que mudara de lado da rua de propósita

— Puta branquela — Rafaela falou magoada

Caminhou em direção à academia, sentia-se um pouco paranoica, um pouco exposta, sentia medo, seu celular tocou, era seu irmão avisando que viria a noite, ela avisou que a mãe havia dito e ele disse que era uma grande notícia é que ela iria adorar mas que ele não iria fazer nada. Rafaela insistiu, mas ele não liberou nenhuma informação.

Rafaela desligou quando estava em frente a academia, respirou fundo e entrou, na recepção Dona Sonia, assim que ela viu Rafaela abriu um sorriso

— Rafinhaaaa! — Sorriu e deu a volta na catraca indo direto para Rafaela e dando-lhe um abraço — Você sumiu menina por onde andou? — O abraço foi apertado e Rafaela o retribuiu, mas não respondeu.

Assim que se largaram Sonia continuou

— Por que não vem mais aqui? tanto tempo que não te vejo!

Rafaela estava sem jeito, segurou o braço direito com o esquerdo passando a mão por trás das costas

— Eu, eu — Ensaio as palavras — Eu terminei com o Gui dona Sonia, a senhora sabe né? — A pergunta foi feita num tom muito baixo, por um segundo pensou que ele não havia falado, que estavam namorando ainda, sentiu uma pontada rapida de felicidade, achou que houvesse voltado no tempo

— Eu sei, mas não é só por isso que você tem que parar de vir aqui né, você pode vir de vez em quando pra tomarmos um café — falou animada.

Rafaela sorriu, era um sorriso forçado e não falou nada

— Mas então, veio tomar um café aqui ou veio se matricular? — Sonia disse e em seguida deu um soquinho na barriga de Rafaela — Tô te achando tão magrinha

Rafaela deu um passo para trás e protegeu a barriga, notou que foi quase como um instinto

— Não, não, eu vim pegar as minhas coisas, tem uma jaqueta da minha mãe que eu deixei aqui, o Guilherme tá aí? — Rafaela perguntou olhando pela academia e não o encontrou, o coração dela bateu forte.

— Ele chega jaja, vem comigo — Sônia pegou ela pela mão — Vamos tomar um café, quando ele chegar te dá as coisas — Gabriela! — Sonia chamou no balcão e uma garota magrinha apareceu, sorridente, alta de cabelos castanhos — Vou subir com minha nora — Parou o que ia falar — Com a Rafaela, quando o Guilherme chegar fala pra subir que euro falar com ele.

A garota concordou.

Subiram e Rafaela sentiu uma pontada de nostalgia, sentiu uma leve vontade de chorar, o ar era pesado, ela tinha muitas lembranças dali, chegaram na cozinha da casa e ela se sentou, estava habituada com a sogra, se davam muito bem e sempre conversavam na cozinha.

Sonia estava empolgada, falou muito sobre academia e tudo mais até que chegou num ponto que chamou a atenção de Rafaela

— Olha eu não sei o que aconteceu, essa Amanda é muito chata, não gosta de nada, não faz nada e não é boa pro meu filho

— Como assim? — Rafaela perguntou

— Ah, eu não sei, acho que ela não gosta dele, me pareceu interesseira — Sonia falou pensativa

— Eu conheço a Amanda dona Sônia, fui amiga dela por anos, acho que ela não é interesseira não, faz um tempo que não falo com ela, mas ela sempre me pareceu uma pessoa bem legal

Sonia passou a mão no braço de Rafaela

— Olha só você, falando bem da menina que te passou pra trás — A voz parecia de dó

— Ela me passou pra trás? — Rafaela perguntou — Ela ficou com  Guilherme enquanto eu namorava

— Não, eu não sei, eu disse no sentido de que namorou seu ex namorado né — Sônia se levantou e mexeu no bule para pegar mais café

Rafaela queria perguntar mais, mas não queria se magoar, estava em outra vida agora, aquilo era parte do passado dela, não fazia sentido escavar ali, olhou em volta e sentiu um ímpeto de ir embora

— Acho que não foi uma boa ideia eu voltar aqui Dona Sônia — Rafaela se levantou — Me desculpe

Girou nos calcanhares e deu dois passos e sua visão foi tampada, era Guilherme. Rafaela era uma mulher alta, mas Guilherme era bem mais, o Nariz de rafaela ficava na altura do mamilo do rapaz, ela olhou devagar para cima

O Rosto dele era um misto de surpresa e saudade

— Rafa — Ele falou e corrigiu — Rafaela?

Ela olhou para ele devagar, o encarou, ele sorriu brevemente, mas ela parecia azeda, amarga, não esboçou reação

— Vim aqui pegar as minhas coisas — Rafaela falou decidida sem ao menos o cumprimentá-lo

— Que coisas? — Guilherme perguntou parecendo não entender

— A Jaqueta da minha mãe Guilherme, aquela de couro preta e vermelha, você não jogou fora, jogou? — Ela perguntou encarando-o com a cara de brava

— Você mandou eu colocar na bunda, lembra? — Guilherme a desafiou 

Rafaela não respondeu, parecia morta por dentro, seu olhar assustava Guilherme, era quase psicopata

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Anos antes

— Gostei dessa jaqueta, ela fica bem em você — Guilherme falou abraçando Rafaela quando chegou na casa dela, iriam sair

— É da minha mãe, ela não pode saber que eu peguei! — Rafaela falou sorridente e balançou o corpo — Fica linda em mim mesmo!

Guilherme a beijou na boca

— Vamos? — Ela perguntou apaixonada

Horas depois

Rafaela estava apoiada no capô do carro, não usava nada além da jaqueta, Guilherme enfiava o pau devagar no cu de Rafaela

— Cuidado amor — Ela falou melosa — Devagar

— Tá bom, minha linda! — Ele falou agarrando os seios dela — Você fica linda nessa jaqueta

Ambos riram da situação

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Tempo presente

— Tá, eu guardei suas coisas, mas eu não sei o que você quer ou não — Ele falou a chamando — Vem aqui e vê

Andou e sumiu no corredor, a casa era bem grande, do tamanho da academia só que três andares acima.

Ela conhecia a casa com a palma da mão, parou no meio do corredor pensando se iria ou não, certamente não iria se aguentar, iria brigar

— Você não precisa ir se não quiser — Sonia falou atrás de Rafaela 

— Se a senhora ouvir algum barulho estranho, quer dizer que eu estou esganando seu filho, tá bom? — Rafaela falou num tom de humor negro

Sonia não respondeu e ela foi até o quarto de Guilherme

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Anos antes

— Vai amor, Rápido se não chega alguém

Guilherme falou ao deitar no chão de pau duro para fora do short, tanto ele como Rafaela haviam acabado de se exercitar estavam suados e excitados, ela puxou o shortinho de lado e encaixou o pau dele na buceta e sentou de uma só vez

— Vai! — Ela falou rebolando

Pulou no pau de Guilherme por quase um minuto e ele anunciou o gozo feroz enquanto apertava os seios dela no Top preto que mostrava os mamilos entumecidos, ouviram um barulho e se levantaram rapidamente.

Sentaram-se no sofá e os pais de Guilherme entraram

— Tudo bem aí? — Dona Sonia perguntou vendo os dois suados

— Tudo bem, fizemos 5 KM hoje, a Rafa tá aumentando a cada dia! — Guilherme falou animado, Rafaela sorriu abraçada com seu amor

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Dias atuais

Quando entrou o viu tirar umas caixas de cima do armário, era alto, branco, forte, ela olhou para a bunda dele no short curto de exercícios físicos, empinada, apertadinha, ela sentiu vontade de beijar seu corpo musculoso, sentiu sua buceta piscar, mas conteve-se.

Parou como uma muralha na porta do quarto, em silêncio enquanto ele tirava as caixas.

Virou-se com alguns itens na mão e colocou na cama

— Isso é tudo seu né? — Ele perguntou

Rafaela o encarou, era bonito, tinha as bochechas rosadas contrastando com rosto másculo e quadrado, o cabelo castanho claro fazia-o parecer um anjo, os olhos azuis brilhantes, ela lembrou do amor que sentiu por ele, como se entregou, como dizia que o amava e que iriam ter uma vida longa juntos, cerrou os olhos brevemente e sentiu ódio.

Uma lágrima escorreu de seus olhos sem ela controlar, sentiu tanto raiva que tremeu e trincou os dentes

— O que foi? — Ele perguntou com ar inocente

Rafaela não respondeu, olhou para a cama e viu o acolchoado, era azul de estrelinhas e foguetinhos, ela que havia dado.

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Meses antes

— Amanda, fica ali, quando ele chegar você acende ta bom? — Rafaela falou, estava radiante para o aniversário surpresa de Guilherme

— Tá bom! — Amanda concordou

Assim que Guilherme entrou a luz se acendeu e todos gritaram

“Surpresa!”

— Guilherme abraçou Rafaela e a ergueu, tirou do chão e a rodou

— Eu te amo Gui, feliz aniversário! — Ela falou agarrada ao namorado

— Eu também te amo, vamos ficar juntos para sempre — Ele respondeu

Ela esperou as pessoas o abraçarem e cumprimentarem, Amanda o abraçou e deu os parabéns direto no ouvido dele, mas Rafaela, apesar de ciumenta, não fez nada, era sua amiga, também era amiga  de Guilherme

— Amor — Rafaela falou animada — Abre o meu!

Deu um pacote grande para Guilherme, ele pegou na mão era leve e macio, não fazia ideia do que era, assim que abriu deu Risada

— Meu deus você achou! — Ele falou animado puxando-a pela cintura para um beijo

Era um edredom, grosso azul escuro com estrelas e foguetinhos estampados

— Não, eu mandei fazer, não fabrica essa coisa!

Era uma peça de um filme romântico que eles haviam visto, onde o casal se beijava pela primeira vez, tinha um sentido muito especial para ambos

Na madrugada daquele mesmo dia

— Vem aqui vem! — Rafaela falou ao seu deitar na cama sob o acolchoado que havia acabado de dar para o namorado, estava nua — Me come aqui, vamos estrear

Guilherme se aproximou sorridente, tirou a camisa e depois a calça, ficou nu Rápido, seu pau estava duro, ele se abaixou e abocanhou a buceta de Rafaela, ela gemeu e colocou as mãos na boca.

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Dias atuais

— Rafa? — Guilherme chamou — Tudo bem?

Ela olhou para ele com cara fechada e pegou a caixa e tudo oq estava na cama, empilhou e deu as costas saindo, ouviu o telefone de Guilherme tocar, era o som do Darth Vader, o mesmo que ele usava para ela.

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Poucos meses antes

O filme havia acabado, as letras passavam na tela

Rafaela ajoelhou-se no sofá e se virou para o namorado

— Então, esse foi o Star Wars! — Ela falou animada — O que você achou? — ela perguntou ansiosa

Ele pegou o celular e sorriu

— Fiz algo pra você, já tinha feito — Ele falou sorridente — Me liga!

Ela pegou o próprio celular e ligou para ele

O celular de Guilherme se acendeu e em um segundo começou a tocar a “Marcha imperial” a música de Darth Vader

— Eu sou o Darth Vader? — Ela perguntou

— Você é a mais foda de todas! — Ele falou abraçando ela na cama — Adorei o filme

— Eu te amo — Rafaela falou feliz

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Dias Atuais

— Ah, oi Amanda — Ele falou tentando abaixar o tom de voz, Rafaela ficou na porta de costas parada — Não, eu não vejo ela faz tempo — Guilherme falou e Rafaela entendeu que falava dela — Tá bom, só estou ajudando minha mãe aqui, aí já te ligo ta bom? — Ele aguardou ela falar algo — Tá, beijo.

Ela se virou devagar

— Ela perguntou se eu vinha pra cá? — Rafaela perguntou indecisa, não sabia se queria prolongar aquilo ou fugir para casa logo

— Não, bem — Ele gaguejou — Não era ela

— Você não sabe mentir — Rafaela falou decidida e fez um sinal de negativo com a cabeça

— Você queria que eu falasse que você estava aqui é? — Ele perguntou nervoso — Você já está indo embora mesmo, não faz diferença, depois eu falo que você veio e eu dei suas coisas, isso está resolvido.

Ela respirou fundo, queria rasgar a cara dele com uma faca, queria matar Amanda, queria explodir aquele quarteirão, queria que o sol se expandisse e queimasse o planeta inteiro só para aquela dor acabar

Mas como uma semente que cai no chão e germina rapidamente Rafaela teve uma ideia, algo que poderia parecer diabólico, mas que poderia funcionar muito bem.

— Você acha a Amanda mais bonita que eu? — Ela perguntou olhando para ele e vendo-o corar, esticou a mão e encostou a porta do quarto — Seja sincero comigo ao menos essa vez

— Eu sempre fui sincero com você Rafa — Guilherme falou

Rafaela fechou os olhos e as lágrimas caíram novamente, fechou o punho e sussurrou

— Não mente pra mim, pelo amor de Deus — O punho dela tremia, pela primeira vez ela sentia dor na mão sem ter estressado ou apertado o ponto de dor.

— Não, não acho ela mais bonita que você — Ele falou sincero

— Então? — Ela perguntou sem entender ainda tremendo — Eu não entendo, o que ela tem que eu não tenho?

Guilherme colocou as mãos na cabeça e deu um giro devagar, parecia desesperado, sua cabeça quase alcançava o teto, olhou para Rafaela, o rosto moreno dela era perfeito e simétrico, as lágrimas molhavam a pele dourada e o corpo dela parecia tremer

— Você está com frio? — Ele perguntou carinhoso

Ela não respondeu, queria perguntar mais, queria ser abraçada, acariciada, queria colo.

— Olha — Ela falou olhando para o chão, pensando, repensando, tentando não se arrepender. Colocou a mão no fecho do vestido nas costas e abriu

Sentiu medo, havia uma chance dele rejeitar ela e tudo ser pior, ela entraria em uma depressão grande, mas ele tinha hormônios saindo pelos ouvidos, mesmo com ela sempre olhava para outras garotas o tempo todo e essa sempre foi uma reclamação de Rafa.

Seu vestido caiu revelando os grandes seios com bicos grossos e entumecidos, a pele estava arrepiada e parecia ferver, usava uma calcinha preta de renda.

— Ela é gostosa assim? — Rafaela perguntou

Ele se aproximou ofegante, ela podia sentir o ar das narinas assoprarem seu rosto, viu o nariz abrindo e fechando com a respiração ofegante, ele a agarrou pela cintura e a puxou para perto dele

Rafaela não perdeu tempo, levantou a camiseta regata dele e esfregou seu corpo no dele, seu rosto roçou no peito forte e suado, chupou o mamilo dele imediatamente, sabia que ele adorava aquilo, as mãos dela escorreram por dentro do short e ela pegou o pau dele, em segundos ele estava completamente pelado.

Rafaela pegou a bolsa que trazia a tiracolo e pegou um pacotinho, rasgou com a mão e tirou a camisinha de dentro, era cor de rosa.

— O que é isso? — Ele perguntou surpreso

— Camisinha — Ela mostrou pra ele — Cor de rosa, eu gosto de rosa.

— Precisa disso agora? — Ele falou acariciando o cabelo dela — A gente nunca usou

Ela riu debochada, quase uma respiração “rísida”

— Eu não vou dividir o pau com aquela nojenta — Colocou a camisinha de uma só vez e o fez sentar na cama abraçando-o posicionando para sentar no pau

Ele segurou a bunda dela com as duas mãos, agarrou a calcinha dela e puxou as laterais arrebentando e surpreendendo Rafaela, o corpo dela tremeu e sentiu suadeira, estava ávida, mas precisava fazer tudo milimetricamente pensado.

Guilherme jogou o trapo da calcinha no chão, Rafaela deu um chute delicado e jogou-a para debaixo da cama.

Acariciou o pau dele encapado e posicionou na porta da buceta, o pau não era gigantesco mas era muito duro, tão duro que chegava a machucar ela as vezes, deixou que ele entrasse devagar, ela foi gemendo baixinho até sentir que estava todo dentro e o abraçou mordendo o pescoço devagar, com carinho, ficou grudada nele como se fosse um filhote de bicho preguiça

Ele não esperou, começou a mover o corpo da ex namorada para cima e para baixo comendo-a com vontade, Rafaela delirava e gemia no ouvido dele, não conseguia parar de tremer de nervoso e tesão, estava nua, exposta, errada.

Ela então começou a ajudar, posicionou as pernas na cama e segurou no pescoço dele começando a quicar com vontade no pau

Guilherme se inclinou procurando um beijo, ela desviou o rosto, ele pegou pelo cabelo e forçou, Rafaela colocou o antebraço no pescoço dele

— Não! — Falou enquanto pulava e se deliciava — Eu não vou te beijar, fode vai!

Ele obedeceu, continuou foder Rafaela com vontade, tanto que poucos segundos depois ela gozou e deu um gritinho fino, sem controle mesmo e o abraçou

— Quieta! — Ele falou preocupado. — Tá louca!? — Ele falou sussurrando

Ela saiu do pau dele e ficou de quatro na cama empinando a bunda

— Vem aqui vem — Ele sorriu, amava a Rafa durante sexo, era safada, depravada, totalmente diferente da Rafa normal

Ele se aproximou, pegou na bunda dela e apertou, Rafaela se apoiou nos cotovelos e rebolou, Guilherme colocou o dedão no cuzinho de Rafaela e forçou, ela se afastou

— Não, não — Ela passou a mão na buceta encharcada — Fode, mas na buceta, nada de cu!

— Ah Rafa — Ele se abaixou e lambeu o cuzinho dela — Me dá esse cu, to morrendo de saudade

— Não! — ela falou decidida

— To com saudade — Ele beijou a bunda dela

— Não, fode na buceta, cu é só pro meu namorado, fode logo ou me deixa ir embora! — Ela reclamou — E deixa esse pau encapado!

Ele revirou os olhos e ela não viu, por um segundo ele pensou em parar, mas a bunda de Rafaela era deliciosa, a cor dela, ele era apaixonado pelo tom caramelo dela, enfiou o pau devagar e ela gemeu empinando-se para trás, forçando o pau a entrar rápido.

Não segurou e deu um gritinho

— Cala a boca! — Ele falou novamente pedindo silêncio

Rafaela estava adorando, sentia saudades dele, saudades daquela química maravilhosa que eles tiveram durante quase quatro anos.

Ele aumentou o ritmo, o barulho do saco dele batendo na buceta dela era inebriante, Rafaela sorria e mordia os lábios de tanto tesão.

Ouviram então uma batida na porta

— Tudo bem aí? — Era a mãe de Guilherme, Dona Sônia

— Pode entrar! — Rafaela gritou do meio do quarto Fazendo Guilherme paralisar

Dona Sônia abriu a porta e Rafaela de quatro sendo enrabada pelo filho que puxava o cabelo da garota sorridente, Guilherme tirou o pau de dentro e a mãe viu ele suado e excitado

— Mãe, não! — Ele falou desesperado

Rafaela se levantou e Dona Sônia saiu sem nem fechar a porta

— Você é louca caralho! — Guilherme falou assustado enquanto Rafa pegava o vestido no chão e ele se arrumava — Por isso eu te dei um pé na bunda, você tem problema mental

Rafaela tinha um estranho sorriso no rosto, se recompôs e ajeitou o cabelo, pegou sua bolsa e a caixa se preparou para sair, mas Guilherme interrompeu, entrou na frente dela.

— Me fala que merda foi essa, o que você tem na cabeça pra vir aqui e fazer isso? — Ele falou intimidando Rafaela.

Mas ela o conhecia, sabia que não era violento de verdade, sabia dos medos e dos vacilos dele.

Pegou o celular na bolsa, suavemente e procurou na agenda

— Vai ligar pra polícia agora? — Ele perguntou sarcástico

— Claro que não eu não, eu vim aqui por que quis, nada de errado está acontecendo — Ela pegou na agenda e sorriu, apertou a tecla e colocou o telefone na orelha, esperou chamar por muito tempo, pediu para Guilherme esperar levantando o dedo, então aconteceu, uma voz feminina do outro lado “Rafaela?” ela entregou o telefone para Guilherme e disse — É pra você!

Deu o telefone para ele e ele colocou na orelha

— Quem é? — Ele perguntou curioso

— Guilherme? — A voz feminina perguntou do outro lado

— Amanda? Amor!? — Ele respondeu olhando para Rafaela com os olhos arregalados

— Por que você está com o telefone da sua ex? — O grito de Amanda foi tão alto que Rafaela pode ouvir de forma clara

Guilherme não soube o que dizer, Rafaela revirou os olhos

— Ela, ela, ela veio aqui pegar as coisas dela

Rafaela pediu o telefone de volta

— Tá bom, chega de papo, me da meu telefone, preciso ir embora

Guilherme estava pasmo

— Me dá! — Rafaela pediu enquanto ouvia Amanda gritando com ele do outro lado

Então Rafaela gritou

— A gente tá só transando amiga! 

Guilherme olhou para ela, estava vermelho, com ódio no olhar

Abaixou o telefone e ela pegou num movimento rápido

— Agora eu vou ligar pra polícia — Mostrou para ele a tela pequena e brilhante do celular de flip escrito “190”

Ele ficou olhando para ela ofegante, ela apertou discar e colocou no viva voz

— Polícia Militar, com quem eu falo? — A Atendente falou imediatamente

— Estou sendo impedida de sair da casa do meu ex namorado, ele está surtando, pode ser violento — Falou olhando Guilherme nos olhos

Ele deu um passo para o lado e deixou ela sair

— Calma senhora, você está segura nesse momento? — A Atendente perguntou preocupada

Rafaela correu pelo corredor e começou a descer a escada

— Moça, obrigada, só de mostrar que eu estava te ligando ele me deixou ir, estou fora já, resolvido, muito obrigada

Rafaela desligou o telefone e caminhou rápido pela rua, olhou na recepção da academia e Dona Sônia olhava para ela horrorizada.

Andou rápido pela calçada com a caixa na mão, triunfante e preocupada, atravessou a rua e viu sua casa ao longe, parou e pegou o celular, selecionou o nome de Amanda na lista e mandou uma mensagem:

“Quando chegar olhe embaixo da cama, me deve outra da Victória Secrets” E enviou, pensou um pouco e enviou outra

“Se você correr vai pegar a camisinha cor de rosa no lixo do banheiro ou do quarto, certeza 😉 ” sua mãe saiu do portão com o telefone sem fio na orelha, parecia assustada.

— Rafaela, por que a polícia está me ligando!?

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Rafaela Khalil é Brasileira, maior de idade, Casada. Escritora de romances eróticos ferventes, é autora de mais de vinte obras e mais de cem mil leitores ao longo do tempo. São dez livros publicados na Amazon e grupos de apoio. Nesse blog você tem acesso a maioria do conteúdo exclusivo.

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