Diário de Rafaela 1 – Capítulo 21 — Quebra de contrato
Apesar de quente o dia estava chuvoso, cinza, o tempo todo alternando entre chuviscos e ventos quentes do litoral.
Rafaela sentou-se na cadeira de ferro, a mesa redonda também de ferro possuía um tampo de vidro transparente.
Na mesa à sua direita conseguia ver Natali conversando com Kátia, na mesa à esquerda o homem grande, negro e mal encarado, era Paulo, o amigo policial de Natali.
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— Não sei Natali, não sei, to com medo! — Rafaela falou assustada
— Me fala de novo, quem é essa pessoa? — Natali perguntou incentivando Rafaela
— O nome dela é Maria Clara, ela mora aqui no litoral e é amiga do seu pai, ela quer me contar algo que diz ser muito importante — Rafaela falava lendo o celular
— O que pode ser tão importante — Kátia perguntou interessada
— Ela disse que só quer conversar, só quer falar comigo e falou que pode ser num espaço público mesmo se eu tiver medo
— Óbvio que vai ser né, num beco escuro é que não vai ser — Natali falou
— Eu não quero ir — Rafaela falou — É o Patrick, tenho certeza!
As meninas esperavam na porta da frente da casa, afastada da visão de qualquer um, o carro então chegou, um Chevrolet Ômega na cor grafite, de dentro dele saíram três pessoas
— Chegaram — Natali falou animada e correu em direção ao motorista
— Oi Paulo! — Ela se aproximou e o cumprimentou com um beijo nos lábios — Que saudade
Os outros dois homens cumprimentaram as garotas e se apresentaram
Felipe, um homem baixinho e branco, cheio de tatuagens e muito forte.
Crisley, Moreno de cabelo raspado e orelhas inchadas, Rafaela deduziu que era lutador de Jiu-Jitsu
E Paulo, o homem negro, alto e forte que beijava e abraçava Natali.
Todos eram policiais, polícia civil e concordaram em ajudar as meninas na empreitada, estavam de folga e não seria algo oficial mesmo, a ideia é que se algo saísse do controle e se fosse realmente o rapaz que era procurado, a prisão seria feita.
Rafaela estava relutante, Paulo foi o último a dar o parecer
— Estaremos lá com você, à sua volta, se você não quiser ir não precisa, mas se for ele mesmo é a chance de fazer ele voltar pra cadeia fácil, pela fuga da justiça ele pega cinco anos de cara, fácil.
— Vai você, Nati, você é igual a mim! — Rafaela falou — Eu estou grávida!
— Ela vai sacar, eu tenho um olho de cada cor Rafa, não temos lentes de contato
— Usa um óculos! — Rafaela protestou
— Tá bom Rafa, então deixa, não precisa ir, mas é como Paulo falou.
Depois de muita conversa insistente Rafaela concordou, realmente seria uma oportunidade ímpar de resolver um grande problema, mas a condição era de que ninguém da casa, nem Carlinhos nem os pais de Rafaela poderiam saber do que iria acontecer, só depois que tudo estivesse esclarecido.
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Rafaela estava tensa, procurava não olhar para as pessoas a sua volta, sabia que estava protegida, viu então um homem loiro e alto, seu coração bateu acelerado, achou que era Patrick, mas se enganou, respirou fundo de olhos fechados tentando controlar o ataque de pânico enquanto o homem passava por ela e ia tranquilamente escolher algo para comer.
O Café era aconchegante, o dia estava meio feio, cinza e com ameaça de chuva, mas mesmo assim era abafado, as mesas na pequena varanda com pedra e musgo faziam Rafaela se sentir estranhamente relaxada
— Rafaela, né? — Uma voz feminina e envelhecida a abordou
Rafaela abriu os olhos, era uma senhora, baixinha, magra com os cabelos negros com diversos fios grisalhos, também cacheado, mas amarrados e domados com um lenço na cabeça, o que dava um ar de socialite e de camponesa ao mesmo tempo.
— Sim, eu mesma — Rafaela falou desconfiada
— Posso me sentar? Fui eu que mandei as mensagens, foi comigo que falamos
Rafaela prendeu a respiração e respondeu
— Pode — Fez um gesto com a mão indicando a cadeira
A mulher se sentou e encarou Rafaela
— Então, sempre o mesmo perfil — A voz dela, apesar da idade, era jovial e delicada
— Quem é você? — Rafaela perguntou curiosa
— Meu nome é Maria, e é só o que você precisa saber de mim — A mulher falou num tom áspero
Rafaela fez um sinal positivo com a cabeça, pegou a bolsa que estava pendurada na cadeira e se levantou
— Onde você vai? — Maria indagou
— Eu vim aqui para saber o que está acontecendo, se vamos começar com esse papo de “É só o que você tem que saber” e eu sair com mais dúvidas do que cheguei, eu vou embora
Maria a olhou desafiadora e Rafaela completou
— Posso me sentar para falarmos de forma civilizada e direita? — A voz de Rafaela era firme, ela não havia planejado aquilo, estava nervosa, ansiosa e inquieta, a pressionada pelo ambiente a descobrir o que era aquilo
Maria concordou com a cabeça, num gesto similar ao de Rafaela
— Sente-se — Imitou o gesto de Rafaela, mostrando a cadeira
Rafaela se sentou com cara de poucos amigos
— Por que eu estou aqui Maria? — A pergunta foi direta
— Sua mãe, seu pai e até a a filha do Carlinhos que está atrás de mim são conhecidas minhas — Maria falou parecendo tranquila
— E o que você quer? — Rafaela ansiava por respostas
— Eu quero primeiro confirmar algumas coisas para te dar uma conclusão de tudo — Maria falou
Rafaela não emitiu resposta, apenas sustentou o olhar e piscou devagar, mostrando que toda a atenção era de Maria.
— Bem, eu conheci a Noeli, a ex esposa do Carlinhos — Maria falou
— Esposa, ex não, eles não separaram, ele é viúvo — Rafaela corrigiu
— A sua resposta praticamente responde a minha próxima pergunta que é se você e ele tem algum relacionamento
— Eu sou a noiva dele — Rafaela respondeu rápido — O que eu quero saber é o por que desse interesse, você disse nas mensagens que tinha algo importante para me falar, o que é?
— A quanto tempo vocês tem um relacionamento? — Maria perguntou
— Há alguns meses — Rafaela respondeu
— Quando ele voltou a trabalhar temporariamente no hospital em São Paulo? — Maria perguntou
Rafaela ergueu uma sobrancelha involuntariamente
— É, por aí — A resposta foi carregada de hesitação
— Eu quero saber, se você soubesse que ele não te diz toda a verdade sobre algo, você estaria disposta a deixar ele em paz? — Maria perguntou com um tom de proposta
— Deixa ele em paz? — Rafaela perguntou — Como se eu estivesse importunando ele, não namorando? Como se eu estivesse escravizado ele?
— Ele não consegue te largar pela dependência emocional, isso é muito mais sério do que você imagina — Maria falou decidida
Rafaela sacudiu a cabeça
— Calma ae, você está falando do Carlos Horowitz, Dr. Horowitz? essa pessoa? — Rafaela questionou intrigada
— Sim esse mesmo, esse mesmo Dr que mantém uma vida dupla, mas eu descobri tudo
— Tudo o que? — Rafaela perguntou
— Bem, isso não importa, eu quero saber o que você precisa — Pensou melhor e reformulou a frase — O que eu preciso fazer para você deixar ele em paz, ele tem uma família em formação, eu não vou deixar essa família ser destruída por nada
— Uma família? — Rafaela questionou-a confusa — Do que é que você está falando?
— Ele tem um relacionamento estável com a minha filha, uma garota boa e decente
— A quanto tempo? — Rafaela perguntou cortando Maria
— Há dois anos e meio — A resposta foi precisa
— Quantos anos ela tem? — Rafaela questionou
— Vinte e três anos — Maria respondeu novamente de forma precisa
Rafaela sorriu
— Isso é brincadeira, só pode — Reclinou-se na cadeira — Ele nunca me falou nada disso
— Ele vive um vida dupla, ele ama minha filha e está construindo uma família com ela, me fala seu preço — Maria falou de forma direta
— Meu preço? Tipo tantos mil reais e eu vou embora? — Rafaela perguntou sarcástica
Maria mudou a expressão
— Vocês são todas iguais, meninas novinhas que querem o dinheiro, ficam doidas por que o homem mais velho encanta vocês e promete mundos e fundos, carros grandes, quartos luxuosos, roupas caras, restaurantes bons
— Cala a boca — Rafaela interrompeu — To cagando pra essas merdas, já mandei ele embora mais de uma vez e ele não foi.
— Mentira, ele me falou que você depende dele e o ameaça com mentiras — Maria falou
— Ridícula, você está sendo ridícula — Pegou a bolsa novamente — Se for pra ouvir essas merdas, essas loucuras eu vou embora
— É típico, sirigaitas como você, sempre assim, vagabundas que só querem destruir famílias
Rafaela viu uma mulher se aproximar, trazia uma bolsa a tiracolo à direita e um guarda-chuvas à esquerda, era alta, jovem, cabelos como os dela, mas presos, andava rápido em direção à mesa
— Você sabia que ele tem mais uma filha fora do casamento? — Maria falou chamando a atenção de Rafaela
🕐🕑🕒Hoje pela manhã🕓🕔🕕
Rafaela dormia tranquila, sentiu mãos pegando seu bumbum e apertando, abriu os olhos devagar, tentou lembrar onde estava, lembrou das confusões do dia anterior, do problema que teve, do sexo delicioso com Natali ao problema com o pai e a discussão com a mãe.
Sua bunda foi aberta e sentiu uma língua lamber sua buceta e seu cu
— Aaahhh — Ela gemeu, sentiu a barba por fazer, havia ido dormir cedo por estar cansada, olhou em volta, estava no seu quarto — Ai amor! — Só podia ser Carlinhos
— Já acordou gatinha? — A Voz grossa de Carlinhos a questionou
— Já sim! — Ela respondeu fofa
— Ótimo — Ele falou bolinando a boceta dela
Rafaela empinou a bunda, colocou o travesseiro na barriga
Carlinhos lambia e beijava a bunda, o cu e a buceta de Rafaela, mordiscava a bunda e as coxas, nesse ultimo ponto ela se lembrou de Natali, era igual bem parecido, pai e filha chupava muito igual, Rafaela empinou mais a bunda
— Tem pinto aí? — Ela perguntou sentindo-se molhada e com tesão
Havia descoberto que transar com mulheres era uma delicia, era diferente, molhado, quentinho e macio, mas Rafaela gostava de rola, gostava de um pau quente e gostoso entrando e saindo dela e se a enchesse de porra era melhor ainda!
— Pra você? Sempre! — Ele respondeu animado dando um tapa na bunda dela
Rafaela ficou de quatro
— Quero pau hein, me fode!
Carlinhos passou a mão na buceta de Rafaela, passou algo gelado, era um gelzinho, ela já conhecia, sabia das intenções dele
— Vai ser cu hoje né amor? — Ela perguntou
— Vai sim! — Ele falou pegando a bunda dela e posicionando pau no cuzinho dela — Por que, não quer?
— Não quero não — Ela respondeu manhosa
— Quem manda aqui sou eu! — Ele falou forçando o pau no cu dela
Rafaela gemeu, sentiu o pau entrando e forçou o corpo contra ele devagar, queria meter mesmo que fosse no cu
Carlinhos foi invadindo ela devagar, entrou até o talo, Rafaela ficava imóvel, pau no cu não era ruim, mas ela preferia na buceta, qualquer movimento poderia machucá-la, mas ela queria meter, sempre que dava o cu queria dar a buceta, sabia que podia ser um pouco frustrante.
Carlinhos tirou o pau devagar e colocou de novo, com o gelzinho estava entrando fácil, doeu no começo mas ficou gostoso, ela estava se acostumando, ele comia o cu dela regularmente, ficou contente em se lembrar que ele havia sido o primeiro que comia o cu dela
Rafaela sorriu
— Fode amor, fode com sua menininha! — Ela falou animada
E ele obedeceu, em poucos segundos o barulho do saco dele batendo na perna dela era o unico som que se ouvia no quarto.
O telefone tocou e Rafaela o pegou na mão, atendeu, era sua mãe
— Filha, desculpa te acordar, to no mercado, você precisa de alguma coisa? — Rose perguntou
— Mãe, eu to dando o cu agora, não posso falar tá! — Rafaela respondeu
— Ah, tá, depois falamos — Rose respondeu surpresa
Rafaela riu e desligou
— Sua mãe? — Carlinhos perguntou
— É sim — Rafaela falou rindo — Fode fode!
Ele obedeceu e continuou
Comeu a namorada por mais alguns minutos até que anunciou o gozo, tirou o pau e gozou nas costas dela
— Ah nãoooo — ela reclamou — Tem que gozar dentro amor! — Ela falou decepcionada
Carlinhos se deitou do lado dela e a beijou, em seguida foi tomar banho.
🕐🕑🕒Agora🕓🕔🕕
A garota continuou rápido em direção a Rafaela e acelerou como numa pequena corrida quando foi percebida, Rafaela viu que ela usava uma roupa larga, uma espécie de bata. A garota ergueu o guarda chuvas e acertou Rafaela violentamente no meio do rosto
— Vagabunda! — Berrou no meio do Restaurante
Rafaela se protegeu na cadeira colocando as duas mãos no rosto sentindo uma dor excruciante no Nariz e sentindo algo melado escorrer por sua boca, olhou para as mãos que apertavam o rosto e era Sangue
Levantou-se num ímpeto de fúria e dor, quando olhou para a garota que havia batido nela viu Natali agarrada nos cabelos da garota batendo no rosto dela
Maria gritava pedindo que soltasse sua filha e tinha as duas mãos contidas pelos amigos policiais de Natali
— Essa puta quebrou meu nariz — Rafaela falou sentindo o sangue escorrer e o rosto pulsar — Caralho
Viu quando Paulo separou Natali e a garota, Natali parecia fora de controle, chutava e dava socos do jeito que conseguia, quando a confusão foi contida por clientes, garçons e os policias Rafaela viu a moça direito
A barriga dela estava gigante, Rafaela se aproximou tentando conter sua raiva.
— Quantos meses? — Perguntou sentindo o nariz pulsar
— Vai ser essa semana — Ela respondeu ofegante
Rafaela sentia dor, mas raciocinou enquanto Natali a acudia
— Pode soltar elas, não vou dar queixa, são só duas malucas — Rafaela recomendou enquanto soltava o Nariz — Deixa isso pra lá
As mulheres olharam para ela assustada
— Mas antes eu quero que vocês ouçam — Apontou o dedo na cara da mãe e filha — Eu também estou grávida e ele vai se casar comigo
Viu as lágrimas saírem dos olhos da filha que estava grávida
— De quanto tempo? — Maria perguntou
— Quatro meses — Rafaela respondeu rápido — Isso quer dizer que eu sou a amante, e entendi e que ele não vai casar comigo coisa nenhuma
— Ele me largou, vai casar com você sim, você é a vagabunda! — A garota respondeu apontando o dedo na cara dela.
— Quebrou Rafa? — Natali perguntou olhando o Nariz da irmã de consideração
— Acho que não, não tá mais doendo — Rafaela respondeu
— É, se tivesse quebrado você saberia. — Natali falou examinando-a
Rafaela resolveu voltar para casa, queria confrontar Carlinhos, queria entender que confusão era aquela
— Qual é seu nome, garota? — Rafaela perguntou para a mulher grávida
— Camila — Maria respondeu pela filha
— Nome de vagabunda — Rafaela respondeu e deu as costas ouvindo ofensas quando saiu.
No caminho Pedro as levou, Rafaela ficou em silêncio apenas ouvindo a conversa dos dois.
Assim que o carro parou Rafaela abriu a porta
— Obrigada Pedro, desculpe pelo trabalho — Rafaela falou em forma de gratidão
— Não se preocupe — Ele respondeu
— Eu já vô tá — Natali respondeu e Rafaela pode ver ela agarrando Pedro quando fechou a porta.
O mundo parecia em silêncio, ela foi andando em direção à casa, viu a mãe vindo falar com ela, mas não escutou, parecia estar surda, olhou para Rose e a boca dela mexia mas o som não saia, ignorou-a, o pai veio também, falou algo que ela não compreendeu, resolveu ignorar também
Parecia uma predadora procurando a caça, não saberia o que fazer quando encontrasse seu alvo, tinha medo que fosse igual um cachorro que corre atrás de um carro e o carro para.
Outras pessoas sorriam e tentavam falar com ela, mas Rafaela estava focada, chegou na cozinha e Carlinhos estava conversando alegremente com uma mulher que ela não conhecia.
Ele olhou para ela e sorriu, o som voltou, Rafaela ouviu a música ao redor
— Oi amor, onde você estava? Tava com a Natali? — Carlinhos perguntou se aproximando e beijando-a nos lábios
Rafaela olhou para ele sem expressão, tomou ar
— Quem é Camila? — Perguntou sucinta
— Camila? — Carlinhos falou — Tem uma Camila lá no hospital, é essa?
— Quem é Maria, mãe da Camila? — Rafaela perguntou analisando a expressão no rosto de Carlinhos
Por um segundo ele se surpreendeu, parece que entendeu o recado, a expressão dele era de panico
— Não sei do que você está falando! — Respondeu num sorriso falso — Você tá bem? vem, vamos pro quarto, vem dormir um pouco, o que aconteceu com seu nariz?
Rafaela olhou para o lado, estava na frente do gaveteiro, abriu a gaveta e viu uma faca grande, tanto o cabo como o corpo eram feitos do mesmo material, um aço fosco, pegou a face e avançou contra Carlinhos
Ele deu um passo para trás e ela encostou a faca no pescoço dele pressionando
— Ei ei ei! — Carlinhos reclamou — Calma Rafa!
— Socorro, ela tem uma faca — A mulher gritou correndo da cozinha
Em segundos o cômodo estava cheio
— Rafa, abaixa essa faca — Carlinhos pediu novamente — Vamos conversar
— Eu vou arrancar a sua cabeça, eu juro — Rafaela falou com os dentes trincados — Quem é Camila?
— É uma mulher que eu conheci, não significa nada pra mim! — Carlinhos respondeu
— Rafaela Khalil, abaixa essa faca agora! — Era Marcel, o pai de Rafaela, ela olhou para ele de canto de olho e pressionou a faca no pescoço de Carlinhos
— Quando foi a última vez que você a viu? — Rafaela perguntou
— Há alguns meses — Ele respondeu — Abaixa isso, tá me machucando
— Quantos meses? — Ela perguntou aos berros, parecia uma psicopata
— Dois meses — Carlinhos respondeu ansiando por ela Largar a faca
— Rafa, para com isso — Natali falou se aproximando — Por favor, vamos conversar
— Ele traiu todo mundo Nati, todo mundo! — Rafaela falou, ele é um traidor
— Calma Rafa, solta essa faca e vamos conversar — Natali falou tentando acalmar
— Ele tem outra filha Nati, fora você e eu nem sei se eu sou filha dele mesmo! — Rafaela falou sem se dar conta de quem dezenas de pessoas assistiam a cena
Nati olhou para Carlinhos
— Isso é verdade pai? — Natali perguntou severa
— Não! — Carlinhos respondeu
Rafaela pressionou mais a faca e deu um berro na cara dele fazendo-o sentir a saliva jogada no rosto
— NÃO MENTE PRA ELA SEU FILHO PUTA! — Os berros de Rafaela escoaram na cozinha, todos ouviam em silêncio
— É verdade! — Carlinhos respondeu
Natali não teve palavras
— Quantos anos sua filha tem? — Rafaela perguntou severa
— Quatorze — Ele respondeu
— Sorte que essa faca não tá na minha mão — Falou e ficou parada
— A tal da Camila — Rafaela insistiu — O Filho é seu, vai nascer essa semana
— Sim, eu vou fazer o parto — Ele respondeu
— Você planeja ficar com ela ou comigo — Rafaela perguntou
— Com você amor! — Ele respondeu
— Por que não me falou dela? — Rafaela perguntou ainda o encarando com ódio
— Por que não era importante! — Ele respondeu
Ela piscou e chorou, tirou a faca e jogou no chão
— Não é importante Carlos, um filho, vai nascer essa semana e você acha que não é importante, cara, como você fala disso pra mim? Eu to esperando um filho seu e que você nem sabe se é seu mesmo, eu não te entendo!
Rafaela não estava pensando direito, sentiu um abraço, era seu pai, a levou para o quarto e a acalmou.
A mãe de Rafaela gritou com ela durante vários minutos, deu um sermão uma lição de moral, brigou muito com Rafaela, a garota ouviu sem responder nada até o fim, quando a mãe terminou ela disse
— Preciso ir embora, não quero ficar aqui — Ela respondeu
— Pra onde você vai? — Rose falou e ficou esperando a resposta — Não pode fugir o tempo todo, ele vai ser seu marido, precisa esclarecer isso
— Não quero falar com ele, não quero esclarecer nada, não tenho paciência pra traidor — Rafaela falou
— Que traidor Rafaela, você sabe que ele transa com várias, ele me comeu e você sabe, seu pai sabe! — Rose apontou para o marido — Seu namorado é um garanhão e você sabe, não seja hipócrita
Rafaela ainda estava sem expressão, olhou para o pai
— Desculpa fazer o senhor passar por essa humilhação
— Não se preocupe, depois falamos disso — Marcel falou pacífico.
— Empresta o carro pai? — Rafaela pediu ignorando a mãe
— Você não vai a lugar nenhum mocinha! — Rose falou severa
— Pode pegar filha, a chave tá no contato, ele tá atrás dos outros — Marcel respondeu diante do olhar indignado da esposa
— Obrigada — Rafaela respondeu e desceu as escadas ignorando a mãe
— Rafa, onde você vai? — Natali a segurou pelo braço — Eu vou com você
Rafaela caminhou até o carro, pessoas olhando para ela, parou ao lado do carro
— Nati, eu preciso mesmo ficar sozinha, não se preocupe, vou pegar o carro, vou pra casa, só quero ficar só — Rafaela falou abraçando Natali
— Promete que me liga quando chegar? — Natali falou
— Juro que te ligo assim que estiver dentro de casa — Rafaela respondeu
— Confio em você, você é minha irmã tá, me liga pra gente conversar, homem é tudo igual, fica tranquila que eu vou falar com ele — Natali falou tranquilizando a irmã por consideração.
Sob protestos da mãe e de Carlinhos que foram completamente ignorados, Rafaela entrou no carro e saiu
Natali falou com eles e os tranquilizou, deixaram que ela fosse
Durante o trajeto Rafaela chorou sozinha, gritou, e xingou todos, bateu no volante com ódio que sentiu, seria mentira dizer que ela não pensou em jogar o carro para fora da estrada, mas não o fez.
A chuva estava forte, e aumentando, fez o trajeto devagar para chegar em casa, havia desligado o celular para ninguém a incomodar.
Chegou próximo a sua casa, a rua estava cheia de carros, haviam construído um prédio novo na rua e havia muita movimentação de pessoas, olhou no relógio do carro eram 20:30.
Quando chegou próximo a sua casa apertou o botão da garagem para abrir mas notou algo errado, um carro parado em frente à sua casa
— Ah vai tomar no cu! — Ela gritou dentro do carro e apertou a buzina na esperança de alguém sair, pois o farol estava acesso.
Ninguém saiu, a chuva estava forte, começaram a buzinar atrás dela, ela estava segurando o trânsito
— Desgraçado! — Ela gritou e empurrou o volante
Andou com o carro e fez a primeira curva à direita, achou uma vaga na rua e parou o carro, teria que encontrar o dono do veículo, parou e bateu no volante
— Filho da puta sem pai nem mãe, maldito, viado, cornoooo!!! — Ela berrou e estapeou o volante!
A chuva aumentou e castigou o teto do carro fazendo um barulho ensurdecedor
Rafaela pegou o celular e ligou, haviam mensagens na caixa postal, ela resolveu não ouvir, foi direto na agenda, selecionou Moacir e o telefone tocou e atendeu
— Alô?
— Tio Moacir? — Ela perguntou
— Sim, boa noite — Ele respondeu solícito
— Preciso de você — Ela falou suplicante
— Ah Chefe, hoje é minha folga, esqueceu? — Ele falou e Rafaela não entendeu
— Moacir, é a Rafa, Rafaela, a Branquinha — Ela se identificou
— Ah sim, eu sei, o combinado era de eu ficar em casa hoje né! — Ele falou parecendo não haver conexão com a realidade — Tô aqui com minha esposa e filhos sim
Ela havia entendido, ele não podia falar, era como se fosse um código
— Quero transar agora! — Ela falou exigente — Quer seu pau gozando na minha buceta e quero agora! — Ela falou exigente
— Olha chefe, pode ser amanhã, mas agora não vai dar, mas eu quero muito ajudar — Moacir falou solicito
— Eu quero agora! — Rafaela gritou!
— Falamos amanhã então, obrigado, pro senhor também — Desligou o telefone
Ela ficou olhando para o aparelho, apertou o volante e se balançou aos berros, estava em fúria, queria matar um, estava frustrada, traída, rejeitada
— Odeio homem, cambada desgraçada! — Colocou a mão na barriga — Espero sinceramente que você não seja homem, se for eu vou te obrigar a não ser escroto
Olhou para fora e para o celular, ele tocou, era Carlinhos, ela deu um berro com o celular e o jogou no chão do carro
— Te odeio! — Gritou para ninguém e saiu do carro
A chuva estava forte, castigando os cabelos esvoaçantes, sentiu raiva, andou pela calçada se esgueirando pelos cantos como pôde, viu a sua casa e o carro em frente à garagem, os faróis ainda estavam acesos, ela se aproximou rápido.
Bateu no vidro do carro chamando alguém, tentando ver algo dentro mas não conseguia ver nada, deu a volta e foi par ao lado do motorista, olhou em volta, não havia ninguém na rua, só a chuva torrencial
— Que merda! — Ela falou pra si mesma e bateu no vidro do carro
Sentiu algo nas costas, uma cutucada e se virou
Um homem grande de cabeça raspada e com o rosto branco e conhecido a pressionou contra o carro
— Patrick! — Ela falou assustada tentando empurrar ele
Patrick colocou a arma no queixo dela:
— Não dá um piu, você e eu vamos conversar!
— Calma, calma, eu falo com você! — Rafaela tentou argumentar — Não me machuca
— Isso depende de você — Mostrou a arma para ela — Está carregada e todas as balas tem seu nome, só uma delas tem o meu
Ela entendeu o que isso significava, era uma missão suicida.
— Vamos conversar, a gente precisa se acertar mesmo! — ela falou num sorriso falso olhando em volta.
A Chuva fazia muito barulho
— Entra no carro — Ele abriu a porta do carro
Rafaela olhou para dentro, haviam embalagens de hambúrgueres e salgadinhos dentro do carro
Rafaela tomou ar
— Socoroooooooo — Deu um berro, mas no momento exato do seu grito um trovão ecoou abafando o barulho
Patrick a segurou pelo cabelo machucando sua orelha e puxando ela com força, bateu a cara dela no vidro do carro
— Cala a boca vagabunda! — Ele abriu mais a porta do carro e a jogou dentro com tudo — Vai pro outro banco
Ela obedeceu, ele entrou e ligou o carro, havia um carro atrás e outro na frente, bem colados, ele não ligou e deu a ré, acertou o carro de trás, engatou a primeira e acertou o carro da frente.
Rafaela pegou na trava e puxou para abrir a porta, ela não abriu
— Só a minha porta abre, sua cadela! — Patrick gritou batendo com a arma na cabeça de Rafaela
Ela se protegeu se encolhendo e tentando abrir o vidro do carro, rodou a manivela mas o vidro não desceu
— Me deixa ir , por favor — Ela gritou e chorou — Socorro
Patrick subiu em cima dela, colocou o joelho nas coxas dela, era um peso muito grande, machucou muito
— Escuta aqui sua vagabunda, não tem ninguém pra te ajudar agora, você vai me dar ouvidos de uma vez por todas, se não quiz por bem vai por mal mesmo! — Ele falou e deu um soco na cara de Rafaela
Ela apagou.
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